sexta-feira, 10 de fevereiro de 2023
Foi mais poderosa aquela que mais amou
terça-feira, 7 de fevereiro de 2023
“Tua palavra é luz para o meu caminho”
Sobre a missão e função do Ministério da Palavra no Diaconato Permanente
“Tua palavra é luz para o meu caminho” (Sl 119,105)
Sendo a Palavra de Deus luz para o nosso caminho, é preciso que alguém se encarregue de manter essa luz acesa. Esta é missão dos diáconos, tal como fora dos levitas e profetas do primeiro testamento; tal como dos apóstolos e diáconos no segundo testamento (At 6, e capítulos seguintes). Esse breve texto é uma pequena contribuição para a reflexão do tema sobre a função dos diáconos na propagação da Palavra de Deus.
A Palavra de Deus, expressa na Sagrada Escritura, é fundamental para a vida eclesial. Ela não pode servir para justificar nossas vontades e desejos, ou dar fundamentação ao que acreditamos ser a verdade. A Palavra de Deus, por si só, já é verdade. “Toda Escritura é inspirada por Deus e é útil para ensinar, para refutar, para corrigir, para educar na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito, preparado para toda boa obra” (II Tm 3,16-17).
Na Igreja católica, os cristãos ordenados (bispos, sacerdotes e diáconos) têm a missão de pregar e instruir na fé a partir da Palavra de Deus.
A Constituição Dogmática sobre a Igreja (Lumen Gentium), no parágrafo 29 diz que “é próprio do diácono administrar sobretudo o Batismo, guardar e distribuir a Eucaristia, assistir e abençoar os Matrimônios, em nome da Igreja, levar o viático aos moribundos, ler aos fiéis a Sagrada Escritura, instruir e exortar o povo, presidir o culto e a oração dos fiéis”.
São Paulo VI, na carta apostólica Ad Pascendum, sobre o diaconato, afirma que “é confiada (ao diácono) a incumbência de levar aos doentes retidos em cada a Sagrada Eucaristia, de administrar o Batismo, e ocupar-se da Pregação da Palavra de Deus”. E acrescentou, dizendo que os diáconos são “confortados com a graça sacramental, servem o povo de Deus nos ministérios da Liturgia, da Palavra e da caridade”.
O documento de Aparecida (2007), no parágrafo 205, disse que os diáconos “são ordenados para o serviço da Palavra, da caridade, e da liturgia, especialmente para os sacramentos do Batismo e do Matrimônio”
O Documento da CNBB que trata dos discípulos e servidores da Palavra de Deus na missão da Igreja, no parágrafo 34, afirma que “a Palavra de Deus precisa ser inspiração de todo o ser e agir evangelizador eclesial”.
A exortação apostólica, de Bento XVI, Verbum Domini, sobre a Palavra de Deus, lemos que é preciso que “se incremente a pastoral bíblica, não em justaposição com outras formas de pastoral, mas como animação bíblica da pastoral inteira”. E ainda mais, diz “eis por que é necessário que todos os clérigos legitimamente se consagraram ao ministério da Palavra, se apeguem às escrituras, por meio de assídua leitura sacra e diligente estudo, para que não venha a ser vão pregador da palavra de Deus” (DV 23,24,25).
Na Igreja, a missão dos diáconos está ligada diretamente à Palavra de Deus. Não apenas sua proclamação na Missa, mas na instrução do povo de Deus. Cabe aos diáconos animar a pastoral com a Palavra de Deus, exortando o povo a viver uma vida mais conforme a vontade de Deus expressa na Sagrada Escritura.
Na ordenação do diácono, o bispo entrega o livro dos evangelhos ao ordenado e diz, “Recebe o Evangelho de Cristo do qual te tornaste anunciador”.
Concluímos afirmando que “os diáconos dedicam-se a todos os homens, quer com a boa conduta, quer com a pregação aberta do mistério de Cristo, quer na transmissão do ensino cristão ou no estudo dos problemas do tempo. Função principal do diácono é, portanto, colaborar com o bispo e os presbíteros no exercício do ministério não da própria sabedoria, mas da Palavra de Deus, convidando todos à conversão e à santidade. Para realizar esta missão os diáconos devem preparar-se, antes de mais, com o estudo cuidadoso da Sagrada Escritura, da Tradição, da liturgia e da vida da Igreja. Além disso, na interpretação e aplicação do depósito sagrado, devem deixar-se guiar docilmente pelo Magistério daqueles que são « testemunhas da verdade divina e católica »,(86) o Romano Pontífice e os bispos em comunhão com ele, de maneira a propor « integralmente e fielmente o mistério de Cristo» (Congregação para o Clero, Diretório do Ministério e da vida dos Diáconos Permanentes).