(Séc. I)
domingo, 14 de abril de 2024
A celebração da Eucaristia
(Séc. I)
sexta-feira, 12 de abril de 2024
É preciosa e vivificante a cruz de Cristo
(Séc.IX)
como aquela árvore do Paraíso, mas totalmente bela e magnífica para a vista e o paladar.
É uma árvore que não gera a morte, mas a vida; que não difunde as trevas, mas a luz; que não expulsa do Paraíso, mas nele introduz. A esta árvore subiu Cristo, como um rei que sobe no carro triunfal, e venceu o demônio, detentor do poder da morte, para libertar o gênero humano da escravidão do tirano.
Se antes, pela árvore, fomos mortos, agora, pela árvore, recuperamos a vida; se antes, pela árvore, fomos enganados, agora, pela árvore, repelimos a astúcia da serpente. Sem dúvida, novas e extraordinárias mudanças! Em vez da morte, nos é dada a vida; em lugar da corrupção, a incorrupção; da vergonha, a glória.
Não é sem razão que o Apóstolo exclama: Quanto a mim, que eu me glorie somente na cruz do Senhor nosso, Jesus Cristo. Por ele, o mundo está crucificado para mim, como eu estou crucificado para o mundo (Gl 6,14). Pois aquela suprema sabedoria que floresceu na cruz, desmascarou a presunção e a arrogante loucura da sabedoria do mundo; toda a espécie de bens maravilhosos que brotaram da cruz, extirparam inteiramente a raiz da maldade e do pecado.
Não é verdade que Noé, com seus filhos e esposas, e os animais de toda espécie, escapou da morte do dilúvio, por ordem de Deus, numa frágil arca de madeira?
E o que dizer da vara de Moisés? Não era figura da cruz quando transformou a água em sangue, quando devorou as falsas serpentes dos magos, quando separou as águas do mar como poder do seu golpe, quando as fez voltar ao seu curso normal, afogando os inimigos e salvando aqueles que eram o povo de Deus?
Pela cruz, todos os apóstolos foram glorificados, todos os mártires coroados e todos os que creem, santificados. Pela cruz, fomos revestidos de Cristo ao nos despojarmos do homem velho. Pela cruz, nós, ovelhas de Cristo, fomos reunidos num só rebanho e destinados às moradas celestes.
quinta-feira, 11 de abril de 2024
Combatendo o bom combate
Das Cartas de São Cipriano, bispo e mártir
(Ep. 58,8-9.11: CSEL 3,663-666)
(Séc. III)
Combatendo o bom combate
Enquanto combatemos o bom combate da fé, Deus, seus anjos e o próprio Cristo nos contemplam. Que glória imensa e que felicidade lutarmos na presença de Deus e sermos coroados por Cristo Juiz! Armemo-nos, queridos irmãos, de coragem e fortaleza, e preparemo-nos para a luta com pureza de espírito, fé inquebrantável e generosa confiança. Avance o exército de Deus para a batalha que nos foi proposta. O santo Apóstolo ensina como nos devemos armar e preparar: Cingi os vossos rins com a verdade, revesti-vos com a couraça da justiça e calçai os vossos pés com a prontidão em anunciar o evangelho da paz. Tomai o escudo da fé, o qual vos permitirá apagar todas as flechas ardentes do Maligno. Tomai, enfim, o capacete da salvação e o gládio do espírito, isto é, a Palavra de Deus (Ef 6,14-17).
Tomemos estas armas, protejamo-nos com estas defesas espirituais e celestes, para podermos resistir e vencer os assaltos do demônio no dia do combate.
Revistamo-nos com a couraça da justiça. Com ela nosso peito estará protegido e seguro contra as flechas do inimigo. Estejam nossos pés calçados e guarnecidos com a doutrina evangélica. Assim, quando pisarmos e esmagarmos a serpente, não seremos mordidos nem vencidos.
Seguremos com firmeza o escudo da fé, para que nele seja destruído tudo quanto o inimigo lançar contra esta proteção.
Tomemos também o capacete espiritual para proteger nossa cabeça; com ele, os ouvidos não escutarão os anúncios da maldade, os olhos não verão as imagens detestáveis, a fronte conservará incólume o sinal de Deus e a boca proclamará vitoriosamente a Cristo, seu Senhor.
Armemos finalmente nossa mão direita com a espada espiritual para rejeitar com determinação os sacrifícios infames; e, lembrando-nos da eucaristia, recebamos o corpo do Senhor e vivamos em união com ele, esperando receber mais tarde, das mãos do mesmo Senhor, o prêmio das coroas celestes.
Que estas realidades, queridos irmãos, fiquem bem gravadas em vossos corações. Se o dia da perseguição nos encontrar nestes pensamentos e meditações, o soldado de Cristo, instruído por suas ordens e preceitos, não temerá o combate, mas estará pronto para a coroa.
segunda-feira, 8 de abril de 2024
O sacramento da nossa reconciliação
domingo, 7 de abril de 2024
A paz esteja convosco!
Hoje celebramos a festa da Divina Misericórdia. Entramos na segunda semana da Páscoa.
A primeira leitura (At 4,32-35) nos faz um relato de como vivam os cristãos da primeira hora. Era um só coração, não havia divisões; era uma só alma, ou seja um só sentimento; não colocavam nos bens materiais a sua fé, tudo era posto em comum; não havia necessitados, pois a cada um era dado o que era necessário para sua vida. Isso é misericórdia, dar a cada um o necessário para a vida, sem acúmulos.
Na segunda leitura, João nos mostra quem são os verdadeiros filhos de Deus, e como deve ser a postura dos que seguem Jesus.
O evangelho nos remete a algumas pequenas cenas dentro da sua narrativa.
Primeiro, Jesus aparece aos discípulos no anoitecer. A imagem do anoitecer é recorrente nas narrativas da aparição pós páscoa. Lembremos que Jesus disse que ele era a Luz. Jesus é a luz que ilumina as escuridões de nossa vida. Outra característica, as portas estão fechadas, ou seja, o medo nos faz nos fecharmos em nós mesmos. Mas, na nova vida pascal não há barreiras. Para Deus nada é impossível.
Segundo, Jesus disse: "A paz esteja convosco". Somente a paz que vem de Deus pode romper com as escuridões e os medos da vida. A paz não apaga as marcas da tortura. A paz dá novo significado ao flagelo passado.
Terceiro, o Espírito Santo. É ele quem vai conduzir a Igreja. É ele que vai iluminar a vida da comunidade cristã, a Igreja. É ele quem nos dará a unidade necessária para que não haja necessitados nos meio de nós. É ele quem nos fará ter um só coração, uma só alma.
O Espírito Santo é aquele que nos permite dizer "perdoai as minhas ofensas, como eu perdoo aqueles que me ofendem". Não basta pedir perdão pelos próprios pecados, é preciso perdoar os pecados cometidos contra nós mesmos.
Quarto, crer sem ter visto. Um dos discípulos não estava presente, Tomé. Ele duvida dos outros. É mais radical ainda, "se eu não vir a marca dos pregos em suas mãos, se eu não puser o dedo nas marcas dos pregos e não puser a mão no seu lado, não acreditarei". Quantas pessoas deixaram de crer porque não viram? Quantas pessoas precisam ver para crer? Por isso, é preciso sermos uma Igreja sem divisões, com um único espírito, e de um só coração.
Hoje, na Festa da Misericórdia, sejamos unidos ao Papa Francisco, e aos seus ensinamentos. Que não haja necessitados no meio de nós. Que não haja concentração de riquezas nas mãos de poucos. Que todos tenham comida, água, roupa, sejam tratados com dignidade nos hospitais e presídios. E que cessem as guerras, conflitos e morte.
A misericórdia não está relacionada com indulgência plenária, mas sim e sermos missionários de uma nova humanidade, da Civilização do Amor.