segunda-feira, 3 de outubro de 2022

Protomártires do Brasil


SANTOS ANDRÉ DE SOVERAL, AMBRÓSIO FRANCISCO, PRESBÍTEROS, E SEUS COMPANHEIROS, MÁRTIRES

Santo André de Soveral era sacerdote jesuíta, nascido em São Vicente (SP); foi ser missionário para evangelizar os indígenas no litoral do Nordeste. Depois de passar ao clero diocesano, foi pároco em Cunhaú (RN), ali onde foi martirizado no domingo, 16 junho de 1645, durante a celebração da Missa, junto com outras 69 pessoas. O martírio ocorreu no período da ocupação holandesa no Nordeste do Brasil por protestantes calvinistas huguenotes, que moveram uma sangrenta perseguição contra os católicos ali já residentes. A capela foi cercada por índios e soldados holandeses, que trucidaram a todos. Morreram por causa de sua fé católica.

Ao saberem do massacre de Cunhaú, muitos moradores de Natal e arredores procuraram refúgio no Forte dos Reis Magos. No dia 3 de outubro de 1645, foram levados, junto com o Pe. Ambrósio Francisco Ferro, para as margens do rio Uruaçu, perto de Natal, onde os esperavam índios e soldados holandeses armados. Um pastor calvinista tentou demovê-los da fé católica, mas todos resistiram e, então, foram cruelmente trucidados ali mesmo. Santo Ambrósio Francisco Ferro, sacerdote português nascido nos Açores, atuava como pároco em Natal desde 1636. Com ele, foram martirizadas outras 80 pessoas, adultos, jovens e até crianças.

São Mateus Moreira foi um dos leigos martirizados e sua bela profissão de fé na Eucaristia foi recolhida. Ao lhe ser arrancado o coração pelas costas, vivo ainda, pronunciou suas últimas palavras: “louvado seja o Santíssimo Sacramento!” Por isso, com a aprovação da Santa Sé, a CNBB o proclamou padroeiro dos Ministros Extraordinários da Sagrada Comunhão Eucarística.

De fato, o Brasil possui um outro grupo de protomártires, que entregaram sua vida por Cristo e pelo Evangelho bem mais cedo: trata-se do Beato Padre Inácio de Azevedo e de seus 39 companheiros mártires. Pe. Inácio, jesuíta português, já havia estado no Brasil e, vendo a imensidade da missão a ser desempenhada, regressou à Europa para buscar colaboradores. No retorno ao Brasil, ao largo das ilhas Canárias, o navio que levava 39 missionários foi abordado por piratas anticatólicos. No dia 15 de julho de 1570, os corsários mataram Pe. Inácio e seus 39 companheiros – 31 portugueses e 8 espanhóis. Foram beatificados pelo Papa Pio IX já em 1854, e a memória litúrgica desses protomártires do Brasil é celebrada no dia 17 de julho.

Embora apenas o próprio Pe. Inácio de Azevedo tenha estado no Brasil, de fato, esse grupo de 40 mártires entregou sua vida até o martírio pela evangelização do Brasil, mesmo antes de terem pisado a Terra de Santa Cruz. São mártires da fé, testemunhas do Evangelho de Cristo e do ardor missionário que os animava.

Os mártires testemunham a força do Evangelho e o valor supremo do reino de Deus, pelo qual vale a pena entregar tudo, até a própria vida. Recordar os mártires, portanto, é valorizar o testemunho que eles deram em favor da nossa fé. Sua coragem e constância, mesmo diante da tortura e da condenação à morte, fortalecem nossa fé e nossa coragem, mesmo quando o caminho é difícil. Os santos e mártires são os grandes cristãos e membros exemplares da Igreja Católica.

Em 15 de outubro de 2017 o Papa Francisco proclamou “santos” os 30 protomártires do Rio Grande do Norte: Pe. André de Soveral, Pe. Ambrósio Francisco Ferro, Mateus Moreira e seus 27 companheiros leigos - homens, mulheres e crianças. O Papa São João Paulo II os havia beatificado no dia 5 de março de 2000, na Praça de São Pedro, em Roma. Na verdade, o número desses mártires é bem maior, mas os nomes da maioria deles são desconhecidos.

Fonte: Site Arquidiocese de São Paulo, Santo do Dia

Oração

Deus todo-poderoso, que destes aos Santos André de Soveral, Ambrósio Francisco Ferro e Seus Companheiros a graça de sofrer pelo Cristo, ajudai também a nossa fraqueza, para que possamos viver firmes em nossa fé, como eles não hesitaram em morrer por vosso amor. 

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