domingo, 22 de dezembro de 2024

"Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre!"

 



Hoje celebramos a quarta semana do Advento. Proponho uma reflexão breve sobre cada uma das leituras e o salmo responsorial.

Mq 5,1-4a

A profecia, que anuncia o nascimento do Messias em Belém, é um texto de grande importância messiânica, pois fala sobre a vinda de um governante divino e eterno. Este Messias será de origem humilde, vindo de Belém, uma cidade pequena e insignificante, mas sua autoridade será universal, "com a força do Senhor" e trazendo "a paz". Esse versículo aponta para a figura de Jesus, cujas origens estão em Deus, e cujo nascimento, embora humilde, trará salvação e paz para todos. Este é um texto profundamente vinculado ao mistério da Encarnação, em que o Filho de Deus se torna homem para habitar entre nós e trazer a redenção.

Sl 79(80),2ac.3b.15-16.18-19 (R. 4)

O Salmo é uma súplica ao Senhor, pedindo-lhe que olhe com misericórdia para o seu povo e restaure sua proteção e salvação. Ele evoca a imagem de Deus como pastor, lembrando os tempos de Israel sob a liderança de Deus, que conduzia o seu povo como uma ovelha. A petição por salvação é central: o povo de Deus está aflito e pede que o Senhor "desperte" seu poder e traga renovação. O versículo 18, "não nos apartaremos de ti; vivificai-nos, e invocaremos o teu nome", mostra um desejo profundo de intimidade com Deus e de renovação espiritual. Esse salmo se relaciona com a espera do Messias, o Salvador, que trará a restauração prometida, dando resposta à súplica de paz e salvação.

Hb 10,5-10

O autor reflete sobre a supremacia do sacrifício de Cristo em relação aos sacrifícios do Antigo Testamento. O versículo 5 faz referência ao fato de que Deus não deseja sacrifícios materiais, mas um coração disposto a cumprir a vontade divina, algo que se concretiza na entrega total de Jesus. Ao se oferecer como sacrifício definitivo, Jesus cumpre a vontade de Deus de uma maneira que os sacrifícios do Antigo Testamento nunca puderam fazer. Ele é o sacrifício perfeito, que santifica a humanidade uma vez por todas. Este texto está intimamente ligado ao tema da encarnação, pois Cristo veio ao mundo para realizar essa missão de redenção, oferecendo-se por nós.

Lc 1,39-45

Lucas descreve o encontro entre Maria e Isabel, quando Maria vai visitar sua parente após o anúncio do anjo de que ela seria a mãe do Salvador. Ao ouvir a saudação de Maria, Isabel é preenchida pelo Espírito Santo e proclama a benção sobre Maria, reconhecendo nela a mãe do Senhor. A alegria de Isabel é sinal do reconhecimento da presença de Deus na vida de Maria e, através dela, na história da salvação. Maria, por sua vez, é bem-aventurada por sua fé, pois acreditou na promessa de Deus, que se cumprirá com o nascimento de Jesus. Esse momento reforça o papel central de Maria na história da salvação e antecipa a missão de Cristo.

Essas leituras estão interligadas por um tema central: a chegada do Messias e a salvação que ele traz ao mundo. A profecia de Miquéias aponta para o nascimento de um governante que trará paz (Mq 5,1-4a), enquanto o Salmo 79(80) é uma oração pela restauração e pela salvação do povo de Deus, uma súplica que encontra sua resposta na vinda do Messias. Em Hebreus, vemos que o sacrifício de Jesus é o cumprimento da vontade de Deus, dando a salvação definitiva (Hb 10,5-10). Finalmente, o encontro entre Maria e Isabel em Lucas 1,39-45 celebra a realização dessa promessa, com a manifestação da presença de Jesus no ventre de Maria, a verdadeira paz e salvação que Deus prometeu.

Essas passagens nos chamam a refletir sobre a fé, a esperança e a confiança nas promessas de Deus. A expectativa do Messias é respondida com a visitação de Maria a Isabel, e a mensagem central é a do cumprimento das promessas divinas de salvação e paz por meio da Encarnação de Cristo.

sábado, 21 de dezembro de 2024

"Bem-aventurada aquela que acreditou"!

 



Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas 1,39-45

39 Naqueles dias, Maria partiu para a região montanhosa, dirigindo-se, apressadamente, a uma cidade da Judeia.

40 Entrou na casa de Zacarias e cumprimentou Isabel.

41 Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança pulou no seu ventre e Isabel ficou cheia do Espírito Santo.

42 Com um grande grito, exclamou:  Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre!

43 Como posso merecer que a mãe do meu Senhor me venha visitar?

44 Logo que a tua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança pulou de alegria no meu ventre.

45 Bem-aventurada aquela que acreditou, porque será cumprido, o que o Senhor lhe prometeu".

Palavra da Salvação.

Meditação.

Hoje quero aprofundar um pouco mais esse relato trazendo alguns aspetos dessa visita de Maria a Izabel e seu significado teológico para nós. O que isso tem a ver com a nossa fé nos dias de hoje.

Em primeiro lugar, farei uma análise exegética, em seguida, destacarei os aspectos teológicos. 

Vamos passar cada versículo desse texto. 

Versículo 39 - A Pressa de Maria.

O texto informa que "Maria partiu... apressadamente". A rapidez de Maria em ir à casa de Isabel é importante, pois demonstra sua obediência e fé imediata na mensagem do anjo. Não há hesitação em Maria, mesmo diante do fato extraordinário que acabara de acontecer com ela. Essa pressa também pode ser vista como um sinal do fervor espiritual de Maria e de sua prontidão para servir a Deus.

Lucas destaca que ela foi para uma "Região montanhosa". O Evangelho não especifica o nome da cidade, mas a "região montanhosa" provavelmente se refere a uma área no interior de Judá, possivelmente a cidade de Ein Karem, conhecida por ser o local do nascimento de João Batista. A viagem de Maria também pode simbolizar a jornada de fé e a visita ao "lugar de graça", um encontro entre as duas mulheres escolhidas para desempenharem papéis centrais no plano divino.

Em seguida, o evangelista narra o encontro das duas mães. "Entrou na casa de Zacarias e saudou Isabel": A saudação de Maria a Isabel inicia o evento central deste trecho. Esse encontro não é meramente uma visita social, mas um momento carregado de significado religioso. Maria, portadora do Verbo Encarnado, encontra Isabel, que está grávida de João, o precursor do Messias.

Desse encontro, Isabel exclama, "A criança saltou em seu ventre". A reação de João Batista no ventre de Isabel (ele "salta") é cheia de simbolismo. João, mesmo antes de nascer, reconhece a presença do Messias, o que antecipa o papel de João como aquele que prepararia o caminho para Jesus. Esse salto é também um sinal de alegria espiritual e reconhecimento profético.

Desse encontro Lucas nos lembra que "Isabel ficou cheia do Espírito Santo". A manifestação do Espírito Santo em Isabel é um momento crucial. Ela é tomada por uma sabedoria e discernimento divinos, e sua declaração profética demonstra que ela compreende que a criança de Maria é o Messias esperado. Isabel, portanto, é uma das primeiras pessoas a reconhecer a grandeza da missão de Maria e de Jesus.

Isabel, então profetiza, "Bendita és tu entre as mulheres". Isabel, inspirada pelo Espírito Santo, pronuncia uma benção sobre Maria. A expressão "bendita entre as mulheres" se refere ao lugar único de Maria na história da salvação.

Ela reconhece que "bendito é o fruto do teu ventre". Isabel, com essas palavras, expressa a bem-aventurança do Filho de Maria, o Messias, que é o "fruto do ventre". Essa é uma antecipação da proclamada maternidade divina de Maria, confirmando que Jesus é o Salvador.

E continua. "Como me acontece que a mãe do meu Senhor me venha visitar?": Isabel reconhece em Maria não apenas uma amiga ou parente, mas a "mãe do meu Senhor". O título "Senhor" é uma confissão de fé no Messias divino. Este é um momento de revelação e reconhecimento do papel único de Maria como mãe do Messias.

O encontro das mães gerou uma profunda alegria na criança que estava no ventre de Isabel. "Logo que a tua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança saltou de alegria no meu ventre": A reação de João Batista ao ouvir a voz de Maria confirma a ideia de que ele já, desde o ventre, tem um papel profético e reconhece a presença do Messias. João já está "preparando o caminho" para o Senhor, mesmo de forma invisível.

Maria, então e proclamada bem aventurada. "Bem-aventurada aquela que creu": Isabel reconhece a fé de Maria, que acreditou na promessa de Deus feita a ela pelo anjo. A bem-aventurança de Maria é um reconhecimento de sua confiança plena nas palavras de Deus, apesar da grandeza e mistério da missão que lhe foi dada.

"Será cumprido o que lhe foi dito da parte do Senhor": A profecia de Isabel confirma que a promessa feita a Maria de que ela seria a mãe do Salvador se cumprirá. A fé de Maria é premiada com o cumprimento da promessa divina, que não falha.

Aspectos Teológicos.

Maria como modelo de fé. Maria é apresentada como um modelo de fé e obediência a Deus. Ela aceita o plano divino sem questionar, o que é reconhecido por Isabel. A bem-aventurança que Isabel proclama sobre Maria é um reconhecimento de sua fé inabalável.

Outro aspecto a ser observado é o reconhecimento messiânico de João. Mesmo no ventre, João Batista reconhece o Messias, o que sublinha sua missão como aquele que prepararia o caminho para Jesus.

O Espírito Santo é quem revela a Isabel a verdadeira identidade de Maria e seu filho. Esse ponto destaca a ação do Espírito nas Escrituras, especialmente no início da história da salvação.

A ligação entre as duas mulheres. Maria e Isabel são apresentadas como mulheres privilegiadas que têm papéis centrais no plano divino, unidas por sua fé e pelas revelações que recebem de Deus.

Portanto, a visita de Maria a Isabel é um evento de grande significado teológico. Este encontro sublinha a alegria do reconhecimento da presença de Cristo e o papel fundamental das mulheres na história da salvação. A passagem celebra a fé de Maria e de Isabel, o reconhecimento de João Batista, e a ação do Espírito Santo, que ilumina o entendimento das protagonistas e revela a verdadeira missão de Jesus.

sexta-feira, 20 de dezembro de 2024

"Para Deus nada é impossível"!

 



Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas 1,26-38

26 No sexto mês, o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galileia, chamada Nazaré,

27 a uma virgem, prometida em casamento a um homem chamado José. Ele era descendente de Davi e o nome da Virgem era Maria.

28 O anjo entrou onde ela estava e disse: "Alegra-te, cheia de graça, o Senhor está contigo!"

29 Maria ficou perturbada com estas palavras  e começou a pensar qual seria o significado da saudação.

30 O anjo, então, disse-lhe: "Não tenhas medo, Maria, porque encontraste graça diante de Deus.

31 Eis que conceberás e darás à luz um filho, a quem porás o nome de Jesus.

32 Ele será grande, será chamado Filho do Altíssimo, e o Senhor Deus lhe dará o trono de seu pai Davi.

33 Ele reinará para sempre sobre os descendentes de Jacó, e o seu reino não terá fim".

34 Maria perguntou ao anjo: "Como acontecerá isso, se eu não conheço homem algum?"

35 O anjo respondeu: "O Espírito virá sobre ti, e o poder do Altíssimo te cobrirá com sua sombra. Por isso, o menino que vai nascer será chamado Santo, Filho de Deus.

36 Também Isabel, tua parenta, concebeu um filho na velhice. Este já é o sexto mês daquela que era considerada estéril,

37 porque para Deus nada é impossível".

38 Maria, então, disse: "Eis aqui a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra!" E o anjo retirou-se.

Palavra da Salvação.

Meditação.

Neste trecho, o evangelho nos apresenta a um momento decisivo na história da humanidade: a visita do anjo Gabriel à Virgem Maria, anunciando-lhe que ela seria a mãe do Salvador, Jesus. 

A meditação sobre Lucas 1,26-38 nos convida a confiar em Deus, assim como Maria fez. Nos ensina a importância da humildade, da disposição para ouvir e, principalmente, da coragem de dar nosso "sim" ao Senhor, mesmo quando não sabemos o que o futuro nos reserva. Maria nos ensina a confiar nas promessas de Deus e a ser instrumentos de sua vontade.

Em nossas vidas, Deus também nos chama a momentos de grande transformação. Que possamos estar prontos para aceitar o chamado de Deus com fé, sabendo que Sua graça nos sustenta em todo o caminho.

Que esta meditação ajude a refletir sobre o profundo mistério da Anunciação e sobre a importância da confiança e obediência a Deus em nossas vidas.

quinta-feira, 19 de dezembro de 2024

"Eis o que o Senhor fez por mim, nos dias em que ele se dignou tirar-me da humilhação pública!"

 



Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas 1,5-25

5 Nos dias de Herodes, rei da Judeia, vivia um sacerdote chamado Zacarias, do grupo de Abia. Sua esposa era descendente de Aarão e chamava-se Isabel.

6 Ambos era justos diante de Deus e obedeciam fielmente a todos os mandamentos e ordens do Senhor.

7 Não tinham filhos, porque Isabel era estéril, e os dois já eram de idade avançada.

8 Em certa ocasião, Zacarias estava exercendo as funções sacerdotais no Templo, pois era a vez do seu grupo.

9 Conforme o costume dos sacerdotes, ele foi sorteado para entrar no Santuário, e fazer a oferta do incenso.

10 Toda a assembleia do povo estava do lado de fora rezando, enquanto o incenso estava sendo oferecido.

11 Então apareceu-lhe o anjo do Senhor, de pé, à direita do altar do incenso.

12 Ao vê-lo, Zacarias ficou perturbado e o temor apoderou-se dele.

13 Mas o anjo disse: "Não tenhas medo, Zacarias,  porque Deus ouviu tua súplica. Tua esposa, Isabel, vai ter um filho, e tu lhe darás o nome de João.

14 Tu ficarás alegre e feliz, e muita gente se alegrará com o nascimento do menino,

15 porque ele vai ser grande diante do Senhor. Não beberá vinho nem bebida fermentada e, desde o ventre materno, ficará repleto do Espírito Santo.

16 Ele reconduzirá muitos do povo de Israel ao Senhor seu Deus.

17 E há de caminhar à frente deles, com o espírito e o poder de Elias, a fim de converter os corações dos pais aos filhos, e os rebeldes à sabedoria dos justos, preparando para o Senhor um povo bem disposto".

18 Então Zacarias perguntou ao anjo: "Como terei certeza disto? Sou velho e minha mulher é de idade avançada".

19 O anjo respondeu-lhe: "Eu sou Gabriel. Estou sempre na presença de Deus, e fui enviado para dar-te esta boa notícia.

20 Eis que ficarás mudo e não poderás falar, até ao dia em que essas coisas acontecerem, porque tu não acreditaste nas minhas palavras, que hão de se cumprir no tempo certo".

21 O povo estava esperando Zacarias, e admirava-se com a sua demora no Santuário.

22 Quando saiu, não podia falar-lhes. E compreenderam que ele tinha tido uma visão no Santuário. Zacarias falava com sinais e continuava mudo.

23 Depois que terminou seus dias de serviço no Santuário, Zacarias voltou para casa.

24 Algum tempo depois, sua esposa Isabel ficou grávida, e escondeu-se durante cinco meses.

25 Ela dizia: "Eis o que o Senhor fez por mim, nos dias em que ele se dignou tirar-me da humilhação pública!"

Palavra da Salvação.

Meditação.

Este trecho de Lucas descreve um momento crucial na história da salvação: o anúncio do nascimento de João Batista, o precursor de Jesus. O que se destaca nesse episódio é a fidelidade de Zacarias e Isabel, a promessa de Deus, a dúvida humana e a resposta do anjo Gabriel.

Zacarias e Isabel são descritos como “justos diante de Deus” e “irrepreensíveis” em sua obediência aos mandamentos e ordenanças de Deus. Apesar de sua fidelidade, enfrentavam a dor da esterilidade, algo que trazia grande sofrimento, especialmente na sociedade daquela época, onde a ausência de filhos era considerada uma vergonha.

Mesmo em meio às dificuldades e frustrações da vida, Zacarias e Isabel permaneceram fiéis. A fidelidade a Deus não depende da ausência de dificuldades ou bênçãos imediatas, mas de um coração comprometido com a Sua vontade. Às vezes, enfrentamos períodos de espera e provação, mas Deus sempre tem um propósito em nossas vidas.

Quando Zacarias vai ao templo para oferecer incenso, ele recebe uma visita inesperada: o anjo Gabriel. O anjo lhe anuncia que sua oração foi ouvida e que ele e Isabel terão um filho, João, que será cheio do Espírito Santo e terá uma missão extraordinária de preparar o caminho para o Senhor.

A promessa de Deus se cumpre no momento certo, apesar de parecer impossível, pois Zacarias e Isabel eram idosos e Isabel era estéril. O anúncio do anjo também destaca que o filho que nascerá não será um simples bebê, mas alguém com um propósito divino profundo: João Batista teria a missão de converter os corações do povo e preparar a vinda de Jesus.

Ao ouvir a promessa, Zacarias questiona o anjo, perguntando como isso seria possível, dado que ele e Isabel já eram de idade avançada. O anjo, então, o repreende, dizendo que ele ficaria mudo até o cumprimento da promessa, como uma consequência de sua falta de fé na palavra divina.

A dúvida de Zacarias é humana, mas também nos ensina a importância de confiar plenamente nas promessas de Deus, mesmo quando as circunstâncias parecem impossíveis. A reação de Zacarias nos convida a refletir sobre nossa própria fé e a aprender a confiar no poder de Deus, que é capaz de realizar o impossível.

Depois de ter recebido a promessa, Zacarias sai do templo mudo, incapaz de se comunicar com o povo, o que confirma a autoridade do anjo. Quando a promessa se cumpre e Isabel concebe, ela reconhece a ação divina em sua vida e expressa sua gratidão e maravilha.

O silêncio de Zacarias, uma consequência de sua dúvida inicial, também pode ser visto como um convite ao arrependimento e à reflexão. Às vezes, Deus nos permite passar por períodos de silêncio para que possamos aprender a confiar mais profundamente em Sua palavra e esperar pacientemente pelo Seu agir. A obediência de Zacarias e o cumprimento da promessa mostram que a confiança em Deus resulta em bênçãos e na realização dos Seus planos perfeitos.

A história de Zacarias e Isabel é uma história de fé e espera. Ela nos ensina que, mesmo em momentos de dor ou impossibilidade, Deus ouve nossas orações e tem um plano perfeito para nossas vidas. A dúvida de Zacarias, embora compreensível, nos lembra da importância de confiar nas promessas divinas, pois Deus sempre age no tempo certo, de maneiras que podem ser surpreendentes para nós, mas nunca fora de Seu controle.

Esse episódio nos convida a refletir sobre a confiança em Deus, a obediência à Sua vontade, e como Ele sempre cumpre Suas promessas, mesmo quando o tempo parece não ser o nosso.

quarta-feira, 18 de dezembro de 2024

"José fez conforme o anjo do Senhor havia mandado".

 


Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 1,18-24

18 A origem de Jesus Cristo foi assim: Maria, sua mãe, estava prometida em casamento a José, e, antes  de viverem juntos, ela ficou grávida pela ação do Espírito Santo.

19 José, seu marido, era justo e, não querendo denunciá-la, resolveu abandonar Maria, em segredo.

20 Enquanto José pensava nisso, eis que o anjo do Senhor apareceu-lhe, em sonho, e lhe disse:  "José, Filho de Davi, não tenhas medo de receber Maria como tua esposa, porque ela concebeu pela ação do Espírito Santo.

21 Ela dará à luz um filho, e tu lhe darás o nome de Jesus, pois ele vai salvar o seu povo dos seus pecados".

22 Tudo isso aconteceu para se cumprir o que o Senhor havia dito pelo profeta:

23 "Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho. Ele será chamado pelo nome de Emanuel, que significa: Deus está conosco".

24 Quando acordou, José fez conforme o anjo do Senhor havia mandado, e aceitou sua esposa.

Palavra da Salvação.

Meditação.

O evangelho de hoje descreve o momento decisivo na vida de José, o esposo de Maria, que enfrentou uma situação que poderia ter destruído o seu casamento e seu relacionamento com Deus, mas que, por meio de sua obediência, se tornou um exemplo de fé e confiança.

O que vemos é um testemunho de fé, confiança e obediência. José, diante do inesperado e do incompreensível, não hesitou em confiar na direção divina. Ele é um exemplo para nós de como agir com fé em momentos de incerteza e como ouvir e obedecer à voz de Deus, mesmo quando ela desafia nossos próprios planos e expectativas. A mensagem central desse trecho é a presença de Deus em nossas vidas, manifestada em Jesus, o "Emanuel". Que possamos viver com essa certeza em nossos corações, sabendo que Deus está conosco, sempre.

terça-feira, 17 de dezembro de 2024

Origem de Jesus Cristo.

 


Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 1,1-1

1 Livro da origem de Jesus Cristo, filho de Davi, filho de Abraão.

2 Abraão gerou Isaac; Isaac gerou Jacó; Jacó gerou Judá e seus irmãos.

3 Judá gerou Farés e Zara, cuja mãe era Tamar. Farés gerou Esrom; Esrom gerou Aram;

4 Aram gerou Aminadab; Aminadab gerou Naasson; Naasson gerou Salmon;

5 Salmon gerou Booz, cuja mãe era Raab. Booz gerou Obed, cuja mãe era Rute. Obed gerou Jessé.

6 Jessé gerou o rei Davi. Davi gerou Salomão, daquela que tinha sido a mulher de Urias.

7 Salomão gerou Roboão; Roboão gerou Abias; Abias gerou Asa;

8 Asa gerou Josafá; Josafá gerou Jorão; Jorão gerou Ozias;

9 Ozias gerou Joatão; Joatão gerou Acaz; Acaz gerou Ezequias;

10 Ezequias gerou Manassés; Manassés gerou Amon; Amon gerou Josias.

11 Josias gerou Jeconias e seus irmãos, no tempo do exílio na Babilônia.

12 Depois do exílio na Babilônia, Jeconias gerou Salatiel; Salatiel gerou Zorobabel;

13 Zorobabel gerou Abiud; Abiud gerou Eliaquim; Eliaquim gerou Azor;

14 Azor gerou Sadoc; Sadoc gerou Aquim; Aquim gerou Eliud;

15 Eliud gerou Eleazar; Eleazar gerou Matã; Matã gerou Jacó.

16 Jacó gerou José, o esposo de Maria, da qual nasceu Jesus, que é chamado o Cristo.

17 Assim, as gerações desde Abraão até Davi são quatorze; de Davi até o exílio na Babilônia, quatorze; e do exílio na Babilônia até Cristo, quatorze.

Palavra da Salvação.

Meditação.

No evangelho de hoje, que narra a genealogia de Jesus, aparecem quatro mulheres.

Vejamos quem são e o significado dessa informação.

Primeiro, Tamar. foi uma mulher que apareceu na história narrada em Gênesis 38. Ela casou-se com um dos filho de Judá. Após ficar viúva de outros dois filhos de Jacó, e sem deixar descendência, Tamar se disfarçou de prostituta e, ao se relacionar com Judá, conseguiu gerar filhos. A inclusão de Tamar na genealogia de Jesus é significativa, pois ela é uma mulher que, apesar das dificuldades e da rejeição, tomou medidas corajosas para garantir a continuidade da linhagem de Judá.

Segundo, Raabe. Foi uma prostituta cananeia que, em Josué 2, escondeu os espiões israelitas enviados para Jericó e ajudou-os a escapar da cidade. 
Em troca de sua ajuda, ela e sua família foram poupados na destruição de Jericó. Raabe se casou com Salmon e teve um filho chamado Boaz, que mais tarde se casaria com Rute. A inclusão de Raabe na genealogia de Jesus é notável, pois ela era uma mulher de uma nação inimiga, e sua história de fé e acolhimento da mensagem de Deus é um poderoso testemunho da graça divina.

Terceiro, Rute. Era uma mulher moabita, uma estrangeira que se casou com um israelita, mas ficou viúva. Sua história é narrada no livro de Rute. Depois da morte de seu marido, Rute escolheu seguir sua sogra Noemi e adotar a fé e o povo de Israel como os seus próprios. Ela se casou com Boaz, e juntos foram ancestrais de Davi. A inclusão de Rute na linhagem de Jesus destaca a misericórdia de Deus, que acolhe os estrangeiros e os considera parte do Seu povo.

Em quarto, Betsabéia, a mãe do rei Salomão. Sua história é narrada em 2 Samuel 11-12. Ela foi esposa de Urias, um soldado fiel ao rei Davi, mas Davi a tomou como esposa após ter cometido adultério com ela e orquestrado a morte de Urias na guerra. Apesar desse início trágico, Deus abençoou Betsabéia com um filho, Salomão, que se tornaria um dos reis mais sábios de Israel e antepassado de Jesus. A menção de Betsabéia na genealogia ressalta a redenção e a restauração de Deus, que traz Sua graça mesmo em meio a falhas humanas.

Qual o  significado das Mulheres na Genealogia de Jesus? A presença dessas mulheres na genealogia de Jesus é extremamente significativa e oferece várias lições.

1. Deus se utiliza de pessoas imperfeitas. Cada uma dessas mulheres tem histórias marcadas por falhas, problemas e dificuldades, mas Deus as incluiu na linhagem de Jesus, mostrando que Ele usa pessoas imperfeitas para cumprir Seus propósitos.

2. A graça de Deus é para todos e todas. Algumas dessas mulheres, como Raabe e Rute, eram estrangeiras, o que simboliza a abertura de Deus para além de Israel, acolhendo todos os povos em Seu plano de salvação. 

3. Redenção e transformação. As histórias dessas mulheres são, de certa forma, histórias de redenção. Deus transformou situações de pecado, abandono e rejeição em histórias de graça, e isso culmina no nascimento de Jesus, o Salvador, que veio para trazer salvação a todos.

A inclusão dessas mulheres é um lembrete de que Deus vê e usa todas as pessoas, independentemente de seu passado, para cumprir Seus planos soberanos.

sexta-feira, 13 de dezembro de 2024

A sabedoria foi reconhecida com base em suas obras

 


Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 11,16-19

Naquele tempo, disse Jesus às multidões:

16 "Com quem vou comparar esta geração? São como crianças sentadas nas praças, que gritam para os colegas, dizendo:

17 'Tocamos flauta e vós não dançastes. Entoamos lamentações e vós não batestes no peito!'

18 Veio João, que não come nem bebe, e dizem: 'Ele está com um demônio'.

19 Veio o Filho do Homem, que come e bebe, e dizem: 'É um comilão e beberrão, amigo de cobradores de impostos e de pecadores'. Mas a sabedoria foi reconhecida com base em suas obras".

Palavra da Salvação.

Meditação.

O evangelho de hoje faz parte de um momento em que Jesus está comentando sobre a reação do povo à sua mensagem e ao seu ministério, comparando-a com a atitude das gerações passadas e criticando a falta de discernimento das pessoas.

Essa passagem nos convida a refletir sobre como reagimos às propostas de Deus e como podemos ser mais sensíveis à Sua sabedoria, permitindo que ela se manifeste em nossas ações e escolhas.

Isso me recorda um dos exercícios propostos por Santo Inácio de Loyola nos Exercícios Espirituais, a meditação das duas bandeiras. Usando as imagens alegóricas de seu tempo, o santo nos propõe que imaginemos um rei que convoca seus súditos para a batalha contra outro reino. E pede que comparemos esses chamamento com o chamado de Cristo, vendo neste segundo chamado um honra maior que a primeira.

Assim, precisamos desenvolver discernimento para entender e reconhecer a verdade de Deus, independentemente de como ela seja apresentada. Às vezes, somos como as crianças nas praças, querendo algo que se encaixe em nossos próprios desejos e expectativas. Devemos estar atentos à obra de Deus no mundo e nas nossas vidas.

A sabedoria de Deus muitas vezes desafia nossas convenções e preconceitos. Precisamos estar abertos a Deus, não julgando pela aparência, mas discernindo suas intenções através de suas obras.

Nossas ações falam mais alto que nossas palavras. A sabedoria de Deus é justificada pelas obras que produz em nós e através de nós. Portanto, devemos ser fiéis no testemunho, permitindo que as obras de Deus em nossa vida revelem Sua verdade.

Como costuma dizer o Diácono Bernardo Tura, "quanta a nós, vamos sair no mundo cheios de amor pelas pessoas e com o compromisso de servir a toda a humanidade".

Deus nos abençoe.