sábado, 19 de abril de 2025

Eis o lenho da cruz! Sexta-feira Santa

 



O relato da Paixão segundo João (João 18,1–19,42) não é apenas uma narrativa de sofrimento; é um mapa espiritual, cheio de lições de vida que podem nos transformar profundamente. A cruz de Cristo, em João, é luz não escuridão. Vamos refletir sobre algumas lições existenciais e espirituais que esse texto nos oferece:

1. Amar é se entregar até o fim.

Jesus se entrega livremente. Ninguém tira sua vida. Ele a oferece por amor.  Amar de verdade é doar-se, não pela metade, mas inteiro. É ter coragem de colocar o outro em primeiro lugar, mesmo quando isso custa. 

2. A verdadeira força está na mansidão.

Diante da violência, Jesus não revida. Diante da acusação, Ele permanece firme e sereno. A verdadeira força não está no grito, no poder, nem na vingança. Está na paz interior e na  fidelidade à verdade.

3. Servir é o caminho do discípulo.

Na Paixão, Jesus reina servindo. Ele carrega a cruz, não para ser glorificado diante do mundo, mas para libertar a humanidade. O caminho do cristão não é o da autopromoção, mas o do serviço silencioso e generoso.

4. A cruz revela a nossa humanidade.

Pedro nega. Judas trai. Pilatos lava as mãos. Os discípulos fogem. Todos têm medo. Somos frágeis. Mas Deus nos ama mesmo assim. A cruz revela não só o pecado do homem, mas a paciência de Deus conosco.

5. A cruz cria uma nova família.

No alto da cruz, Jesus entrega sua Mãe ao discípulo e o discípulo à sua Mãe. No sofrimento e no amor, nasce a comunidade. Somos chamados a **cuidar uns dos outros como irmãos e irmãs, filhos do mesmo amor.

6. Do sofrimento pode nascer a vida.

Do lado aberto de Jesus jorram sangue e água, símbolos do Batismo e da Eucaristia. Mesmo nos momentos mais duros da vida, Deus pode fazer brotar graça. Nenhuma dor é inútil quando oferecida com amor.

7. Entregar-se a Deus é o gesto mais alto da fé. 

As últimas palavras de Jesus: "Tudo está consumado." É o gesto de quem confia plenamente no Pai, mesmo quando tudo parece perdido. Há momentos em que não entendemos tudo, mas podemos nos entregar com fé, acreditando que Deus está agindo, mesmo no silêncio da cruz.

A cruz é escola de amor, não de dor. João não nos convida a lamentar, mas a contemplar com fé. Ele quer que vejamos na cruz o triunfo do amor, o caminho da vida verdadeira. Quem contempla essa entrega aprende que a vida vale a pena quando é doada.


ORAÇÃO

Senhor Jesus,

diante da tua cruz, eu me calo e contemplo.

Tu te entregaste por amor, sem reclamar, sem recuar.

Ensina-me a amar assim: com coragem, com mansidão, até o fim.

Recebe minha vida, como Tu entregaste a Tua ao Pai.

Amém.

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