Após o Batismo, e ter sido conduzido ao deserto, Jesus percebe que essa missão envolvia um certo grau de perigo, pois a lógica do Reino dos Céus é diferente da lógica das coisas do mundo. Toda a sua vida, Jesus sempre vai falar de como é o Reino. De como se faz para fazer parte do Reino. Suas palavras, seus gestos, suas ações demonstram como os seres humanos devem viver para fazer parte desse Reino.
O Reino dos Céus é uma nova sociedade. É um jeito novo de nos relacionarmos com os outros. É um Reino onde não há opressão, onde não há divisão de classes, onde não há hierarquias. Um Reino de solidariedade. Um Reino onde o maior é o menor de todos, e mais ainda, é aquele que serve. É um Reino de pessoas que servem umas às outras, e não onde uns poucos são servidos pela maioria.
João Batista já havia pregado a presença desse Reino meio de nós. E por isso foi preso. Jesus percebeu que o anuncio do Reino não seria bem vindo no centro do poder, na capital. Que a periferia entenderia mais essa mensagem. Aqueles e aquelas que são oprimidos e oprimidas pelas autoridades do tempo. Por isso, após saber que João havia sido preso, partiu para a Galileia.
Mas, voltemos.
Só dão valor à luz os que vivem na escuridão. No nosso caso, a escuridão espiritual. a escuridão social, a escuridão política, a escuridão existencial. Jesus é a luz que ilumina o caminho da nova sociedade, do novo céu e da nova terra.
O profeta Isaías nos alerta para a grande luz que o povo que andava na escuridão viu. Essa luz, faz crescer a alegria e aumenta a felicidade. Além da libertação do jugo que oprimia o povo.
A presença do Reino dos Céus, no meio de nós, não é etérea. É um Reino que se faz no aqui e agora, nas relações sociais. Afirma São Paulo, "eu vos exorto a que sejais todos concordes uns com os outros e não admitais divisões entre vós. Pelo contrário, sede bem unidos e concordes no pensar e no falar".
O evangelho do Reino dos Céus nos leva a transformarmos as relações sociais. Nos leva a uma fé madura e misericordiosa. Uma fé que busca estar inserida na vida dos pobres, dos excluídos, dos despossuídos, dos famintos, dos sedentos, dos doentes e encarcerados. Uma fé que mude a vida concretamente.
Jesus andou por toda a Galileia "ensinando em suas sinagogas, pregando o Evangelho do Reino e curando todo tipo de doença e enfermidade do povo".
Hoje somos convocados, como os apóstolos, a sermos continuadores dessa missão. Denunciando todo tipo de política que aniquila hospitais públicos, e que não atende a população que passa fome.
Ser apóstolo, ser pescador de homens, é assumir a missão de anunciar o Evangelho do Reino, de ser portador da luz que tira o jugo do povo oprimido.
Frutifiquemos em boas obras, segundo Jesus Cristo.
Diácono Marcos Gayoso.
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