domingo, 5 de janeiro de 2020

Epifania do Senhor

 Epifania do Senhor, eu tomaria a Segunda Leitura como base da reflexão e destacaria o grande desafio da Igreja, de hoje e de sempre: "conhecer o mistério de Deus, revelado aos homens" (v. 5)

Só olhando verdadeiramente para Cristo, com toda sinceridade, desprovidos de todos os preconceitos, é que poderemos compreender este mistério. Coisa que a Igreja primitiva tinha grande dificuldade de compreender, principalmente pela dura convivência história entre judeus e não judeus.

Como fazê-los entender que agora, a partir de Cristo, eles tinham que se identificar como uma família? Este era o grande desafio da Igreja e que Paulo havia entendido e queria que eles também compreendessem.

Agora eles já não eram mais judeus e gregos e bárbaros e romanos e outra coisa qualquer. Agora eles eram irmãos. Membros do mesmo corpo. 
O próprio apóstolo, no capítulo anterior, insiste com os Efésios: *já não sois hóspedes, nem peregrinos, mas sois concidadãos dos santos e membros da mesma família de Deus.* _Em outra tradução: moradores da mesma casa_.

Como fazer os judeus entenderem que os pagãos foram admitidos à mesma herança? Que eles foram associados à mesma promessa?

Estas mesmas perguntas, aparentemente fáceis de responder, poderiam ser feitas a nós hoje; principalmente pelos dias tão difíceis que estamos presenciando/vivendo. Dias de tanto ódio, de modo particular aos mais desfavorecidos; aos que são obrigados a deixar suas casas e terras por tantos motivos (exilados/migrantes/refugiados/índios/sem terra/sem teto). Somos induzidos, muitas vezes, a pensar que eles nos são uma ameaça e não irmãos.

De fato, nosso olhar para Jesus pode nos definir como verdadeiros discípulos de Cristo. *Ou não*.
Nosso olhar para Jesus pode ser como o dos pastores: como o dos magos; como o dos camponeses; como o de Herodes; como o dos sacerdotes de Herodes; como o da multidão de Jerusalém; etc

Olhar pra Jesus é equivalente a identificá-lo no rosto do meu irmão; no rosto daquele que me é diferente, mas que é membro do mesmo Corpo, da mesma família.

Notas:
1. Porque em todos os filmes hollywoodianos sobre atentados à bomba, os atores tem características do Oriente Médio?
2. Porque, na maioria dos filmes nacionais, de bandidos matadores, os atores são negros favelados?
Isso, com o tempo, já não nos induz a ter receios? Preconceitos?
Será que os julgamentos que fazemos hoje, sobre os perfis de algumas pessoas, nos foram colocados durante os anos, sem que pudéssemos perceber?

Saudações de justiça e paz.

Diácono Antônio Cláudio Souza da Silva

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