quarta-feira, 10 de novembro de 2021

"Caminhar Juntos"!


O papa Francisco convocou um Sínodo dos Bispos para ano de 2023. 

O Documento que vai servir de base para esse sínodo será fruto de uma ampla escuta da comunidade humana. O Papa quer escutar todas e todos, católicos e não católicos, crentes e não crentes. É uma atitude evangélica, inspirada na prática de Jesus Cristo.

Ao lermos e meditarmos os evangelhos de Jesus, vemos que ele foi ao encontro de todas e todos que estavam longe por algum motivo. Fosse porque a lei (doutrina) os afastava da graça de Deus, seja porque não faziam parte do "povo de Deus", e por isso eram discriminados e rejeitados no seu jeito de ser e de viver,

A leitura do evangelho de hoje nos faz pensarmos como agimos diante daqueles e daquelas que não fazem parte de nosso grupinho religioso. 

Dez leprosos caminhavam. Quando avistaram Jesus, gritaram, "Mestre, tem compaixão de nós"! Hoje, muitas irmãs e muitos irmãos, se apresentam diante de nós, e gritam, "tem compaixão de nós". E, muitas vezes, viramos as costas. Viramos as costas porque não andam com a gente no mesmo grupo religioso. Porque não são católicos apostólicos romano. Porque não vão à missa. Porque não rezam o terço, e não tem outras práticas religiosas. 

O exemplo de inclusão que Jesus realiza é fantástico. Os 10 leprosos, a Samaritana, a mulher Cananeia, os cegos-coxos-aleijados, as mulheres em situação de prostituição, as mulheres que eram consideradas excluídas, e as crianças.

Jesus sempre caminhou junto com os que não estavam de acordo com a lei. Comia com os pecadores, frequentava a casa dos publicanos. Conversava com o chefe dos cobradores de impostos. Teve no seu grupo de apóstolos pecadores públicos, revolucionários, pescadores. 

Jesus é o exemplo de como a Palavra de Deus nos mostra que devemos caminhar juntos. Por isso, ele se auto proclamou "caminho, verdade e vida". Ele é o caminho da comunhão, da unidade, da aceitação. Ele é a verdade que nos faz ver do mesmo jeito que Deus, ou seja, o Pai Nosso. Ele é a vida, pois suas palavras, de inclusão, geram vida para a humanidade.

Através desse Sínodo, o Papa quer que aprendamos a sairmos de nós mesmos. Que possamos olhar para a humanidade com um olhar de misericórdia, e anunciar a Palavra de Deus como um novo jeito de ser. Um novo jeito de ser na Igreja, na sociedade, na família. Um jeito sem ódios ou rancores, um jeito de fraternidade e solidariedade. Não podemos ser disseminadores de ódios, ofensas. Não podemos ter atitudes racistas, misóginas, homofóbicas. Não podemos apoiar políticas públicas que gerem morte, que destruam a natureza, que façam as pessoas comerem ossos ao invés de carne.

"Caminhar Juntos", essa é a convocação do Papa Francisco para o Sínodo de 2023. E quem caminha junto não escolhe o companheiro ou companheira de viagem, mas se compadece de sua fraqueza, de suas angústias, de suas tristezas, de sua dores. 

Jesus se fez um com os outros. E por isso, devemos ser um com os outros também.

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