quinta-feira, 30 de junho de 2022
Sofreram vítimas de um ódio iníquo,tornando-se para nós um magnífico exemplo de fidelidade
quarta-feira, 29 de junho de 2022
Do livro O Caminho da Perfeição, de Santa Teresa.
terça-feira, 28 de junho de 2022
Se quisesse agradar aos homens,não seria servo de Cristo - Santo Agostinho.
Se quisesse agradar aos homens,
não seria servo de Cristo
É esta a nossa glória: o testemunho de nossa consciência. Há homens de juízo temerário, detratores, maldizentes, murmuradores, suspeitosos do que não vêem, procurando acusar o que nem mesmo suspeitam. Contra gente assim, o que nos resta a não ser o testemunho de nossa consciência? Mas, irmãos, também em relação àqueles a quem queremos agradar, não procuramos nossa glória nem a devemos buscar, mas a salvação deles, de modo que não se extraviem aqueles que nos seguem, se andarmos bem. Sejam nossos imitadores, se o formos de Cristo. Se não formos imitadores de Cristo, que eles o sejam! Pois o Senhor apascenta o seu rebanho e junto com todos os bons pastores, ele é o único, porque todos estão nele.
segunda-feira, 27 de junho de 2022
Defensor da maternidade divina da Virgem Maria
Das Cartas de São Cirilo de Alexandria, bispo
(Epist. 1: PG 77,14-18.27-30)
(Séc.IV)
Defensor da maternidade divina da Virgem Maria
Causa-me profunda admiração haver alguns que duvidam em dar à Virgem Santíssima o título de Mãe de Deus. Realmente, se nosso Senhor Jesus Cristo é Deus, por que motivo não pode ser chamada de Mãe de Deus a Virgem Santíssima que o gerou? Esta verdade nos foi transmitida pelos discípulos do Senhor, embora não usassem esta expressão. Assim fomos também instruídos pelos Santos Padres. Em particular, Santo Atanásio, nosso pai na fé, de ilustre memória, na terceira parte do livro que escreveu sobre a santa e consubstancial Trindade, dá freqüentemente à Virgem Santíssima o título de Mãe de Deus.
Vejo-me obrigado a citar aqui suas palavras, que têm o seguinte teor: “A Sagrada Escritura, como tantas vezes fizemos notar, tem por finalidade e característica afirmar de Cristo Salvador estas duas coisas: que ele é Deus e nunca deixou de o ser, visto que é a Palavra do Pai, seu esplendor e sabedoria; e também que nestes últimos tempos, por causa de nós, se fez homem, assumindo um corpo da Virgem Maria, Mãe de Deus”.
E continua mais adiante: “Houve muitos que já nasceram santos e livres de todo pecado. Por exemplo: Jeremias foi santificado desde o seio materno; também João, antes de ser dado à luz, exultou de alegria ao ouvir a voz de Maria Mãe de Deus”. Estas palavras são de um homem inteiramente digno de lhe darmos crédito, sem receio, e a quem podemos seguir com toda segurança. Com efeito, ele jamais pronunciou uma só palavra que fosse contrária às Sagradas Escrituras.
De fato, a Escritura, verdadeiramente inspirada por Deus, afirma que a Palavra de Deus se fez carne, quer dizer, uniu-se à carne dotada de alma racional. Portanto, a Palavra de Deus assumiu a descendência de Abraão e, formando para si um corpo vindo de uma mulher, tornou-se participante da carne e do sangue. Assim, já não é somente Deus mas homem também, semelhante a nós, em virtude da sua união com a nossa natureza.
Por conseguinte, o Emanuel, Deus-conosco, possui duas realidades, isto é, a divindade e a humanidade. Todavia, é um só Senhor Jesus Cristo, único e verdadeiro Filho por natureza, ainda que ao mesmo tempo Deus e homem. Não é apenas um homem divinizado, igual àqueles que pela graça se tornam participantes da natureza divina; mas é verdadeiro Deus que, para nossa salvação, se tornou visível em forma humana, conforme Paulo testemunha com as seguintes palavras: Quando se completou o tempo previsto, Deus enviou seu Filho, nascido de uma mulher, nascido sujeito à Lei, a fim de resgatar os que estavam sujeitos à Lei e para que todos recebêssemos a filiação adotiva (Gl 4,4-5).
sábado, 25 de junho de 2022
Eu ouvi os clamores do meu povo. (Ex 3,7)
Maria conservava tudo em seu coração
quinta-feira, 23 de junho de 2022
Natividade de São João Batista. "Voz do que clama no deserto".
Dos Sermões de Santo Agostinho, bispo
(Sermo 293,1-3: PL 38,1327-1328)
(Séc.V)
Voz do que clama no deserto
A Igreja celebra o nascimento de João como um acontecimento sagrado. Dentre os nossos antepassados, não há nenhum cujo nascimento seja celebrado solenemente. Celebramos o de João, celebramos também o de Cristo: tal fato tem, sem dúvida, uma explicação. E se não a soubermos dar tão bem, como exige a importância desta solenidade, pelo menos meditemos nela mais frutuosa e profundamente. João nasce de uma anciã estéril; Cristo nasce de uma jovem virgem.
O pai de João não acredita que ele possa nascer e fica mudo; Maria acredita, e Cristo é concebido pela fé. Eis o assunto que quisemos meditar e prometemos tratar. E se não formos capazes de perscrutar toda a profundeza de tão grande mistério, por falta de aptidão ou de tempo, aquele que fala dentro de vós, mesmo em nossa ausência, vos ensinará melhor. Nele pensais com amor filial, a ele recebestes no coração, dele vos tornastes templos.
João apareceu, pois, como ponto de encontro entre os dois Testamentos, o antigo e o novo. O próprio Senhor o chama de limite quando diz: A lei e os profetas até João Batista (Lc 16,16). Ele representa o antigo e anuncia o novo. Porque representa o Antigo Testamento, nasce de pais idosos; porque anuncia o Novo Testamento, é declarado profeta ainda estando nas entranhas da mãe. Na verdade, antes mesmo de nascer, exultou de alegria no ventre materno, à chegada de Maria. Antes de nascer, já é designado; revela-se de quem seria o precursor, antes de ser visto por ele. Tudo isto são coisas divinas, que ultrapassam a limitação humana. Por fim, nasce. Recebe o nome e solta-se a língua do pai. Relacionemos o acontecido com o simbolismo de todos estes fatos.
Zacarias emudece e perde a voz até o nascimento de João, o precursor do Senhor; só então recupera a voz. Que significa o silêncio de Zacarias? Não seria o sentido da profecia que, antes da pregação de Cristo, estava, de certo modo, velado, oculto, fechado? Mas com a vinda daquele a quem elas se referiam, tudo se abre e torna-se claro. O fato de Zacarias recuperar a voz no nascimento de João tem o mesmo significado que o rasgar-se o véu do templo, quando Cristo morreu na cruz. Se João se anunciasse a si mesmo, Zacarias não abriria a boca. Solta-se a língua, porque nasce aquele que é a voz. Com efeito, quando João já anunciava o Senhor, perguntaram-lhe: Quem és tu? (Jo 1,19). E ele respondeu: Eu sou a voz do que clama no deserto (Jo 1,23). João é a voz; o Senhor, porém, no princípio era a Palavra (Jo 1,1). João é a voz no tempo; Cristo é, desde o princípio, a Palavra eterna.
terça-feira, 21 de junho de 2022
Da Carta escrita por São Luís Gonzaga à sua mãe.
domingo, 19 de junho de 2022
Renuncie a si mesmo.
Certo dia: Jesus estava rezando num lugar retirado, e os discípulos estavam com ele. Então Jesus perguntou-lhes: 'Quem diz o povo que eu sou?' Eles responderam: 'Uns dizem que és João Batista;
outros, que és Elias; mas outros acham que és algum dos antigos profetas que ressuscitou.'
Mas Jesus perguntou: 'E vós, quem dizeis que eu sou?' Pedro respondeu: 'O Cristo de Deus.' Mas Jesus proibiu-lhes severamente
que contassem isso a alguém.
E acrescentou: 'O Filho do Homem deve sofrer muito, ser rejeitado pelos anciãos, pelos sumos sacerdotes e doutores da Lei, deve ser morto e ressuscitar no terceiro dia.'
Depois Jesus disse a todos: 'Se alguém me quer seguir, renuncie a si mesmo, tome sua cruz cada dia, e siga-me. Pois quem quiser salvar a sua vida, vai perdê-la; e quem perder a sua vida por causa de mim, esse a salvará.
Palavra da Salvação.
sábado, 18 de junho de 2022
Não apenas com palavras, mas ainda com atos se deve orar
sexta-feira, 17 de junho de 2022
Nós, filhos de Deus, permaneçamos na paz de Deus
Nós, filhos de Deus, permaneçamos na paz de Deus
Cristo acrescentou claramente uma lei que nos obriga a determinada condição: que peçamos a remissão das dívidas, se nós mesmos perdoarmos aos nossos devedores, sabendo que não podemos alcançar o perdão pedido a não ser que façamos o mesmo em relação aos que nos ofendem. Por esta razão, diz em outro lugar: Com a mesma medida com que medirdes, sereis medidos. E aquele servo que, perdoado de toda a dívida por seu senhor, mas não quis perdoar o companheiro, foi lançado ao cárcere. Por não ter querido ser indulgente com o companheiro, perdeu a indulgência com que fora tratado por seu senhor.
quinta-feira, 16 de junho de 2022
Dai-lhes vós mesmos de comer. Corpus Christi
terça-feira, 14 de junho de 2022
Santificado seja o vosso nome
Santificado seja o vosso nome
segunda-feira, 13 de junho de 2022
A palavra é viva quando são as obras que falam
Dos Sermões de Santo Antônio de Pádua, presbítero
(I.226)
(Séc.XII)
A palavra é viva quando são as obras que falam
Quem está repleto do Espírito Santo fala várias línguas. As várias línguas são os vários testemunhos sobre Cristo, a saber: a humildade, a pobreza, a paciência e a obediência; falamos estas línguas quando os outros as vêem em nós mesmos. A palavra é viva quando são as obras que falam. Cessem, portanto, os discursos e falem as obras. Estamos saturados de palavras, mas vazios de obras. Por este motivo o Senhor nos amaldiçoa, como amaldiçoou a figueira em que não encontrara frutos, mas apenas folhas. Diz São Gregório: “Há uma lei para o pregador: que faça o que prega”. Em vão pregará o conhecimento da lei quem destrói a doutrina por suas obras.
Os apóstolos, entretanto, falavam conforme o Espírito Santo os inspirava (cf. At 2,4). Feliz de quem fala conforme o Espírito Santo lhe inspira e não conforme suas idéias! Pois há alguns que falam movidos pelo próprio espírito e, usando as palavras dos outros, apresentam-nas como suas, atribuindo-as a si mesmos. Destes e de outros semelhantes, diz o Senhor por meio do profeta Jeremias: Terão de se haver comigo os profetas que roubam um do outro as minhas palavras. Terão de se haver comigo os profetas, diz o Senhor, que usam suas línguas para proferir oráculos. Eis que terão de haver-se comigo os profetas que profetizam sonhos mentirosos, diz o Senhor, que os contam, e seduzem o meu povo com suas mentiras e seus enganos. Mas eu não os enviei, não lhes dei ordens, e não são de nenhuma utilidade para este povo – oráculo do Senhor (Jr 23,30-32).
Falemos, portanto, conforme a linguagem que o Espírito Santo nos conceder; e peçamos-lhe humilde e devotamente que derrame sobre nós a sua graça, a fim de podermos celebrar o dia de Pentecostes com a perfeição dos cinco sentidos e na observância do decálogo. Que sejamos repletos de um profundo espírito de contrição e nos inflamemos com essas línguas de fogo que são os louvores divinos. Desse modo, ardentes e iluminados pelos esplendores da santidade, mereceremos ver o Deus Uno e Trino.
domingo, 12 de junho de 2022
Luz, esplendor e graça na Trindade e da Trindade
sexta-feira, 10 de junho de 2022
É melhor perder um de teus membros, do que todo o teu corpo ser jogado no inferno.
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: Ouvistes o que foi dito: 'Não cometerás adultério'.
Eu, porém, vos digo: Todo aquele que olhar para uma mulher, com o desejo de possuí-la, já cometeu adultério com ela no seu coração.
Se o teu olho direito é para ti ocasião de pecado, arranca-o e joga-o para longe de ti! De fato, é melhor perder um de teus membros, do que todo o teu corpo ser jogado no inferno.
Se a tua mão direita é para ti ocasião de pecado, corta-a e joga-a para longe de ti! De fato, é melhor perder um dos teus membros, do que todo o teu corpo ir para o inferno.
Foi dito também: 'Quem se divorciar de sua mulher, dê-lhe uma certidão de divórcio'. Eu, porém, vos digo: Todo aquele que se divorcia de sua mulher, a não ser por motivo de união irregular,
faz com que ela se torne adúltera; e quem se casa com a mulher divorciada comete adultério.
Palavra da Salvação.
O suave livro dos salmos
O suave livro dos salmos
Embora toda a divina Escritura exale a graça de Deus, o mais suave é o Livro dos Salmos. Moisés, que escreveu os feitos dos patriarcas em simples prosa, quando fez passar através do mar Vermelho o povo dos pais para imperecível admiração, vendo afogados o faraó e seus exércitos, sentiu inflamar-se seu engenho, pois conseguira portentos acima de suas forças, e elevou triunfal Cântico ao Senhor. Maria, também, tomou o pandeiro e assim exortava as outras, entoando: Cantemos ao Senhor, que se cobriu de glória e de honra; lançou ao mar cavalo e cavaleiro.
quinta-feira, 9 de junho de 2022
Todo aquele que se encoleriza com seu irmão, será réu em juízo.
Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 5,20-26
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: "Se a vossa justiça não for maior que a justiça dos mestres da Lei e dos fariseus, vós não entrareis no Reino dos Céus. Vós ouvistes o que foi dito aos antigos: 'Não matarás! Quem matar será condenado pelo tribunal'. Eu, porém, vos digo: todo aquele que se encoleriza com seu irmão será réu em juízo; quem disser ao seu irmão: 'patife!' será condenado pelo tribunal; quem chamar o irmão de 'tolo' será condenado ao fogo do inferno. Portanto, quando tu estiveres levando a tua oferta para o altar, e ali te lembrares que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa a tua oferta ali diante do altar, e vai primeiro reconciliar-te com o teu irmão. Só então vai apresentar a tua oferta. Procura reconciliar-te com teu adversário, enquanto caminha contigo para o tribunal. Senão o adversário te entregará ao juiz, o juiz te entregará ao oficial de justiça, e tu serás jogado na prisão. Em verdade eu te digo: dali não sairás, enquanto não pagares o último centavo".
Palavra da Salvação.
Meditação
No evangelho de ontem, Jesus disse que veio dar pleno cumprimento à lei. Isto significa que ele veio para dar uma mística à lei. A lei é para ser vivida em relação ao outro.
Hoje, ele nos dá um exemplo prático. Diante do mandamento "não matarás", ele nos esclarece que não é somente tirar a vida física de alguém. Não matarás vai além disso. Desprezar um ser humano, deixá-lo na indigência, ignorar suas necessidades, xingá-lo, é a mesma coisa que matar uma pessoa.
Quando fazemos distinção das pessoas pela religião que vivem. Quando fazemos distinção das pessoas pela cor da pele. Quando fazemos distinção das pessoas pela opção sexual que fizeram. Estamos matando também.
A mística de dar pleno cumprimento à lei é essa. Ir além da letra, Compreender o que está por detrás.
Portanto, se damos crédito às palavras de Jesus devemos defender a vida, sermos contra a fabricação e distribuição de armas. Não aceitarmos a homofobia, nem o racismo, nem a misoginia.
Lembremos, Deus não faz distinção de pessoas.
Nada é árduo aos que têm por fim somente a honra de Deus e a salvação das almas
quarta-feira, 8 de junho de 2022
Não vim para abolir a Lei, mas para dar-lhe pleno cumprimento.
Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 5,17-19
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: "Não penseis que vim abolir a Lei e os Profetas. Não vim para abolir, mas para dar-lhes pleno cumprimento. Em verdade, eu vos digo: antes que o céu e a terra deixem de existir, nem uma só letra ou vírgula serão tiradas da Lei, sem que tudo se cumpra. Portanto, quem desobedecer a um só destes mandamentos, por menor que seja, e ensinar os outros a fazerem o mesmo, será considerado o menor no Reino dos Céus. Porém, quem os praticar e ensinar será considerado grande no Reino dos Céus".
Palavra da Salvação.
Meditação.
Estamos no Tempo Comum. Caminhados com Jesus. Lembremos que Mateus escreve para os judeus. Estes tinham na lei o centro de sua fé. Mateus precisa mostrar à comunidade cristã judaica que a lei não está acima de nós, e que Jesus, passando pela morte, cumpre a lei.
A torá, fonte da lei judaica, o pentateuco, os livros sagrados onde está contida as normas de conduta de um judeu. Os profetas que direcionavam o povo diante das dificuldades de vida em cada época histórica. Tudo converge para Jesus.
No texto de hoje, Jesus diz que não veio desfazer aquilo que já estava dito e escrito. Mas que veio dar pleno cumprimento. A vida de Jesus é um exemplo de que tudo pode ser vivido pelos homens. Jesus viveu cada vírgula da lei quando acolheu os pecadores, quando curou os cegos, quando não fez distinção entre as pessoas.
Hoje somos a chamados a pensarmos se vivemos a lei que liberta, ou a lei que escraviza e discrimina. Esta, não é de Deus.
Essa é a mística de viver a lei. Não matarás, essa era a lei. O pleno cumprimento, quem chamar seu irmão de idiota, estará descumprindo essa lei. Isso é mística. Jesus aprofundou a lei. Saiu do meramente legal, e foi para o espiritual, para a mística da lei, para o transcedente.
A economia divina é imagem do mundo espiritual
terça-feira, 7 de junho de 2022
Vós sois sal, luz.
Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 5,13-16
Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: "Vós sois o sal da terra. Ora, se o sal se tornar insosso, com que salgaremos? Ele não servirá para mais nada, senão para ser jogado fora e ser pisado pelos homens. Vós sois a luz do mundo. Não pode ficar escondida uma cidade construída sobre um monte. Ninguém acende uma lâmpada e a coloca debaixo de uma vasilha, mas sim, num candeeiro, onde brilha para todos que estão na casa. Assim também brilhe a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e louvem o vosso Pai que está nos céus".
Palavra da Salvação.
Meditação.
O teólogo jesuíta alemão disse que "o cristão do século XXI ou seria místico, ou não seria cristão." E completou, dizendo que nesse caso a "mística não como fenômenos parapsicológicos raros, mas uma experiência de Desu autêntica, que brota do interior da existência".
O texto de hoje nos remete a essa experiência mística interior da existência.
Imaginar-se sal. É a primeira convocação que nos faz Jesus. O sal, para ser sal, precisa se despojar da água que o apreende. O sal precisa se desprender da água. É necessário deixar água partir, evaporar-se. Quantas coisas ainda nos prendem, nos aprisionam, não deixam salgar as relações sociais, nos impede de darmos sabor aos relacionamentos de afeto, compaixão, solidariedade, aceitação do diferente. A primeira experiência mística desse texto é aprendermos a nos deixar esvaziar-se.
Ser luz é outra experiência. A luz ilumina. Aponta caminhos. Indica a direção. A luz não pode ficar escondida. O candeeiro deve ser colocada acima de todos, não para que possa aparecer, mas para que, levando a luz, ilumine a todas e todos que estão n ambiente a ser iluminado.
A luz dissipa as trevas. Mas, é preciso iluminar para acolher. Ser luz é saber-se não dono da verdade, mas propagador de uma verdade que liberta, que acolhe, que cura feridas, que não faz distinção de pessoas. A luz ilumina tudo para todos. A luz não escolhe quem deve ser iluminado ou não. A segunda experiência mística desse texto é aprender a iluminar as situações escuras e sombrias que se nos apresentam.
Fazer boas obras. Essa é nossa meta. Não basta ser sal, e não salgar. Não basta ser luz e não iluminar. É preciso transformar o sabor e a luz em gestos concretos de solidariedade. É preciso agir. É preciso ir ao encontro. O sal não é sal para si mesmo; nem a luz é luz para si mesma. Eles o são para os outros. Estão sempre em saída, em partida, dando sabor e iluminando a vida de quem está caído pelo caminho. A mística das boas obras é reconhecer estar a caminho, e em caminho, sempre.
Deixemos que essa luz salgada nos guie nas boas obras!
segunda-feira, 6 de junho de 2022
Eis teu filho. Eis a tua mãe
Evangelho de Jesus Cristo segundo João 19,25-34
Naquele tempo, perto da cruz de Jesus, estavam de pé a sua mãe, a irmã da sua mãe, Maria de Cléofas, e Maria Madalena. Jesus, ao ver sua mãe e, ao lado dela, o discípulo que ele amava, disse à mãe: “Mulher, este é o teu filho”. Depois disse ao discípulo: “Esta é a tua mãe”. Daquela hora em diante, o discípulo a acolheu consigo.
Depois disso, Jesus, sabendo que tudo estava consumado, e para que a Escritura se cumprisse até o fim, disse: “Tenho sede”. Havia ali uma jarra cheia de vinagre. Amarraram numa vara uma esponja embebida de vinagre e levaram-na à boca de Jesus. Ele tomou o vinagre e disse: “Tudo está consumado”. E, inclinando a cabeça, entregou o espírito. Era o dia da preparação para a Páscoa. Os judeus queriam evitar que os corpos ficassem na cruz durante o sábado, porque aquele sábado era dia de festa solene. Então pediram a Pilatos que mandasse quebrar as pernas aos crucificados e os tirasse da cruz. Os soldados foram e quebraram as pernas de um e depois do outro que foram crucificados com Jesus. Ao se aproximarem de Jesus, e vendo que já estava morto, não lhe quebraram as pernas; mas um soldado abriu-lhe o lado com uma lança, e logo saiu sangue e água.
Palavra da Salvação.
Hoje a igreja faz memória à Maria Santíssima, mãe da Igreja.
Interessante observar que Jesus entrega ao discípulo amado sua mãe como se fosse sua mãe também.
Maria sempre esteve junto aos discípulos de Jesus. Apesar de os evangelhos não narrarem tal fato, podemos, pelos olhos da fé, imaginar Maria acompanhando Jesus em seu ministério.
"Este é o teu filho". Por isso, na tradição cristã católica Maria, mãe de Jesus ocupa um lugar especial e privilegiado na nossa devoção.
Ele a nos dá como mãe porque sabe a dor e o sofrimento pelo qual ela passou. Ainda mais, a alegria de quem encontra o ressuscitado. Maria é a força para aqueles e aquelas discípulos de Jesus. Maria também recebe o sopro do Espírito Santo. Ela está no cenáculo. Ele, que fora templo do Espírito, pois no Filho estão presentes o Pai e o Espírito, também é chamada é ser sinal de perdão, de compaixão, de misericórdia, mesmo diante da dor da cruz.
"Esta é tua mãe". Silêncio profundo. O que poderíamos dizer dessa frase. "Esta é tua mãe".
Mãe guia. Mãe mostra o caminho. Mãe indica a direção. Mãe ensina a rezar e rezar junto. Mãe sofre. Mãe se alegra. Mãe espera. Mãe ama.
Se o Filho nos amou, é porque aprendeu com a Mãe a amar.
Se o Filho se entregou ao Pai, é porque aprendeu com a mãe que apesar de todo sofrimento, em Deus tudo suportamos.
"Esta é tua mãe". Pronto. Só isso. Cuida dela. Ouve o que ela tem a dizer: "fazei tudo o que ele vos disser". Aprende com ela que Deus derruba dos tronos os poderosos, e eleva os humildes. Que Deus despede os ricos de mãos vazias, e sacia de bens os famintos. Que nosso Deus fica ao lado dos pobres colhendo o que sobrou (Rute 2,1-3).
Rogai por nós santa mãe de Deus, para que sejamos dignos das promessas de Cristo.
sábado, 4 de junho de 2022
A unidade da Igreja fala todas as línguas
quinta-feira, 2 de junho de 2022
Aqueles que participam dos sofrimentos de Cristo,participarão também da consolação que ele dará.
Da Exortação ao martírio, de Orígenes, presbítero
(Nn. 41-42: PG 11,618-619)
(Séc.III)
Aqueles que participam dos sofrimentos de Cristo,
participarão também da consolação que ele dará.
Se passamos da morte para a vida (1Jo 3,14), ao passarmos da infidelidade para a fé, não nos admiremos se o mundo nos odeia. Com efeito, quem não tiver passado da morte para a vida, mas permanecer na morte, não pode amar aqueles que abandonaram a tenebrosa morada da morte, para entrar na morada feita de pedras vivas, onde brilha a luz da vida.
Jesus deu a sua vida por nós (1Jo 3,16); portanto, também nós devemos dar a vida, não digo por ele, mas por nós, quero dizer, por aqueles que serão construídos, edificados, com o nosso martírio.
Chegou o tempo, cristãos, de nos gloriarmos. Eis o que está escrito: E não só isso, pois nos gloriamos também de nossas tribulações, sabendo que a tribulação gera a constância, a constância leva a uma virtude provada, a virtude provada desabrocha em esperança; e a esperança não decepciona. Porque o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo (Rm 5,3-5).
Se, à medida que os sofrimentos de Cristo crescem para nós, cresce também a nossa consolação por Cristo (2Cor 1,5), acolhamos com entusiasmo os sofrimentos de Cristo; e que eles sejam muitos em nós, se desejamos realmente obter a grande consolação reservada para todos os que choram. Talvez ela não seja igual medida para todos. Pois se assim fosse não estaria escrito: à medida que os sofrimentos de Cristo crescem em nós, cresce também a nossa consolação.
Aqueles que participam dos sofrimentos de Cristo, participarão também da consolação que ele dará em proporção aos sofrimentos suportados por seu amor. É o que nos ensina aquele que afirmava cheio de confiança: Assim como participais dos sofrimentos, participareis também da consolação (cf. 2Cor 1,7).
Da mesma forma Deus fala através do Profeta: No momento favorável, eu te ouvi e no dia da salvação, eu te socorri (cf. Is 49,8; 2Cor 6,2). Haverá, por acaso, tempo mais favorável do que esta hora, quando por causa do nosso amor a Deus em Cristo somos publicamente levados prisioneiros neste mundo, porém mais como vencedores do que como vencidos?
Na verdade, os mártires de Cristo, unidos a ele, destroçam os principados e as potestades, e com Cristo triunfam sobre eles. Deste modo, tendo participado de seus sofrimentos, também participam dos merecimentos que ele alcançou com a sua coragem heróica. Que outro dia de salvação haverá tão verdadeiro como aquele em que deste modo partireis da terra?
Rogo-vos, porém, que não deis a ninguém motivo de escândalo, para que o nosso ministério não seja desacreditado; mas em tudo comportai-vos como ministros de Deus, com grande paciência (cf. 2Cor 6,3-4), dizendo: E agora, Senhor, que mais espero? Só em vós eu coloquei minha esperança! (Sl 38,8).