sábado, 30 de novembro de 2024

Imediatamente o seguiram.

 


Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 4,18-22

Naquele tempo,

18 quando Jesus andava à beira do mar da Galileia, viu dois irmãos: Simão, chamado Pedro, e seu irmão André. Estavam lançando a rede ao mar,  pois eram pescadores.

19 Jesus disse a eles: "Segui-me, e eu farei de vós pescadores de homens".

20 Eles, imediatamente deixaram as redes  e o seguiram.

21 Caminhando um pouco mais, Jesus viu outros dois irmãos: Tiago, filho de Zebedeu, e seu irmão João. Estavam na barca com seu pai Zebedeu consertando as redes. Jesus os chamou.

22 Eles, imediatamente deixaram a barca e o pai, e o seguiram.

Palavra da Salvação.

Meditação

A meditação de hoje nos desafia a refletir sobre como estamos respondendo ao chamado de Jesus. Ele nos chama para segui-lo, para ser transformados e para participar da missão de levar o seu amor ao mundo. A disposição radical dos primeiros discípulos serve de exemplo para nós, que somos chamados a viver com prontidão, sem hesitar, e com um compromisso profundo com a evangelização e a construção do Reino de Deus.

Que possamos, como os primeiros discípulos, ouvir o chamado de Jesus em nosso coração e responder com generosidade, deixando tudo o que é secundário para seguir Aquele que nos oferece a verdadeira vida.


sexta-feira, 29 de novembro de 2024

"O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não hão de passar"

 


Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas 21,29-33

Naquele tempo,

29 Jesus contou-lhes uma parábola: "Olhai a figueira e todas as árvores.

30 Quando vedes que elas estão dando brotos, logo sabeis que o verão está perto.

31 Vós também, quando virdes acontecer essas coisas, ficai sabendo que o Reino de Deus está perto.

32 Em verdade, eu vos digo: tudo isso vai acontecer antes que passe esta geração.

33 O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não hão de passar".

Palavra da Salvação.

Meditação

Esses versículos nos chamam à vigilância, à esperança no Reino de Deus e à confiança em suas promessas imutáveis. Eles nos convidam a ver os sinais do tempo com olhos de fé e a viver à luz da proximidade de Deus, que está sempre trabalhando para a plenitude de seu Reino. Que possamos estar atentos aos sinais de sua presença e viver em fidelidade à Sua palavra, que nunca passará.



quinta-feira, 28 de novembro de 2024

"Eles verão o Filho do Homem, vindo numa nuvem com grande poder e glória"

 



Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas 21,20-28

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos:

20 "Quando virdes Jerusalém cercada de exércitos, ficai sabendo que a sua destruição está próxima.

21 Então, os que estiverem na Judéia, devem fugir para as montanhas; os que estiverem no meio da cidade, devem afastar-se; os que estiverem no campo, não entrem na cidade.

22 Pois esses dias são de vingança, para que se cumpra tudo o que dizem as Escrituras.

23 Infelizes das mulheres grávidas e daquelas que estiverem amamentando naqueles dias, pois haverá uma grande calamidade na terra e ira contra este povo.

24 Serão mortos pela espada e levados presos para todas as nações. e Jerusalém será pisada pelos infiéis, até que o tempo dos pagãos se complete.

25 Haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas. Na terra, as nações ficarão angustiadas, com pavor do barulho do mar e das ondas.

26 Os homens vão desmaiar de medo, só em pensar no que vai acontecer ao mundo, porque as forças do céu serão abaladas.

27 Então eles verão o Filho do Homem, vindo numa nuvem com grande poder e glória.

28 Quando estas coisas começarem a acontecer, levantai-vos e erguei a cabeça, porque a vossa libertação está próxima".

Palavra da Salvação.

Meditação.

Esses versículos nos convidam a refletir sobre a tensão entre o sofrimento presente e a esperança futura. No mundo de hoje, onde também experimentamos injustiças, violência e opressões, muitos podem se sentir como que em um "cerco", em momentos de crise e desespero. O ensinamento de Jesus sobre o fim dos tempos nos lembra que, mesmo diante de situações difíceis, há uma promessa de restauração e vitória final.

A chamada para "levantar a cabeça" (Lc 21,28) sugere que, enquanto a humanidade aguarda o retorno de Cristo, deve viver com confiança e coragem. A expectativa da vinda do Senhor é uma fonte de força para o cristão, que sabe que, por mais sombria que pareça a situação, o fim de todas as coisas será a revelação da glória de Deus e a restauração plena do Seu Reino.

Jesus nos ensina a olhar além dos tempos difíceis e das tribulações, buscando nossa esperança na promessa de sua vinda gloriosa. É um chamado para viver em vigilância e fé, sabendo que, apesar das dificuldades, a redenção está por vir. Essa visão nos desafia a manter nossa fé firme, a olhar com esperança para o futuro e a viver de maneira que reflita a confiança em Deus, que dará a vitória no fim dos tempos.




quarta-feira, 27 de novembro de 2024

"Todos vos odiarão por causa do meu nome"

 


Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas 21,12-19

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos:

12 "Antes que estas coisas aconteçam, sereis presos e perseguidos; sereis entregues às sinagogas e postos na prisão; sereis levados diante de reis e governadores por causa do meu nome.

13 Esta será a ocasião em que testemunhareis a vossa fé. 

14 Fazei o firme propósito de não planejar com antecedência a própria defesa;

15 porque eu vos darei palavras tão acertadas, que nenhum dos inimigos vos poderá resistir ou rebater.

16 Sereis entregues até mesmo pelos próprios pais, irmãos, parentes e amigos. E eles matarão alguns de vós.

17 Todos vos odiarão por causa do meu nome. 

18 Mas vós não perdereis um só fio de cabelo da vossa cabeça. 

19 É permanecendo firmes que ireis ganhar a vida!" 

Palavra da Salvação.

Meditação.

O evangelho de Lucas é direcionado aos chamados "pagãos". Esse evangelho foi dirigido aos que não tinha na tradição judaica sua fé. 

O texto de hoje nos chama a viver com coragem, fé e confiança em Deus, especialmente nos momentos de perseguição e sofrimento. 

Jesus nos lembra que as adversidades não são sinais do fim, mas oportunidades de testemunho e crescimento na fé. 

A perseverança, sustentada pela sabedoria divina, é a chave para alcançar a salvação, e sabemos que, mesmo nas dificuldades, Deus nos protegerá e nos sustentará.


terça-feira, 26 de novembro de 2024

"Vós admirais estas coisas? Dias virão em que não ficará pedra sobre pedra. Tudo será destruído"

 


 Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas 21,5-11

Naquele tempo,

algumas pessoas comentavam a respeito do Templo que era enfeitado com belas pedras e com ofertas votivas. Jesus disse:

"Vós admirais estas coisas? Dias virão em que não ficará pedra sobre pedra. Tudo será destruído".

Mas eles perguntaram: "Mestre, quando acontecerá isto?  E qual vai ser o sinal de que estas coisas estão para acontecer?"

Jesus respondeu: "Cuidado para não serdes enganados, porque muitos virão em meu nome, dizendo: 'Sou eu!' E ainda: 'O tempo está próximo'. Não sigais essa gente! 

Quando ouvirdes falar de guerras e revoluções, não fiqueis apavorados. É preciso que estas coisas aconteçam primeiro, mas não será logo o fim".

10 E Jesus continuou: "Um povo se levantará contra outro povo, um país atacará outro país.

11 Haverá grandes terremotos, fomes e pestes em muitos lugares; acontecerão coisas pavorosas e grandes sinais serão vistos no céu".

Palavra da Salvação.

Meditação.

O texto de hoje está dentro do estilo chamado apocalíptico. Jesus nos alerta a como devemos olhar os sinais dos tempos.

As pessoas elogiam as belezas do templo. Jesus nos lembra que, apesar de parecerem imponentes e duradouras, as coisas materiais e até mesmo instituições religiosas podem ser efêmeras. 

A nossa fé não deve estar alicerçada em estruturas ou riquezas temporais, mas no Reino de Deus, que é eterno. A verdadeira edificação vem de um relacionamento genuíno com Deus, não da dependência de lugares ou símbolos externos.

Em seguida, Jesus fala de alguns fenômenos físicos que vão preceder a sua segunda vinda. A passagem nos lembra de que a história humana está repleta de conflitos, desastres e sofrimentos. No entanto, Jesus nos exorta a não nos assustarmos nem nos deixarmos enganar por aqueles que afirmam ser os salvadores ou aqueles que se aproveitam da dor e da incerteza das pessoas. Os sinais de caos e desordem não são o fim, mas, sim, um lembrete de que estamos em um mundo que ainda espera pela plena manifestação do Reino de Deus.

A destruição do templo, a guerra e a perseguição são inevitáveis e fazem parte da realidade da história humana. No entanto, Jesus também nos chama a manter a confiança em Deus. Ele nos lembra que, embora o sofrimento seja real, Ele está conosco, e sua vinda será um sinal de renovação e redenção.

Diante de guerras e divisões, devem ser vistos como uma oportunidade para a igreja ser firme em sua missão. As crises mundiais podem ser uma oportunidade para os cristãos fortalecerem sua fé e permanecerem em oração, com a certeza de que Deus está no controle e que a história caminha para o cumprimento das Suas promessas.

O relato de hoje nos ensina sobre a instabilidade da vida terrena e sobre a necessidade de permanecermos atentos à verdadeira esperança, que é encontrada em Cristo e em Seu Reino eterno. A vida cristã não se baseia nas circunstâncias externas, mas em nossa confiança em Deus, que permanece firme, mesmo quando o mundo ao nosso redor parece desmoronar. Em tempos de crise e incerteza, somos chamados a viver com fé e perseverança, aguardando a plena realização do Reino de Deus.

segunda-feira, 25 de novembro de 2024

"A viúva, na sua pobreza, ofertou tudo quanto tinha para viver"

 




Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas 21,1-4

Naquele tempo,

1 Jesus ergueu os olhos e viu pessoas ricas depositando ofertas no tesouro do Templo.

2 Viu também uma pobre viúva que depositou duas pequenas moedas.

3 Diante disto, ele disse: "Em verdade vos digo que essa pobre viúva ofertou mais do que todos.

4 Pois todos eles depositaram, como oferta feita a Deus, aquilo que lhes sobrava. Mas a viúva, na sua pobreza, ofertou tudo quanto tinha para viver".

Palavra da Salvação.

Meditação.

O evangelho de hoje é uma repetição.

Infelizmente, muitos pregadores usam esse texto para falar de dízimo. Que coisa feia! A ação daquela mulher demonstra sua entrega total nas mãos de Deus.

Jesus tira do ato dessa viúva uma lição para seus discípulos. Enquanto as pessoas dão para o templo aquilo que lhes sobra, aquela pobre mulher doa, para Deus, tudo aquilo que era necessário para sua vida.

Essa é a reflexão de hoje. O que estou doando para Deus,. minhas sobras, ou o que é importante para minha vida? Como me tenho doado para a ação missionária? O meu tempo que doo a Deus é o tempo que me sobra, ou arrumo tempo, mesmo não tendo?

Fica para nós esse pensamento.

Deus nos abençoe.

domingo, 24 de novembro de 2024

"Então tu és rei?"

 


Evangelho de Jesus Cristo segundo João 18,33b-37

Naquele tempo,

33b Pilatos chamou Jesus e perguntou-lhe: "Tu és o rei dos judeus?"

34 Jesus respondeu: "Estás dizendo isto por ti mesmo, ou outros te disseram isto de mim?"

35 Pilatos falou: "Por acaso, sou judeu? O teu povo e os sumos sacerdotes  te entregaram a mim. Que fizeste?".

36 Jesus respondeu: "O meu reino não é deste mundo. Se o meu reino fosse deste mundo, os meus guardas lutariam para que eu não fosse entregue aos judeus. Mas o meu reino não é daqui".

37 Pilatos disse a Jesus: "Então tu és rei?" Jesus respondeu: "Tu o dizes: eu sou rei. Eu nasci e vim ao mundo para isto: para dar testemunho da verdade. Todo aquele que é da verdade escuta a minha voz". 

Palavra da Salvação.

O diálogo entre Jesus e Piltatos nos leva a algumas reflexões.

Primeiro, Jesus fala do seu Reino. Quando Pilatos pergunta se Ele é o "rei dos judeus", Jesus responde dizendo que Seu reino "não é deste mundo" (v. 36). Isso revela a natureza transcendente do reino de Cristo. Enquanto Pilatos pensa em um reino político, Jesus aponta para uma realeza espiritual, que não está atrelada a poderosas estruturas mundanas ou a lutas de poder. O reino de Jesus é um reino de verdade, amor, justiça e misericórdia, que se manifesta no coração daqueles que O seguem.

Segundo, a Verdade. No diálogo, Jesus afirma: "Eu vim ao mundo para dar testemunho da verdade" (v. 37). A verdade que Jesus traz não é uma verdade relativa ou ideológica, mas uma verdade absoluta e divina, que diz respeito à revelação plena de Deus. Jesus é a própria Verdade (João 14,6), e seu testemunho, sua vida, sua morte e ressurreição são a expressão dessa verdade que liberta o ser humano. 

Terceiro, Jesus é Rei e Servo. Quando Jesus fala sobre o seu reino, Ele subverte a ideia de realeza tradicional. No reino de Cristo, ser rei significa ser servo. A autoridade de Cristo não é exercida por meio de força ou violência, mas pelo exemplo de humildade e amor incondicional, que culmina na sua entrega na cruz. Esse é o modelo de liderança para todos os cristãos: servir aos outros, em vez de buscar glória para si mesmos.

Quarto, o Silêncio de Pilatos. Quando Pilatos questiona Jesus sobre sua realeza e, em seguida, sobre a verdade, ele demonstra um certo ceticismo ou uma falta de compreensão. Ele é um homem preso ao poder político e às suas próprias concepções de justiça. Quando Pilatos diz "Eu não sou judeu", ele se distancia do entendimento de quem é Jesus e do seu reino. Isso nos leva a refletir sobre como, muitas vezes, estamos tão imersos nas preocupações terrenas e nas "verdades" do mundo, que não conseguimos perceber a profundidade espiritual que Cristo nos oferece.

Diante desses quatro ponto, somos chamados a refletir sobre o tipo de reino ao qual pertencemos. É um reino que transcende as categorias do mundo, um reino onde Cristo é Rei e a sua verdade é a que deve guiar nossas vidas? Somos chamados a ser testemunhas dessa verdade, a viver não segundo os padrões de poder ou sucesso mundano, mas segundo os princípios do Evangelho, que nos convidam a amar, servir e viver em santidade.


Portanto, o texto de João 18,33b-37 é um convite à reflexão sobre a natureza do reino de Cristo e sobre como vivemos a nossa fé, buscando a verdadeira liberdade e paz que vêm do Seu reinado. Ele nos desafia a olhar para além das aparências e a reconhecer, no silêncio da nossa alma, que Jesus é o Rei da Verdade, que se entrega para salvar e redimir a humanidade.

sexta-feira, 22 de novembro de 2024

Jesus entrou no Templo e começou a expulsar os vendedores.

 


Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas 19,45-48

Naquele tempo,

45 Jesus entrou no Templo e começou a expulsar os vendedores.

46 E disse: "Está escrito: 'Minha casa será casa de oração'. No entanto, vós fizestes dela um antro de ladrões".

47 Jesus ensinava todos os dias no Templo. Os sumos sacerdotes,  os mestres da Lei e os notáveis do povo procuravam modo de matá-lo.

48 Mas não sabiam o que fazer, porque o povo todo ficava fascinado quando ouvia Jesus falar.

Palavra da Salvação.

Meditação

Essa passagem nos chama a refletir sobre a verdadeira santidade, não apenas no sentido de um lugar físico, mas no modo como vivemos a fé. Jesus nos convida a purificar nosso coração, afastando tudo o que é impuro e que desvia nosso foco do relacionamento com Deus. O templo do Senhor, em nossa vida, deve ser um lugar de adoração e oração.

As palavras de Jesus nos desafia a repensar nosso papel na santidade e na devoção, buscando sempre tornar nossa vida um reflexo da presença de Deus.

Algumas pistas para a reflexão pessoal do texto de hoje.

1. Como tenho tratado o "templo" de Deus em minha vida? Tenho preservado meu corpo e meu espírito como um lugar de oração e santidade ou, de alguma forma, tenho permitido que se tornem locais onde os valores de Deus são ignorados?

2. Como posso cultivar um espírito de oração em minha vida cotidiana? Tenho buscado verdadeiramente a presença de Deus em minha oração, ou apenas usei momentos de oração para pedidos e interesses próprios?

3. Como reajo à verdade de Jesus? Sinto-me incomodado ou desafiado pelas suas palavras? Ou estou aberto a acolher sua mensagem, mesmo quando ela expõe as falhas e incoerências em minha vida?

4. O que me atrai em Jesus? Sou capaz de ouvir sua voz e me maravilhar com suas palavras? Como posso me tornar mais sensível à sua presença e aos seus ensinamentos em minha vida?

quinta-feira, 21 de novembro de 2024

"Todo aquele que faz a vontade do meu Pai, que está nos céus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe".

 


Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 12,46-50

Naquele tempo,

46 enquanto Jesus estava falando às multidões, sua mãe e seus irmãos ficaram do lado de fora, procurando falar com ele.

47 Alguém disse a Jesus: "Olha! Tua mãe e teus irmãos estão aí fora, e querem falar contigo".

48 Jesus perguntou àquele que tinha falado: "Quem é minha mãe, e quem são meus irmãos?"

49 E, estendendo a mão para os discípulos, Jesus disse: "Eis minha mãe e meus irmãos.

50 Pois todo aquele que faz a vontade do meu Pai, que está nos céus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe".

Palavra da Salvação.

Meditação.

O evangelho de hoje nos indica como devemos reavaliar nossa percepção de família. E a entender que a verdadeira fraternidade é aquela baseada na vivência da vontade de Deus. 

Jesus redefine os critérios de pertença ao Seu Reino, colocando a fidelidade ao Pai como o elemento essencial para se tornar parte de sua família. Como discípulos de Cristo, somos convidados a integrar essa família espiritual, buscando sempre fazer a vontade do Pai e viver em comunhão com todos aqueles que, assim como nós, se dedicam a seguir o caminho de Jesus. Vejamos alguns pontos para nossa reflexão pessoal.

Primeiro, redefinindo a família espiritual. A resposta de Jesus parece, à primeira vista, distante de um gesto de carinho ou desconsideração para com sua mãe e seus irmãos biológicos. Porém, ao dizer isso, Ele não os desqualifica, mas propõe uma nova maneira de entender o que significa ser família. A verdadeira "família" de Jesus não é formada apenas pelos laços biológicos, mas pela adesão à vontade de Deus. Ele coloca a obediência à vontade do Pai como o critério principal para a pertença à Sua família espiritual.

Segundo, a vontade de Deus como vínculo maior. Jesus nos ensina que os laços espirituais, aqueles formados pela vivência e cumprimento da vontade de Deus, são mais fortes e mais profundos do que qualquer laço de sangue. Fazer a vontade do Pai, viver segundo seus ensinamentos, é o que verdadeiramente nos aproxima de Cristo e nos insere na sua família.

Terceiro, a inclusão de todos. Quando Jesus diz que "quem faz a vontade de meu Pai" é seu irmão, irmã e mãe, Ele está fazendo uma convocação inclusiva. Não importa a origem, o status social ou o passado de uma pessoa, a condição para ser parte da família de Jesus é a adesão ao Seu chamado, o compromisso com os valores do Reino de Deus.

Quarto, o exemplo de Maria. Ela é um exemplo perfeito de quem fez a vontade de Deus de forma plena. É a primeira e mais fiel discípula, sendo modelo para todos nós de como viver em obediência à palavra de Deus. 

Este trecho destaca que a verdadeira relação com Jesus vai além do laço físico. Maria, como todos nós, é chamada a viver e agir conforme a vontade do Pai, e é nisso que se fundamenta sua relação íntima com Jesus.

Quinto, desafio para os cristãos. Esse ensino de Jesus nos desafia a refletir sobre como estamos vivendo os laços espirituais em nossa vida. Muitas vezes, damos mais importância aos laços familiares e sociais visíveis do que ao vínculo espiritual com Cristo. No entanto, é preciso entender que a fraternidade que Jesus nos oferece é mais profunda, pois ela é construída sobre a verdade do Evangelho e a prática do amor, da justiça e da misericórdia que Ele nos ensinou.

Deus nos abençoe.

quarta-feira, 20 de novembro de 2024

"Jesus caminhava à frente dos discípulos".

 


Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas 19,11-28

Naquele tempo,

11 Jesus acrescentou uma parábola, porque estava perto de Jerusalém e eles pensavam que o Reino de Deus ia chegar logo.

12 Então Jesus disse: "Um homem nobre partiu para um país distante, a fim de ser coroado rei e depois voltar.

13 Chamou então dez dos seus empregados, entregou cem moedas de prata a cada um, e disse: 'Procurai negociar até que eu volte'.

14 Seus concidadãos, porém, o odiavam, e enviaram uma embaixada atrás dele, dizendo: 'Nós não queremos que esse homem reine sobre nós'.

15 Mas o homem foi coroado rei e voltou. Mandou chamar os empregados, aos quais havia dado o dinheiro, a fim de saber quanto cada um havia lucrado.

16 O primeiro chegou e disse: 'Senhor, as cem moedas renderam dez vezes mais.'

17 O homem disse: 'Muito bem, servo bom. Como foste fiel em coisas pequenas, recebe o governo de dez cidades'.

18 O segundo chegou e disse: 'Senhor, as cem moedas renderam cinco vezes mais'.

19 O homem disse também a este: 'Recebe tu também o governo de cinco cidades'.

20 Chegou o outro empregado e disse: 'Senhor, aqui estão as tuas cem moedas que guardei num lenço,

21 pois eu tinha medo de ti, porque és um homem severo. Recebes o que não deste e colhes o que não semeaste'.

22 O homem disse: 'Servo mau, eu te julgo pela tua própria boca. Tu sabias que eu sou um homem severo, que recebo o que não dei e colho o que não semeei.

23 Então, porque tu não depositaste meu dinheiro no banco? Ao chegar, eu o retiraria com juros'.

24 Depois disse aos que estavam aí presentes: 'Tirai dele as cem moedas e dai-as àquele que tem mil'.

25 Os presentes disseram: 'Senhor, esse já tem mil moedas!'

26 Ele respondeu: 'Eu vos digo: a todo aquele que já possui, será dado mais ainda; mas àquele que nada tem, será tirado até mesmo o que tem.

27 E quanto a esses inimigos, que não queriam que eu reinasse sobre eles, trazei-os aqui e matai-os na minha frente' ".

28 Jesus caminhava à frente dos discípulos, subindo para Jerusalém.

Palavra da Salvação.

Meditação

A parábola de hoje destaca que Deus espera que cada um de nós use bem os dons, talentos e recursos que Ele nos dá. Devemos ser fiéis e dar frutos com o que nos foi confiado.

O fato de o nobre ir para um país distante simboliza o tempo entre a primeira vinda de Jesus e a sua segunda vinda. Durante esse tempo, somos chamados a viver com responsabilidade e fidelidade.

Aqueles que são fiéis e responsáveis serão recompensados com ainda mais responsabilidades e bênçãos no Reino de Deus, enquanto aqueles que não se dedicam ao que Deus lhes confiou enfrentam consequências.

Por fim, a parábola nos ensina que não basta apenas esperar ou ser passivo. A ação é necessária para multiplicar o que nos foi dado, seja no âmbito material, emocional ou espiritual.

Esta meditação é um convite a refletirmos sobre como estamos administrando o que Deus colocou em nossas mãos e a sermos fiéis no uso dos dons e talentos que Ele nos deu. A parábola chama a nossa atenção para a responsabilidade e para a consciência de que nossa vida tem um propósito, e que devemos ser diligentes no cumprimento desse propósito.

Deus nos abençoe.

terça-feira, 19 de novembro de 2024

O Filho do Homem veio procurar e salvar o que estava perdido

 


Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas 19,1-10

Naquele tempo,

1 Jesus tinha entrado em Jericó e estava atravessando a cidade.

2 Havia ali um homem chamado Zaqueu, que era chefe dos cobradores de impostos e muito rico.

3 Zaqueu procurava ver quem era Jesus, mas não conseguia, por causa da multidão, pois era muito baixo.

4 Então ele correu à frente e subiu numa figueira para ver Jesus, que devia passar por ali.

5 Quando Jesus chegou ao lugar, olhou para cima e disse: "Zaqueu, desce depressa! Hoje eu devo ficar na tua casa". 

6  Ele desceu depressa, e recebeu Jesus com alegria.

7 Ao ver isso, todos começaram a murmurar,  dizendo: "Ele foi hospedar-se na casa de um pecador!"

8 Zaqueu ficou de pé, e disse ao Senhor: "Senhor, eu dou a metade dos meus bens aos pobres, e se defraudei alguém, vou devolver quatro vezes mais".

9 Jesus lhe disse:  "Hoje a salvação entrou nesta casa, porque também este homem é um filho de Abraão.

10 Com efeito, o Filho do Homem veio procurar e salvar o que estava perdido".

Palavra da Salvação.

Meditação

A história de Zaqueu nos ensina que, ao nos abrirmos ao olhar misericordioso de Jesus, experimentamos a transformação profunda e verdadeira que vem do encontro com Ele. A pergunta que podemos nos fazer é: "Estou disposto a acolher Jesus em minha vida de maneira radical e a permitir que Ele transforme o meu coração?" 

Tenhamos a coragem de buscar o Senhor, como Zaqueu fez, e de responder ao Seu chamado com uma mudança sincera de vida.

Disse Jesus, "hoje a salvação entrou nessa casa, porque também esse homem é filho de Deus". O encontro de Zaqueu com Jesus provocou uma mudança radical em sua vida. E eu, já mudei por causa desse encontro?

segunda-feira, 18 de novembro de 2024

"Senhor, eu quero enxergar de novo".

 


Evangelho de Lucas 18,35-43

35 Quando Jesus se aproximava de Jericó, um cego estava sentado à beira do caminho,  pedindo esmolas.

36 Ouvindo a multidão passar, ele perguntou o que estava acontecendo.

37 Disseram-lhe que Jesus Nazareno estava passando por ali.

38 Então o cego gritou: "Jesus, filho de Davi, tem piedade de mim!"

39 As pessoas que iam na frente mandavam que ele ficasse calado. Mas ele gritava mais ainda: "Filho de Davi, tem piedade de mim!"

40 Jesus parou e mandou que levassem o cego até ele. Quando o cego chegou perto, Jesus perguntou:

41 "O que queres que eu faça por ti?" O cego respondeu: "Senhor, eu quero enxergar de novo".

42 Jesus disse:  "Enxerga, pois, de novo. A tua fé te salvou."

43 No mesmo instante, o cego começou a ver de novo e seguia Jesus, glorificando a Deus. Vendo isso, todo o povo deu louvores a Deus.

Palavra da Salvação.

Meditação.

A cegueira nos impede de ver, óbvio. Existem três tipos de cegueira: a física, a espiritual e a social.

A cegueira física não precisa de muita explicação. Ela nos impede de usarmos um dos sentidos humanos.

Teologicamente falando, a cegueira espiritual é aquela que nos impede de vermos Deus em todas as coisas. No credo niceno-constantinopolitano, dizemos: "creio em um só Deus, criador das coisas visíveis e invisíveis". Essa cegueira nos desconecta com a uma realidade metafísica, mas que é fundamental para nosso equilíbrio humano. O Cego do evangelho de hoje foi além. Ele reconheceu em Jesus alguém que vinha da parte de Deus, "Filho de Davi". Sua cegueira física não o impediu de reconhecer o poder de Deus que era manifestado em Jesus.

Sociologicamente, identificamos a terceira tipo de cegueira. Esse cego é aquele que não consegue ver os que acontece ao seu redor. Ele vive à parte do que o cerca. Não enxerga a pobreza, a falta de saúde, os discursos de ódio e violência, a misoginia, o racismo, a homofobia, dentre outras discriminações sociais.

Peçamos a Jesus para que abra nossos olhos para tudo há de ruim em nosso redor. Que não sejamos cegos para os pobres.

Oremos

Senhor Deus, Hoje, em especial, lembramos daqueles que sofrem na pobreza e na exclusão, que vivem à margem da sociedade, sem o necessário para a vida digna. Nós Te pedimos, com coração humilde, que iluminemos a nossa visão para enxergar as necessidades do próximo, que nossa fé se traduza em gestos concretos de solidariedade e amor.

Que possamos ser instrumentos de Tua misericórdia, buscando justiça, paz e dignidade para todos os nossos irmãos e irmãs. Desperta em nós a compaixão, a generosidade e o desejo de partilhar, a fim de que a Tua luz alcance os mais necessitados e os levem a um futuro de esperança.

Em cada gesto de amor, em cada ato de partilha, reconhecemos a Tua presença, Senhor, que nos chama a servir uns aos outros com alegria e sem medida.

Amém.

domingo, 17 de novembro de 2024

Aprendei, pois, da figueira!

  


Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos 13,24-32

Naquele tempo, Jesus disse a seus discípulos:

24 "Naqueles dias, depois da grande tribulação, o sol vai se escurecer, e a lua não brilhará mais,

25 as estrelas começarão a cair do céu e as forças do céu serão abaladas.

26 Então vereis o Filho do Homem vindo nas nuvens com grande poder e glória.

27 Ele enviará os anjos aos quatro cantos da terra e reunirá os eleitos de Deus, de uma extremidade à outra da terra.

28 Aprendei, pois, da figueira esta parábola: quando seus ramos ficam verdes e as folhas começam a brotar, sabeis que o verão está perto.

29 Assim também, quando virdes acontecer essas coisas, ficai sabendo que o Filho do Homem está próximo, às portas.

30 Em verdade vos digo, esta geração não passará até que tudo isto aconteça.

31 O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não passarão.

32 Quanto àquele dia e hora, ninguém sabe, nem os anjos do céu, nem o Filho,  mas somente o Pai".

Palavra da Salvação.

Meditação

O evangelho de hoje está classificado dentro do estilo apocalíptico. 

A descrição de acontecimentos cósmicos é um claro exemplo de uma linguagem apocalíptica, que visava alertar para eventos extraordinários que antecedem a intervenção divina no fim dos tempos.

O uso de imagens como o sol escurecido, a lua que não brilha e as estrelas caindo do céu são símbolos poderosos que transmitem a ideia de um mundo em caos e de uma ordem cósmica prestes a ser transformada.

A ênfase na proximidade do evento escatológico ("Ele está perto, às portas") transmite uma sensação de urgência. O tempo está se esgotando, e é necessário estar atento às palavras de Jesus.

A parábola da figueira é usada para ilustrar a ideia de que, assim como o brotar das folhas da figueira é um sinal da chegada do verão, os sinais de que Jesus está prestes a retornar também são claros e inevitáveis.

A declaração de que "nem os anjos no céu, nem o Filho sabem" o dia e a hora do fim reforça a ideia de que o conhecimento total sobre o fim dos tempos está reservado somente a Deus Pai, e que, até lá, a humanidade deve viver com vigilância e prontidão.

Em termos de estilo literário, o texto mistura profecia, simbolismo e ensinamentos diretos, com uma forte ênfase em alertar os ouvintes sobre a necessidade de preparação para os tempos finais, sem revelar todos os detalhes de como e quando isso ocorrerá.

O evangelho de hoje nos convida a viver com uma constante expectativa da volta de Cristo, sem cair na tentação de tentar calcular o momento exato. A vida cristã deve ser marcada pela vigilância, pelo compromisso com os ensinamentos de Jesus e pela confiança em sua promessa de salvação. O retorno de Cristo será um evento de grande revelação, onde a justiça de Deus será plenamente manifesta.

Viver de acordo com esses ensinamentos implica também em ser fiel ao chamado de Deus, sabendo que sua palavra e seus propósitos são mais permanentes do que qualquer circunstância passageira. A nossa esperança está no Cristo que virá com poder e glória, e que levará consigo todos os que esperam e confiam nele.

Ao final do Ano Litúrgico, somos chamados a refletir sobre nossa vida à luz do fim dos tempos, enfatizando a necessidade de preparação constante, de vigilância e de fidelidade ao Senhor. O fim do mundo e o retorno de Cristo não devem ser temas de medo, mas de esperança. Ao vivermos em comunhão com Deus, nossa salvação está garantida. Por isso, devemos viver em conformidade com a Palavra de Deus, aproveitando cada momento para crescer na fé e nos relacionamentos com Ele e com os outros.

Um breve resumo das leituras de hoje.

O profeta Daniel nos apresenta uma visão de esperança, de salvação e ressurreição para os justos. Em meio ao caos e à angústia, Deus garante a libertação de Seu povo e a promessa de vida eterna.

O Salmo 15 (16) expressa confiança em Deus, nossa herança e nosso refúgio. Os justos, como aqueles que confiam em Deus, serão eternamente felizes e em paz.

A Segunda Leitura (Hebreus 10,11-14.18) nos fala do sacrifício de Cristo, que, ao se oferecer por nós, nos garante a salvação. Não há mais necessidade de sacrifícios, pois Cristo cumpriu plenamente o plano de salvação.

Deus nos abençoe.

sexta-feira, 15 de novembro de 2024

"Onde estiver o cadáver, aí se reunirão os abutres"

 


Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas 17,26-37

Naquele tempo,  disse Jesus aos seus discípulos:

26 "Como aconteceu nos dias de Noé, assim também acontecerá  nos dias do Filho do Homem.

27 Eles comiam, bebiam, casavam-se e se davam em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca. Então chegou o dilúvio e fez morrer todos eles.

28 Acontecerá como nos dias de Ló: comiam e bebiam, compravam e vendiam, plantavam e construíam.

29 Mas no dia em que Ló saiu de Sodoma, Deus fez chover fogo e enxofre do céu e fez morrer todos.

30 O mesmo acontecerá no dia em que o Filho do Homem for revelado.

31 Nesse dia, quem estiver no terraço, não desça para apanhar os bens  que estão em sua casa. E quem estiver nos campos não volte para trás.

32 Lembrai-vos da mulher de Ló.

33 Quem procura ganhar a sua vida, vai perdê-la; e quem a perde, vai conservá-la.

34 Eu vos digo: nessa noite, dois estarão numa cama; um será tomado e o outro será deixado.

35 Duas mulheres estarão moendo juntas; uma será tomada e a outra será deixada.

36  Dois homens estarão no campo; um será levado e o outro será deixado".

37 Os discípulos perguntaram: "Senhor, onde acontecerá isso?" Jesus respondeu: "Onde estiver o cadáver, aí se reunirão os abutres".

Palavra da Salvação.

Meditação.

Jesus compara o dia da vinda do Filho do Homem ao tempo de Noé e de Ló. Em ambos os casos, as pessoas estavam imersas em suas rotinas diárias — comendo, bebendo, casando, comprando, vendendo — sem perceber que o julgamento de Deus estava para acontecer. Noé estava construindo a arca e Ló estava tentando avisar os habitantes de Sodoma, mas ninguém os escutou até que a destruição veio de surpresa.

Este trecho nos lembra da necessidade de estarmos vigilantes e atentos, não apenas às realidades cotidianas, mas também à presença de Deus em nossas vidas. Muitas vezes, ficamos tão absorvidos em nossa rotina e nos afazeres diários que não percebemos os sinais de Deus ou nos preparamos para sua chegada. A vinda de Cristo será repentina, e nossa prontidão espiritual depende de uma vida vigilante.

Jesus fala de uma separação iminente que ocorrerá no momento de sua vinda. Aqueles que estão em casa não devem voltar atrás; e aqueles que estão no campo não devem retornar. Ele também menciona a divisão entre os dois que estarão trabalhando juntos — um será levado e o outro deixado.

Esses versículos nos desafiam a refletir sobre nossas prioridades. Em nossa caminhada de fé, devemos ser capazes de distinguir o que realmente importa do que é efêmero. O apego excessivo às coisas deste mundo pode nos desviar do que é essencial: nossa relação com Deus e nossa preparação para a vinda do Reino.

Os discípulos perguntam: "Onde, Senhor?" e Jesus responde de forma enigmática, dizendo que onde houver um corpo morto, ali se reunirão as aves de rapina.

Essa resposta pode ser interpretada como um lembrete de que o julgamento será inevitável e que, onde houver pecado ou afastamento de Deus (o "corpo morto"), a purificação virá. Isso nos desafia a avaliar constantemente nossas vidas à luz de Cristo, para não sermos apanhados desprevenidos.

A mensagem central desse trecho é sobre a necessidade de estarmos preparados, de viver em vigilância, sem deixar que a rotina e as distrações nos façam perder de vista o chamado de Deus. O Reino de Deus virá de maneira inesperada, e a decisão que tomamos hoje — nossa disposição para viver segundo a vontade divina — determinará nossa participação nesse Reino.

Somos chamados a uma vida de oração, reflexão, e ações concretas que expressem nossa fé, pois, como Jesus nos alerta, “onde estiver o seu tesouro, aí estará também o seu coração” (Mt 6,21). Que possamos, portanto, viver com os olhos fixos no Reino de Deus e não nos deixar desviar pelo que é passageiro.



quinta-feira, 14 de novembro de 2024

"Ele deverá sofrer muito e ser rejeitado por esta geração".

 


Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas 17,20-25

Naquele tempo,

20 os fariseus perguntaram a Jesus sobre o momento em que chegaria o Reino de Deus. Jesus respondeu: "O Reino de Deus não vem ostensivamente.

21 Nem se poderá dizer: 'Está aqui' ou 'Está ali', porque o Reino de Deus está entre vós".

22 E Jesus disse aos discípulos: "Dias virão em que desejareis ver um só dia do Filho do Homem e não podereis ver.

23 As pessoas vos dirão: 'Ele está ali' ou 'Ele está aqui'. Não deveis ir, nem correr atrás.

24 Pois, como o relâmpago brilha de um lado até ao outro do céu, assim também será o Filho do Homem, no seu dia.

25 Antes, porém, ele deverá sofrer muito e ser rejeitado por esta geração".

Palavra da Salvação.

Meditação

No evangelho de hoje, Jesus nos convida a olhar para o Reino de Deus de uma maneira mais profunda e verdadeira. Ele nos lembra que o Reino está entre nós, já presente, mas ainda não plenamente manifestado. E que, enquanto aguardamos a sua plenitude, somos chamados a viver de acordo com os valores do Reino, enfrentando as dificuldades e o sofrimento com a confiança de que, no final, a glória virá.

Ao afirmar que "O Reino de Deus está no meio de vós", Jesus está nos indicando que o Reino não se refere a um lugar geográfico ou a uma manifestação exterior, mas está presente de forma invisível, no coração de cada pessoa que aceita a ação de Deus.

Essa afirmação de Jesus nos desafia a pensar no Reino de Deus não como algo distante ou futuro, mas como uma realidade que já pode ser vivida aqui e agora. O Reino se manifesta no presente na vida das pessoas que buscam viver de acordo com os valores do Evangelho: no amor ao próximo, na prática da justiça, da paz e da misericórdia. Ele está "no meio de vós", ou seja, em nossa vida cotidiana, nas pequenas ações que refletem a presença de Deus no mundo.

Essa visão nos convida a olhar para nossa vida de fé com mais profundidade, questionando: estamos vivendo o Reino de Deus em nosso dia a dia? Ou estamos apenas aguardando por sinais visíveis de sua chegada, quando, na verdade, ele já pode ser encontrado em nossos corações e em nossas atitudes?

Em seguida, Jesus adverte seus discípulos de que muitos tentarão fazer previsões sobre a chegada do Reino: "Dir-vos-ão: ‘Está ali’, ou ‘Está aqui’". Mas Jesus os alerta: "Não partais, nem os sigais". Ele diz que a vinda do Reino será como o relâmpago, que ilumina de um lado a outro do céu (v. 24). Ou seja, a manifestação do Reino será súbita, gloriosa e inconfundível, sem depender de sinais ou previsões humanas.

Este ensinamento nos ajuda a entender que a vinda do Reino de Deus não será algo que possamos antecipar ou controlar, e nos convida a viver com a expectativa da sua chegada sem nos deixarmos enganar por falsas promessas ou ideias de que podemos saber exatamente quando ou como ele se manifestará.

Isso também nos ensina a ser vigilantes e a viver com esperança, sem cair na tentação de procurar por respostas fáceis ou visões ilusórias. O Reino de Deus se manifestará quando menos esperamos, e o importante é estarmos preparados para acolhê-lo, vivendo de acordo com o chamado de Jesus em nossa vida cotidiana.

Jesus diz, "Mas primeiro é necessário que ele padeça muito e seja rejeitado por esta geração". O sofrimento de Jesus é um tema central no Evangelho, e aqui ele nos ensina que a verdadeira chegada do Reino não se dará sem antes passar pela paixão, pela cruz e pela rejeição.

O Reino de Deus, portanto, não é apenas uma vitória gloriosa, mas também envolve sofrimento, sacrifício e a vivência da cruz. Para os seguidores de Jesus, isso significa que o caminho para a verdadeira plenitude do Reino envolve enfrentar as dificuldades, os desafios e, muitas vezes, a rejeição. No entanto, também sabemos que a glória e a vitória final virão, como Jesus ressuscitou após o sofrimento da cruz.

quarta-feira, 13 de novembro de 2024

"Levanta-te e vai! Tua fé te salvou"

 


Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas 17,11-19

11 Aconteceu que, caminhando para Jerusalém, Jesus passava entre a Samaria e a Galileia.

12 Quando estava para entrar num povoado, dez leprosos vieram ao seu encontro. Pararam à distância,

]13 e gritaram:  "Jesus, Mestre, tem compaixão de nós!"

14 Ao vê-los, Jesus disse: "Ide apresentar-vos aos sacerdotes". Enquanto caminhavam, aconteceu que ficaram curados.

15 Um deles, ao perceber que estava curado, voltou glorificando a Deus em alta voz;

16 atirou-se aos pés de Jesus,  com o rosto por terra, e lhe agradeceu. E este era um samaritano.

17 Então Jesus lhe perguntou: "Não foram dez os curados? E os outro nove, onde estão?

18 Não houve quem voltasse para dar glória a Deus, a não ser este estrangeiro?"

19 E disse-lhe:  "Levanta-te e vai! Tua fé te salvou".

Palavra da Salvação.

Meditação

O texto de hoje nos faz refletir sobre cura, gratidão e fé. Diante dos dez leprosos, Jesus não determina diretamente a cura deles. Apenas diz, "ide apresentar-vos aos sacerdotes". Somente eles poderiam atestar a cura. 

A ação de Jesus tem dois objetivos, primeiro, demonstra a fé dos doentes que imediatamente partem. Segundo, mostrar aos sacerdotes o poder de Deus que atua em nossas vidas.

A gratidão é outro tema proposto por Lucas. Ele narra que apenas um voltou para agradecer antes de ir ao sacerdote. E essa atitude de gratidão partiu de um estrangeiro (samaritano). O evangelista nos alerta para nossas atitudes de gratidão.

Este texto nos convida a não apenas buscar a cura ou as bênçãos de Deus, mas também a cultivarmos uma vida de gratidão e fé, onde reconhecemos que a verdadeira cura vem de nossa confiança em Deus, que nos salva e nos transforma.


terça-feira, 12 de novembro de 2024

Somos servos inúteis; fizemos o que devíamos fazer.

 



Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas 17,7-10

Naquele tempo, disse Jesus:

7 "Se algum de vós tem um empregado que trabalha a terra ou cuida dos animais,  por acaso vai dizer-lhe, quando ele volta do campo: 'Vem depressa para a mesa?'

8 Pelo contrário, não vai dizer ao empregado: 'Prepara-me o jantar, cinge-te e serve-me, enquanto eu como e bebo; depois disso tu poderás comer e beber?'

9 Será que vai agradecer ao empregado, porque fez o que lhe havia mandado?

10 Assim também vós: quando tiverdes feito tudo o que vos mandaram, dizei:  Somos servos inúteis; fizemos o que devíamos fazer' ".

Palavra da Salvação.

Meditação.

No Evangelho de hoje, Jesus conta uma parábola para ensinar sobre humildade, serviço e a atitude correta diante de Deus.

 Jesus usa uma situação cotidiana, envolvendo um servo e seu senhor, para ilustrar um princípio espiritual profundo.

Ele começa com uma pergunta retórica sobre o comportamento de um senhor em relação ao seu servo. Na sociedade de então, os servos eram empregados para funções diversas, como cuidar de animais ou trabalhar no campo. Quando o servo retornava, não se esperava que o senhor o tratasse como um igual, mas que continuasse a dar ordens para que o trabalho fosse cumprido, mesmo após o retorno.

A comparação é simples: o servo, após realizar suas tarefas, ainda tinha a obrigação de servir o seu senhor em outras funções, como preparar sua refeição, e só depois poderia descansar. Jesus usa isso para mostrar como a expectativa do senhor não é de gratidão ou reconhecimento, mas apenas o cumprimento do dever.

A conclusão da parábola é clara: "Somos servos inúteis; fizemos o que devíamos fazer". Jesus está ensinando que, mesmo que os servos cumpram seus deveres com diligência, eles não devem esperar reconhecimento ou louvor, pois estão apenas cumprindo sua obrigação. A humildade está em reconhecer que o serviço prestado é parte de um dever, e não algo digno de recompensas extraordinárias.

Essa atitude de humildade é fundamental para os seguidores de Cristo. Aqueles que servem a Deus e aos outros, sem esperar recompensa, devem ter em mente que não fazem mais do que a sua obrigação, e essa é a verdadeira atitude de um discípulo de Jesus. O reconhecimento e a recompensa, se vierem, são da graça de Deus, e não de mérito próprio.

A parábola desafia a visão moderna de que os servos ou aqueles que trabalham para os outros devem ser sempre reconhecidos ou valorizados por suas ações. Ela aponta para uma vida de serviço humilde, onde o cristão serve a Deus e aos outros sem esperar sempre uma recompensa visível ou imediata. A verdadeira satisfação está no simples cumprimento da vontade de Deus.

A atitude do servo que se considera "inútil" (no sentido de não ser digno de recompensa) ensina sobre a verdadeira humildade. Ao servir a Deus e ao próximo, devemos agir com o coração grato e consciente de que nada fazemos que mereça uma recompensa divina. Nosso serviço a Deus é fruto do amor e da gratidão que temos por Ele, e não de uma expectativa de mérito.

Embora sejamos chamados a servir com humildade, isso não significa que o reconhecimento humano seja descartado. O ensino aqui é que, se trabalhamos apenas com o objetivo de ser reconhecidos, estamos distorcendo a motivação do nosso serviço. No entanto, o Evangelho também ensina que Deus, em Sua graça, recompensará os fiéis no tempo certo (cf. Mateus 6,4; Colossenses 3,23-24).

A parábola também aborda a natureza do relacionamento do ser humano com Deus. Deus não precisa de nossos serviços para ser glorificado; Ele é soberano e independente de qualquer ação humana. Quando servimos a Deus, estamos cumprindo nossa vocação como criaturas feitas à Sua imagem, e a verdadeira recompensa vem da nossa fidelidade e obediência.

A ideia de sermos "servos inúteis" também nos leva a uma reflexão sobre a natureza da salvação cristã: não podemos barganhar com Deus. A salvação é uma dádiva da graça divina e não algo que possamos conquistar através de nossos esforços ou boas obras. Nossos "serviços" são apenas uma resposta ao amor e à graça que já nos foram dados, e não algo que mereça aprovação ou reconhecimento diante de Deus.

O evangelho de hoje nos ensina a cultivar uma atitude de humildade no serviço a Deus e aos outros, reconhecendo que estamos cumprindo apenas nossa obrigação como filhos e servos do Senhor. Essa humildade nos leva a uma vida de serviço desinteressado, focada não em recompensas ou reconhecimento, mas na obediência e na gratidão a Deus.

domingo, 10 de novembro de 2024

"Tomai cuidado com os doutores da lei"



Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos 12,38-44

Naquele tempo,

38 Jesus dizia, no seu ensinamento a uma grande multidão:
"Tomai cuidado com os doutores da Lei! Eles gostam de andar com roupas vistosas, de ser cumprimentados nas praças públicas;

39 gostam das primeiras cadeiras nas sinagogas e dos melhores lugares nos banquetes.

40 Eles devoram as casas das viúvas, fingindo fazer longas orações. Por isso eles receberão a pior condenação".

41 Jesus estava sentado no Templo, diante do cofre das esmolas, e observava como a multidão depositava suas moedas no cofre. Muitos ricos depositavam grandes quantias.

42 Então chegou uma pobre viúva que deu duas pequenas moedas,
que não valiam quase nada.

43 Jesus chamou os discípulos e disse: "Em verdade vos digo,
esta pobre viúva deu mais do que todos os outros que ofereceram esmolas.

44 Todos deram do que tinham de sobra, enquanto ela, na sua pobreza, ofereceu tudo aquilo que possuía para viver".

Palavra da Salvação.

Meditação 

Jesus observa as atitudes das pessoas no templo, especificamente aquelas dos escribas e da viúva pobre. Ele começa criticando os escribas, que buscavam reconhecimento, posições de prestígio e privilégios, mas faziam isso muitas vezes à custa dos mais vulneráveis. Eles adoravam ser saudados em público, ocupar os melhores lugares nas sinagogas e nos banquetes, e, ao mesmo tempo, "devoravam as casas das viúvas" (v. 40), ou seja, exploravam aqueles que precisavam de proteção.

Em contraste, Jesus destaca a atitude de uma viúva que oferece duas pequenas moedas, tudo o que tinha, enquanto os ricos ofertavam grandes quantias de suas sobras. Jesus elogia a generosidade da viúva, não pela quantidade da sua oferta, mas pela profundidade do seu sacrifício e pela autenticidade de seu coração. A viúva é um exemplo de confiança em Deus e de desprendimento; ela entrega tudo o que possui, evidenciando sua fé e total dependência do Senhor. Santo Inácio de Loyola disse, "tomai, Senhor, tudo o que me destes eu vos devolvo, dispondo-se deles segundo a vossa vontade ".

Esse trecho nos desafia a refletir sobre o valor das nossas ações. Deus vê o coração e a intenção por trás das ofertas e dos gestos, não a quantidade ou o reconhecimento que elas podem gerar. A mensagem de Jesus nos convida a agir com humildade e sinceridade, a viver com integridade e a reconhecer que as pequenas ações, quando feitas com amor e sacrifício genuínos, têm um grande valor aos olhos de Deus.

Deus nos abençoe. 


sábado, 9 de novembro de 2024

"O zelo por tua casa me consumirá"

 

 

Evangelho de Jesus Cristo segundo João 2,13-22

13 Estava próxima a Páscoa dos judeus e Jesus subiu a Jerusalém.

14 No Templo, encontrou os vendedores de bois, ovelhas e pombas e os cambistas que estavam aí sentados.

15 Fez então um chicote de cordas e expulsou todos do Templo, junto com as ovelhas e os bois; espalhou as moedas e derrubou as mesas dos cambistas.

16 E disse aos que vendiam pombas: "Tirai isto daqui! Não façais da casa de meu Pai uma casa de comércio!"

17 Seus discípulos lembraram-se, mais tarde, que a Escritura diz: "O zelo por tua casa me consumirá".

18 Então os judeus perguntaram a Jesus: "Que sinal nos mostras para agir assim?"

19 Ele respondeu: "Destruí, este Templo, e em três dias o levantarei".

20 Os judeus disseram: "Quarenta e seis anos foram precisos para a construção deste santuário e tu o levantarás em três dias?"

21 Mas Jesus estava falando do Templo do seu corpo. 

22 Quando Jesus ressuscitou, os discípulos lembraram-se do que ele tinha dito e acreditaram na Escritura e na palavra dele.

Palavra da Salvação.

Meditação

O ato de Jesus no Templo pode ser visto como um julgamento sobre a corrupção religiosa e a exploração das necessidades espirituais do povo. Jesus purifica o Templo porque a verdadeira adoração a Deus não pode ser substituída por práticas comerciais ou aproveitamento da fé alheia.

Ao falar sobre a destruição e reconstrução do "templo", Jesus antecipa a substituição do antigo templo de Jerusalém pela nova "presença" de Deus, que seria sua própria pessoa. Com sua morte e ressurreição, o acesso a Deus seria transformado e não mais dependente de sacrifícios no Templo físico.

O zelo de Jesus pela casa de Deus é um modelo de devoção radical, onde a santidade e a pureza da adoração a Deus são mais importantes do que qualquer valor material ou cultural. Esse zelo é também um reflexo do amor de Jesus por seu Pai e pelo cumprimento da vontade divina.

A ressurreição é o momento crucial que ajuda os discípulos a compreenderem o significado profundo das palavras e ações de Jesus. O Evangelho de João, ao destacar a ressurreição, enfatiza como ela revela a verdadeira identidade de Jesus e o cumprimento de suas promessas.

Esse evento é, portanto, não só um ato de purificação do Templo, mas também uma proclamação do novo caminho de Deus com a humanidade através de Cristo. Ele antecipa a transição de um sistema religioso baseado no Templo físico para a nova aliança que se realiza em Cristo ressuscitado.

Sobre a Festa da Dedicação da Basílica de Latrão.

A Basílica de São João de Latrão (em italiano, Basilica di San Giovanni in Laterano) é a catedral do Papa, ou seja, a sua igreja “catedral” como Bispo de Roma. Ela está localizada na região de Latrão, em Roma, e sua história remonta ao século IV, durante o reinado do imperador romano Constantino.

A Dedicação da Basílica de Latrão é uma festa litúrgica da Igreja Católica, celebrada no dia 9 de novembro. A data lembra a consagração da Basílica de São João de Latrão, que é uma das quatro basílicas papais em Roma e considerada a "Mãe e Cabeça de todas as Igrejas do Mundo" (ou seja, é a mais importante, não apenas por sua antiguidade e tamanho, mas pelo seu significado simbólico para a Igreja Católica). A Basílica de Latrão tem uma importância singular na história da Igreja, e a festa celebra tanto a consagração do edifício quanto a união entre o Papa e a Igreja universal.