sexta-feira, 31 de janeiro de 2025

"Com que mais poderemos comparar o Reino de Deus"?



Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos 4,26-34

Naquele tempo, 26 Jesus disse à multidão: "O Reino de Deus é como quando alguém espalha a semente na terra. 27 Ele vai dormir e acorda, noite e dia, e a semente vai germinando e crescendo, mas ele não sabe como isso acontece. 28 A terra, por si mesma, produz o fruto: primeiro aparecem as folhas, depois vem a  espiga e, por fim, os grãos que enchem a espiga. 29 Quando as espigas estão  maduras, o homem mete logo a foice, porque o tempo da colheita chegou". 30 E Jesus continuou: "Com que mais poderemos comparar o Reino de Deus? Que parábola usaremos para representá-lo? 31 O Reino de Deus é como um grão de mostarda que, ao ser semeado na terra, é a menor de todas as sementes da terra. 32 Quando é semeado, cresce e se torna maior do que todas as hortaliças, e estende ramos tão grandes, que os pássaros do céu  podem abrigar-se à sua sombra". 33 Jesus anunciava a Palavra usando muitas parábolas como estas, conforme eles podiam compreender. 34 E só lhes falava por meio de parábolas, mas, quando estava sozinho com os discípulos, explicava tudo. Palavra da Salvação.

Meditação.

O texto de hoje nos apresenta a forma com a qual o Reino de Deus vai crescendo, e qual é a missão daquele que semeia a palavra.

Primeiro, a parábola da semente que cresce sozinha (Mc 4,26-29). Nessa parábola, Jesus descreve o Reino de Deus como uma semente que é plantada na terra e, de forma misteriosa, cresce sem que o agricultor saiba como. O processo de crescimento é natural, mas ocorre de uma maneira que não pode ser controlada ou forçada. Isso nos ensina que, embora possamos semear a palavra de Deus e trabalhar por sua manifestação no mundo, o crescimento do Reino é, acima de tudo, obra de Deus. Não podemos controlar a ação divina, mas podemos confiar que ela acontece de forma soberana.

A parábola do grão de mostarda (Mc 4,30-32). Jesus compara o Reino de Deus a um grão de mostarda, que, apesar de ser a menor de todas as sementes, cresce e se torna uma grande árvore. Isso nos mostra que o Reino de Deus pode começar de maneira pequena, mas tem um grande potencial de crescimento. Às vezes, o impacto da mensagem de Deus não é imediato nem óbvio, mas com o tempo, ela pode transformar vidas e realidades de maneiras poderosas e inesperadas.

As duas parábolas destacam a importância da paciência e da confiança no processo do Reino de Deus. Embora possamos não ver resultados imediatos ou como Deus está agindo nos bastidores, somos chamados a confiar no seu tempo e no seu poder. O Reino de Deus é algo que vai crescendo, muitas vezes de maneira invisível, mas com um impacto profundo. 

Nossa missão é semear com fé, e Deus fará o resto.

Deus nos abençoe!


Essas reflexões nos incentivam a agir com esperança, mesmo quando os resultados não são visíveis ou imediatos. O Reino de Deus está em constante expansão, e todos nós somos chamados a fazer parte desse processo.




quinta-feira, 30 de janeiro de 2025

"Se alguém tem ouvidos para ouvir, ouça".



Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos 4,21-25

Naquele tempo, Jesus disse à multidão: 21 "Quem é que traz uma lâmpada para colocá-Ia debaixo de um caixote, ou debaixo da cama? Ao contrário, não a coloca num candeeiro? 22 Assim, tudo o que está escondido deverá tornar-se manifesto, e tudo o que está em segredo deverá ser descoberto. 23 Se alguém tem ouvidos para ouvir, ouça". 24 Jesus dizia ainda: "Prestai atenção no que ouvis: com a mesma medida com que medirdes, também vós sereis medidos; e vos será dado ainda mais. 25 Ao que tem alguma coisa, será dado ainda mais; do que não tem, será tirado até mesmo o que ele tem". Palavra da Salvação.

Meditação

Esses versículos nos convidam a refletir sobre como estamos respondendo à luz da palavra de Deus. Estamos permitindo que ela ilumine nossas vidas e a compartilhamos com os outros? Estamos ouvindo com o coração aberto, prontos para aplicar o que aprendemos? E mais, como estamos "medindo" nosso compromisso com a palavra? A forma como respondemos a esses ensinamentos determina não só a quantidade de entendimento que teremos, mas também a profundidade do fruto espiritual em nossas vidas.

Que possamos ser pessoas que buscam a luz da palavra de Deus e a aplicam generosamente, para que ela ilumine não apenas nossas vidas, mas também o caminho dos outros ao nosso redor.

Deus nos abençoe!




O semeador saiu a semear



Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos 4,1-20

Naquele tempo, 1 Jesus começou a ensinar de novo às margens do mar da Galileia. Uma multidão muito grande se reuniu em volta dele, de modo que Jesus entrou numa barca e se sentou, enquanto a multidão permanecia junto às margens, na praia. 2 Jesus ensinava-lhes muitas coisas em parábolas. E, em seu ensinamento, dizia-lhes: 3 "Escutai! O semeador saiu a semear. 4 Enquanto semeava, uma parte da semente caiu à beira do caminho; vieram os pássaros e a comeram. 5 Outra parte caiu em terreno pedregoso, onde não havia muita terra; brotou logo, porque a terra não era profunda, 6 mas, quando saiu o sol, ela foi queimada; e, como não tinha raiz, secou. 7 Outra parte caiu no meio dos espinhos; os espinhos cresceram, a sufocaram, e ela não deu fruto. 8 Outra parte caiu em terra boa e deu fruto, que foi crescendo e aumentando, chegando a render trinta, sessenta e até cem por um". 9 E Jesus dizia: "Quem tem ouvidos para ouvir, ouça". 10 Quando ficou sozinho, os que estavam com ele, junto com os Doze, perguntaram sobre as parábolas. 11 Jesus lhes disse: "A vós, foi dado o mistério do Reino de Deus; para os que estão fora, tudo acontece em parábolas, 12 para que olhem mas não enxerguem, escutem mas não compreendam, para que não se convertam e não sejam perdoados". 13 E lhes disse: "Vós não compreendeis esta parábola? Então, como compreendereis todas as outras parábolas? 14 O semeador semeia a Palavra. 15 Os que estão à beira do caminho são aqueles nos quais a Palavra foi semeada; logo que a escutam, chega Satanás e tira a Palavra que neles foi semeada. 16 Do mesmo modo, os que receberam a semente em terreno pedregoso, são aqueles que ouvem a Palavra e logo a recebem com alegria, 17 mas não têm raiz em si mesmos, são inconstantes; quando chega uma tribulação ou perseguição, por causa da Palavra, logo desistem. 18 Outros recebem a semente entre os espinhos: são aqueles que ouvem a Palavra; 19 mas quando surgem as preocupações do mundo, a ilusão da riqueza e todos os outros desejos, sufocam a Palavra, e ela não produz fruto. 20 Por fim, aqueles que recebem a semente em terreno bom, são os que ouvem a Palavra, a recebem e dão fruto; um dá trinta, outro sessenta e outro cem por um". Palavra da Salvação.

Meditação

O texto diz, o "Semeador saiu a semear". Observemos que o semeador da palavra não escolheu o terreno onde iria semear. Simplesmente, saiu a semear. Lembremos sempre que somos a semear a Palavra, não importa onde seja. 

Além disso, essa passagem nos convida a refletir sobre o tipo de solo que somos. Como temos recebido a palavra de Deus em nossas vidas? Nosso coração está aberto para deixar que a semente cresça e frutifique, ou há obstáculos, como preocupações ou falta de profundidade, que impedem o crescimento? A parábola nos desafia a cultivar um coração fértil, onde a palavra de Deus possa florescer e trazer frutos abundantes.

Deus nos abençoe!

segunda-feira, 27 de janeiro de 2025

Se um reino se divide contra si mesmo, ele não poderá manter-se.



Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos 3,22-30

Naquele tempo, 22 os mestres da Lei, que tinham vindo de Jerusalém, diziam que ele estava possuído  por Beelzebu, e que pelo príncipe dos demônios ele expulsava os demônios. 23 Então Jesus os chamou e falou-lhes em parábolas: "Como é que Satanás pode expulsar a Satanás? 24 Se um reino se divide contra si mesmo, ele não poderá manter-se. 25 Se uma família se divide contra si mesma, ela não poderá manter-se. 26 Assim, se Satanás se levanta contra si mesmo e se divide, não poderá sobreviver, mas será destruído. 27 Ninguém pode entrar na casa de um homem forte para roubar seus bens, sem antes o amarrar. Só depois poderá saquear sua casa. 28 Em verdade vos digo: tudo será perdoado aos homens, tanto os pecados, como qualquer blasfêmia que tiverem dito. 29 Mas quem blasfemar contra o Espírito Santo, nunca será perdoado, mas será culpado de um pecado eterno". 30 Jesus falou isso, porque diziam: "Ele está possuído por um espírito mau". Palavra da Salvação.

Existem várias formas de refletirmos sobre as passagens bíblicas. Uma delas é a chamada exegese, ou seja, um estudo mais aprofundado do texto que meditamos. Fiz esse opção hoje para que não fiquemos na superfície do texto.

Primeiro, contexto histórico e literário.

O Evangelho de Marcos foi escrito para uma comunidade cristã em um contexto de perseguição, provavelmente por volta de 70 d.C., e o autor busca demonstrar que Jesus é o Filho de Deus e o Messias. O Evangelho de Marcos apresenta uma ênfase forte na ação e autoridade de Jesus, contrastando com as forças que se opõem ao seu ministério.

Nesse trecho específico, estamos no meio de uma série de episódios em que Jesus enfrenta crescente oposição dos líderes religiosos, como os fariseus e mestres da Lei. Esse conflito reflete a polarização entre aqueles que reconhecem Jesus como o enviado de Deus e aqueles que o rejeitam ou acusam falsamente.

Segundo, uma análise do texto (Marcos 3,22-30) em partes.

1. Versículo 22: "E os mestres da Lei, que haviam descido de Jerusalém, disseram: 'Ele está possuído por Beelzebul!'"

Aqui, o autor menciona os "mestres da Lei", que eram especialistas nas Escrituras Hebraicas. Esses líderes religiosos, vindo de Jerusalém, acusam Jesus de estar possuído por "Beelzebul", um termo associado a um demônio ou ao príncipe dos demônios. Esse nome era uma forma de desacreditar Jesus e afirmar que seu poder sobre os demônios vinha de uma origem demoníaca, não divina.

2. Versículo 23-26: "Então, Jesus os chamou e lhes falou em parábolas: 'Como pode Satanás expulsar Satanás? Se um reino se dividir contra si mesmo, esse reino não pode subsistir. Se uma casa se dividir contra si mesma, essa casa não pode subsistir. E, se Satanás se rebelar contra si mesmo e se dividir, não pode subsistir, mas está acabado.'"

Aqui, Jesus refuta a acusação de forma lógica. Ele argumenta que se Ele estivesse expulsando demônios pelo poder de Satanás, isso significaria que Satanás estaria se dividindo contra si mesmo, o que levaria à sua destruição. Jesus afirma que a expulsão de demônios é uma ação que revela o poder do Reino de Deus e não uma atuação demoníaca. A divisão interna seria contraproducente, e, portanto, não faria sentido que Satanás estivesse fazendo algo que o enfraqueceria.

3. Versículo 27: "Ninguém pode entrar na casa do homem forte e roubar seus bens, sem primeiro amarrá-lo. Só então poderá saquear sua casa."

Jesus usa essa metáfora para descrever sua vitória sobre Satanás. "O homem forte" representa Satanás, e Jesus, ao "amarrá-lo", está demonstrando que Ele tem o poder de dominar e derrotar as forças do mal. A ideia é que para libertar as pessoas da opressão demoníaca, é necessário um poder superior ao de Satanás, algo que Jesus, como Filho de Deus, possui.

4. Versículos 28-29: "Eu lhes asseguro que todos os pecados e blasfêmias serão perdoados aos homens, mas quem blasfemar contra o Espírito Santo jamais receberá perdão; é culpado de um pecado eterno."

Jesus fala sobre o pecado contra o Espírito Santo, que é o pecado que não pode ser perdoado. A blasfêmia contra o Espírito Santo ocorre quando alguém atribui a obra de Deus, o que é feito pelo Espírito Santo, ao poder de Satanás. Jesus está alertando para o perigo de rejeitar o Espírito de Deus, que se manifesta através de seus milagres e ensinamentos. Esse pecado é considerado irreparável porque reflete uma rejeição deliberada e obstinada da verdade revelada por Deus.

5. Versículo 30: "Eles diziam isso porque estava possuído por um espírito imundo."

O versículo final esclarece a razão pela qual os mestres da Lei acusaram Jesus: Eles viam sua ação como algo demoníaco, uma vez que não conseguiam reconhecer em Jesus a ação do Espírito Santo, o que é essencial para a compreensão de seu ministério.

Terceiro, implicações teológicas

A expulsão de demônios realizada por Jesus não é um simples confronto com o mal, mas é uma demonstração do Reino de Deus, que se estabelece com poder e autoridade. Jesus não é apenas um exorcista; Ele é o agente divino que traz a libertação e derrota o mal de maneira definitiva.

O pecado contra o Espírito Santo, que é rejeitar a ação do Espírito de Deus e atribuir-lhe uma origem demoníaca, é um pecado grave. Isso sugere que a atitude de endurecimento do coração e recusa de reconhecer a verdade de Deus pode levar a uma situação de cegueira espiritual irreversível.

A metáfora de Jesus sobre o "homem forte" que precisa ser amarrado antes de ter seus bens roubados reflete a noção de que o Reino de Deus, em Cristo, já está quebrando a força de Satanás e suas obras. Jesus é o "mais forte" que veio para libertar a humanidade do cativeiro espiritual.

Por fim, nessa leitura de hoje, Jesus esclarece que a obra que Ele realiza, incluindo a expulsão de demônios, não é um sinal de que Ele está agindo pelo poder de Satanás, mas é, na verdade, uma demonstração do Reino de Deus em ação. Ele chama atenção para a gravidade de atribuir a ação de Deus ao mal, especialmente no caso da blasfêmia contra o Espírito Santo. Este episódio sublinha a missão de Jesus de derrotar as forças do mal e oferecer perdão aos pecadores, mas também alerta para o risco de rejeitar esse perdão de forma irreversível.




domingo, 26 de janeiro de 2025

"Reparti com aqueles que nada prepararam" (Ne 8,10)

 

Os textos da liturgia desse 3º Domingo estão logo após a reflexão de hoje.

Neemias fala sobre o momento em que Esdras lê a Lei do Senhor para o povo de Israel, após o retorno do exílio. É um momento de redescobrimento da Palavra de Deus, e as pessoas estão profundamente tocadas, muitas delas chorando. Esdras e os levitas então os exortam a se alegrar, pois a alegria no Senhor é sua força. Esse episódio nos lembra da importância da Palavra de Deus na nossa vida e como ela nos transforma e fortalece.

O salmo canta as maravilhas da Lei do Senhor, que é perfeita e revigorante. A meditação sobre a Lei de Deus nos ajuda a entender que a verdadeira sabedoria e alegria vêm do conhecimento de Sua vontade e da obediência a Ele. Quando nos aproximamos da Sua Palavra com reverência, ela nos ilumina e nos purifica.

Na carta aos Coríntios, São Paulo nos ensina que, como a Igreja de Cristo, somos todos diferentes, mas todos membros de um único corpo. Cada um tem uma função única, e juntos formamos um organismo vivo que deve viver em harmonia. Esse texto nos chama a refletir sobre a nossa contribuição para o bem comum, lembrando-nos que nossa união na fé é o que nos fortalece e nos torna mais capazes de cumprir a missão de Cristo.

Lucas nos fala sobre o propósito de seu evangelho: transmitir de forma clara e ordenada as verdades que ele apurou, para que os cristãos possam entender e ter certeza das coisas em que foram ensinados. Já na parte que segue, temos a preparação para o ministério de João Batista e a ação do Espírito Santo, que ilumina e guia os passos de todos os que são chamados para anunciar a Boa Nova.

Essas leituras nos falam sobre a importância da Palavra de Deus e do seu impacto em nossas vidas. A Palavra nos ilumina, fortalece e nos chama a viver em união, cada um desempenhando o seu papel, mas todos unidos no corpo de Cristo. A verdadeira alegria e força vêm de viver conforme a Sua vontade, e a meditação constante sobre as Escrituras é essencial para isso. Nos momentos de oração e reflexão, podemos ouvir Deus falando conosco, como o povo de Israel fez ao ouvir Esdras e como somos chamados a fazer a cada dia.

Esse é um convite para fortalecer nossa fé, nos alegrarmos em nossa união com Cristo e buscar cumprir o papel que Ele nos chama a desempenhar, sabendo que, em sua Palavra, encontramos direção e sabedoria.

Deus nos abençoe.

Textos da liturgia de hoje.

Livro de Neemias 8,2-4a.5-6.8-10

Naqueles dias, 2 o sacerdote Esdras apresentou a Lei diante da assembleia de homens, de mulheres e de todos os que eram capazes de compreender. Era o primeiro dia do sétimo mês. 3 Assim, na praça que fica defronte da porta das Águas, Esdras fez a leitura do livro, desde o amanhecer até ao meio-dia, na presença dos homens, das mulheres e de todos os que eram capazes de compreender. E todo o povo escutava com atenção a leitura do livro da Lei. 4a Esdras, o escriba, estava de pé sobre um estrado de madeira, erguido para esse fim. 5 Estando num lugar mais alto, ele abriu o livro à vista de todo o povo. E, quando o abriu, todo o povo ficou de pé. 6 Esdras bendisse o Senhor, o grande Deus, e todo o povo respondeu, levantando as mãos: "Amém! Amém!" Depois inclinaram-se e prostraram-se diante do Senhor, com o rosto em terra. 8 E leram clara e distintamente o livro da Lei de Deus e explicaram seu sentido, de maneira que se pudesse compreender a leitura. 9 O governador Neemias e Esdras, sacerdote e escriba, e os levitas que instruíam o povo, disseram a todos: "Este é um dia consagrado ao senhor,  vosso Deus! Não fiqueis tristes nem choreis", pois todo o povo chorava ao ouvir as palavras da Lei. 10 E Neemias disse-lhes: "Ide para vossas casas e comei carnes gordas, tomai bebidas doces e reparti com aqueles que nada prepararam, pois este dia é santo para o nosso Senhor. Não fiqueis tristes, porque a alegria do Senhor será a vossa força". Palavra do Senhor.

Salmo responsorial  Sl 18B(19),8.9.10.15 (R. Jo 6,63c)

R. Vossas palavras, Senhor, são espírito e vida!

8 A lei do Senhor Deus é perfeita, * conforto para a alma! O testemunho do Senhor é fiel, * sabedoria dos humildes. R.

9 Os preceitos do Senhor são precisos, * alegria ao coração. O mandamento do Senhor é brilhante, * para os olhos é uma luz. R.

10 É puro o temor do Senhor, * imutável para sempre. Os julgamentos do Senhor são corretos * e justos igualmente. R.

15 Que vos agrade o cantar dos meus lábios * e a voz da minha alma; que ela chegue até vós, ó Senhor,  meu Rochedo e Redentor! R.

SEGUNDA LEITURA 

Leitura da Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios 12,12-30

Irmãos: 12 Como o corpo é um, embora tenha muitos membros, e como todos os membros do corpo,  embora sejam muitos, formam um só corpo, assim também acontece com Cristo. 13 De fato, todos nós, judeus ou gregos, escravos ou livres, fomos batizados num único Espírito, para formarmos um único corpo, e todos nós bebemos de um único Espírito. 14 Com efeito, o corpo não é feito de um membro apenas, mas de muitos membros. 15 Se o pé disser: "Eu não sou mão, portanto não pertenço ao corpo", nem por isso deixa de pertencer ao corpo. 16 E se o ouvido disser: "Eu não sou olho, portanto não pertenço ao corpo", nem por isso deixa de pertencer ao corpo. 17 Se o corpo todo fosse olho, onde estaria o ouvido? Se o corpo todo fosse ouvido, onde estaria o olfato? 18 De fato, Deus dispôs os membros e cada um deles no corpo, como quis. 19 Se houvesse apenas um membro, onde estaria o  corpo? 20 Há muitos membros, e, no entanto, um só corpo. 21 O olho não pode, pois, dizer à mão: "Não preciso de ti". Nem a cabeça pode dizer aos pés: "Não preciso de vós". 22 Antes pelo contrário, os membros do corpo que parecem ser mais fracos são muito mais necessários do que se pensa. 23 Também os membros que consideramos menos honrosos, a estes nós cercamos com mais honra, e os que temos por menos decentes, nós os tratamos com mais decência. 24 Os que nós consideramos decentes não precisam de cuidado especial. Mas Deus, quando formou o corpo, deu maior atenção e cuidado ao que nele é tido como menos honroso, 25 para que não haja divisão no corpo e, assim, os membros zelem igualmente uns pelos outros. 26 Se um membro sofre, todos os membros sofrem com ele; se é honrado, todos os membros se regozijam com ele. 27 Vós, todos juntos, sois o corpo de Cristo e, individualmente, sois membros desse corpo. 28 E, na Igreja, Deus colocou, em primeiro lugar, os apóstolos; em segundo lugar, os profetas; em terceiro lugar, os que têm o dom e a missão de ensinar; depois, outras pessoas com dons diversos, a saber: dom de milagres, dom de curas, dom para obras de misericórdia, dom de governo e direção, dom de línguas. 29 Acaso todos são apóstolos? Todos são profetas? Todos ensinam? Todos realizam milagres? 30 Todos têm o dom das curas? Todos falam em línguas? Todos as interpretam? Palavra do Senhor.

EVANGELHO

Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas 1,1-4;4,14-21

1 Muitas pessoas já tentaram escrever a história dos acontecimentos que se realizaram entre nós, 2 como nos foram transmitidos por aqueles que, desde o princípio, foram testemunhas oculares e ministros da palavra. 3 Assim sendo, após fazer um estudo cuidadoso de tudo o que aconteceu desde o princípio, também eu decidi escrever de modo ordenado para ti, excelentíssimo Teófilo. 4 Deste modo, poderás verificar a solidez dos ensinamentos que recebeste. Naquele tempo, 4,14 Jesus voltou para a Galileia, com a força do Espírito, e sua fama espalhou-se por toda a redondeza. 15 Ele ensinava nas suas sinagogas e todos o elogiavam. 16 E veio à cidade de Nazaré, onde se tinha criado. Conforme seu costume, entrou na sinagoga no sábado, e levantou-se para fazer a leitura. 17 Deram-lhe o livro do profeta Isaías. Abrindo o livro, Jesus achou a passagem em que está escrito: 18 "O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me consagrou com a unção para anunciar a Boa-Nova aos pobres; enviou-me par a proclamar a libertação aos cativos e aos cegos a recuperação da vista; para libertar os oprimidos 19 e para proclamar um ano da graça do Senhor". 20 Depois fechou o livro, entregou-o ao ajudante, e sentou-se. Todos os que estavam na sinagoga tinham os olhos fixos nele. 21 Então começou a dizer-lhes: "Hoje se cumpriu esta passagem da Escritura que acabastes de ouvir". Palavra da Salvação.

sexta-feira, 24 de janeiro de 2025

Jesus designou Doze, para que ficassem com ele.



Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos 3,13-19

Naquele tempo, 13 Jesus subiu ao monte e chamou os que ele quis. E foram até ele. 14 Então Jesus designou Doze, para que ficassem com ele e para enviá-los a pregar, 15 com autoridade para expulsar os demônios. 16 Designou, pois, os Doze: Simão, a quem deu o nome de Pedro; 17 Tiago e João, filhos de Zebedeu, aos quais deu o nome de Boanerges, que quer dizer "filhos do trovão"; 18 André, Filipe, Bartolomeu, Mateus, Tomé, Tiago, filho de Alfeu, Tadeu, Simão, o cananeu, 19 e Judas Iscariotes, aquele que depois o traiu. Palavra da Salvação.

Meditação

O evangelho de hoje narra o chamado daqueles que Jesus identificou como sendo capacitados para darem continuidade à sua obra. Não sabemos ao certo em que altura da vida missionária de Jesus isso se deu. Proponho alguns pontos para essa reflexão.

Jesus escolheu aqueles que Ele quis, não com base em mérito ou status, mas pela vontade divina. Isso pode nos lembrar de que Deus nos chama conforme sua vontade e não pelos critérios humanos. Ele vê potencial e propósito em cada um de nós.

O primeiro passo na missão dos apóstolos não foi sair para pregar, mas estar com Jesus. Isso nos fala da importância da intimidade com Cristo, do tempo dedicado a Ele antes de sair para agir. Em nossas próprias vidas, somos chamados primeiramente a estar com Deus na oração e na contemplação.

Jesus os envia a pregar e a expulsar demônios. Esse é o chamado para todos os discípulos – sermos instrumentos da graça de Deus, levando a palavra de amor, esperança e cura ao mundo. Cada um de nós, com os dons que Deus nos deu, também tem uma missão.

A lista dos doze apóstolos é marcada por pessoas de origens e características muito diferentes. Isso nos lembra que, no corpo de Cristo, somos todos diferentes, mas juntos formamos um só corpo, com diferentes papéis, mas com o mesmo objetivo de servir a Deus e ao próximo.

Como disse São Paulo, somos um corpo. E como tal, cada um tem uma função a exercer.

Deus nos abençoe.

Apêndice.

Conheçamos um pouco da história de cada um dos apóstolos de Jesus. Claro que as informações foram tiradas dos evangelhos e de algumas outras fontes.

Esses doze homens foram chamados por Jesus, não por sua perfeição, mas para cumprir um propósito divino. Eles eram um grupo diverso, com diferentes personalidades e passados, mas unidos na missão de propagar o Reino de Deus. Cada um deles teve um papel importante na construção da Igreja primitiva.

1. Simão (Pedro) - Jesus deu-lhe o nome de Pedro, que significa "pedra" ou "rocha". Simão era um pescador e se tornou um dos líderes mais proeminentes da Igreja primitiva. Pedro é conhecido por sua fé, mas também por suas falhas, especialmente quando negou Jesus, mas se arrependeu e foi restaurado.

2. Tiago (filho de Zebedeu) - Juntamente com seu irmão João, Tiago foi um dos primeiros discípulos chamados por Jesus. Ele é frequentemente chamado de "Tiago Maior" para diferenciá-lo de outro discípulo chamado Tiago. Tiago foi martirizado por sua fé, sendo o primeiro apóstolo a ser martirizado.

3. João (irmão de Tiago) - João, também conhecido como o "discípulo amado", foi um dos apóstolos mais próximos de Jesus. Ele escreveu o Evangelho segundo João e as Cartas de João no Novo Testamento. João também teve uma visão profunda da missão de Jesus e foi o único apóstolo que não morreu como mártir.

4. André (irmão de Pedro) - André também era pescador e seguiu Jesus logo após seu irmão Pedro. Ele é conhecido por ser o primeiro a ser chamado por Jesus, e depois levou seu irmão Pedro a Cristo. André é frequentemente associado à evangelização na região do Mar Negro.

5. Felipe - Felipe é mencionado várias vezes no Evangelho de João, onde ele é conhecido por levar Natanael a Jesus. Ele teve um papel importante em algumas das interações de Jesus, especialmente na preparação para a alimentação dos 5.000.

6. Bartolomeu - Tradicionalmente identificado com Natanael, Bartolomeu é conhecido por sua primeira reação cética ao ser chamado por Filipe (quando ele perguntou "Pode vir alguma coisa boa de Nazaré?"), mas logo se tornou um seguidor fervoroso de Jesus.

7. Mateus - Antes de ser chamado por Jesus, Mateus (também conhecido como Levi) era cobrador de impostos. Ele escreveu o Evangelho de Mateus e foi uma figura importante na pregação do evangelho, especialmente para os judeus.

8. Tomé - Famoso por sua dúvida sobre a ressurreição de Jesus, Tomé disse que só acreditaria se visse as marcas dos cravos. Após a aparição de Jesus ressuscitado, Tomé fez uma das mais profundas declarações de fé: "Meu Senhor e meu Deus!"

9. Tiago (filho de Alfeu) - Tiago, também chamado de "Tiago Menor" para diferenciá-lo de Tiago, filho de Zebedeu, é mencionado com menos destaque nas escrituras, mas ainda assim foi um dos doze escolhidos por Jesus.

10. Tadeu (ou Lebeu, filho de Tiago) - Tadeu é mencionado apenas em listas de apóstolos e tem pouca menção nas Escrituras. No entanto, é tradicionalmente considerado o autor da carta de Judas no Novo Testamento, embora o autor se identifique apenas como "Judas, servo de Jesus Cristo".

11. Simão, o Zelote - Simão é chamado "o Zelote" devido à sua associação com um grupo judaico que desejava resistir ao domínio romano e lutar pela independência de Israel. Sua inclusão entre os apóstolos reflete como Jesus chamou pessoas de diferentes origens e perspectivas.

12. Judas Iscariotes - Judas é tristemente famoso por ser o apóstolo que traiu Jesus, entregando-o aos sacerdotes por 30 moedas de prata. Após a traição e a condenação de Jesus, Judas se enforcou.

quinta-feira, 23 de janeiro de 2025

O "demônio" conhece Jesus!



Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos 3,7-12

Naquele tempo, 7 Jesus se retirou para a beira do mar, junto com seus discípulos. Muita gente da Galileia o seguia. 8 E também muita gente da Judeia, de Jerusalém, da Idumeia, do outro lado do Jordão, dos territórios de Tiro e Sidônia, foi até Jesus, porque tinham ouvido falar de tudo o que ele fazia. 9 Então Jesus pediu aos discípulos que lhe providenciassem uma barca, por causa da multidão, para que não o comprimisse. 10 Com efeito, Jesus tinha curado muitas pessoas, e todos os que sofriam de algum mal jogavam-se sobre ele para tocá-lo. 11 Vendo Jesus, os espíritos maus caíam a seus pés, gritando: "Tu és o Filho de Deus!" 12 Mas Jesus ordenava severamente para não dizerem quem ele era. Palavra da Salvação.

Meditação

O texto de hoje, mais do que falar sobre o poder de Jesus sobre o mal, nos leva a meditar, brevemente, sobre alguns pontos: 1. O poder de Jesus sobre o mal; 2. A revelação gradual de quem é Jesus.

O poder de Jesus sobre o mal. 

Ele tem poder sobre todas as forças do mal e é digno de nossa confiança total.

A revelação gradual de Deus.

O tempo de Deus é perfeito, e Jesus, ao impedir que os espíritos imundos falassem, nos ensina sobre o plano de Deus para a revelação de Sua missão.

Ao meditar sobre esse trecho, podemos também refletir sobre a nossa fé. Será que procuramos Jesus por quem Ele é ou apenas pelos benefícios que Ele pode nos proporcionar? Como estamos lidando com o mal em nossa vida e buscando a cura não só no físico, mas no nosso interior? O que procuramos em Jesus: o Deus que cura, ou o Deus que liberta?

Essa meditação pode nos ajudar a fortalecer nossa fé e confiar na ação de Cristo em todas as áreas de nossa vida.

Deus nos abençoe.


segunda-feira, 20 de janeiro de 2025

"Fazei tudo o que ele vos disser".



Evangelho de Jesus Cristo segundo João 2,1-11

Naquele tempo, 1 houve um casamento em Caná da Galileia. A mãe de Jesus estava presente. 2 Também Jesus e seus discípulos tinham sido convidados para o casamento. 3 Como o vinho veio a faltar, a mãe de Jesus lhe disse: "Eles não têm mais vinho". 4 Jesus respondeu-lhe: "Mulher, por que dizes isto a mim? Minha hora ainda não chegou". 5 Sua mãe disse aos que estavam servindo: "Fazei o que ele vos disser". 6 Estavam seis talhas de pedra colocadas aí para a purificação que os judeus costumam fazer. Em cada uma delas cabiam mais ou menos cem litros. 7 Jesus disse aos que estavam servindo: "Enchei as talhas de água". Encheram-nas até a boca. 8 Jesus disse: "Agora tirai e levai ao mestre-sala". E eles levaram. 9 O mestre-sala experimentou a água, que se tinha transformado em vinho. Ele não sabia de onde vinha, mas os que estavam servindo sabiam, pois eram eles que tinham tirado a água. 10 O mestre-sala chamou então o noivo e lhe disse: "Todo mundo serve primeiro o vinho melhor e, quando os convidados já estão embriagados, serve o vinho menos bom. Mas tu guardaste o vinho melhor até agora!" 11 Este foi o início dos sinais de Jesus. Ele o realizou em Caná da Galileia e manifestou a sua glória, e seus discípulos creram nele. Palavra da Salvação.

O texto do 2º domingo do tempo comum nos apresenta o relato das bodas de Caná. Esse texto é conhecido de todos nós. Ficamos impressionados com o milagre de Jesus, e com as presenças de Maria, sua mãe, e dos discípulos de Jesus. Várias leituras são feitas: Maria como intercessora; a obediência dos servos (diáconos); a constatação do mestre sala; o melhor vinho. E a ação dos discípulos em crer em Jesus.

De tudo isso, trago duas reflexões. A primeira está relacionada com os dois tipos de vinho. O mestre sala fala que o vinho por ele experimentado após a transformação, é melhor que o primeiro.

O vinho servido primeiro representa, para nós, toda a história da salvação narra no chamado primeiro testamento. O vinho novo é a nova mensagem trazida por Jesus. Esse relato me lembra aquelas pessoas que dizem, "antigamente era assim", ou, "sempre foi feito assim". Mesmo tendo fé em Jesus, não se renovam em sua forma de viver a fé. Ficam presas a um passado medieval que não cabe mais em nosso tempo.

O segundo ponto, refere-se a frase, "e seus discípulos creram nele". Os discípulos estão conhecendo Jesus. Crer em Jesus é reconhecê-lo como aquele que traz uma vida nova. Um novo jeito de ser. Uma nova forma de se relacionar.

Aprendamos com os servos a fazer tudo o que ele nos disser.

Deus nos abençoe.



quinta-feira, 16 de janeiro de 2025

"Se queres tens o poder de curar-me"



Marcos continua nos apresentando quem é Jesus. Hoje ele narra a cura de um leproso. 

Para que a cura pudesse ser realizada Jesus toca no leproso, o que era proibido pela lei. Quem tocasse num leproso ficava impuro perante a sociedade. Mas, Jesus, toca o leproso para ele ficasse curado. 

Em seguida, Jesus manda que ele vá ao sacerdote e apresente a prescrição da lei de Moisés para os que fossem curados da lepra para poderem voltar à convivência social. E pede ao leproso, que não divulgue o milagre recebido (isso é outra história).

O texto de hoje nos ajuda a entender que devemos nos aproximar de Jesus com confiança e fé, acreditando que Ele pode curar nossas feridas, sejam elas físicas, emocionais ou espirituais. Também somos chamados a responder com gratidão e a permitir que a nossa vida seja um testemunho de sua misericórdia.

O exemplo de Jesus nos ensina que, embora a compaixão e a cura sejam essenciais, é necessário discernimento na forma de partilhar as boas novas. A verdadeira cura não é apenas física, mas também uma transformação profunda que exige reflexão e compromisso com os ensinamentos de Deus.

Que possamos, assim como o leproso, nos aproximar de Jesus com confiança, permitir que Ele nos toque e nos cure, e, como consequência, compartilhar com o mundo o que Ele fez em nossa vida, sempre buscando viver de acordo com a sua vontade.

Deus nos abençoe.

Texto de hoje.

 Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos 1,40-45

Naquele tempo, 40 um leproso chegou perto de Jesus, e de joelhos pediu: "Se queres tens o poder de curar-me". 41 Jesus, cheio de compaixão, estendeu a mão, tocou nele, e disse: "Eu quero: fica curado!" 42 No mesmo instante a lepra desapareceu e ele ficou curado. 43 Então Jesus o mandou logo embora, 44 falando com firmeza: "Não contes nada disso a ninguém! Vai, mostra-te ao sacerdote e oferece, pela tua purificação, o que Moisés ordenou, como prova para eles!" 45 Ele foi e começou a contar e a divulgar muito o fato. Por isso Jesus não podia mais entrar publicamente numa cidade: ficava fora, em lugares desertos. E de toda parte vinham procurá-lo. Palavra da Salvação.




quarta-feira, 15 de janeiro de 2025

"Todos estão te procurando"


(Marcos 1,29-39)

Este trecho nos desafia a refletir sobre vários aspectos da vida cristã. Em primeiro lugar, somos chamados a viver uma espiritualidade equilibrada, onde a compaixão e o serviço ao próximo caminham juntos com a oração e o discernimento da vontade de Deus. Jesus não se deixou consumir apenas pelas necessidades físicas e emocionais das pessoas, mas soube priorizar o essencial: sua missão de pregar o Reino de Deus.

Além disso, somos convidados a imitar a postura de Jesus, que, mesmo sendo procurado por muitos, escolheu, em meio ao movimento constante de sua vida pública, reservar tempo para estar em comunhão com o Pai. O equilíbrio entre ação e contemplação é essencial para que possamos viver de maneira autêntica a nossa fé.

Por fim, a missão de Jesus não se limita a um contexto específico ou a um grupo de pessoas. Ele está em constante movimento, levando a Boa Nova a todos, independentemente das expectativas dos outros. Este chamado à universalidade da mensagem de Jesus é um convite para que sejamos também missionários, levando a palavra de Deus a todos os cantos, em qualquer circunstância.

A reflexão sobre este evangelho nos convida a buscar em nossas vidas uma maior proximidade com o Senhor, aprendendo a servir com generosidade e a viver nossa missão com clareza e coragem.

Eis o texto.

Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos 1,29-39

Naquele tempo, 29 Jesus saiu da sinagoga e foi, com Tiago e João,  para a casa de Simão e André. 30 A sogra de Simão estava de cama, com febre, e eles logo contaram a Jesus. 31 E ele se aproximou, segurou sua mão e ajudou-a a levantar-se. Então, a febre desapareceu; e ela começou a servi-los. 32 À tarde, depois do pôr-do-sol, levaram a Jesus todos os doentes e os possuídos pelo demônio. 33 A cidade inteira se reuniu em frente da casa. 34 Jesus curou muitas pessoas de diversas doenças e expulsou muitos demônios. E não deixava que os demônios falassem, pois sabiam quem ele era. 35 De madrugada, quando ainda estava escuro, Jesus se levantou e foi rezar num lugar deserto. 36 Simão e seus companheiros foram à procura de Jesus. 37 Quando o encontraram, disseram: "Todos estão te procurando". 38 Jesus respondeu: "Vamos a outros lugares, às aldeias da redondeza! Devo pregar também ali, pois foi para isso que eu vim". 39 E andava por toda a Galileia, pregando em suas sinagogas e expulsando os demônios. Palavra da Salvação.




terça-feira, 14 de janeiro de 2025

Um ensinamento novo dado com autoridade.



O evangelista Marcos nos mostra que a atuação pastoral de Jesus é de quem tem autoridade. Mas, há uma diferença. A autoridade de Jesus é libertadora de tudo que possa aprisionar os filhos e filhas de Deus. Além disso, Jesus rompe com as leis que impediam as pessoas de fazerem o bem em dia de sábado.

Segue o texto do evangelho, em seguida, minha reflexão.

Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos 1,21b-28

21b Estando com seus discípulos em Cafarnaum, Jesus, num dia de sábado, entrou na sinagoga e começou a ensinar. 22 Todos ficavam admirados com o seu ensinamento, pois ensinava como quem tem autoridade, não como os mestres da Lei. 23 Estava então na sinagoga um homem possuído por um espírito mau. Ele gritou: 24 "Que queres de nós, Jesus Nazareno? Vieste para nos destruir? Eu sei quem tu és: tu és o Santo de Deus." 25 Jesus o intimou:  "Cala-te e sai dele!" 26 Então o espírito mau sacudiu o homem com violência, deu um grande grito e saiu. 27 E todos ficaram muito espantados e perguntavam uns aos outros: "O que é isto? Um ensinamento novo dado com autoridade: Ele manda até nos espíritos maus, e eles obedecem!" 28 E a fama de Jesus logo se espalhou por toda a parte, em toda a região da Galileia. Palavra da Salvação.

Meditação.

Nessa passagem, vemos o poder e a autoridade de Jesus, que não apenas ensina, mas também liberta as pessoas da opressão espiritual e social. Sua palavra tem efeito imediato, transformando a realidade das pessoas e trazendo cura. A reação de surpresa das pessoas é uma resposta natural àquilo que é novo e extraordinário, pois elas estavam acostumadas com o ensino dos mestres da lei, que muitas vezes se limitavam à interpretação das escrituras, sem o poder transformador de Jesus.

Esse episódio nos mostra que a verdadeira autoridade de Jesus não vem de uma posição de poder humano, mas de sua conexão direta com Deus e sua capacidade de agir em nome de Deus, realizando sinais e milagres. A propagação da fama de Jesus, que começa a se espalhar, é o início de sua missão pública, que tem como objetivo revelar o Reino de Deus, curar os enfermos e libertar os oprimidos.

Essa passagem nos convida a refletir sobre como reconhecemos a autoridade de Jesus em nossas vidas. Como aceitamos a autoridade da Igreja que é continuadora da mensagem de Jesus? Será que estamos abertos a sua palavra e à transformação que ele pode operar em nós?

Deus nos abençoe

segunda-feira, 13 de janeiro de 2025

"O tempo já se completou e o Reino de Deus está próximo. Convertei-vos e crede no Evangelho!"



Encerramos o tempo do Natal com a festa do Batismo de Jesus. Mesmo estando situada dentro do contexto do Natal, o Batismo de Jesus é um fato que precede sua vida pública, ou seja, o serviço missionário de anunciar que o Reino de Deus é uma realidade que está no meio de nós.

O evangelho de Marcos é considerado um texto catequético, ou seja, ele tem por objetivo apresentar Jesus àqueles que se aproximam da pregação apostólica.

Marcos situa o início da vida pública de Jesus com a prisão de João Batista. Lembremos que João foi aquele que declarou, é preciso que eu diminua e ele cresça. A prisão do Batista é um tirar de cena o precursor e dar lugar a Jesus, a figura principal.

Jesus chama seus primeiros discípulos no cotidiano da vida. A esse chamado há uma resposta imediata, deixaram tudo e seguiram Jesus.

A mensagem de hoje nos faz pensar em como temos respondido ao chamado de Jesus em nossa vida? E ainda, o que temos deixado para trás para seguir o Cristo de forma radical e comprometida? 

A mensagem de Marcos nos convida a reavaliar nossas prioridades, a tomar uma decisão clara de seguir Jesus e a nos engajar na missão que Ele nos confia.

Que possamos ter a coragem de, como os primeiros discípulos, deixar tudo para seguir a Jesus e ser instrumentos da sua obra no mundo.

Deus nos abençoe.

Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos 1,14-20

14 Depois que João Batista foi preso, Jesus foi para a Galileia, pregando o Evangelho de Deus e dizendo: 15 "O tempo já se completou e o Reino de Deus está próximo. Convertei-vos e crede no Evangelho!" 16 E, passando à beira do mar da Galileia, Jesus viu Simão e André, seu irmão, que lançavam a rede ao mar, pois eram pescadores. 17 Jesus lhes disse: "Segui-me e eu farei de vós pescadores de homens". 18 E eles, deixando imediatamente as redes, seguiram a Jesus. 19 Caminhando mais um pouco, viu também Tiago e João, filhos de Zebedeu. Estavam na barca, consertando as redes; 20 e logo os chamou. Eles deixaram seu pai Zebedeu na barca com os empregados, e partiram, seguindo Jesus. Palavra da Salvação.

domingo, 12 de janeiro de 2025

Eis o meu servo: nele se compraz minh'alma.

 


Hoje celebramos a festa do Batismo de Jesus. Encerramos o ciclo do Natal, e iniciamos o período do Tempo Comum, que vai até a Quarta-feira de Cinzas, início da Quaresma. 

A meditação dos textos de Isaías 42,1-4.6-7, Salmo 28(29), Atos 10,34-38 e Lucas 3,15-16.21-22 oferece uma reflexão rica sobre a missão de Cristo e sua manifestação como Messias, além de nos chamar a refletir sobre a presença e a ação do Espírito Santo em nossas vidas.

Isaías 42,1-4.6-7

Deus nos chama, como discípulos de Cristo, a seguir este caminho de serviço humilde e de busca pela justiça. A verdadeira transformação do mundo não se dá pela força, mas pela ação do amor de Deus, que liberta e cura.

Salmo 28(29),1a.2.3ac-4.3b.9b-10

A grandeza de Deus se revela tanto na natureza quanto na história da salvação. O cristão é chamado a reconhecer a ação de Deus em sua vida e a responder com louvor e gratidão, reconhecendo que Ele é o fundamento da nossa paz.

Atos 10,34-38

A missão de Cristo é universal, e nós, como cristãos, somos chamados a viver esta universalidade, partilhando a mensagem de Cristo com todos, sem distinção de raça, cultura ou condição social. A ação do Espírito Santo em Jesus nos ensina a viver com o mesmo poder e compaixão, levando o bem a todos.

Lucas 3,15-16.21-22

O batismo de Jesus marca o início de sua missão pública e a manifestação clara da Trindade: o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Esse momento revela a identidade plena de Jesus como Filho de Deus e nos convida a refletir sobre o nosso próprio batismo, em que somos chamados a ser filhos e filhas de Deus, unidos ao Cristo.

Os textos de hoje nos convidam a mergulhar na realidade da missão de Cristo e da presença do Espírito Santo em nossa vida. Jesus é o servo fiel que traz luz e libertação, e nós somos chamados a seguir esse exemplo. Em nosso batismo, somos ungidos com o Espírito Santo para viver a missão de Cristo no mundo, proclamando o Reino de Deus com humildade e poder.

Que possamos renovar nosso compromisso com o caminho de Cristo, buscando a justiça, a paz e a verdade, e deixando que o Espírito Santo nos guie em nossa missão de levar a luz de Cristo ao mundo.

Eis as leituras de hoje.

PRIMEIRA LEITURA

Livro do Profeta Isaías 42,1-4.6-7

Assim fala o Senhor:1"Eis o meu servo - eu o recebo; eis o meu eleito - nele se compraz minh'alma; pus meu espírito sobre ele ,ele promoverá o julgamento das nações.2Ele não clama nem levanta a voz, nem se faz ouvir pelas ruas. 3Não quebra uma cana rachada nem apaga um pavio que ainda fumega; mas promoverá o julgamento para obter a verdade. Não esmorecerá nem se deixará abater, enquanto não estabelecer a justiça na terra; os países distantes esperam seus ensinamentos. Eu, o Senhor, te chamei para a justiça  e te tomei pela mão; eu te formei e te constituí como o centro de aliança do povo, luz das nações, para abrires os olhos dos cegos, tirar os cativos da prisão, livrar do cárcere os que vivem nas  trevas". Palavra do Senhor.

Salmo responsorial  Sl 28(29),1a.2.3ac-4.3b.9b-10 (R.11b)

R. Que o Senhor abençoe, com a paz, o seu povo!

1a Filhos de Deus, tributai ao Senhor, * tributai-lhe a glória e o poder!

Dai-lhe a glória devida ao seu nome; * adorai-o com santo ornamento! R.

3a Eis a voz do Senhor sobre as águas, *   c sua voz sobre as águas imensas!

Eis a voz do Senhor com poder! * Eis a voz do Senhor majestosa. R.

3b Sua voz no trovão reboando! * 9b No seu templo os fiéis bradam: "Glória!"

10 É o Senhor que domina os dilúvios, * o Senhor reinará para sempre! R.

SEGUNDA LEITURA

Atos dos Apóstolos 10,34-38

Naqueles dias, 34 Pedro tomou a palavra e disse: "De fato, estou compreendendo que Deus não faz distinção entre as pessoas. 35 Pelo contrário, ele aceita quem o teme e pratica a justiça, qualquer que seja a nação a que pertença. 36 Deus enviou sua palavra aos israelitas e lhes anunciou a Boa-Nova da paz, por meio de Jesus Cristo, que é o Senhor de todos. 37 Vós sabeis o que  aconteceu em toda a Judeia, a começar pela Galileia,  depois do batismo pregado por João: 38 como Jesus de Nazaré foi ungido por Deus com o Espírito Santo e com poder. Ele andou por toda a parte, fazendo o bem e curando a todos os que estavam dominados pelo demônio; porque Deus estava com ele". Palavra do Senhor.

EVANGELHO

Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas 3,15-16.21-22

Naquele tempo, 15 o povo estava na expectativa e todos se perguntavam no seu íntimo se João não seria o Messias. 16 Por isso, João declarou a todos: "Eu vos batizo com água, mas virá aquele que é mais forte do que eu. Eu não sou digno de desamarrar a correia de suas sandálias. Ele vos batizará no Espírito Santo e no fogo". 21 Quando todo o povo estava sendo batizado, Jesus também recebeu o batismo. E, enquanto rezava, o céu se abriu 22 e o Espírito Santo desceu sobre Jesus em forma visível, como pomba. E do céu veio uma voz: "Tu és o meu Filho amado, em ti ponho o meu bem-querer". Palavra da Salvação.


quinta-feira, 9 de janeiro de 2025

Aquele que ama a Deus, ame também o seu irmão.


As leituras de hoje: 1Jo 4,19-5,4 / Sl 71(72),1-2.14 e 15bc.17 (R. cf. 11) / Lc 4,14-22a. Ao fim de nossa reflexão estão as leituras de hoje tiradas do site da Liturgia Diária da CNBB.

Da leitura e meditação da carta de São João, podemos nos perguntar: Como podemos, no dia a dia, manifestar esse amor de Deus aos outros? Será que há alguém em nossa vida a quem precisamos perdoar ou a quem devemos expressar mais amor? O amor de Deus em nós deve ser um reflexo de Sua misericórdia para com o mundo.

O salmo provoca em nós outra pergunta para nossa vida de fé: O que podemos aprender sobre liderança a partir desse Salmo? Como podemos ser líderes (em nossa casa, no trabalho, ou na comunidade) com a sabedoria e a justiça de Deus? O que significa para nós, como cristãos, reinar com compaixão e serviço ao próximo?

o evangelho nos convida e meditarmos sobre como podemos ser colaboradores de Jesus em sua missão? Como podemos, em nossa vida cotidiana, ser mensageiros de boas novas para aqueles que mais precisam? Somos chamados, assim como Jesus, a trazer esperança, cura e libertação para aqueles que estão ao nosso redor.

Os textos  de hoje nos convidam a refletir sobre como o amor de Deus, a justiça e a missão de Jesus podem se manifestar em nossas vidas. O amor de Deus deve ser o motor de nossas ações, a justiça de Deus deve guiar nossas decisões, e a missão de Jesus deve inspirar nossas atitudes em relação ao próximo. Que possamos viver de forma concreta essas verdades, sendo reflexo de Seu amor no mundo.

Deus nos abençoe.

LEITURAS

Primeira Carta de São João 4,19-5,4

Caríssimos, 19 quanto a nós, amemos Deus porque ele nos amou primeiro. 20 Se alguém disser: "Amo a Deus", mas entretanto odeia o seu irmão, é um mentiroso; pois quem não ama o seu irmão, a quem vê, não poderá amar a Deus, a quem não vê. 21 E este é o mandamento que dele recebemos: aquele que ama a Deus, ame também o seu irmão. 5,1 Todo o que crê que Jesus é o Cristo, nasceu de Deus, e quem ama aquele que gerou alguém, amará também aquele que dele nasceu. 2 Podemos saber que amamos os filhos de Deus, quando amamos a Deus e guardamos os seus mandamentos. 3 Pois isto é amar a Deus: observar os seus mandamentos. E os seus mandamentos não são pesados, 4 pois todo o que nasceu de Deus vence o mundo. E esta é a vitória que venceu o mundo: a nossa fé. Palavra do Senhor.

Salmo responsorial 

Sl 71(72),1-2.14.15bc.17 (R. cf. 11)

R. As nações de toda a terra, hão de adorar-vos, ó Senhor!

1 Dai ao Rei vossos poderes, Senhor Deus, * vossa justiça ao descendente da realeza!

2 Com justiça ele governe o vosso povo, * com equidade ele julgue os vossos pobres. R.

14 Há de livrá-los da violência e opressão, * pois vale muito o sangue deles a seus olhos!

15b Hão de rezar também por ele sem cessar, * c bendizê-lo e honrá-lo cada dia. R.

17 Seja bendito o seu nome para sempre! * E que dure como o sol sua memória! Todos os povos serão nele abençoados, * todas as gentes cantarão o seu louvor! R.

Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas 4,14-22a

Naquele tempo, 14 Jesus voltou para a Galileia, com a força do Espírito, e sua fama espalhou-se por toda a redondeza. 15 Ele ensinava nas suas sinagogas e todos o elogiavam. 16 E veio à cidade de Nazaré, onde se tinha criado. Conforme seu costume, entrou na sinagoga no sábado, e levantou-se para fazer a leitura. 17 Deram-lhe o livro do profeta Isaías. Abrindo o livro, Jesus achou a passagem em que está escrito: 18 "O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me consagrou com a unção para anunciar a Boa-Nova aos pobres; enviou-me para proclamar a libertação aos cativos e aos cegos a recuperação da vista; para libertar os oprimidos 19 e para proclamar um ano da graça do Senhor". 20 Depois fechou o livro, entregou-o ao ajudante, e sentou-se. Todos os que estavam na sinagoga  tinham os olhos fixos nele. 21 Então começou a dizer-lhes: "Hoje se cumpriu esta passagem da Escritura que acabastes de ouvir". 22a Todos davam testemunho a seu respeito, admirados com as palavras cheias de encanto que saíam da sua boca. Palavra da Salvação.

quarta-feira, 8 de janeiro de 2025

"Se nos amamos uns aos outros, Deus permanece conosco".



Leituras de hoje, 1Jo 4,11-18 / Sl 71(72),1-2.10-11.12-13 (R. cf. 11) / Mc 6,45-52. Ao fim de nossa reflexão estão os textos de hoje.

As leituras de hoje nos levam a refletir como estamos amando o próximo, e como depositamos nossa confiança em Jesus diante dos momentos difíceis da vida.

A carta de São João nos ensina que, se Deus nos amou de forma tão grande e incondicional, nós também devemos amar uns aos outros. "Amados, se Deus nos amou assim, nós também devemos amar uns aos outros" (1Jo 4, 11). O amor é a essência de Deus, e, por isso, quando amamos, nos tornamos participantes desse amor divino. A "perfeição do amor" (v. 18) nos liberta do medo, porque o medo está relacionado ao castigo, mas quem ama verdadeiramente sabe que está unido a Deus, que é amor.

Essa leitura nos desafia a olharmos para nós e refletir sobre nosso amor. Estamos amando de maneira sacrificial, sem esperar nada em troca, assim como Cristo nos amou? O amor de Deus nos chama a viver sem medo, pois quem ama está em Deus, e Deus está em nós.

O salmo nos convida a refletir sobre como devemos nos empenhar para viver a justiça de Deus em nosso mundo, especialmente em favor dos mais necessitados e oprimidos. Nosso amor ao próximo deve ser visível nas nossas ações concretas para que a justiça de Deus se torne uma realidade aqui na Terra.

A meditação do evangelho pode nos ajudar a refletir sobre os "tempos de tempestade" que enfrentamos em nossas vidas. Como os discípulos, também podemos ter momentos de medo e insegurança, mas Jesus está sempre presente para nos acalmar e nos dar coragem. Quando reconhecemos Sua presença, nossa fé é fortalecida, e podemos enfrentar qualquer dificuldade.

A palavra de hoje nos convida a refletir sobre o amor de Deus, que é fonte de coragem e segurança para enfrentar as tempestades da vida. O amor de Deus nos chama a amar ao próximo, especialmente os mais necessitados, e a confiar em Sua presença constante, mesmo nas dificuldades. Como os discípulos, somos chamados a olhar para Jesus e não deixar que o medo nos paralise.

O Salmo nos ajuda a lembrar que a justiça de Deus é um princípio que deve ser vivido aqui e agora, no cuidado com os outros, especialmente com os pobres e necessitados. O amor e a justiça de Deus não estão separados: eles andam juntos e nos levam a agir com compaixão, como Jesus fez.

Portanto, a meditação de hoje nos desafia a viver um amor sem medo, um amor que confia plenamente em Deus e se traduz em gestos concretos de justiça e solidariedade.

Observe que não existe minha tempestade. A tempestade é comunitária. Ela foi vivida em comunidade, dentro da barca.

Deus nos abençoe.

Primeira Carta de São João 4,11-18

11 Caríssimos, se Deus nos amou assim,  nós também devemos amar-nos uns aos outros. 12 Ninguém jamais viu a Deus. Se nos amamos uns aos outros, Deus permanece conosco e seu amor é plenamente realizado entre nós. 13 A prova de que permanecemos com ele, e ele conosco, é que ele nos deu o seu Espírito. 14 E nós vimos, e damos testemunho, que o Pai enviou o seu Filho como Salvador do mundo. Todo aquele que proclama 15 que Jesus é o Filho de Deus, Deus permanece com ele, e ele com Deus. 16 E nós conhecemos o amor que Deus tem para conosco, e acreditamos nele. Deus é amor: quem  permanece no amor, permanece com Deus, e Deus permanece com ele. 17 Nisto se realiza plenamente o seu amor para conosco: em nós termos plena confiança no dia do julgamento, porque, tal como Jesus,  nós somos neste mundo. 18 No amor não há temor. Ao contrário, o perfeito amor lança fora o temor, pois o temor implica castigo, e aquele que teme não chegou à perfeição do amor. Palavra do Senhor.

Salmo responsorial  Sl 71(72),1-2. 10-11. 12-13 (R. Cf. 11)

R. As nações de toda a terra, hão de adorar-vos, ó Senhor!

1 Dai ao Rei vossos poderes, Senhor Deus, * vossa justiça ao descendente da realeza!

2 Com justiça ele governe o vosso povo, * com equidade ele julgue os vossos pobres. R.

10 Os reis de Társis e das ilhas hão de vir * e oferecer-lhes seus presentes e seus dons; e também os reis de Seba e de Sabá * hão de trazer-lhe oferendas e tributos.

11 Os reis de toda a terra hão de adorá-lo, * e todas as nações hão de servi-lo. R.

12 Libertará o indigente que suplica, * e o pobre ao qual ninguém quer ajudar.

13 Terá pena do indigente e do infeliz, * e a vida dos humildes salvará. R.

Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos 6,45-52

Depois de saciar os cinco mil homens, 45 Jesus obrigou os discípulos a entrarem na barca e irem na frente para Betsaida, na outra margem, enquanto ele despedia a multidão. 46 Logo depois de se despedir deles, subiu ao monte para rezar. 47 Ao anoitecer, a barca estava no meio do mar e Jesus sozinho em terra. 48 Ele viu os discípulos cansados de remar, porque o vento era contrário. Então, pelas três da madrugada, Jesus foi até eles andando sobre as águas, e queria passar na frente deles. 49 Quando os discípulos o viram andando sobre o mar, pensaram que era um fantasma e começaram a gritar. 50 Com efeito, todos o tinham visto  e ficaram assustados. Mas Jesus logo falou: "Coragem, sou eu! Não tenhais medo!" 51 Então subiu com eles na barca. E o vento cessou. Mas os discípulos ficaram ainda mais espantados, 52 porque não tinham compreendido nada a respeito dos pães. O coração deles estava endurecido. Palavra da Salvação.

terça-feira, 7 de janeiro de 2025

Quem não ama, não chegou a conhecer a Deus, pois Deus é amor.


As leituras de hoje, 1Jo 4,7-10 / 
Sl 71(72),1-2.3-4ab.7-8 (R. cf. 11) / Mc 6,34-44. No fim de nossa reflexão estão os textos de hoje.

A meditação sobre as passagens bíblicas de 1 João 4,7-10; Salmo 71(72),1-2.3-4ab.7-8 e Marcos 6,34-44 pode ser uma oportunidade para refletir sobre o amor de Deus, a justiça, a misericórdia e o cuidado de Jesus pelo seu povo. E a disponibilidade dos discípulo em servir.

João nos fala sobre o Amor de Deus. Ele nos lembra que Deus é a fonte do amor. O amor não é algo que nasce de nós, mas vem de Deus. Ele nos amou primeiro e, por meio de Seu Filho, Jesus Cristo, nos trouxe a verdadeira compreensão do que significa o amor. O amor de Deus não se limita às palavras, mas se concretiza em ações — o envio de Jesus para salvar a humanidade. Como resposta, somos chamados a amar uns aos outros, porque o amor é o reflexo de nossa relação com Deus. Este amor é o fundamento da nossa fé e das nossas atitudes em relação ao próximo.

O Salmo é uma oração pela justiça e pela paz do reino de Deus. O salmista pede a Deus que dê ao rei a capacidade de governar com justiça, especialmente em benefício dos pobres e oprimidos. Esta é uma visão messiânica que aponta para o reinado de Cristo, o Rei justo que cuida de todos, especialmente dos mais necessitados. Ele traz justiça, paz e prosperidade ao seu povo, e Seu reino é eterno. Isso nos convida a refletir sobre como podemos ser agentes de justiça e paz em nosso próprio contexto, ajudando a construir um mundo mais justo e solidário.

No evangelho, Jesus demonstra sua compaixão e providência. A multidão estava faminta, tanto física quanto espiritualmente, e Jesus não só lhes ofereceu alimento, mas também palavras de vida. Quando os discípulos questionam a possibilidade de alimentar a todos, Jesus os desafia a fazer algo com o que eles têm — cinco pães e dois peixes. Ele abençoa os alimentos e os distribui, multiplicando-os para que todos se saciem. Isso é um lembrete de que, mesmo nas nossas limitações, Deus pode fazer algo grandioso. Ele nos convida a confiar Nele e a partilhar o que temos, pois Ele pode multiplicar nosso esforço. Os discípulos aprendem a servir confiando em Deus através de Jesus.

Esses textos nos mostram um Deus de amor, justiça e compaixão. Deus nos ama profundamente e, ao enviar seu Filho, nos dá um exemplo de como devemos viver: amando uns aos outros, buscando a justiça e a paz, e confiando que, em Cristo, mesmo nossas limitações podem ser superadas. Jesus nos ensina a importância da partilha e da confiança em sua providência. Neste tempo de meditação, podemos nos perguntar: como estou vivendo o amor de Deus em minha vida? Como posso ser um instrumento de justiça e compaixão no meu mundo?

Deus nos abençoe.

Primeira Carta de São João 4,7-10

7 Caríssimos, amemo-nos uns aos outros, porque o amor vem de Deus e todo aquele que ama nasceu de Deus e conhece Deus. 8 Quem não ama, não chegou a conhecer a Deus, pois Deus é amor. 9 Foi assim que o amor de Deus se manifestou entre nós: Deus enviou o seu Filho único ao mundo, para que tenhamos vida por meio dele. 10 Nisto consiste o amor: não fomos nós que amamos a Deus, mas foi ele que nos amou e enviou o seu Filho como vítima de reparação pelos nossos pecados. Palavra do Senhor.

Salmo responsorial Sl 71(72),1-2.3-4ab.7-8 (R. Cf. 11)

R. Os reis de toda a terra, hão de adorar-vos, ó Senhor!

1 Dai ao Rei vossos poderes, Senhor Deus, * vossa justiça ao descendente da realeza! 

2 Com justiça ele governe o vosso povo, * com equidade ele julgue os vossos pobres. R.

3 Das montanhas venha a paz a todo o povo, * e desça das colinas a justiça!

4a Este Rei defenderá os que são pobres, *   b os filhos dos humildes salvará. R.

7 Nos seus dias a justiça florirá * e grande paz, até que a lua perca o brilho!

8 De mar a mar estenderá o seu domínio, * e desde o rio até os confins de toda a terra! R.

Evangelho de Jesus Cristo segundo São Marcos  6,34-44

Naquele tempo, 34 Jesus viu uma numerosa multidão e teve compaixão, porque eram como ovelhas sem pastor. Começou, pois, a ensinar-lhes muitas coisas. 35 Quando estava ficando tarde, os discípulos chegaram perto de Jesus e disseram:  "Este lugar é deserto e já é tarde. 36 Despede o povo, para que possa ir aos campos e povoados vizinhos comprar alguma coisa para comer". 37 Mas, Jesus respondeu: "Dai-lhes vós mesmos de comer". Os discípulos perguntaram: "Queres que gastemos duzentos denários para comprar pão e dar-lhes de comer?" 38 Jesus perguntou: "Quantos pães tendes? Ide ver". Eles foram e responderam: "Cinco pães e dois peixes". 39 Então Jesus mandou que todos se sentassem na grama verde, formando grupos. 40 E todos se sentaram, formando grupos de cem e de cinquenta pessoas. 41 Depois Jesus pegou os cinco pães e os dois peixes, ergueu os olhos para o céu, pronunciou a bênção, partiu os pães e ia dando aos discípulos, para que os distribuíssem. Dividiu entre todos também os dois peixes. 42 Todos comeram, ficaram satisfeitos, 43 e recolheram doze cestos cheios de pedaços de pão e também dos peixes. 44 O número dos que comeram os pães era de cinco mil homens. Palavra da Salvação.




segunda-feira, 6 de janeiro de 2025

O Reino dos Céus está próximo.

 


Leituras de hoje, segunda-feira após a Epifania: 1Jo 3,22-4,6 / Sl 2,7-8.10-11 (R. 8a) / Mt 4,12-17.23-25

No texto de João, somos convidados a refletir sobre nossa confiança em Deus. A certeza de que Ele ouve nossas orações depende da sinceridade do nosso coração e de nossa sintonia com Sua vontade. No versículo 4,1, a advertência contra os falsos profetas também é essencial, pois precisamos discernir o que vem de Deus e o que pode nos desviar de Sua verdade. Nosso compromisso com a verdade e com a doutrina apostólica nos guia para não sermos enganados pelos "espíritos" que não reconhecem Jesus Cristo. Precisamos sempre aprofundar nosso relacionamento com Deus para vivermos a autenticidade da fé.

O Salmo 2 é um cântico messiânico que anuncia o poder e a soberania de Deus. Neste trecho, Deus fala ao Rei e lhe oferece as nações como herança, evidenciando o domínio de Cristo sobre todos os povos. A voz divina chama os reis e juízes da terra a se submeterem ao Filho, reconhecendo sua autoridade. O versículo "Tu és meu Filho; hoje te gerei" é entendido como uma referência à paternidade divina sobre o Messias.

Este Salmo nos lembra da soberania de Deus sobre todas as coisas. Cristo é o Rei anunciado, e é por meio d’Ele que as promessas de Deus se cumprem. Ele é o Filho amado, e todas as nações estão sob Seu governo. Assim, somos convidados a nos submeter à Sua autoridade e a viver sob Sua proteção e guia. A missão de Jesus começa a se tornar clara: Ele é o Salvador que vem para governar, mas também para libertar e restaurar a humanidade. O chamado é para adorar e servir a Cristo, reconhecendo que Ele é o verdadeiro Senhor do universo.

Mateus 4,12-17.23-25

Este trecho de Mateus inicia com o início da missão pública de Jesus, após a prisão de João Batista. Jesus se dirige à Galileia e começa a pregar: "Arrependei-vos, pois o Reino dos Céus está próximo." Esta mensagem central de arrependimento e conversão se alinha com o cumprimento das profecias e inicia a proclamação do Reino de Deus.

A seguir, o Evangelho narra os primeiros milagres de Jesus, curando as multidões que O seguiam e testemunhando Seu poder sobre doenças e demônios. Ele reúne uma grande multidão que O segue devido à fama de Suas curas e ensinamentos.

O chamado ao arrependimento de Jesus é uma palavra de transformação interior. O Reino dos Céus está próximo, e isso exige uma resposta imediata, uma conversão do coração. Jesus começa Sua missão pregando a proximidade do Reino e curando as enfermidades, mostrando que o Reino é uma realidade que se manifesta na ação concreta de Jesus em favor dos necessitados. Ao anunciar o Reino, Jesus não apenas ensina, mas age com poder para libertar, curar e restaurar. Como discípulos de Cristo, somos chamados a acolher Sua mensagem de transformação e a nos engajar na missão de levar o Evangelho a todos, assim como Ele fez.

A reflexão sobre esses textos nos impele a buscar um relacionamento profundo com Deus, que só é possível por meio de Jesus Cristo, que governa todas as nações e veio ao mundo para nos trazer o Reino de Deus. Ele não vem apenas como mestre, mas como curador e libertador. Nosso chamado é para viver essa transformação interior e exterior, aceitando Cristo como Rei e Mestre, e propagando Sua mensagem de salvação com ações de fé e caridade.

Que possamos, então, em nossas vidas diárias, refletir esse compromisso com Cristo, reconhecendo Sua autoridade sobre todas as coisas e vivendo a graça da conversão contínua.

Eis os textos.

Leitura da Primeira Carta de São João 3,22-4,6

Caríssimos, 22 qualquer coisa que pedimos recebemos dele, porque guardamos os seus mandamentos e fazemos o que é do seu agrado. 23 Este é o seu mandamento: que creiamos no nome do seu Filho, Jesus Cristo, e nos amemos uns aos outros, de acordo com o mandamento que ele nos deu. 24 Quem guarda os seus mandamentos permanece com Deus e Deus permanece com ele. Que ele permanece conosco, sabemo-lo pelo Espírito que ele nos deu. 4,1 Caríssimos, não acrediteis em qualquer espírito, mas examinai os espíritos para ver se são de Deus, pois muitos falsos profetas vieram ao mundo. Este é o critério para saber se uma inspiração vem de Deus: todo espírito que leva a professar que Jesus Cristo veio na carne é de Deus; e todo espírito que não professa a fé em Jesus não é de Deus; é o espírito do Anticristo. Ouvistes dizer que o Anticristo virá; pois bem, ele já está no mundo. Filhinhos, vós sois de Deus e vós vencestes o Anticristo. Pois convosco  está quem é maior do que aquele que está no mundo. Os vossos adversários são do mundo; por isso, agem conforme o mundo, e o mundo lhes presta ouvidos. Nós somos de Deus. Quem conhece a Deus, escuta-nos; quem não é de Deus não nos escuta. Nisto reconhecemos o espírito da verdade e o espírito do erro. Palavra do Senhor.

Salmo responsorial 

Sl 2,7-8.10-11 (R.8a) 

R. Eu te darei por tua herança os povos todos.

O decreto do Senhor promulgarei, † foi assim que me falou o Senhor Deus: * "Tu és meu Filho, e eu hoje te gerei!

Podes pedir-me, e em resposta eu te darei † por tua herança os povos todos e as nações, * e há de ser a terra inteira o teu domínio. R. 

10 E agora, poderosos, entendei; * soberanos, aprendei esta lição:

11 Com temor servi a Deus, rendei-lhe glória * e prestai-lhe homenagem com respeito! R.

Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 4,12-17.23-25

Naquele tempo, 12 ao saber que João tinha sido preso, Jesus voltou para a Galileia. 13 Deixou Nazaré e foi morar em Cafarnaum, que fica às margens do mar da Galileia, 14 no território de Zabulon e Neftali, para se cumprir o que foi dito pelo profeta Isaías: 15 "Terra de Zabulon, terra de Neftali, caminho do mar, região do outro lado do rio Jordão, Galileia dos pagãos! 16 O povo que vivia nas trevas viu uma grande luz; e para os que viviam na região escura da morte brilhou uma luz". 17 Daí em diante, Jesus começou a pregar, dizendo: "Convertei-vos, porque o Reino dos Céus está próximo". 23 Jesus andava por toda a Galileia, ensinando em suas sinagogas, pregando o Evangelho do Reino e curando todo tipo de doença e enfermidade do povo. 24 E sua fama espalhou-se por toda a Síria. Levavam-lhe todos os doentes, que sofriam diversas enfermidades e tormentos: endemoninhados, epiléticos e paralíticos. E Jesus os curava. 25 Numerosas multidões o seguiam, vindas da Galileia, da Decápole, de Jerusalém, da Judeia, e da região além do Jordão.  Palavra da Salvação.