Olá. Paz e Bem
Estamos no 4º Domingo do Tempo Comum. Jesus continua instruindo seus discípulos através de sua vida, de suas palavras e de seu gestos. Nós buscamos esse Jesus que tem autoridade em seus gestos e palavras.
O refrão do salmo diz: "Não fecheis o coração, ouvi hoje a voz de Deus"!
Ouçamos.
Deus suscita no meio de seu povo aqueles e aquelas que vão ser proclamadores da sua vontade. O profeta é aquele que anuncia o que Deus lhe pede, e não pode desviar dessa palavra, sob pena de morrer. Quem proclama a palavra de Deus diz aquilo que Deus quer que se diga, o não o que o próprio profeta quer.
Na segunda leitura, temos um texto que causa polêmica ainda nos nossos dias. Numa sociedade em que valorizava o casamento, e não via com bons olhos que assumia ser solteiro-celibatário, a palavra de Paulo causou um estranhamento.
Certa vez, ouvi de um padre que o voto de castidade não poderia usar como justificativa a liberdade para pregar o Reino de Deus, pois assim, como justificaria os missionários protestantes que percorrem o mundo como missionários levando a sua família? E os bispos anglicanos, que cuidam da Igreja e da suas famílias? Sendo assim, a experiência e vivência do celibato religioso deve ter uma motivação mais profunda, do que meramente prática.
Nesse caso, devemos lembrar que para os primeiros cristãos, a segunda vinda de Jesus era iminente. Então, Paulo destaca que estar livre de qualquer compromisso familiar é uma antecipação daquilo que se viverá no Reino dos Céus.
Antes de comentar o evangelho, devo lembrar que no tempo de Jesus o templo estava em Jerusalém. E, em cada cidade, havia uma sinagoga, onde os judeus se reuniam para ouvir a palavra de Deus, e os ensinamentos dos rabinos. Eles faziam uma atualização da palavra lida, e como o povo deveria viver diante daquela palavra.
Era costume, quando havia um convidado, chamá-lo para ler o livro e fazer a pregação. Por isso, vemos Jesus ensinando na sinagoga. Mas, nesse momento, aparece um homem que o evangelista afirma que estava "possuído por um espírito mau". Uma pessoa que voltava as costas para as coisas de Deus.
Mas, Jesus tem autoridade. Ensina com autoridade. Fala com autoridade. Ao perceber que aquele espírito mau queria destruir sua ação pastoral de anunciar o Reino de Deus, começa a gritar. Observemos que não eram gritos de insultos, mas gritos de revelação da pessoa da Jesus. O espírito mau queria desacreditar Jesus diante daquela comunidade. Ainda não era hora da revelação de quem era Jesus. O espírito mau muitas vezes quer destruir o processo de evangelização. Interromper a proclamação da Palavra de Deus, a criação da nova humanidade, da civilização do amor.
Somos chamados a expulsar de nós mesmos o mau que habita em cada um de nós. Só poderemos ter uma sociedade justa e fraterna, quando deixarmos de praticar o mal. Deixarmos de propagar notícias falsas (fake news), de apoiarmos políticos que praticam políticas públicas que matam, e que geram morte.
Ouçamos a palavra de Deus. Chegou a hora de os cristão se levantarem contra o mal pela qual passa a nossa sociedade. Seja servidor do Deus da Vida. Amém!