O profeta Isaías enumera as qualidades do servo: promotor da justiça, não levanta a voz, não se faz ouvir pelas ruas, não quebra a cana rachada, não apaga o pavio que fumega, não esmorece nem se deixa abater enquanto não estabelecer a justiça na terra.
E, ainda mais, o profeta diz "Eis o meu servo, eis o meu eleito; nele se compraz minha alma, pus nele o meu espírito".
E, a leitura finaliza dizendo, "Eu, o Senhor, te chamei para a justiça e te tomei pela mão; eu te formei e te constituí como o centro de aliança do povo, luz das nações, 7para abrires os olhos dos cegos, tirar os cativos da prisão, livrar do cárcere os que vivem nas trevas". Essa é a missão do servo. E deve ser a nossa missão também. Mas, para isso, desenvolver em nós as mesmas qualidades do servo.
Nos Atos dos Apóstolos, Pedro nos lembra que "Deus não faz distinção entre pessoas". Para Deus, todas e todos são filhos e filhas. Todos merecem respeito e acolhimento. Deus é Deus de todas e todos. E ainda, Pedro acrescenta, "Ele aceita quem o teme e pratica a justiça, qualquer que seja a nação a que pertença". Interessante, não importa de onde se é, e quem se é. Desde pratique a justiça e creia em Deus, são considerados filhos e filhas. E Pedro conclui, "Ele andou por toda a parte, fazendo o bem o curando a todos que estavam dominados pelo demônio, porque Deus estava com ele".
Pedro fez a grande experiência libertadora de Deus. Entendeu que a lei escraviza e mata. E que o Espírito Santo liberta das opressões.
No evangelho, temos a narrativa do batismo de Jesus. Cena belíssima. Jesus se faz batizar como todos do seu tempo. Um batismo que libertava do pecado. Mas, Jesus não tinha pecado! Reflita sobre isso em seu coração.
Voltemos. Antes de batizar Jesus, João Batista forma o povo que vai até ele. Dizia: "Depois de mim virá alguém mais forte do que eu. Eu nem sou digno de me abaixar para desamarrar suas sandálias. 8Eu vos batizei com água, mas ele vos batizará com o Espírito Santo". É importante que o povo saiba que não era ele quem batizava com o Espírito que liberta e Salva.
Nesta cena, temos a teofania que diz: "Tu és o meu Filho amado, em ti ponho meu bem querer". Jesus é o Filho-Servo, e como tal, traz em si a marca do servo que Isaías mostrou na primeira leitura. O Espírito Santo, enviado no batismo, o torna servo. O faz libertador. O Espírito Santo move Jesus à sua missão.
Contemplar o batismo de Jesus, é contemplar nosso batismo também. Onde estamos colocando a unção que recebemos no nosso batismo? Como estamos vivendo a missão para a qual fomos enviados pelo nosso batismo? Como vivemos o amor, a justiça e a caridade que Deus espera de nós?
O batismo não pode ser meramente um sacramento que apaga pegados. Ele deve ser entendido como um sinal que muda nossas vidas, e que nos faz filhas e filhos de Deus, em quem ele deposita seu "bem-querer". Amém.
Bastante profunda essa reflexão sobre o batismo de Jesus.
ResponderExcluirMuito obrigada diácono Marcos.
Que o Espírito Santo te ilumine sempre.
Seguimos os passos de Jesus
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