Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas 5,1-11
1 Jesus estava na margem do lago de Genesaré, e a multidão apertava-se ao seu redor para ouvir a palavra de Deus. 2 Jesus viu duas barcas paradas na margem do lago. Os pescadores haviam desembarcado e lavavam as redes. 3 Subindo numa das barcas, que era de Simão, pediu que se afastasse um pouco da margem. Depois sentou-se e, da barca, ensinava as multidões. 4 Quando acabou de falar, disse a Simão: 'Avança para águas mais profundas, e lançai vossas redes para a pesca'. 5 Simão respondeu: 'Mestre, nós trabalhamos a noite inteira e nada pescamos. Mas, em atenção à tua palavra, vou lançar as redes'. 6 Assim fizeram, e apanharam tamanha quantidade de peixes que as redes se rompiam. 7 Então fizeram sinal aos companheiros da outra barca, para que viessem ajudá-los. Eles vieram, e encheram as duas barcas, a ponto de quase afundarem. 8 Ao ver aquilo, Simão Pedro atirou-se aos pés de Jesus, dizendo: 'Senhor, afasta-te de mim, porque sou um pecador!' 9 É que o espanto se apoderara de Simão e de todos os seus companheiros, por causa da pesca que acabavam de fazer. 10 Tiago e João, filhos de Zebedeu, que eram sócios de Simão, também ficaram espantados. Jesus, porém, disse a Simão: 'Não tenhas medo! De hoje em diante tu serás pescador de homens.' 11 Então levaram as barcas para a margem, deixaram tudo e seguiram a Jesus.
Temos diante de nós um texto cheio de imagens concretas que falam ao nosso espírito.
Primeiro, Jesus está às margens do lago de Genesaré. Em terra firme. E uma multidão ao redor para ouvi-lo. Já parou para tentar imaginar essa cena? Eram tantas pessoas, que deveriam estar empurrando Jesus para dentro do lago. Isso é um exercício de imaginação. As pessoas estavam ali para ouvir Jesus. Lembro-me de JMJ-Rio-2013 em Copacabana. Aquela multidão reunida para ouvir Jesus falar pela boca do Papa Francisco.
Segundo, Jesus precisa de espaço. Então, Ele vê duas barcas que haviam acabado de chegar da pesca. Uma delas era de Simão. Jesus subiu numa das barcas, e começou a ensinar às multidões. Não me perguntem o que ele disse. Não faço a mínima ideia, nem para o evangelista isso foi significativo. O que importa é o que vem a seguir. Aparece um outro detalhe, Ele pediu para que a barca se afastasse um pouco da margem.
Terceiro, ao término de sua pregação, de seu discurso, ele falou a Simão para "avançar para águas mais profundas" e lançar as redes. Interessante, Jesus, além de falar às multidões, observou que o trabalho daquela noite havia sido infrutífero. Que poder de observação. Temos essa capacidade de ver a necessidade dos outros? Ou ficamos fechados nas doutrinas que nos cegam?
Quarto, Pedro argumenta, mas em "atenção", em respeito a Jesus, lançou as redes.
Quinto, pescaram muitos peixes.
Sexto, precisaram da ajuda de outra barca.
Seis pontos de observação. E aqui se abre para o sétimo ponto, minha partilha.
Quero convidar você a olhar para a Barca. Sim, isso mesmo! A parte do relato que fala da barca. Normalmente, para nós católicos, olhamos a barca sendo a representação da Igreja Católica. Aquela que nos conduz sob o comando do Papa, sucessor de Pedro. Nesse momento, Papa Francisco, lembra-se disso? (Aqui um parênteses, por mais que tenhamos um emérito, quem está à frente da "Barca" é o Papa Francisco. Esse é para nós o atual sucessor de Pedro, aquele que foi escolhido para apascentar as ovelhas. Para ir à nossa frente. Para nos conduzir diante das exigências dos tempo atuais).
Voltemos. Jesus manda que essa barca avance para águas profundas. Significa, saíamos da margem. Não é possível pescar com esse barulho todo. O barulho afasta os peixes. Espanta-os. Pois bem, apesar de tanta experiência como pescador, Simão obedece. Acontece, então, a grande pesca da vida daqueles homens. As redes se enchem de peixe. É uma quantidade tal, que precisam da ajuda de outra barca.
Aqui, o segundo ponto de minha reflexão, a outra Barca. No processo de evangelização não estamos sozinhos. Existem outras pessoas, outros grupos, outras "barcas" que fazem o mesmo serviço. E que caminham juntas, ao lado, ajudando a carregar a rede cheia de peixes.
Hoje, não podemos ser intolerantes com as outras denominações religiosas que ajudam a carregar aqueles e aquelas que ouviram a palavra e caminham conforme a pregação de Jesus. Devemos caminhar juntos. Doutrinas são feitas por homens, unidade é fruto do amor misericordioso de Deus. E Deus é unidade na diversidade, ele é Trino, mas cada uma das pessoas tem sua atribuição distinta. Três pessoas com atribuições distintas. Assim devemos ser nós. Unidos no mesmo Deus, mas com jeitos diferentes de vivermos essa mesma palavra. Amém.
Excelente reflexão! Faz-no repensar em qual missão temos por aqui. Também me remete que podemos e devemos auxiliar ao próximo.
ResponderExcluirPartilhar a palavra de Deus para quem precisa de compreensão, ânimo e auxílio.
Ensinar, aprender e compartilhar o que possuímos de melhor para os menos favorecidos!
E por fim, sem discriminar ninguém e seguir em frente no caminho reto do bem!