segunda-feira, 2 de novembro de 2020

"Na casa do meu Pai há muitas moradas"


Evangelho de Jesus Cristo segundo João (Jo 14,1-6)

Jesus disse a seus discípulos: 1 “Não se perturbe o vosso coração. Tendes fé em Deus, tende fé em mim também. 2 Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se assim não fosse, eu vos teria dito. Vou preparar um lugar para vós, 3 e quando eu tiver ido preparar-vos um lugar, voltarei e vos levarei comigo, a fim de que onde eu estiver estejais também vós. 4 E para onde eu vou, vós conheceis o caminho.” 5 Tomé disse a Jesus: “Senhor, nós não sabemos para onde vais. Como podemos conhecer o caminho?” 6 Jesus respondeu: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém vai ao Pai senão por mim”. 

Palavra da Salvação.

Celebramos os Fiéis Defuntos. "A Igreja convida-nos a entrar em comunhão com o Deus da vida e rezar pelos nossos falecidos. Este dia nos lembra que nossa existência terrena é passageira, mas nem por isso deve ser desvalorizada e não podemos perder a fé na ressurreição". 

Nós cremos em três representações da Igreja que caminham em comunhão entre si: "Igreja Militante, Igreja Padecente, Igreja Triunfante". Na Igreja Triunfante estão todos aqueles e aquelas, santas e santos, que passando por essa vida, e, purificados de seus pecados, e tendo, alguns e algumas, passados pelo purgatório (Igreja Padecente), se encontram no Reino dos Céus. 

Na Igreja Padecente, que também chamamos de Purgatório, estão os que morreram na graça e na amizade de Deus, mas não estão completamente purificados, embora tenham garantida sua salvação eterna, passam, após a sua morte, por uma purificação, a fim de obter a santidade necessária para entrar na alegria do Céu (Igreja Triunfante),

A Igreja Militante é a que vivemos. É a Igreja que ainda caminha aqui nesse mundo. É a Igreja que proclama a Palavra de Deus, que celebra os Sacramentos, que age com misericórdia, que vive as bem aventuranças. Poderíamos dizer, é a nossa Igreja visível, cujo Papa é o sinal da unidade cristã.

A Igreja desde sempre nos ensina que devemos orar pelos mortos, ou, a "comunhão dos santos". E para isso, usa como fundamentação bíblica a passagem do 1º Livro dos Macabeus 12, 38-45: “É, pois, santo e salutar pensamento orar pelos mortos, para que sejam livres dos seus pecados”.

"Este é o motivo de nossas orações pelos falecidos. Cremos que estão vivos. Cremos que a fé em Cristo os salvou. Não esquecemos, porém, que muitas fragilidades humanas talvez impeçam a sua imediata acolhida na visão beatífica. E por eles oferecemos preces e sacrifícios, especialmente no Dia de Finados, para que, quanto antes, lhes resplandeça a luz da bem-aventurança". (Dom Antônio Afonso de Miranda, SDN. Bispo Emérito de Taubaté/SP. in https://formacao.cancaonova.com/igreja/doutrina/por-que-rezamos-pelos-mortos/).

Outros textos bíblicos atestam a relação que devemos ter com os falecidos, ou com o destino daqueles que morrem na esperança da ressurreição. O próprio evangelho de hoje nos revela isso. Jesus anima os corações daqueles e daquelas que perdiam seus amigos e parentes. Ele afirma que na "casa do Pai há muitas moradas". E que cada um de nós teremos um espaço nessa morada. E que ele é quem vai preparar esse lugar, e quando tiver pronto, virá nos buscar. Isso é tão lindo quanto a palavra de são João de ontem, quando nos disse que ganhamos um "grande presente de Deus", lembra-se?

São Paulo em vários textos tratou do assunto da morte atrelado a ressurreição de Jesus. A morte não é o fim da vida, mas o início de um novo momento na vida. 

Assim, hoje fazemos memória pelos nossos irmãos e irmãs que já não estão no meio de nós, mas que necessitam de nossos pedidos e orações para que possam chegar ao Reino de Deus, entrar na Igreja Triunfante, após passar pela Igreja Padecente. 

Oremos: "Ó Deus, escutai com bondade as nossas preces e aumentai a nossa fé em Cristo ressuscitado, pra que seja mais viva a nossa esperança na ressurreição dos vossos filhos e filhas. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo". Amém.

Um comentário:

  1. Rezar pelos mortes é uma forma de lembrar deles e das suas ações no passado e procurar o que há de bom em cada um que se foi.

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