domingo, 22 de dezembro de 2024

"Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre!"

 



Hoje celebramos a quarta semana do Advento. Proponho uma reflexão breve sobre cada uma das leituras e o salmo responsorial.

Mq 5,1-4a

A profecia, que anuncia o nascimento do Messias em Belém, é um texto de grande importância messiânica, pois fala sobre a vinda de um governante divino e eterno. Este Messias será de origem humilde, vindo de Belém, uma cidade pequena e insignificante, mas sua autoridade será universal, "com a força do Senhor" e trazendo "a paz". Esse versículo aponta para a figura de Jesus, cujas origens estão em Deus, e cujo nascimento, embora humilde, trará salvação e paz para todos. Este é um texto profundamente vinculado ao mistério da Encarnação, em que o Filho de Deus se torna homem para habitar entre nós e trazer a redenção.

Sl 79(80),2ac.3b.15-16.18-19 (R. 4)

O Salmo é uma súplica ao Senhor, pedindo-lhe que olhe com misericórdia para o seu povo e restaure sua proteção e salvação. Ele evoca a imagem de Deus como pastor, lembrando os tempos de Israel sob a liderança de Deus, que conduzia o seu povo como uma ovelha. A petição por salvação é central: o povo de Deus está aflito e pede que o Senhor "desperte" seu poder e traga renovação. O versículo 18, "não nos apartaremos de ti; vivificai-nos, e invocaremos o teu nome", mostra um desejo profundo de intimidade com Deus e de renovação espiritual. Esse salmo se relaciona com a espera do Messias, o Salvador, que trará a restauração prometida, dando resposta à súplica de paz e salvação.

Hb 10,5-10

O autor reflete sobre a supremacia do sacrifício de Cristo em relação aos sacrifícios do Antigo Testamento. O versículo 5 faz referência ao fato de que Deus não deseja sacrifícios materiais, mas um coração disposto a cumprir a vontade divina, algo que se concretiza na entrega total de Jesus. Ao se oferecer como sacrifício definitivo, Jesus cumpre a vontade de Deus de uma maneira que os sacrifícios do Antigo Testamento nunca puderam fazer. Ele é o sacrifício perfeito, que santifica a humanidade uma vez por todas. Este texto está intimamente ligado ao tema da encarnação, pois Cristo veio ao mundo para realizar essa missão de redenção, oferecendo-se por nós.

Lc 1,39-45

Lucas descreve o encontro entre Maria e Isabel, quando Maria vai visitar sua parente após o anúncio do anjo de que ela seria a mãe do Salvador. Ao ouvir a saudação de Maria, Isabel é preenchida pelo Espírito Santo e proclama a benção sobre Maria, reconhecendo nela a mãe do Senhor. A alegria de Isabel é sinal do reconhecimento da presença de Deus na vida de Maria e, através dela, na história da salvação. Maria, por sua vez, é bem-aventurada por sua fé, pois acreditou na promessa de Deus, que se cumprirá com o nascimento de Jesus. Esse momento reforça o papel central de Maria na história da salvação e antecipa a missão de Cristo.

Essas leituras estão interligadas por um tema central: a chegada do Messias e a salvação que ele traz ao mundo. A profecia de Miquéias aponta para o nascimento de um governante que trará paz (Mq 5,1-4a), enquanto o Salmo 79(80) é uma oração pela restauração e pela salvação do povo de Deus, uma súplica que encontra sua resposta na vinda do Messias. Em Hebreus, vemos que o sacrifício de Jesus é o cumprimento da vontade de Deus, dando a salvação definitiva (Hb 10,5-10). Finalmente, o encontro entre Maria e Isabel em Lucas 1,39-45 celebra a realização dessa promessa, com a manifestação da presença de Jesus no ventre de Maria, a verdadeira paz e salvação que Deus prometeu.

Essas passagens nos chamam a refletir sobre a fé, a esperança e a confiança nas promessas de Deus. A expectativa do Messias é respondida com a visitação de Maria a Isabel, e a mensagem central é a do cumprimento das promessas divinas de salvação e paz por meio da Encarnação de Cristo.

sábado, 21 de dezembro de 2024

"Bem-aventurada aquela que acreditou"!

 



Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas 1,39-45

39 Naqueles dias, Maria partiu para a região montanhosa, dirigindo-se, apressadamente, a uma cidade da Judeia.

40 Entrou na casa de Zacarias e cumprimentou Isabel.

41 Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança pulou no seu ventre e Isabel ficou cheia do Espírito Santo.

42 Com um grande grito, exclamou:  Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre!

43 Como posso merecer que a mãe do meu Senhor me venha visitar?

44 Logo que a tua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança pulou de alegria no meu ventre.

45 Bem-aventurada aquela que acreditou, porque será cumprido, o que o Senhor lhe prometeu".

Palavra da Salvação.

Meditação.

Hoje quero aprofundar um pouco mais esse relato trazendo alguns aspetos dessa visita de Maria a Izabel e seu significado teológico para nós. O que isso tem a ver com a nossa fé nos dias de hoje.

Em primeiro lugar, farei uma análise exegética, em seguida, destacarei os aspectos teológicos. 

Vamos passar cada versículo desse texto. 

Versículo 39 - A Pressa de Maria.

O texto informa que "Maria partiu... apressadamente". A rapidez de Maria em ir à casa de Isabel é importante, pois demonstra sua obediência e fé imediata na mensagem do anjo. Não há hesitação em Maria, mesmo diante do fato extraordinário que acabara de acontecer com ela. Essa pressa também pode ser vista como um sinal do fervor espiritual de Maria e de sua prontidão para servir a Deus.

Lucas destaca que ela foi para uma "Região montanhosa". O Evangelho não especifica o nome da cidade, mas a "região montanhosa" provavelmente se refere a uma área no interior de Judá, possivelmente a cidade de Ein Karem, conhecida por ser o local do nascimento de João Batista. A viagem de Maria também pode simbolizar a jornada de fé e a visita ao "lugar de graça", um encontro entre as duas mulheres escolhidas para desempenharem papéis centrais no plano divino.

Em seguida, o evangelista narra o encontro das duas mães. "Entrou na casa de Zacarias e saudou Isabel": A saudação de Maria a Isabel inicia o evento central deste trecho. Esse encontro não é meramente uma visita social, mas um momento carregado de significado religioso. Maria, portadora do Verbo Encarnado, encontra Isabel, que está grávida de João, o precursor do Messias.

Desse encontro, Isabel exclama, "A criança saltou em seu ventre". A reação de João Batista no ventre de Isabel (ele "salta") é cheia de simbolismo. João, mesmo antes de nascer, reconhece a presença do Messias, o que antecipa o papel de João como aquele que prepararia o caminho para Jesus. Esse salto é também um sinal de alegria espiritual e reconhecimento profético.

Desse encontro Lucas nos lembra que "Isabel ficou cheia do Espírito Santo". A manifestação do Espírito Santo em Isabel é um momento crucial. Ela é tomada por uma sabedoria e discernimento divinos, e sua declaração profética demonstra que ela compreende que a criança de Maria é o Messias esperado. Isabel, portanto, é uma das primeiras pessoas a reconhecer a grandeza da missão de Maria e de Jesus.

Isabel, então profetiza, "Bendita és tu entre as mulheres". Isabel, inspirada pelo Espírito Santo, pronuncia uma benção sobre Maria. A expressão "bendita entre as mulheres" se refere ao lugar único de Maria na história da salvação.

Ela reconhece que "bendito é o fruto do teu ventre". Isabel, com essas palavras, expressa a bem-aventurança do Filho de Maria, o Messias, que é o "fruto do ventre". Essa é uma antecipação da proclamada maternidade divina de Maria, confirmando que Jesus é o Salvador.

E continua. "Como me acontece que a mãe do meu Senhor me venha visitar?": Isabel reconhece em Maria não apenas uma amiga ou parente, mas a "mãe do meu Senhor". O título "Senhor" é uma confissão de fé no Messias divino. Este é um momento de revelação e reconhecimento do papel único de Maria como mãe do Messias.

O encontro das mães gerou uma profunda alegria na criança que estava no ventre de Isabel. "Logo que a tua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança saltou de alegria no meu ventre": A reação de João Batista ao ouvir a voz de Maria confirma a ideia de que ele já, desde o ventre, tem um papel profético e reconhece a presença do Messias. João já está "preparando o caminho" para o Senhor, mesmo de forma invisível.

Maria, então e proclamada bem aventurada. "Bem-aventurada aquela que creu": Isabel reconhece a fé de Maria, que acreditou na promessa de Deus feita a ela pelo anjo. A bem-aventurança de Maria é um reconhecimento de sua confiança plena nas palavras de Deus, apesar da grandeza e mistério da missão que lhe foi dada.

"Será cumprido o que lhe foi dito da parte do Senhor": A profecia de Isabel confirma que a promessa feita a Maria de que ela seria a mãe do Salvador se cumprirá. A fé de Maria é premiada com o cumprimento da promessa divina, que não falha.

Aspectos Teológicos.

Maria como modelo de fé. Maria é apresentada como um modelo de fé e obediência a Deus. Ela aceita o plano divino sem questionar, o que é reconhecido por Isabel. A bem-aventurança que Isabel proclama sobre Maria é um reconhecimento de sua fé inabalável.

Outro aspecto a ser observado é o reconhecimento messiânico de João. Mesmo no ventre, João Batista reconhece o Messias, o que sublinha sua missão como aquele que prepararia o caminho para Jesus.

O Espírito Santo é quem revela a Isabel a verdadeira identidade de Maria e seu filho. Esse ponto destaca a ação do Espírito nas Escrituras, especialmente no início da história da salvação.

A ligação entre as duas mulheres. Maria e Isabel são apresentadas como mulheres privilegiadas que têm papéis centrais no plano divino, unidas por sua fé e pelas revelações que recebem de Deus.

Portanto, a visita de Maria a Isabel é um evento de grande significado teológico. Este encontro sublinha a alegria do reconhecimento da presença de Cristo e o papel fundamental das mulheres na história da salvação. A passagem celebra a fé de Maria e de Isabel, o reconhecimento de João Batista, e a ação do Espírito Santo, que ilumina o entendimento das protagonistas e revela a verdadeira missão de Jesus.

sexta-feira, 20 de dezembro de 2024

"Para Deus nada é impossível"!

 



Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas 1,26-38

26 No sexto mês, o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galileia, chamada Nazaré,

27 a uma virgem, prometida em casamento a um homem chamado José. Ele era descendente de Davi e o nome da Virgem era Maria.

28 O anjo entrou onde ela estava e disse: "Alegra-te, cheia de graça, o Senhor está contigo!"

29 Maria ficou perturbada com estas palavras  e começou a pensar qual seria o significado da saudação.

30 O anjo, então, disse-lhe: "Não tenhas medo, Maria, porque encontraste graça diante de Deus.

31 Eis que conceberás e darás à luz um filho, a quem porás o nome de Jesus.

32 Ele será grande, será chamado Filho do Altíssimo, e o Senhor Deus lhe dará o trono de seu pai Davi.

33 Ele reinará para sempre sobre os descendentes de Jacó, e o seu reino não terá fim".

34 Maria perguntou ao anjo: "Como acontecerá isso, se eu não conheço homem algum?"

35 O anjo respondeu: "O Espírito virá sobre ti, e o poder do Altíssimo te cobrirá com sua sombra. Por isso, o menino que vai nascer será chamado Santo, Filho de Deus.

36 Também Isabel, tua parenta, concebeu um filho na velhice. Este já é o sexto mês daquela que era considerada estéril,

37 porque para Deus nada é impossível".

38 Maria, então, disse: "Eis aqui a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra!" E o anjo retirou-se.

Palavra da Salvação.

Meditação.

Neste trecho, o evangelho nos apresenta a um momento decisivo na história da humanidade: a visita do anjo Gabriel à Virgem Maria, anunciando-lhe que ela seria a mãe do Salvador, Jesus. 

A meditação sobre Lucas 1,26-38 nos convida a confiar em Deus, assim como Maria fez. Nos ensina a importância da humildade, da disposição para ouvir e, principalmente, da coragem de dar nosso "sim" ao Senhor, mesmo quando não sabemos o que o futuro nos reserva. Maria nos ensina a confiar nas promessas de Deus e a ser instrumentos de sua vontade.

Em nossas vidas, Deus também nos chama a momentos de grande transformação. Que possamos estar prontos para aceitar o chamado de Deus com fé, sabendo que Sua graça nos sustenta em todo o caminho.

Que esta meditação ajude a refletir sobre o profundo mistério da Anunciação e sobre a importância da confiança e obediência a Deus em nossas vidas.

quinta-feira, 19 de dezembro de 2024

"Eis o que o Senhor fez por mim, nos dias em que ele se dignou tirar-me da humilhação pública!"

 



Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas 1,5-25

5 Nos dias de Herodes, rei da Judeia, vivia um sacerdote chamado Zacarias, do grupo de Abia. Sua esposa era descendente de Aarão e chamava-se Isabel.

6 Ambos era justos diante de Deus e obedeciam fielmente a todos os mandamentos e ordens do Senhor.

7 Não tinham filhos, porque Isabel era estéril, e os dois já eram de idade avançada.

8 Em certa ocasião, Zacarias estava exercendo as funções sacerdotais no Templo, pois era a vez do seu grupo.

9 Conforme o costume dos sacerdotes, ele foi sorteado para entrar no Santuário, e fazer a oferta do incenso.

10 Toda a assembleia do povo estava do lado de fora rezando, enquanto o incenso estava sendo oferecido.

11 Então apareceu-lhe o anjo do Senhor, de pé, à direita do altar do incenso.

12 Ao vê-lo, Zacarias ficou perturbado e o temor apoderou-se dele.

13 Mas o anjo disse: "Não tenhas medo, Zacarias,  porque Deus ouviu tua súplica. Tua esposa, Isabel, vai ter um filho, e tu lhe darás o nome de João.

14 Tu ficarás alegre e feliz, e muita gente se alegrará com o nascimento do menino,

15 porque ele vai ser grande diante do Senhor. Não beberá vinho nem bebida fermentada e, desde o ventre materno, ficará repleto do Espírito Santo.

16 Ele reconduzirá muitos do povo de Israel ao Senhor seu Deus.

17 E há de caminhar à frente deles, com o espírito e o poder de Elias, a fim de converter os corações dos pais aos filhos, e os rebeldes à sabedoria dos justos, preparando para o Senhor um povo bem disposto".

18 Então Zacarias perguntou ao anjo: "Como terei certeza disto? Sou velho e minha mulher é de idade avançada".

19 O anjo respondeu-lhe: "Eu sou Gabriel. Estou sempre na presença de Deus, e fui enviado para dar-te esta boa notícia.

20 Eis que ficarás mudo e não poderás falar, até ao dia em que essas coisas acontecerem, porque tu não acreditaste nas minhas palavras, que hão de se cumprir no tempo certo".

21 O povo estava esperando Zacarias, e admirava-se com a sua demora no Santuário.

22 Quando saiu, não podia falar-lhes. E compreenderam que ele tinha tido uma visão no Santuário. Zacarias falava com sinais e continuava mudo.

23 Depois que terminou seus dias de serviço no Santuário, Zacarias voltou para casa.

24 Algum tempo depois, sua esposa Isabel ficou grávida, e escondeu-se durante cinco meses.

25 Ela dizia: "Eis o que o Senhor fez por mim, nos dias em que ele se dignou tirar-me da humilhação pública!"

Palavra da Salvação.

Meditação.

Este trecho de Lucas descreve um momento crucial na história da salvação: o anúncio do nascimento de João Batista, o precursor de Jesus. O que se destaca nesse episódio é a fidelidade de Zacarias e Isabel, a promessa de Deus, a dúvida humana e a resposta do anjo Gabriel.

Zacarias e Isabel são descritos como “justos diante de Deus” e “irrepreensíveis” em sua obediência aos mandamentos e ordenanças de Deus. Apesar de sua fidelidade, enfrentavam a dor da esterilidade, algo que trazia grande sofrimento, especialmente na sociedade daquela época, onde a ausência de filhos era considerada uma vergonha.

Mesmo em meio às dificuldades e frustrações da vida, Zacarias e Isabel permaneceram fiéis. A fidelidade a Deus não depende da ausência de dificuldades ou bênçãos imediatas, mas de um coração comprometido com a Sua vontade. Às vezes, enfrentamos períodos de espera e provação, mas Deus sempre tem um propósito em nossas vidas.

Quando Zacarias vai ao templo para oferecer incenso, ele recebe uma visita inesperada: o anjo Gabriel. O anjo lhe anuncia que sua oração foi ouvida e que ele e Isabel terão um filho, João, que será cheio do Espírito Santo e terá uma missão extraordinária de preparar o caminho para o Senhor.

A promessa de Deus se cumpre no momento certo, apesar de parecer impossível, pois Zacarias e Isabel eram idosos e Isabel era estéril. O anúncio do anjo também destaca que o filho que nascerá não será um simples bebê, mas alguém com um propósito divino profundo: João Batista teria a missão de converter os corações do povo e preparar a vinda de Jesus.

Ao ouvir a promessa, Zacarias questiona o anjo, perguntando como isso seria possível, dado que ele e Isabel já eram de idade avançada. O anjo, então, o repreende, dizendo que ele ficaria mudo até o cumprimento da promessa, como uma consequência de sua falta de fé na palavra divina.

A dúvida de Zacarias é humana, mas também nos ensina a importância de confiar plenamente nas promessas de Deus, mesmo quando as circunstâncias parecem impossíveis. A reação de Zacarias nos convida a refletir sobre nossa própria fé e a aprender a confiar no poder de Deus, que é capaz de realizar o impossível.

Depois de ter recebido a promessa, Zacarias sai do templo mudo, incapaz de se comunicar com o povo, o que confirma a autoridade do anjo. Quando a promessa se cumpre e Isabel concebe, ela reconhece a ação divina em sua vida e expressa sua gratidão e maravilha.

O silêncio de Zacarias, uma consequência de sua dúvida inicial, também pode ser visto como um convite ao arrependimento e à reflexão. Às vezes, Deus nos permite passar por períodos de silêncio para que possamos aprender a confiar mais profundamente em Sua palavra e esperar pacientemente pelo Seu agir. A obediência de Zacarias e o cumprimento da promessa mostram que a confiança em Deus resulta em bênçãos e na realização dos Seus planos perfeitos.

A história de Zacarias e Isabel é uma história de fé e espera. Ela nos ensina que, mesmo em momentos de dor ou impossibilidade, Deus ouve nossas orações e tem um plano perfeito para nossas vidas. A dúvida de Zacarias, embora compreensível, nos lembra da importância de confiar nas promessas divinas, pois Deus sempre age no tempo certo, de maneiras que podem ser surpreendentes para nós, mas nunca fora de Seu controle.

Esse episódio nos convida a refletir sobre a confiança em Deus, a obediência à Sua vontade, e como Ele sempre cumpre Suas promessas, mesmo quando o tempo parece não ser o nosso.

quarta-feira, 18 de dezembro de 2024

"José fez conforme o anjo do Senhor havia mandado".

 


Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 1,18-24

18 A origem de Jesus Cristo foi assim: Maria, sua mãe, estava prometida em casamento a José, e, antes  de viverem juntos, ela ficou grávida pela ação do Espírito Santo.

19 José, seu marido, era justo e, não querendo denunciá-la, resolveu abandonar Maria, em segredo.

20 Enquanto José pensava nisso, eis que o anjo do Senhor apareceu-lhe, em sonho, e lhe disse:  "José, Filho de Davi, não tenhas medo de receber Maria como tua esposa, porque ela concebeu pela ação do Espírito Santo.

21 Ela dará à luz um filho, e tu lhe darás o nome de Jesus, pois ele vai salvar o seu povo dos seus pecados".

22 Tudo isso aconteceu para se cumprir o que o Senhor havia dito pelo profeta:

23 "Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho. Ele será chamado pelo nome de Emanuel, que significa: Deus está conosco".

24 Quando acordou, José fez conforme o anjo do Senhor havia mandado, e aceitou sua esposa.

Palavra da Salvação.

Meditação.

O evangelho de hoje descreve o momento decisivo na vida de José, o esposo de Maria, que enfrentou uma situação que poderia ter destruído o seu casamento e seu relacionamento com Deus, mas que, por meio de sua obediência, se tornou um exemplo de fé e confiança.

O que vemos é um testemunho de fé, confiança e obediência. José, diante do inesperado e do incompreensível, não hesitou em confiar na direção divina. Ele é um exemplo para nós de como agir com fé em momentos de incerteza e como ouvir e obedecer à voz de Deus, mesmo quando ela desafia nossos próprios planos e expectativas. A mensagem central desse trecho é a presença de Deus em nossas vidas, manifestada em Jesus, o "Emanuel". Que possamos viver com essa certeza em nossos corações, sabendo que Deus está conosco, sempre.

terça-feira, 17 de dezembro de 2024

Origem de Jesus Cristo.

 


Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 1,1-1

1 Livro da origem de Jesus Cristo, filho de Davi, filho de Abraão.

2 Abraão gerou Isaac; Isaac gerou Jacó; Jacó gerou Judá e seus irmãos.

3 Judá gerou Farés e Zara, cuja mãe era Tamar. Farés gerou Esrom; Esrom gerou Aram;

4 Aram gerou Aminadab; Aminadab gerou Naasson; Naasson gerou Salmon;

5 Salmon gerou Booz, cuja mãe era Raab. Booz gerou Obed, cuja mãe era Rute. Obed gerou Jessé.

6 Jessé gerou o rei Davi. Davi gerou Salomão, daquela que tinha sido a mulher de Urias.

7 Salomão gerou Roboão; Roboão gerou Abias; Abias gerou Asa;

8 Asa gerou Josafá; Josafá gerou Jorão; Jorão gerou Ozias;

9 Ozias gerou Joatão; Joatão gerou Acaz; Acaz gerou Ezequias;

10 Ezequias gerou Manassés; Manassés gerou Amon; Amon gerou Josias.

11 Josias gerou Jeconias e seus irmãos, no tempo do exílio na Babilônia.

12 Depois do exílio na Babilônia, Jeconias gerou Salatiel; Salatiel gerou Zorobabel;

13 Zorobabel gerou Abiud; Abiud gerou Eliaquim; Eliaquim gerou Azor;

14 Azor gerou Sadoc; Sadoc gerou Aquim; Aquim gerou Eliud;

15 Eliud gerou Eleazar; Eleazar gerou Matã; Matã gerou Jacó.

16 Jacó gerou José, o esposo de Maria, da qual nasceu Jesus, que é chamado o Cristo.

17 Assim, as gerações desde Abraão até Davi são quatorze; de Davi até o exílio na Babilônia, quatorze; e do exílio na Babilônia até Cristo, quatorze.

Palavra da Salvação.

Meditação.

No evangelho de hoje, que narra a genealogia de Jesus, aparecem quatro mulheres.

Vejamos quem são e o significado dessa informação.

Primeiro, Tamar. foi uma mulher que apareceu na história narrada em Gênesis 38. Ela casou-se com um dos filho de Judá. Após ficar viúva de outros dois filhos de Jacó, e sem deixar descendência, Tamar se disfarçou de prostituta e, ao se relacionar com Judá, conseguiu gerar filhos. A inclusão de Tamar na genealogia de Jesus é significativa, pois ela é uma mulher que, apesar das dificuldades e da rejeição, tomou medidas corajosas para garantir a continuidade da linhagem de Judá.

Segundo, Raabe. Foi uma prostituta cananeia que, em Josué 2, escondeu os espiões israelitas enviados para Jericó e ajudou-os a escapar da cidade. 
Em troca de sua ajuda, ela e sua família foram poupados na destruição de Jericó. Raabe se casou com Salmon e teve um filho chamado Boaz, que mais tarde se casaria com Rute. A inclusão de Raabe na genealogia de Jesus é notável, pois ela era uma mulher de uma nação inimiga, e sua história de fé e acolhimento da mensagem de Deus é um poderoso testemunho da graça divina.

Terceiro, Rute. Era uma mulher moabita, uma estrangeira que se casou com um israelita, mas ficou viúva. Sua história é narrada no livro de Rute. Depois da morte de seu marido, Rute escolheu seguir sua sogra Noemi e adotar a fé e o povo de Israel como os seus próprios. Ela se casou com Boaz, e juntos foram ancestrais de Davi. A inclusão de Rute na linhagem de Jesus destaca a misericórdia de Deus, que acolhe os estrangeiros e os considera parte do Seu povo.

Em quarto, Betsabéia, a mãe do rei Salomão. Sua história é narrada em 2 Samuel 11-12. Ela foi esposa de Urias, um soldado fiel ao rei Davi, mas Davi a tomou como esposa após ter cometido adultério com ela e orquestrado a morte de Urias na guerra. Apesar desse início trágico, Deus abençoou Betsabéia com um filho, Salomão, que se tornaria um dos reis mais sábios de Israel e antepassado de Jesus. A menção de Betsabéia na genealogia ressalta a redenção e a restauração de Deus, que traz Sua graça mesmo em meio a falhas humanas.

Qual o  significado das Mulheres na Genealogia de Jesus? A presença dessas mulheres na genealogia de Jesus é extremamente significativa e oferece várias lições.

1. Deus se utiliza de pessoas imperfeitas. Cada uma dessas mulheres tem histórias marcadas por falhas, problemas e dificuldades, mas Deus as incluiu na linhagem de Jesus, mostrando que Ele usa pessoas imperfeitas para cumprir Seus propósitos.

2. A graça de Deus é para todos e todas. Algumas dessas mulheres, como Raabe e Rute, eram estrangeiras, o que simboliza a abertura de Deus para além de Israel, acolhendo todos os povos em Seu plano de salvação. 

3. Redenção e transformação. As histórias dessas mulheres são, de certa forma, histórias de redenção. Deus transformou situações de pecado, abandono e rejeição em histórias de graça, e isso culmina no nascimento de Jesus, o Salvador, que veio para trazer salvação a todos.

A inclusão dessas mulheres é um lembrete de que Deus vê e usa todas as pessoas, independentemente de seu passado, para cumprir Seus planos soberanos.

sexta-feira, 13 de dezembro de 2024

A sabedoria foi reconhecida com base em suas obras

 


Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 11,16-19

Naquele tempo, disse Jesus às multidões:

16 "Com quem vou comparar esta geração? São como crianças sentadas nas praças, que gritam para os colegas, dizendo:

17 'Tocamos flauta e vós não dançastes. Entoamos lamentações e vós não batestes no peito!'

18 Veio João, que não come nem bebe, e dizem: 'Ele está com um demônio'.

19 Veio o Filho do Homem, que come e bebe, e dizem: 'É um comilão e beberrão, amigo de cobradores de impostos e de pecadores'. Mas a sabedoria foi reconhecida com base em suas obras".

Palavra da Salvação.

Meditação.

O evangelho de hoje faz parte de um momento em que Jesus está comentando sobre a reação do povo à sua mensagem e ao seu ministério, comparando-a com a atitude das gerações passadas e criticando a falta de discernimento das pessoas.

Essa passagem nos convida a refletir sobre como reagimos às propostas de Deus e como podemos ser mais sensíveis à Sua sabedoria, permitindo que ela se manifeste em nossas ações e escolhas.

Isso me recorda um dos exercícios propostos por Santo Inácio de Loyola nos Exercícios Espirituais, a meditação das duas bandeiras. Usando as imagens alegóricas de seu tempo, o santo nos propõe que imaginemos um rei que convoca seus súditos para a batalha contra outro reino. E pede que comparemos esses chamamento com o chamado de Cristo, vendo neste segundo chamado um honra maior que a primeira.

Assim, precisamos desenvolver discernimento para entender e reconhecer a verdade de Deus, independentemente de como ela seja apresentada. Às vezes, somos como as crianças nas praças, querendo algo que se encaixe em nossos próprios desejos e expectativas. Devemos estar atentos à obra de Deus no mundo e nas nossas vidas.

A sabedoria de Deus muitas vezes desafia nossas convenções e preconceitos. Precisamos estar abertos a Deus, não julgando pela aparência, mas discernindo suas intenções através de suas obras.

Nossas ações falam mais alto que nossas palavras. A sabedoria de Deus é justificada pelas obras que produz em nós e através de nós. Portanto, devemos ser fiéis no testemunho, permitindo que as obras de Deus em nossa vida revelem Sua verdade.

Como costuma dizer o Diácono Bernardo Tura, "quanta a nós, vamos sair no mundo cheios de amor pelas pessoas e com o compromisso de servir a toda a humanidade".

Deus nos abençoe.


quinta-feira, 12 de dezembro de 2024

"A minha alma engrandece o Senhor, e se alegrou o meu espírito em Deus, meu Salvador".

 


Nossa Senhora de Guadalupe é uma das mais importantes figuras de devoção mariana, especialmente no México e em muitos outros países da América Latina. Sua história está ligada a uma aparição miraculosa que ocorreu em 1531, na colina de Tepeyac, nos arredores da Cidade do México, e é considerada um símbolo de fé, de esperança e de união entre os povos indígenas e os colonizadores espanhóis.

História da Aparição.

Em 9 de dezembro de 1531, um humilde indígena chamado Juan Diego Cuauhtlatoatzin, que se convertera ao cristianismo, estava a caminho de Tlatelolco, quando teve uma visão de uma mulher vestida de sol, com um manto azul e radiante, que se apresentou como Santa Maria, a Mãe de Deus. Ela falou com ele em sua língua nativa, o náuatle, e pediu que ele fosse ao bispo de México, Dom Juan de Zumárraga, e pedisse a construção de um templo em seu nome na colina de Tepeyac.

Apesar de relutante e de ser rejeitado pelo bispo, Juan Diego voltou à colina para pedir à Virgem que fosse mais clara em sua mensagem. Em 12 de dezembro, a Virgem apareceu novamente e pediu a ele que colhesse flores (que, por ser inverno, eram incomuns naquela época) e as colocasse em seu manto. Quando Juan Diego as levou ao bispo, ao abrir seu manto, revelou-se uma imagem milagrosa da Virgem Maria, impressa em seu tilma (uma capa de algodão).

Significado da Aparição

A imagem que apareceu milagrosamente no manto de Juan Diego é uma das mais veneradas no mundo católico. A Virgem de Guadalupe aparece com características indígenas, o que fez dela uma figura particularmente próxima ao povo mexicano, especialmente os indígenas, que estavam passando por um processo de evangelização após a chegada dos espanhóis. Seu manto azul é decorado com estrelas, simbolizando o céu, e ela pisa sobre uma lua crescente, representando a vitória sobre o mal e a opressão.

Símbolo de Fé e Unidade.

A Virgem de Guadalupe é vista como uma grande intercessora e protetora do povo latino-americano, especialmente dos pobres e marginalizados. Sua imagem se tornou um símbolo de identidade, resistência e unidade, particularmente entre os indígenas e a população mestiça, que viram nela uma figura materna que os acolhia.
O manto de Juan Diego, com a imagem de Nossa Senhora de Guadalupe, foi preservado milagrosamente até os dias atuais, apesar do tecido ser de algodão e vulnerável à deterioração. Ele ainda está em exibição na Basílica de Nossa Senhora de Guadalupe, na Cidade do México, que é um dos destinos de peregrinação mais importantes do mundo católico.

Festa de Nossa Senhora de Guadalupe.

A festa de Nossa Senhora de Guadalupe é celebrada em 12 de dezembro, data em que ocorreu a última aparição à Juan Diego. Ela é uma das festas mais importantes da Igreja Católica, especialmente no México, onde é feriado nacional. Milhões de peregrinos de todo o mundo se dirigem à Basílica de Guadalupe para celebrar a Virgem. A devoção à Nossa Senhora de Guadalupe também se espalhou para outras partes da América Latina e dos Estados Unidos, especialmente entre a comunidade mexicana.

Oração a Nossa Senhora de Guadalupe.

Uma das orações mais comuns dedicada a Nossa Senhora de Guadalupe é o "Roguemos a Nossa Senhora de Guadalupe". Ela pede a intercessão da Virgem por aqueles que a invocam em suas dificuldades e em suas necessidades, especialmente por aqueles que buscam acolhimento e proteção.
Nossa Senhora de Guadalupe continua a ser um farol de fé e amor para milhões de pessoas, simbolizando o cuidado materno de Maria e sua presença ativa na história da salvação, acompanhando e protegendo os filhos de Deus em todos os momentos da vida.

Sobre a liturgia de hoje, segue nossa reflexão.

Neste evangelho, contemplamos o encontro de Maria e Isabel, duas mulheres cheias de graça e chamadas por Deus para desempenharem papéis fundamentais no Seu plano de salvação. A visita de Maria a Isabel é um gesto de serviço e solidariedade. Ao saudá-la, o bebê João estremece em seu ventre, como sinal da presença do Messias que Maria traz consigo. A exultação de Maria, em seu cântico de louvor, revela a sua profunda alegria em ser a escolhida para ser a mãe do Salvador. Ela reconhece que Deus a olha com misericórdia e que sua vida foi transformada pela graça.

A nossa meditação nos convida a reconhecer o mistério da encarnação de Cristo, que, ao nascer de Maria, trouxe a salvação a toda a humanidade. Como Maria, somos chamados a ser "servos de Deus" e, com alegria, anunciar a Sua grandeza. Devemos abrir nossos corações para a visita de Deus, que se faz presente em nossas vidas de forma discreta e humilde, mas com uma força transformadora imensa. Que, como Maria, possamos proclamar com nossa vida: "A minha alma engrandece o Senhor".

quarta-feira, 11 de dezembro de 2024

"Aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração"

 



Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 11,28-30

Naquele tempo, tomou Jesus a palavra e disse:

28 "Vinde a mim todos vós que estais cansados e fatigados sob o peso dos vossos fardos, e eu vos darei descanso.

29 Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração, e vós encontrareis descanso.

30 Pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve". 

Palavra da Salvação.

Meditação.

Nesse evangelho, Jesus oferece um descanso que vai além das necessidades físicas e materiais. Ele nos chama a confiar n’Ele e a aprender com Sua mansidão e humildade, encontrando, assim, um alívio que a vida não pode nos dar.

Jesus faz um convite direto e acolhedor. Ele chama aqueles que estão "cansados e sobrecarregados", não apenas física, mas também emocional e espiritualmente. A vida pode ser cheia de desafios, tensões e pressões, mas Jesus oferece um refúgio para aqueles que estão sobrecarregados, propondo alívio para suas almas.

O "alívio" que Jesus oferece não é uma simples solução para os problemas do dia a dia, mas um alívio profundo e duradouro para o coração. Jesus não promete a ausência de dificuldades, mas promete estar conosco no sofrimento, oferecendo sua paz que vai além da compreensão humana. Ele nos oferece descanso para a alma, algo que o mundo muitas vezes não pode proporcionar.

O "jugo" que Jesus menciona era um instrumento usado para juntar dois animais de carga para que pudessem trabalhar juntas. Ao tomar sobre nós o "jugo" de Jesus, Ele nos convida a caminhar ao seu lado, a compartilhar o peso da vida com Ele. Seu jugo, diferente de outras imposições da vida, é suave porque Ele carrega conosco o fardo, e nos ensina a viver com mansidão e humildade. Ao aprender de Jesus, encontramos forças para suportar os desafios com paz interior.

A convite de Jesus para "aprender Dele", como sendo "manso e humilde de coração", é um convite para adotar uma atitude de serenidade e simplicidade. Jesus não é autoritário nem impaciente, mas sempre amável, compreensivo e acessível. Ao seguir sua maneira de viver, podemos encontrar uma forma de viver mais leve, com menos pressa e mais confiança no cuidado divino.

A promessa de Jesus é clara, ao tomarmos seu jugo, encontraremos descanso para a nossa alma. Isso nos convida a refletir sobre a paz interior que pode ser encontrada no relacionamento com Cristo. Não importa o quanto o mundo nos exija ou o quanto nos sintamos exaustos, o descanso oferecido por Jesus é profundo e renovador, renovando nossas forças espirituais.

Em uma sociedade onde se colocava sobre os ombros das pessoas pesadas obrigações sociais e religiosas, Jesus apresenta um novo jeito de se viver, e nos convida a uma vida simples, sem imposições, mas voltada para Deus.

Deus nos abençoe.

terça-feira, 10 de dezembro de 2024

"O Pai, que está nos céus, não deseja que se perca nenhum desses pequeninos".


Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 18,12-14

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos:

12 "Que vos parece? Se um homem tem cem ovelhas, e uma delas se perde, não deixa ele as noventa e nove nas montanhas, para procurar aquela que se perdeu?

13 Em verdade vos digo, se ele a encontrar, ficará mais feliz com ela, do que com as noventa e nove que não se perderam.

14 Do mesmo modo, o Pai que está nos céus não deseja que se perca nenhum desses pequeninos".

Palavra da Salvação.

Meditação.

Essa passagem nos convida a refletir sobre o amor de Deus por cada ser humano, e a importância de mantermos uma atitude de busca e de cuidado com o próximo.

Jesus usa a metáfora da ovelha perdida para ilustrar o cuidado incansável de Deus por cada um de nós. Mesmo que haja muitas "ovelhas", Deus se importa profundamente com cada pessoa, e não desiste de buscar aquele que se perdeu. Essa busca expressa o amor incondicional e a misericórdia divina, que não se contenta com a perda de uma única vida.

A parábola mostra que para Deus, cada ser humano é único e precioso. Mesmo que um só se afaste, Deus vai atrás, porque cada vida tem valor infinito. Essa é uma lição de que, na visão de Deus, ninguém é descartado, e todos são dignos de atenção, cuidado e amor.

A grande alegria do pastor ao encontrar a ovelha perdida simboliza a alegria de Deus quando um ser humano se arrepende ou se reconcilia com Ele. O retorno de uma pessoa ao caminho de Deus é um motivo de festa no céu. Isso também nos ensina sobre a importância do arrependimento e da reconciliação, tanto em nossa relação com Deus quanto com os outros.

O texto revela o coração misericordioso de Deus, que não quer a perda de ninguém. Ele está sempre disposto a perdoar e acolher aquele que se arrepende e volta para Ele. Isso nos chama a refletir sobre a nossa própria atitude em relação ao perdão e ao cuidado com os outros.

Conforme disse o Papa Francisco, "a Igreja é para todos".

Deus nos abençoe.




domingo, 8 de dezembro de 2024

"Eis aqui a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra!"

 




Solenidade de Nossa Senhora da Conceição. 

As leituras de hoje nos conduzem a uma compreensão profunda sobre o plano de Deus para a salvação da humanidade, desde a queda do homem até a anunciação da redenção.

A primeira leitura, Gênesis 3,9-15.20, narra a Queda e a Promessa de Salvação. A humanidade experimenta sua queda com o pecado original, quando Adão e Eva desobedecem a Deus ao comer do fruto proibido. A reação de Deus, ao chamar Adão e Eva, é de amor e misericórdia. Mesmo após o pecado, Deus não abandona a criação, mas promete a redenção. No versículo 15, Ele anuncia a vitória sobre o mal, dizendo à serpente que haverá inimizade entre ela e a mulher, entre o seu descendente e o dela. Este é o primeiro anúncio da vinda de Cristo, que, por meio de sua morte e ressurreição, esmagará a cabeça da serpente, representando a vitória sobre o pecado e a morte. O versículo 20, onde Adão dá à sua mulher o nome de Eva, "mãe de todos os viventes", expressa uma renovada esperança de que através dela, a salvação viria. Este trecho nos lembra da misericórdia de Deus, que, mesmo diante do pecado, planeja uma forma de restaurar a humanidade.

O Salmo responsorial nos indica a Alegria pela Vitória de Deus. Ele é um cântico de louvor à vitória de Deus, que é visível e acessível a todos. Ele proclama que "o Senhor fez conhecer a sua salvação", refletindo a ação salvadora de Deus no contexto da história. A "vitória" referida no salmo também é um prenúncio da vitória definitiva de Cristo sobre o mal, que será proclamada ao longo de toda a história. A terra se alegra, e todos os povos se regozijam com a justiça de Deus. Esse salmo é um convite à universalidade da salvação, que atinge todos, como a vinda de Cristo para todos os homens.

Na segunda leitura, Paulo nos recorda da Escolha e a Redenção em Cristo Ele nos fala sobre o plano divino de salvação. Deus nos escolheu em Cristo, antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis diante d'Ele. O texto enfatiza a graça de Deus, que nos predestinou à adoção como filhos. Em Cristo, fomos redimidos e recebemos a promessa da herança eterna. Este plano de Deus é universal e abrange todas as pessoas, não por mérito, mas por Sua misericórdia. A salvação é um dom gratuito, que nos chama a viver de acordo com o amor de Deus.

O evangelho de hoje nos relata a anunciação à Virgem Maria, o momento em que o anjo Gabriel revela a ela que ela conceberia o Filho de Deus, o Salvador do mundo. Maria, com sua humildade e confiança em Deus, aceita o plano divino e diz "eis a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra". Este momento é crucial, pois é a resposta da humanidade ao convite de Deus à salvação. A resposta de Maria representa o sim que todos nós devemos dar ao plano de Deus, aceitando a Sua vontade em nossas vidas.

Essas leituras nos convidam a refletir sobre o grande mistério da salvação. A queda humana, mencionada em Gênesis, é respondida com a promessa de Deus de enviar um Salvador. A vitória de Cristo sobre o mal, anunciada no Salmo, e a escolha de Deus de nos chamar para a salvação, mencionada em Efésios, se concretiza na humilde aceitação de Maria, que se torna a mãe do Salvador. Deus nos escolheu, nos predestinou, e Sua salvação é oferecida a todos. A atitude de Maria nos inspira a confiar plenamente nos planos de Deus, mesmo quando eles parecem misteriosos ou desafiadores.

A reflexão nos leva, portanto, a um aprofundamento no mistério da salvação, que começa com a queda, é anunciada como uma promessa e se realiza no Sim de Maria, a plena colaboração humana ao plano divino. Devemos responder, assim como ela, com confiança e disponibilidade para viver a vontade de Deus em nossas vidas.

Deus nos abençoe.









sábado, 7 de dezembro de 2024

"A Messe é grande, mas os trabalhadores são poucos"

 


Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 9,35-10,1.6-8

Naquele tempo,

35 Jesus percorria todas as cidades e povoados, ensinando em suas sinagogas, pregando o Evangelho do Reino, e curando todo tipo de doença e enfermidade.

36 Vendo Jesus as multidões, compadeceu-se delas, porque estavam cansadas e abatidas, como ovelhas que não têm pastor. Então disse a seus discípulos:

37 "A Messe é grande, mas os trabalhadores são poucos.

38 Pedi pois ao dono da messe que envie trabalhadores para a sua colheita!"

10,1 E, chamando os seus doze discípulos deu-lhes poder para expulsarem os espíritos maus e para curarem todo tipo de doença e enfermidade. Enviou-os com as seguintes recomendações:

6 "Ide, antes, às ovelhas perdidas da casa de Israel!

7 Em vosso caminho, anunciai: 'O Reino dos Céus está próximo'.

8 Curai os doentes, ressuscitai os mortos, purificai os leprosos, expulsai os demônios. De graça recebestes, de graça deveis dar!

Palavra da Salvação.

Meditação.

O que podemos tirar de proveito para nós da leitura de hoje? Vejamos.

1. Desenvolver uma visão de compaixão. Como Jesus, devemos ser sensíveis à dor e à necessidade dos outros. Muitas vezes, as pessoas ao nosso redor estão "aflitas e abatidas". Precisamos aprender a olhar além das aparências e agir com compaixão.

2. Ser trabalhador na colheita de Deus. A missão de Deus é grande, e todos somos chamados a colaborar nela. Seja na oração, no serviço ou no testemunho, devemos estar disponíveis para ajudar a alcançar os perdidos.

3. Viver com autoridade e humildade. Deus nos dá autoridade para agir em Seu nome, mas essa autoridade deve ser usada para servir aos outros, não para nos exaltar. Precisamos ter humildade e discernimento para entender como usá-la para a edificação do próximo.

4. Combinar palavras e ações. A nossa missão como cristãos deve ser tanto verbal quanto prática. Devemos falar sobre o reino de Deus, mas também manifestar esse reino por meio de ações concretas de cura, ajuda e libertação.

5. Ser generoso com a graça recebida. A graça de Deus foi dada a nós gratuitamente, e devemos distribuí-la generosamente aos outros. A nossa vida de fé deve ser marcada pela generosidade e pelo desejo de ajudar ao próximo sem esperar algo em troca.

Que esta meditação inspire em nós o desejo de servir ao Senhor e aos outros com amor, alegria e dedicação.

sexta-feira, 6 de dezembro de 2024

"Vós acreditais que eu posso fazer isso?"

 


Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 9,27-31

Naquele tempo,

27 partindo Jesus, dois cegos o seguiram, gritando: "Tem piedade de nós, filho de Davi!"

28 Quando Jesus entrou em casa, os cegos se aproximaram dele. Então Jesus perguntou-lhes: "Vós acreditais que eu posso fazer isso?" Eles responderam: "Sim, Senhor".

29 Então Jesus tocou nos olhos deles, dizendo: "Faça-se conforme a vossa fé".

30 E os olhos deles se abriram. Jesus os advertiu severamente: "Tomai cuidado para que ninguém fique sabendo".

31 Mas eles saíram, e espalharam sua fama por toda aquela região.

Palavra da Salvação.

Meditação.

Tiremos quatro lições do evangelho de hoje.

1. Fé persistente. Não importa o quão difícil ou longa seja a jornada, devemos manter nossa fé em Jesus. A persistência na oração e no clamor a Deus é importante, e Ele se mostra atento ao nosso clamor.

2. Jesus pergunta pela nossa fé. Ele nos desafia a refletir se realmente acreditamos que Ele pode agir em nossas vidas. O que nós cremos pode definir o quanto estamos dispostos a receber de Deus.

3. A fé é fundamental. O milagre se dá conforme a fé. Nossa fé abre portas para a ação de Deus em nossas vidas.

4.Testemunho. O que Deus faz por nós é algo que não podemos deixar de compartilhar. Nossa experiência com Ele é algo que deve ser anunciada ao mundo.

Que possamos, como os cegos, seguir a Jesus com fé firme e, ao receber Suas bênçãos, testemunhar Sua grandeza e amor ao mundo ao nosso redor.





quinta-feira, 5 de dezembro de 2024

"Nem todo aquele que me diz: 'Senhor, Senhor', entrará no Reino dos Céus"

 



Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 7,21.24-27

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos:

21 "Nem todo aquele que me diz: 'Senhor, Senhor', entrará no Reino dos Céus, mas o que põe em prática a vontade de meu Pai que está nos céus.

24 Portanto, quem ouve estas minhas palavras e as põe em prática, é como um homem prudente, que construiu sua casa sobre a rocha.

25 Caiu a chuva, vieram as enchentes, os ventos deram contra a casa, mas a casa não caiu, porque estava construída sobre a rocha.

26 Por outro lado, quem ouve estas minhas palavras e não as põe em prática, é como um homem sem juízo, que construiu sua casa sobre a areia.

27 Caiu a chuva, vieram as enchentes, os ventos sopraram e deram contra a casa, e a casa caiu, e sua ruína foi completa!"

Palavra da Salvação.

Meditação

Jesus nos alerta que não é suficiente apenas chamá-lo de "Senhor" ou professar a fé com palavras. A verdadeira evidência de que somos seus seguidores é a nossa obediência à vontade de Deus. Muitos podem falar de Cristo, mas poucos demonstram sua fé com ações concretas. Isso nos desafia a refletir sobre nossa vida espiritual: será que nossas palavras e atitudes correspondem ao que professamos? A verdadeira fé em Cristo se manifesta não apenas em momentos de culto ou oração, mas no cotidiano, nas escolhas e atitudes diárias.

Ele usa a metáfora da casa construída sobre a rocha para ilustrar aquele que ouve suas palavras e as coloca em prática. A rocha é Cristo e sua Palavra. Quando fundamentamos nossa vida em Cristo, estamos construindo uma base firme e duradoura. A casa que está sobre a rocha resiste às tempestades da vida — sejam dificuldades, tentações ou crises. Ao vivermos de acordo com a vontade de Deus, nossas vidas se tornam resilientes diante das adversidades, porque nossa confiança está em algo seguro, eterno e imutável.

Jesus alerta contra a insensatez de construir a vida sobre a areia. A areia é instável e sujeita a mudanças constantes, assim como as promessas de segurança e felicidade que o mundo oferece. Quando construímos nossa vida sobre a "areia" das ilusões humanas — como o sucesso material, o status ou as opiniões passageiras —, nossa fundação será frágil. Quando os ventos e as chuvas das dificuldades chegarem, a casa cairá, pois ela não tem uma base sólida. Muitas pessoas buscam segurança em coisas temporárias, esquecendo que apenas Cristo pode ser essa rocha firme que sustenta nossas vidas.

A meditação sobre essa passagem nos convida a refletir sobre a solidez de nossa fé. Não se trata de ser apenas um "ouvinte" da Palavra, mas um "praticante", alguém que coloca em prática os ensinamentos de Jesus em todas as áreas da vida. A obediência à vontade de Deus é a base que nos sustentará em tempos de dificuldades e incertezas. Ao construir nossa vida sobre Cristo, a rocha firme, somos capazes de enfrentar as tempestades da vida sem que nossa fé seja abalada.

Que possamos, então, examinar nossa própria vida e perguntar: sobre o que estou construindo a minha casa? Se estamos fundamentando nossa vida na Palavra de Deus, podemos ter confiança de que, mesmo nas adversidades, permaneceremos firmes. Caso contrário, devemos buscar a rocha, Jesus Cristo, para que nossa vida seja transformada e fundamentada na verdadeira segurança.

quarta-feira, 4 de dezembro de 2024

"Quantos pães tendes?"

 



Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 15,29-37

Naquele tempo,

29 Jesus foi para as margens do mar da Galileia, subiu a montanha, e sentou-se.

30 Numerosas multidões aproximaram-se dele, levando consigo coxos, aleijados, cegos, mudos, e muitos outros doentes. Então os colocaram aos pés de Jesus. E ele os curou.

31 O povo ficou admirado, quando viu os mudos falando, os aleijados sendo curados, os coxos andando e os cegos enxergando. E glorificaram o Deus de Israel.

32 Jesus chamou seus discípulos e disse: "Tenho compaixão da multidão, porque já faz três dias que está comigo, e nada tem para comer. Não quero mandá-los embora com fome, para que não desmaiem pelo caminho".

33 Os discípulos disseram: "Onde vamos buscar, neste deserto, tantos pães para saciar tão grande multidão?"

34 Jesus perguntou: "Quantos pães tendes?" Eles responderam: "Sete, e alguns peixinhos".

35 E Jesus mandou que a multidão se sentasse pelo chão. 

36 Depois pegou os sete pães e os peixes, deu graças, partiu-os, e os dava aos discípulos, e os discípulos, às multidões.

37 Todos comeram, e ficaram satisfeitos; e encheram sete cestos com os pedaços que sobraram.

Palavra da Salvação.

Meditação.

O texto de hoje nos convida a confiar na compaixão de Jesus, que se preocupa conosco em todos os aspectos de nossas vidas, desde as nossas necessidades espirituais até as físicas. Também somos chamados a confiar no poder transformador de Deus, que pode multiplicar as pequenas ofertas que temos para realizar grandes coisas. O Senhor nos convida a entregar o pouco que temos em Suas mãos, para que Ele possa fazer muito mais do que imaginamos.

Em tempos de dificuldades ou limitações, podemos olhar para esta passagem e nos lembrar que Deus pode transformar até as situações mais improváveis e fazer delas uma abundância de bênçãos.

segunda-feira, 2 de dezembro de 2024

Em verdade, vos digo: nunca encontrei em Israel alguém que tivesse tanta fé.

 



Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 8,5-11

Naquele tempo,

5 quando Jesus entrou em Cafarnaum, um oficial romano aproximou-se dele, suplicando:

6 "Senhor, o meu empregado está de cama, lá em casa, sofrendo terrivelmente com uma paralisia".

7 Jesus respondeu: "Vou curá-lo".

8 O oficial disse:  "Senhor, eu não sou digno de que entres em minha casa. Dize uma só palavra e o meu empregado ficará curado.

9 Pois eu também sou subordinado e tenho soldados debaixo de minhas ordens. E digo a um : 'Vai!', e ele vai; e a outro: 'Vem!', e ele vem; e digo ao meu escravo: 'Faze isto!', e ele faz".

10 Quando ouviu isso, Jesus ficou admirado, e disse aos que o seguiam: "Em verdade, vos digo: nunca encontrei em Israel alguém que tivesse tanta fé.

11 Eu vos digo: muitos virão do Oriente e do Ocidente, e se sentarão à mesa no Reino dos Céus, junto com Abraão, Isaac e Jacó".

Palavra da Salvação

Meditação.

Nesta passagem, somos desafiados a refletir sobre nossa fé. Será que confiamos plenamente no poder de Jesus, como o centurião, sem exigir sinais ou garantias? A fé verdadeira é aquela que confia nas palavras de Jesus e em Sua autoridade, mesmo quando não vemos resultados imediatos. Em um mundo que muitas vezes busca explicações racionais para tudo, o convite de Jesus é para que possamos crer em Sua palavra e no poder que Ele tem de transformar nossas vidas.

Além disso, a passagem nos lembra da universalidade da mensagem cristã. O Reino de Deus não é restrito a um grupo, mas aberto a todos que tenham fé. Isso nos chama a acolher a diversidade e a estender a mão a quem quer que busque a verdade e a salvação.

Que possamos imitar a fé do centurião e acreditar no poder de Cristo para agir em nossas vidas, sabendo que Ele está sempre pronto a nos atender quando confiamos em Sua autoridade.





domingo, 1 de dezembro de 2024

Ficai atentos e orai a todo momento!

 


Leituras da Liturgia do 1º Domingo do Advento

Jr 33,14-16 / Sl 24(25),4bc-5ab.8-9.10.14 (R. 1b) / 1Ts 3,12-4,2 / Lc 21,25-28.34-36

As leituras de hoje nos oferecem uma oportunidade rica para reflexão e meditação, principalmente se tomarmos o contexto de preparação para o Advento, um tempo de espera e esperança na vinda de Cristo. 

Na primeira leitura, Jeremias oferece uma promessa de esperança e renovação. Deus garante que, em um tempo futuro, Ele restaurará a justiça e a paz, trazendo um "renovo justo" da linhagem de Davi, que é uma referência messiânica, apontando para Cristo. Durante o Advento, somos chamados a esperar, com confiança, essa intervenção de Deus que traz salvação e justiça, que se cumpre plenamente em Jesus Cristo. Este é um tempo de renovar a nossa confiança nas promessas de Deus, sabendo que, apesar das dificuldades, Ele sempre age para restaurar a justiça e trazer paz aos nossos corações.

O Salmo 24 é um clamor por orientação divina. Durante o Advento, somos convidados a abrir nossos corações para que Deus nos mostre o caminho, nos guie na Sua verdade e nos ensine a viver de acordo com Seus preceitos. Este salmo é uma oração de confiança e humildade, pois reconhecemos que, sem a ajuda de Deus, não sabemos por onde andar. Jesus, como o "Caminho, a Verdade e a Vida" (Jo 14,6), é a resposta a essa oração. No Advento, estamos atentos a Ele, que nos guia e nos conduz ao Pai.

Na segunda leitura, São Paulo exorta os tessalonicenses a viverem em amor e santidade enquanto aguardam a vinda de Cristo. No Advento, somos chamados a refletir sobre a maneira como estamos nos preparando para a vinda de Cristo, não apenas com palavras, mas com ações concretas de amor, serviço e santidade. Este é um tempo para examinar nossas atitudes, nossos relacionamentos e o modo como podemos crescer no amor, especialmente por aqueles ao nosso redor. A vinda de Jesus nos convida a viver de maneira que O agrade, não apenas em espera passiva, mas com uma vida de santidade ativa.

No evangelho, Jesus fala sobre os sinais do fim dos tempos e nos alerta a permanecer vigilantes. O Advento é um tempo de espera ativa, não passiva. Jesus nos chama a estarmos atentos, a não nos deixarmos sobrecarregar pelas distrações da vida, como preocupações e excessos, que podem nos afastar do que é essencial. Precisamos estar preparados espiritualmente, cultivando uma vida de oração, vigilância e fé. No final, a promessa da redenção está próxima e a nossa esperança está em Cristo, que virá para nos salvar. Portanto, somos desafiados a viver com um coração puro, atento e pronto para acolher a Sua vinda.

A liturgia de hoje nos convidam a viver com esperança, vigilância e santidade. O Advento é uma preparação para a vinda de Cristo, mas também é uma oportunidade de crescer em fé e amor, tanto para com Deus quanto para com os outros. Que possamos viver este tempo com o coração aberto, atentos aos sinais de Deus em nossas vidas e prontos para acolher o Senhor que vem nos trazer salvação.