Atos dos Apóstolos 1,12-14
Depois que Jesus foi elevado ao céu, 12os apóstolos voltaram para Jerusalém, vindo do monte das Oliveiras, que fica perto de Jerusalém, a mais ou menos um quilômetro. 13Entraram na cidade e subiram para a sala de cima, onde costumavam ficar. Eram Pedro e João, Tiago e André, Filipe e Tomé, Bartolomeu e Mateus, Tiago, filho de Alfeu, Simão Zelota e Judas, filho de Tiago. 14Todos eles perseveravam na oração em comum, junto com algumas mulheres, entre as quais Maria, mãe de Jesus, e com os irmãos de Jesus.
Palavra do Senhor.
Reflexão.
Essa cena está descrita bem no início dos Atos dos "Apóstolos". Se observaram, coloquei a palavra apóstolos entre aspas. Pois, depois de certa altura desse livro, me parece que Lucas mais fala dos feitos de Paulo do que dos outros apóstolos. Apesar de em alguns momentos aparecer a figura de Pedro, Tiago, Bartolomeu. Além disso, o texto fala de "algumas mulheres", e nomeia Maria, a mãe de Jesus.
Existiam mulheres apóstolas também? Maria, mãe de Jesus, seria uma dessas apóstolas? E Maria Madalena? E as outras mulheres que acompanhavam o grupo de Jesus, seriam apóstolas?
Se levarmos em consideração que um homem judeu não podia conversar com mulheres de fora do seu círculo familiar, podemos depreender que havia algumas mulheres que seriam apóstolas de outras mulheres, mesmo que o texto não as cite como tal. E a mãe de Jesus seria o modelo de apóstola para as mulheres.
Maria era uma mulher que compreendia bem o que era fazer a vontade de Deus, "eis aqui a serva do Senhor". Ela soube assumir, em sua vida, a vontade de Deus, "faça-se em mim segundo a vossa palavra". Foi a primeira a fazer "apostolado", foi à casa de Isabel. A primeira oração de louvor foi feita por ela, o Magnificat. Aprendeu a lidar com a dor da rejeição, da tortura, da morte de um inocente. Alegrou-se com a ressurreição do Filho (Santo Inácio de Loyola, nos Exercícios Espirituais, diz que Jesus apareceu primeiro a sua mãe, pois era um bom filho, mesmo que as escrituras não registrem isso).
Apesar de o texto não dar o devido destaque à mãe de Jesus, colocando os "apóstolos" em evidência, não é de se estranhar que ela ocupasse o mesmo espaço que eles na casa. Junto com outras mulheres. Assim, a nova comunidade formada por Jesus não poderia fazer distinção de pessoas. Todos são anunciadores, todos/todas são enviados/enviadas. Na comunidade cristã já não se faz distinção de pessoas, nem de sexo. Tanto que o Papa Francisco proclamou Maria Madalena a apóstola dos apóstolos. Ou seja, pela boca de uma mulher foi anunciado aos "apóstolos" que Jesus havia ressuscitado.
Hoje fazemos memória a Nossa Senhora do Rosário. E essa forma de oração e devoção popular nos é muito significativa. O rosário perpassa todo o mistério da vida de Jesus, do seu nascimento até a ressurreição. E Maria esteve presente em todos esses momentos de forma muito significativa, acompanhando o Filho.
Rezar o Rosário não é uma mera repetição de palavras. O Rosário deve ser a oração do missionário/missionária. A missão confiada a nós é um prolongamento do mistério da vida de Jesus. O Rosário não pode nos enclausurar em nossas Igrejas, ou em nós mesmos. Meditar a vida Jesus através do Rosário é um alimentar-se para partir e anunciar o Evangelho. É a força dos apóstolos/apóstolas.
Ser mariano é saber dizer, "faça-se em mim segundo a vossa vontade" e acrescentar, "eis aqui a serva (servo) do Senhor". Amém.
A oração faz parte da vida dos cristãos para agradecer por mais um dia, além de ter o poder de acalmar o nosso coração!!
ResponderExcluir