domingo, 4 de julho de 2021

De todos os temores o Senhor nos livrou.


 Hoje celebremos a Solenidade de São Pedro e São Paulo. Pedro e Paulo são duas faces da uma mesma moeda. De um lado, o apóstolo dos gentios, Paulo; e de outro, Pedro, aquele que deveria confirmar os irmãos na fé.

A primeira leitura nos lembra um outro apóstolo muito importante para a consolidação do crescimento da Igreja, Tiago. Essa litura inicia-se dizendo que após Tiago ter sido morto pela espada, Herodes mandou prender Pedro. Era preciso fazer com que aqueles que fizeram a experiência pessoal de Jesus e que eram testemunhas de sua ressurreição, fossem tirados do meio do povo.

Pedro é preso. O autor dos Atos dos Apóstolos diz que a Igreja rezava por Pedro. E que um anjo apareceu para Pedro e o libertou da prisão.

Na segunda leitura, Paulo nos deixa seu testamento espiritual, "combati o bom combate, completei a corrida, guardei a fé". Paulo tem consciência de sua atividade apostólica, e por isso, sente-se preparado para entrar o Reino de Deus.

No evangelho, temos a afirmação de que Jesus é o "Filho do Deus vivo". Somente aqueles e aquelas que fazem a experiência pessoal de Jesus, somente aqueles e aquelas que comeram e beberam com Jesus, podem fazer essa afirmação. Somente aquelas e aqueles que ouviram as palavras de Jesus e viram seus milagres, podem fazer essa afirmação. Mas, reconhecer Jesus como o Messias e o Filho do Deus vivo só pode ser feito por revelação do Pai através do Espírito Santo. Nenhum ser humano pode revelar a filiação de Jesus ao Pai. Somente o Espírito Santo nos faz isso.

Pedro é colocado como aquele que deve ir à frente dos discípulos de Jesus. Sobre esta pedra a igreja de Jesus deveria ser construída. Entendamos Igreja como os seguidores das palavras de Jesus, não apenas os que participam de uma denominação religiosa específica. Igreja é o espaço onde se congrega todas e todos que realizam as obras de misericórdia que Jesus fez. A Igreja vai ao encontro dos que sofrem, dos que são perseguidos, dos que são mortos pelo poder do Estado.

A Pedro, Jesus entrega as chaves do Reino dos Céus. Ter a chave significa poder abrir a porta ou fechá-la. Jesus é o Reino, o Caminho, a Vida. Pedro passa a ter a missão de abrir a porta para todos os que foram colocados de fora por conta de leis, de fundamentalismos, de dogmas que matam e excluem, possam entrar.

Hoje, lembrar Pedro e Paulo é lembrar de todas e todos que se colocam á serviço do Reino. Que trabalham pela inclusão no reino de todas e todos que foram excluídos pelo preconceito religioso.

"De todos os temores me livrou o Senhor Deus", assim diz o salmista. Creiamos que para Deus não há temor, Deus desfaz todas as nossas dores, nossos sofrimentos. Deus livrou Pedro da prisão. Livrou Paulo das dores da perseguição. E há de nos livrar de nossas dores atuais. Amém.

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