17º Domingo do Tempo Comum.
"Quando notou que estavam querendo levá-lo para proclamá-lo rei, Jesus retirou-se de novo, sozinho, para o monte".
Alguns teólogos relatam que a cena das tentações de Jesus narradas por Mateus não se deram de uma vez, mas fizeram parte de toda a sua vida.
A narrativa da multiplicação dos pães e peixes poderia ser vista dessa perspectiva.
Jesus está sobre um monte. Provavelmente, um lugar a parte. Poderíamos imaginar que estivesse longe da cidade. Jesus provoca Filipe, "onde vamos comprar pão para que eles possam comer"? O narrador diz que essa teria sido uma pergunta provocativa, pois Jesus sabia o que iria fazer.
O diálogo se desenvolve. André, irmão de Simão Pedro, diz que há um menino com cinco pães e dois peixes. O que era aquilo para uma multidão de cinco mil homens. Aqui, outra curiosidade teológica, dizem que esse menino, tal como nos dias de hoje, ao saber daquele evento com Jesus, levou aqueles pães e peixes para vender e levar o dinheiro para casa. Como eu disse, só uma curiosidade.
Pois bem, Jesus manda que sentem. Pega os pães. Faz a oração de ação de graças. E ordena que os pães sejam distribuídos. E fez a mesma coisa com os peixes. Alguns teólogos defendem a ideia de que Jesus teria feito uma pregação antes de multiplicar os pães, e que a oração de ação de graças teria motivado a todas e todos a partilharem o pão que teriam trazido na sacola. Mas isso, não importa.
Não importa se Ele multiplicou os pães, ou se fez com que as pessoas partilhassem a comida que tinham no embornal. O que importa é que diante de Jesus ninguém pode passar fome. Jesus é o alimento da humanidade. Jesus alimenta os que tem fome e sede de justiça (bem-aventurados os que tem fome e sede de justiça, porque serão saciados). Diante de Jesus não se pode aceitar que algum irmão ou irmã passe fome.
Jesus é o pão vivo descido do céu. Ir até Jesus é a certeza de alimentar-se. Quem se aproxima de Jesus não pode ser insensível à fome de quem pede algo para comer. Quem se dirige a um irmão com fome como "vagabundo" está cometendo um pecado grave. A comida que sobra em minha mesa, falta em algum lugar para saciar a fome de um pobre.
Jesus nos quer agindo no mundo. As nossas práticas devocionais (adoração ao Santíssimo, participação na Missa, terços, etc) devem nos impulsionar para aquele que passa necessidades.
Encerramos lembrando que Jesus fez tudo isso não para ser aclamado rei, mas para mostrar que nosso Deus está ao lado dos pobres, por isso se retirou sozinho para o monte. Para rezar. Para refletir. Para afastar-se de tudo e de todos que pudessem deturpar a sua missão.
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