"Escutai e compreendei"

Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 15,1-2.10-14

Alguns fariseus e mestres da Lei, vindos de Jerusalém, aproximaram-se de Jesus, e perguntaram: "Por que os teus discípulos não observam a tradição dos antigos? Pois não lavam as mãos quando comem o pão!" Jesus chamou a multidão para perto de si e disse: "Escutai e compreendei. Não é o que entra pela boca que torna o homem impuro, mas o que sai da boca, isso é que torna o homem impuro". Então os discípulos se aproximaram e disseram a Jesus: "Sabes que os fariseus ficaram escandalizados ao ouvir as tuas palavras?" Jesus respondeu: "Toda planta que não foi plantada pelo meu Pai celeste será arrancada. Deixai-os! São cegos guiando cegos. Ora, se um cego guia outro cego, os dois cairão no buraco".

Palavra da Salvação.

Hoje celebramos a memória de São João Maria Vianney. Nasceu em Lião (França) no ano de 1786. Depois de superar muitas dificuldades, pode ser ordenado sacerdote. Tendo-lhe sido confiada a paróquia de Ars, na diocese de Beley, o santo nela promoveu admiravelmente a vida cristã, através de uma pregação eficaz, com a mortificação, a oração e a caridade. Revelou especiais qualidades na administração do sacramento da penitência; por isso, acorriam fiéis de todas as partes para receber os santos conselhos que dava. Morreu em 1859. João Maria Vianney é padroeiro dos sacerdotes. Portanto, hoje saudamos todos os padres, celebramos o dia do padre (no domingo passado celebramos as vocações ordenadas, bispos, sacerdotes e diáconos). 

Observemos bem o texto do evangelho de hoje. Mais uma vez, os fariseus e os mestres da lei buscam um conflito com Jesus. As palavras do Filho de Deus mexe com as doutrinas que escravizam. As palavras de Jesus, os seus gestos, são mais profundos do que simplesmente seguir regras sem sentido.
Os judeus lavavam as mãos para comer para que não fossem contaminados por nenhuma impureza. E se acontecesse de comerem sem lavar as mãos, tinham todo um ritual de purificação que envolvia, até, dar dinheiro ao templo. E isso mantia  o povo numa dominação religiosa doentia. Era a famosa religião do pode e não pode.
Jesus, então, subverte a ordem. Aprofunda a compreensão das coisas. Existem leis que não são para ser seguidas. Existem costumes que nos afastam de Deus. Jesus nos alerta a olharmos para nós e vermos nossas práticas. Nossas ações. Por isso, ele diz, que não é o que entra pela boca do ser humanos que o torna impuro, mas aquilo que está em seu coração, é o que sai da boca. Pois a boca fala daquilo que o coração está cheio. Por isso, não se deve praticar o racismo, não devemos condenar mulheres agredidas, não podemos ser a favor de violência contra crianças e jovens. Devemos respeitar os idosos abandonados. Devemos cuidar do meio ambiente, nossa Casa Comum. Um discípulo, uma discípula não pode ser conivente com governos genocidas, que praticam a "necro-política". 
Jesus nos alerta, "Toda planta que não foi plantada pelo meu Pai celeste será arrancada". Jesus ainda acrescentou, "Deixai-os". Não percam tempo com quem cria regras para descriminar, para matar, para excluir. Então, eles são cego, e todos aqueles e aquelas que lhes dão ouvido são cegos também. Então são cegos guiando cegos. Se não veem a luz que ilumina as trevas, vão continuar praticando o que mal aos olhos de Deus.

Roguemos a São João Maria Vianney que inspire nossos sacerdotes e bispos a serem verdadeiros profetas do amor, da misericórdia de Deus. E que assumam a profecia que denuncia todo mal provocado por aquele que praticam a "necro-política", Amém.

Oremos: Deus de poder e misericórdia, que tornastes são João Maria Vianney um pároco admirável por sua solicitude pastoral, dai-nos, por sua intercessão e exemplo, conquistar no amor de Cristo os irmãos e irmãs para vós e alcançar com eles a glória eterna. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.