São Lourenço, mártir e padroeiro dos Diáconos

Festa de São Lourenço, 

Mártir e Padroeiro dos Diáconos

Dez de agosto, dia do martírio de São Lourenço, padroeiro dos Diáconos. A maioria de nós conhece a história do martírio desse santo. Sabemos que foi queimado vivo, sobre uma grelha. E, conta a história, que após um longo período queimando de um lado, Lourenço teria dito aos seus algozes, “esse lado já está bom, pode virar para o outro”.

Anedotas à parte, o que nos impressiona nesse santo diácono é o seu serviço aos pobres confiado à Igreja. Lourenço exercia a diaconia da caridade, função essa atribuída aos diáconos, por mais que nos tempos atuais isso não apareça. Lourenço exauria-se no serviço aos mais necessitados da Igreja. Aos despossuídos. Em tempos atuais, podemos dizer que ele assumiu a “opção preferencial pelos pobres”.

Estava ao lado dos excluídos. E, em cada tempo, a caridade assume um rosto. Ela não fica só no alimentar os pobres. Mas, nos impele a ir ao encontro daqueles que passam por sofrimentos na sociedade. Além disso, a caridade se solidariza, e luta, contra toda forma de racismo, de violência contra a mulher, criança, adolescente e jovens. A caridade está em apoiar a luta dos trabalhadores e trabalhadoras na conquista de seus direitos, e de salário digno. A caridade indigna-se com a corrupção que tira dos mais pobres a saúde, a educação, a cultura, a moradia, o lazer, o ócio criativo. A caridade cristã denuncia toda palavra e ação da necro-política praticada em tantos países, incluindo o Brasil. 

Lourenço nos revela que a riqueza da Igreja não está nos templos, nos objetos de ouro, prata. A riqueza da Igreja não está nos “belos” trajes cheio de rendas, de cores, de brocados. Mas que, são os pobres, os preferidos de Deus, que compõem toda a riqueza da Igreja. Um diácono (ou uma Igreja) que vire as costas para o sofrimento dos pobres, que apoie a necro-política, que não fica indignado com a destruição do meio ambiente; que ache que “bandido bom é bandido morto”, está dando as costas para o próprio Cristo.

O evangelho de hoje nos chama a um entregar-se, a um dar a própria vida. Jesus lembra que o grão de trigo precisa deixar-se consumir pela terra para produzir frutos. Que quem se apega à própria vida, perde-a. Mas que quem entrega a vida, quem sabe que o que mais importa está fora do alcance dos olhos, esse sim, atinge a meta do Reino dos Céus. 

E, ainda acrescenta, “se alguém quer me servir, siga-me, e onde eu estou estará meu servo”. E, em Mateus, Jesus disse que todas as vezes que fizemos alguma coisa boa a um dos seus mais pequenos irmãos/irmãs, foi a ele que o fizemos. Todas as vezes que alimentamos alguém, ou damos de beber, todas às vezes que vestimos os nus, que visitamos os doentes, que consolamos os encarcerados, e acolhemos os refugiados, é ao próprio Cristo que o fazemos. Isso fez Lourenço.

A exemplo de Estêvão e de Filipe, Lourenço é modelo do diácono que não se esconde dentro dos templos, mas, de cabeça erguida, e confiante na pertença ao reino dos Céus, assume o apostolado social. E vai ao encontro daqueles que sofrem.

São Lourenço, rogai por nós.

Evangelho de Jesus Cristo segundo João 12,24-26

Disse Jesus a seus discípulos: 24 Em verdade, em verdade vos digo: Se o grão de trigo que cai na terra não morre, ele continua só um grão de trigo; mas se morre, então produz muito fruto. 25 Quem se apega à sua vida, perde-a; mas quem faz pouca conta de sua vida neste mundo conservá-la-á para a vida eterna. 26 Se alguém me quer servir, siga-me, e onde eu estou estará também o meu servo. Se alguém me serve, meu Pai o honrará".


Palavra da Salvação.