domingo, 28 de fevereiro de 2021

Escutai o que Ele diz!


Segundo Domingo da Quaresma. Ano 2021. Ano B da Liturgia Católica.

A liturgia de hoje nos leva a refletir como anda nossa confiança em Deus. Como estamos nos dispondo para ouvir sua palavra. E se Ele é verdadeiramente aquele em que confiamos.

Muitas vezes, ficamos ligados na história que estamos lendo. E deixamos de lado aquilo que o episódio lido fala a nós.

Na primeira leitura, a história narrada é conhecida de nós, o sacrifício de Isaac. O episódio narra a confiança de Abrão em Deus. Ele lhe pede aquilo que era mais valoroso para ele, o próprio filho. Surge, então,  primeira pergunta: Estamos dispostos a nos desfazermos de nossas "riquezas", de nossos projetos, de nossos "filhos" para atender um pedido de Deus?

O primeiro mandamento diz: "amar a Deus sobre todas as coisas". Praticamos isso, a ponto de darmos a Deus o que mais amamos?

Na segunda leitura, Paulo nos recorda que "se Deus é por nós, quem será contra nós"? Mais uma vez, um episódio em que nos perguntamos, confiamos em Deus a ponto de saber que se somos filhos do dono do mundo, nada pode nos atingir? Que mesmo que morramos, é em Cristo que morremos? 

No evangelho, a cena contemplada, também nos é muito comum. A Transfiguração. Muitas reflexões nas falam da presença de Moisés e Elias junto de Jesus, e o que isso significa. Falam da montanha, da nuvem, de onde Deus se revela.

Mas, quero destacar hoje uma parte na qual, muitas vezes, passamos sem nos dar conta, a voz que sai da nuvem. Deus diz, " Este é o meu Filho amado. Escutai o que ele diz"! Escutar Deus não é apenas ouvir o que ele nos diz. Escutar Deus é fazer a sua vontade, nem que seja colocar o próprio filho em sacrifício. Confiando que se "Deus é por nós, quem será contra nós"?

Ouvir a voz de Deus que Jesus proclama, é fazer a vontade do Pai. Dando um passo à frente, Pedro, Tiago e João representam a Igreja, aquela que dá continuidade a obra e missão de Jesus. Quem ouve a palavra da Igreja, é ao próprio Cristo que se está ouvindo. E essa palavra de Cristo, para nós hoje, é a voz do Papa Francisco.

Ouvir a Igreja é crer na comunhão episcopal. É defender a Campanha da Fraternidade que foi rezada e discernida pelo colégio episcopal brasileiro, iluminado pelo Espírito Santo. Todo espírito divisionista que tente se instalar no meio de nós, está longe de ouvir a Palavra de Jesus. Falar contra uma ação da Igreja, é falar contra o próprio Deus.

Somos chamados a escutar o que Ele diz. Faça uma revisão de vida. Pergunte a si mesmo, "estou ouvindo a palavra de Deus"? Faço a vontade de Deus? Confio em Deus plenamente?

Deus lhe abençoe.

sábado, 27 de fevereiro de 2021

Amai os vossos inimigos e rezai por aqueles que vos perseguem!


Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus (Mt 5,43-48).

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 43“Vós ouvistes o que foi dito: ‘Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo!’ 44Eu, porém, vos digo: Amai os vossos inimigos e rezai por aqueles que vos perseguem!

45Assim, vos tornareis filhos do vosso Pai que está nos céus, porque ele faz nascer o sol sobre maus e bons, e faz cair a chuva sobre justos e injustos. 46Porque, se amais somente aqueles que vos amam, que recompensa tereis? Os cobradores de impostos não fazem a mesma coisa?

47E se saudais somente os vossos irmãos, o que fazeis de extraordinário? Os pagãos não fazem a mesma coisa? 48Portanto, sede perfeitos como o vosso Pai celeste é perfeito”. 

Palavra da Salvação.

A Palavra de hoje não cabe muita explicação. Apenas uma pequena reflexão. Se somos feitos a imagem e semelhança de Deus, devemos agir tal como ele é.

Jesus diz que devemos amar nossos inimigos, e rezar por aqueles que nos perseguem. Inimigos e perseguidores. Normalmente, achamos que essas pessoas estão fora da Igreja, não fazem parte do nosso círculo de convivência, nos são estranhas ao convívio.

Quantas vezes, ouvimos pessoas falarem mal do Papa Francisco, da CNBB, de padres e diáconos? Esses agem como filhos e filhas do diabo, ou seja, pessoas que dividem. Que se acham melhores que o próprio Deus.

Jesus está dizendo que todas e todos que são verdadeiramente seus discípulos não andam com o dedo em riste acusando. Mas que tem a atitude de misericórdia, e se colocam na posição de quem reza por aqueles e aquelas que são caluniadores e perseguidores.

E para finalizar. Tome cuidado para não seres um perseguidor/perseguidora, ou caluniador/caluniadora. 

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2021

Se a vossa justiça não for maior que a justiça dos mestres da Lei e dos fariseus, vós não entrareis no Reino dos Céus


Ezequiel 18,21-28

Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 5,20-26.

Pegue sua bíblia, e leia os dois textos de hoje.

Hoje temos dois textos interessantes diante de nós. E o tema é o perdão.

Em Ezequiel, meditamos sobre a atitude do ímpio e do justo. Deus diz ao profeta se o ímpio se arrepender da prática de sua injustiça, seus pecados serão esquecidos. Isso é mais do que perdoado. Mas, se, por outro lado, o justo praticar o que é mal aos olhos de Deus, seu pecado apagará tudo o que tenha feito antes.

Já em Mateus, Jesus os faz olhar para a nossa prática religiosa no templo. Ele diz que se estivermos indo levar o sacrifício para o altar, e lembrarmos que temos alguma coisa contra nosso irmão, devemos deixar nossa oferta de lado, e irmos nos reconciliar com o irmão. 

Ir à Igreja sem atitude de reconciliação, de nada vale. Rezar, sem se reconciliar, não cobre nossos pecados.

Hoje somos chamados a pensarmos como anda nosso perdão para com o próximo.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2021

Tudo quanto quereis que os outros vos façam, fazei também a eles

 


Evangelho de Jesus Cristo segundo São Mateus 7,7-12

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 7Pedi e vos será dado! Procurai e achareis! Batei e a porta vos será aberta! 8Pois todo aquele que pede, recebe; quem procura, encontra; e a quem bate, a porta será aberta. 9Quem de vós dá ao filho uma pedra, quando ele pede um pão? 10Ou lhe dá uma cobra, quando ele pede um peixe? 11Ora, se vós, que sois maus, sabeis dar coisas boas a vossos filhos, quanto mais vosso Pai que está nos céus dará coisas boas aos que lhe pedirem! 12Tudo quanto quereis que os outros vos façam, fazei também a eles. Nisto consiste a Lei e os Profetas. Palavra da Salvação.

"Tudo quanto quereis que os outros vos façam, fazei também a eles". Essa é a chamada "regra de ouro". 

Façamos o caminho inverso do evangelho de hoje. Jesus diz que se os maus sabem dar coisas boas para seus filhos, quanto mais Deus, que é Pai Nosso, nos dará aquilo que lhe pedirmos. E a pergunta que ressoa em nossos corações é: o que devemos pedir a Deus? 

Lembremos da oração do Pai Nosso. Pedir pão cotidianamente. Agradecer pelo pão. Pedir que tenhamos a coragem de alimentar os famintos, de vestir os nus, de dar de beber aos sedentos de água. Além disso, pedir a Deus que sejamos fieis ao projeto de construção do Reino dos Céus, que é a nova humanidade, a Civilização do Amor. 

Pedir que sejamos tolerantes com o diferente. Pedir que não sejamos racistas, homofóbicos, misóginos. Pedir para que cuidemos da "casa comum". 

Em seguida, devemos pedir ao Pai que ele perdoe as nossas ofensas, pois nós perdoamos aos que nos ofendem ("Tudo quanto quereis que os outros vos façam, fazei também a eles"). Se queremos perdão, devemos dar perdão.

Pedir que, mesmo nos momentos de tentação, nós não sucumbamos a ela. "Não nos deixeis cair em tentação". 

Pedir a Deus a graça de conhecer Jesus, para mais amá-lo e segui-lo. 

Pedir o dom de sermos discípulos e discípulas missionário. Mulheres e homens que vivem as Bem Aventuranças. Que são promotores de justiça e da paz.

Tudo o que devemos pedir está no evangelhos. É lá que devemos buscar nossos pedidos. Não dentro de nós, pois, nossos pedidos, muitas vezes, são contrários à vontade de Deus.

Por isso Jesus afirmou que "todo aquele que pede, recebe; quem procura, acha; e quando bate à porta, essa se abre.

Assim, poderemos dizer, "Tudo quanto quereis que os outros vos façam, fazei também a eles". Dai amor, e receberás amor. Dai vida, e receberás vida. Dê solidariedade, e receberás solidariedade. Disse São Francisco de Assis, "é dando que se recebe, é perdoando que se é perdoado. E é morrendo que vive...". Morra para as obras do mal, e renasça para as obras da luz.

Pense e reflita nessa quaresma.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2021

Eles se converteram quando ouviram a pregação



Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas 11,29-32

Naquele tempo: 29Quando as multidões se reuniram em grande quantidade, Jesus começou a dizer: 'Esta geração é uma geração má. Ela busca um sinal, mas nenhum sinal lhe será dado, a não ser o sinal de Jonas. 30Com efeito, assim como Jonas foi um sinal para os ninivitas, assim também será o Filho do Homem para esta geração. 31No dia do julgamento, a rainha do Sul se levantará juntamente com os homens desta geração, e os condenará. Porque ela veio de uma terra distante para ouvir a sabedoria de Salomão. E aqui está quem é maior do que Salomão. 32No dia do julgamento, os ninivitas se levantarão juntamente com esta geração e a condenarão. Porque eles se converteram quando ouviram a pregação de Jonas. E aqui está quem é maior do que Jonas.' Palavra da Salvação.

A humanidade, homens e mulheres, só creem naquilo que podem ver. Ou entender racionalmente. Os seres humanos precisam de sinais. 

A leitura nos provoca a sabermos que o que Jesus fala é sinal de vida. E ele demonstra isso com duas passagens bem conhecidas dos rabinos: Jonas em Nínive; e a rainha do Sul vindo ouvir Salomão. Ou seja, aqueles e aquela que não pertenciam ao povo de Deus, deram mais crédito a Jonas e a Salomão do que os seus compatriotas.

Reflita em seu coração a quem você está dando ouvidos. Isso é importante nesse período quaresmal. Pois, nossas ações, palavras e gestos refletem a quem estamos dando ouvidos.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2021

Perdoar para se obter perdão


Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 6,7-15.

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 7Quando orardes, não useis muitas palavras, como fazem os pagãos. Eles pensam que serão ouvidos por força das muitas palavras. 8Não sejais como eles, pois vosso Pai sabe do que precisais, muito antes que vós o peçais. 9Vós deveis rezar assim: Pai Nosso que estás nos céus, santificado seja o teu nome; 10venha o teu Reino; seja feita a tua vontade, assim na terra como nos céus. 11O pão nosso de cada dia dá-nos hoje. 12Perdoa as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido. 13E não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do mal. 14De fato, se vós perdoardes aos homens as faltas que eles cometeram, vosso Pai que está nos céus também vos perdoará. 15Mas, se vós não perdoardes aos homens, vosso Pai também não perdoará as faltas que vós cometestes. Palavra da Salvação.

Todos os santos tem uma oração própria. São Bento, São Francisco de Assis, Santo Inácio de Loyola, só para citar alguns.

A oração é a forma mais sublime que os seres humanos encontraram para externar a experiência mística que fizeram de Deus, em Jesus Cristo, movidos pelo Espírito Santo. 

A oração é uma das práticas que devemos intensificar durante a quaresma. Jesus ensinou seus discípulos a rezar. Ele afirma que não devemos multiplicar palavras, como fazem os pagãos. Certa vez, um dirigente espiritual me disse, "Deus não é surdo. Não precisa gritar, nem falar muito". 

Uma música do cancioneiro popular diz, "mas como eu não sei rezar, só queria mostrar meu olhar...". Basta um olhar para que Deus possa entender o que se passa com a gente.

Mas, o nosso texto de hoje trata de uma das orações mais revolucionárias que a humanidade já se deparou.

Jesus diz que seu discípulos devem rezar assim:

"Pai Nosso que estás nos céus".  Primeira coisa que devemos reconhecer é que Deus nos dá a unidade necessária para a nossa vida. Ele é Pai, e Pai de todos e todas. Isso nos faz irmãos e irmãs. Nos faz uma família. A família humana. E como tal, devemos nos preocupar uns com os outros.

"Santificado seja o teu nome". O nome de Deus é santo, por isso é santificado. Ser santo, não significa estar distante das pessoas. Por isso, ele Pai; e Pai santo.
 
"Venha o teu Reino". Não basta ser um Pai Santo. É preciso abrigar seus filhos e filhas. Por isso, onde está o Pai estão os filhos e filhas. Por isso, esse Reino é para todas e todos. Basta pedir.
 
"Seja feita a tua vontade, assim na terra como nos céus". Esse Pai Santo tem uma vontade. Ele quer que todas e todos sejam felizes, que tenham vida, e vida em abundância. Espera que todos possam ter saúde, educação. Que não sejam discriminados. 

"O pão nosso de cada dia dá-nos hoje". Todo Pai Santo se preocupa com a fome dos seus filhos. Deus dá o pão. Foi assim com o maná, no deserto. Foi assim com a multiplicação dos pães feitas por Jesus. Mas, nosso Pai Santo nos dá dois alimentos, o pão da palavra  que sustenta o espírito; e o pão que mata a fome.

"Perdoa as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido". Perdão, perdoar, essa é uma das vontades do Pai Santo. Tal como Deus nos perdoa, nós devemos perdoar também. Assim é a família.

"E não nos deixes cair em tentação". É tão interessante. Qual é a nossa tentação? De não perdoar? De voltar as costas para quem tem fome, quando o desejo dele é todos tenham pão? Tentação de não santificar o nome de Deus? 

"Mas livra-nos do mal". De que mal Deus pode nos livrar? O que pode nos fazer mal? O mal de não fazermos o que deve ser feito.

E Jesus conclui essa oração da seguinte forma, "se vós perdoardes aos homens as faltas que eles cometeram, vosso Pai que está nos céus também vos perdoará. Mas, se vós não perdoardes aos homens, vosso Pai também não perdoará as faltas que vós cometestes".

A grande revolução trazida por Jesus é o perdão. Se soubermos perdoar, verdadeiramente seremos seus discípulos, e missionários e missionárias da justiça e da paz.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2021

Sede pastores do rebanho de Deus



Hoje celebramos a Cátedra de São Pedro. Uma festa medieval. 

Cátedra significa cadeira, assento, lugar do qual se regia a aula principal. Onde se sentava o imperador. Onde era o assento do chefe do senado romano. Lugar de destaque.

A celebração de hoje nos recorda que Pedro foi o discípulo escolhido por Jesus para confirmar na fé o povo que se aproximou Dele. Pedro foi a testemunha principal da ressurreição. Fora aquele que negara Jesus três vezes; mas também, declarou seu amor incondicional a Jesus. De Pedro Jesus expulsou o demônio da soberba: "afasta-te de mim, satanás"; ou como dizem os teólogos, "vai para trás de mim". Pedro fora quem disse, "a quem nós iremos, Senhor, só tu tens palavras de vida eterna". Pedro deixou tudo para seguir Jesus. Pedro viu em Jesus a resposta para a perguntas inquietantes que habitavam seu coração. Pedro viu em Jesus "o Caminho, a Verdade, a Vida".

O texto de hoje nos faz olharmos para nós mesmos e perguntarmos: "E vós, quem dizeis que eu sou"? Eu vos pergunto, quem é Jesus para você? O que significa a pessoa de Jesus na sua vida? Santo Inácio de Loyola, nos Exercícios Espirituais, nos leva a perguntarmo-nos: "O que fiz por Cristo? O que faço por Cristo? O que farei por Cristo"?

Pedro é a pedra sobre a qual a mensagem de Jesus deveria ser continuada. E aqui, ele representa o grupo dos crentes, a Igreja. Hoje, Pedro é o Papa Francisco. E da Cátedra, que simbolicamente está em Roma, ele nos convida a construirmos pontes para que possamos estar conectados com o céu, com o Reino de Deus. 

Pontes unem. Muro separam. As pontes unem as pessoas entre si e a humanidade com Deus. Pontes evitam conflitos. Pontes geram amizades. Pontes constroem entendimentos, aceitação do diferente, compreensão, diálogo. Jesus ao curar, ao perdoar, ao ir ao encontro, era a ponte que ligava a humanidade com Deus. Todas essas qualidades estão representadas em Pedro, e no seu sucessor Papa Francisco. 

Pedro foi chamado a ser essa ponte. Relembrar a Cátedra de Pedro, é lembrar que a veneração ao Papa Francisco é um ato de fé e de obediência ao próprio Jesus. 

Rezemos pelo Papa Francisco. Ouçamos sua voz. Imitemos seus gestos. Amém.

domingo, 21 de fevereiro de 2021

O Reino de Deus está próximo!

 


Olá. Paz e Bem.

Hoje estamos no Primeiro Domingo da Quaresma, momento de intensificar nossas orações, que nos leva ao jejum, para fortalecer nossas obras de misericórdia.

Na primeira leitura, Deus firma com Noé uma aliança. E indica um sinal para lembrar dessa aliança, o Arco Íris. É interessante notar como o autor bíblico encontrou uma explicação para o Arco Íris, a aliança com Deus. Hoje sabemos que fenômeno é esse, mas ainda continua sendo um fenômeno bonito de se ver. Tanto que quando vemos um arco-íris, logo providenciamos fotos.

Deus promete não exterminar nenhuma criatura. E o sinal será um fenômeno natural. 

No evangelho, tradicionalmente no início da Quaresma, meditamos sobre as tentações de Jesus. Como estamos no ano litúrgico B, meditando sobre o evangelho de Marcos, a narrativa é bem simples e direta. Esse evangelho é catequético. Seu objetivo é responder a pergunta: Quem é Jesus? O que vai acontecer lá pelo capítulo 8.

Então, Marcos diz apenas que Jesus fora levado para o deserto, e que lá, Satanás o tentou. E que Jesus vivia entre os animais selvagens, e que os anjos lhe serviam. 

Marcos não enumera quais foram as tentações que Satanás submeteu Jesus. Apenas diz que Jesus convivia com animais ferozes. Interessante, os monges dizem que nossas tentações são animais ferozes que nos rondam. Muitos santos também usaram essa imagem dos animais ferozes para descrever as tentações.

Um animal feroz é difícil de se domar. Não sei se já viram como é o processo para amansar um cavalo. É um processo demorado, lento, de paciência. Fico imaginando nossos pecados capitais como esses animais ferozes a nos rondar. Para lembrar: Gula, Luxúria, Inveja, Preguiça, Ira, Soberba, Avareza. Olhar para cada um desses é olhar para nossa própria vida. O deserto é o encontro de nós com nós mesmos. Jesus precisa conhecer-se internamente para enfrentar as dificuldades pelas quais ele iria passar durante sua missão evangelizadora. Como ele deveria agir e reagir às diversas situações que se apresentariam para Ele.

Marcos nos indica que Jesus não está só para enfrentar esses animais ferozes. Os "anjos o serviam". É interessante vermos a presença dos anjos. Deus, no primeiro testamento, sempre agia através dos seus anjos. No livro de Tobias, vemos Rafael acompanhando Tobias para lhe proteger. Nós temos nossos anjos da guarda que estão ao nosso lado para nos proteger das ciladas do inimigo e dos animais ferozes que nos circundam.

Na segunda leitura, Pedro nos leva e pensarmos sobre o significado de nosso batismo, que é um caminho para entrar no Reino de Deus. E que Cristo é esse que se ofereceu por nós, dando seu corpo à morte para receber o Espírito, espírito que gera vida, e que dá vida.

Hoje é o primeiro passo na caminhada que vai durar 40 dias, até chegar à Páscoa. Para isso, um retiro na vida cotidiana nos ajuda nessa caminhada. Se você quiser fazer esse retiro, clique no link, e se inscreva no Retiro Quaresmal 2021 Online

Deus lhe abençoe. Tenha um bom domingo.

sábado, 20 de fevereiro de 2021

Eu não vim chamar os justos, mas sim os pecadores.


Olá. Paz e Bem.

Hoje, vamos ficar com a própria palavra de Deus. Ela por si só se explica. Leia com atenção.

Isaias nos deixa claro que a fé tem consequências sociais. E no evangelho, Lucas nos lembra que não são os santos que precisam de Deus e das palavras de Jesus, mas sim os pecadores, pois estes estão doentes.

 Livro do Profeta Isaías 58,9b-14

Assim fala o Senhor: 9bSe destruíres teus instrumentos de opressão, e deixares os hábitos autoritários e a linguagem maldosa; 10se acolheres de coração aberto o indigente e prestares todo socorro ao necessitado, nascerá nas trevas a tua luz e tua vida obscura será como o meio-dia. 11O Senhor te conduzirá sempre e saciará tua sede na aridez da vida, e renovará o vigor do teu corpo; serás como um jardim bem regado, como uma fonte de águas que jamais secarão. 12Teu povo reconstruirá as ruínas antigas; tu levantarás os fundamentos das gerações passadas: serás chamado reconstrutor de ruínas, restaurador de caminhos, nas terras a povoar. 13Se não puseres o pé fora de casa no sábado, nem tratares de negócios em meu dia santo, se considerares o sábado teu dia favorito, o dia glorioso, consagrado ao Senhor, se o honrares, pondo de lado atividades, negócios e conversações, 14então te deleitarás no Senhor; eu te farei transportar sobre as alturas da terra e desfrutar a herança de Jacó, teu pai. Falou a boca do Senhor. Palavra do Senhor.

Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas 5,27-32

Naquele tempo: 27Jesus viu um cobrador de impostos, chamado Levi, sentado na coletoria. Jesus lhe disse: 'Segue-me.' 28Levi deixou tudo, levantou-se e o seguiu. 29Depois, Levi preparou em casa um grande banquete para Jesus. Estava aí grande número de cobradores de impostos e outras pessoas sentadas à mesa com eles. 30Os fariseus e seus mestres da Lei murmuravam e diziam aos discípulos de Jesus: 'Por que vós comeis e bebeis com os cobradores de impostos e com os pecadores?' 31Jesus respondeu: 'Os que são sadios não precisam de médico, mas sim os que estão doentes. 32Eu não vim chamar os justos, mas sim os pecadores para a conversão.' Palavra da Salvação.

Salmo - Sl 85, 1-2. 3-4. 5-6 (R. 11a)

R. Ensinai-me os vossos caminhos / e na vossa verdade andarei.

1Inclinai, ó Senhor, vosso ouvido, *
escutai, pois sou pobre e infeliz!
2Protegei-me, que sou vosso amigo, +
e salvai vosso servo, meu Deus, *
que espera e confia em vós!R.

3Piedade de mim, ó Senhor, *
porque clamo por vós todo o dia!
4Animai e alegrai vosso servo, *
pois a vós eu elevo a minh'alma.R.

5Ó Senhor, vós sois bom e clemente, *
sois perdão para quem vos invoca.
6Escutai, ó Senhor, minha prece, *
o lamento da minha oração!R.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2021

O jejum que prefiro não é outro?


Hoje, sexta-feira depois das Cinzas. Momento de nos adequarmos ao tempo litúrgico que começamos a viver.

O tema de hoje é o jejum. Dois textos que nos fazem refletir sobre essa prática milenar. Jejuar sempre foi uma prática religiosa importante para os que creem em Deus. O jejum nos ajuda a perceber que tudo depende de Deus. 

O evangelista faz uma breve narrativa. Falam do jejum dos fariseus, e que os discípulos de Jesus não jejuavam. A resposta de Jesus foi interessante, "os amigos do noivo podem estar de luta enquanto o noivo está com eles? A festa acontece enquanto os noivos se fazer presente. Quando eles se retiram, a festa acaba. 

Enquanto Jesus estivesse no meio de nós, não poderiam jejuar. O noivo da nova humanidade estava presente junto deles. Não poderia haver jejum.

Entretanto, o jejum que agrada a Deus, e que motivava Jesus a pregar e a viver. Isaias lista que jejum agrada a Deus. "quebrar as cadeias injustas, desligar as amarras do jugo, tornar livres os que estão detidos, enfim, romper todo tipo de sujeição". E ainda mais, "repartir o pão com o faminto, acolher em casa os pobres e peregrinos; quando encontrares um nu, cobre-o, e não desprezes a tua carne". Ações sociais, obras de misericórdia corporal, esse é o jejum que Deus quer que façamos. Libertarmo-nos de nossos egoísmos, de nossos preconceitos, de nossos racismos. De todo sentimento de raiva e revanchismo.

Assim, "então, brilhará tua luz como a aurora e tua saúde há de recuperar-se mais depressa; à frente caminhará tua justiça e a glória do Senhor te seguirá. Então invocarás o Senhor e ele te atenderá, pedirás socorro, e ele dirá: 'Eis-me aqui'".

Hoje, reflitamos sobre que tipo de jejum estamos fazendo. Se estamos usando esse tempo para ir ao encontro do próximo, nem que seja depois de passar o distanciamento social.


Evangelho de Jesus Cristo segundo São Mateus 9,14-15

Naquele tempo: 14Os discípulos de João aproximaram-se de Jesus e perguntaram: 'Por que razão nós e os fariseus praticamos jejuns, mas os teus discípulos não?' 15Disse-lhes Jesus: 'Por acaso, os amigos do noivo podem estar de luto enquanto o noivo está com eles? Dias virão em que o noivo será tirado do meio deles. Então, sim, eles jejuarão. Palavra da Salvação.

 

Is 58,6-9a 

Acaso o jejum que prefiro não é outro: - quebrar as cadeias injustas, desligar as amarras do jugo, tornar livres os que estão detidos, enfim, romper todo tipo de sujeição? 7Não é repartir o pão com o faminto, acolher em casa os pobres e peregrinos? Quando encontrares um nu, cobre-o, e não desprezes a tua carne. 8Então, brilhará tua luz como a aurora e tua saúde há de recuperar-se mais depressa; à frente caminhará tua justiça e a glória do Senhor te seguirá. 9aEntão invocarás o Senhor e ele te atenderá, pedirás socorro, e ele dirá: 'Eis-me aqui'. Palavra do Senhor.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2021

Escolhe, pois, a vida!


Quinta-feira depois das cinzas.

Começamos o itinerário de preparação para Páscoa, que passa pelo Quaresma. Esse é o tempo favorável para intensificar a oração, que leva à caridade, e ao jejum.

Jesus se mostra como o rejeitado pelos poderes religiosos e político de seu tempo. A palavra que Jesus prega vai de encontro ao status quo dos que detêm o poder. Por isso, ele sabe que vai sofrer as consequências disso.

Jesus não ocupa os palácios. Jesus não é rabino. Não é mestre da lei. Então, ele será perseguido e rejeitado "pelas anciãos, pelos sumos sacerdotes e doutores da lei". Essa perseguição o levará à morte. Mas, há a esperança da ressurreição. 

Ele diz que para ser seus discípulo, segui-lo, é preciso assumir sua mensagem, suas palavras, sua cruz. É preciso ser rejeitado também. De nada vale viver um fé vazia de sentidos, excludente, racista, homofóbica, misógina, de aparências, e perder a sua alma. Não basta uma fé de ritos vazios. É preciso dar a vida. Jesus nos chama a colocarmos nossas vidas nas mãos de Deus através do seu evangelho.

O texto de hoje é uma proposta de mudança de vida. E isso fica bem claro na lectio divina da primeira leitura. O que buscamos? A vida e a felicidade, ou a morte e a desgraça. A opção é nossa. "Escolhe, pois, a vida", diz o autor da primeira leitura.

Escolher a vida é morrer com Jesus na cruz, para ressuscitar com ele na noite da vigília pascal. Amém.

Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas 9,22-25

Naquele tempo disse Jesus aos seus discipulos: 22'O Filho do Homem deve sofrer muito, ser rejeitado pelos anciãos, pelos sumos sacerdotes e doutores da Lei, deve ser morto e ressuscitar no terceiro dia.' 23Depois Jesus disse a todos: 'Se alguém me quer seguir, renuncie a si mesmo, tome sua cruz cada dia, e siga-me. 24Pois quem quiser salvar a sua vida, vai perdê-la; e quem perder a sua vida por causa de mim, esse a salvará. 25Com efeito, de que adianta a um homem ganhar o mundo inteiro, se se perde e se destrói a si mesmo?

Palavra da Salvação.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2021

Ficai atentos para não praticar a vossa justiça na frente dos homens


 Estamos iniciando a Quaresma, período propício para intensificar as três práticas que vamos desenvolver durante todo o período litúrgico de 2021: oração, jejum e caridade.

O evangelho de hoje é uma leitura clássica do início da Quaresma. Jesus fala como devemos praticar a oração, o jejum e a caridade. Não de espalhafatar, colocar nas redes sociais. É hora de pensarmos que o que nos motiva a nossa fé é uma mudança interna. Uma conversão de pensamento. Um jeito novo de nos relacionarmos com o outro.

Jesus diz, "ficai atentos para não praticar a vossa justiça na frente dos homens, só para serdes vistos por eles". Jesus jamais agiu ou falou para agradar as pessoas. Sua prática não era para acalmar a sua consciência. O que motivava Jesus era a vida das pessoas. A sua reincersão no caminho do Reino de Deus.

Nossa oração não deve ser espalhafatosa. Aquela que se fala muito, e se ouvi pouco. Não deve ser uma oração que grita, que canta o tempo todo. Jesus nos convida a uma oração de recolhimento. Uma oração que no ajuda a olhar para dentro de nós. Uma oração que confronta a Palavra de Deus com a minha prática pastoral.

A esmola, ou a caridade, deve ser feita sem muito alarde. Em silêncio. A oração silenciosa nos impulsiona a caridade (ou esmola). A oração, feita em profundidade e silêncio, nos move a no colocarmos no lugar do outro e sentir as suas dores. Dar esmola é amenizar o sofrimento do próximo. Um dos atos de caridade que vivemos em nossos tempos e estarmos ao lado daqueles e daquelas que lutam por moradia, por trabalho, por saúde, por vacina, por pesquisa. Alimentar os famintos é um ato de caridade, mas questionar porque da fome, é um ato de solidariedade. Apoiar políticas públicas que promovam a cidadania dos mais pobres, é um ato divino.

O Jejum. Quem ora, necessita purificar o corpo, o espírito para o impulsionar à caridade. Lembremos que Jesus jejuou. Não um jejum de penitência, mas um jejum de libertar o corpo e a alma das imperfeições humanas para assumir a missão que o Pai lhe confiou. Ao jejuarmos, nos colocamos inteiramente nas mãos de Deus. Nossas vontades, nossos quereres, nossas palavras, nossos gestos. Quando jejuamos dependemos exclusivamente de Deus. No jejum aprendemos que "não só de pão vive o ser humana de toda palavra da boca de Deus". O jejum nos ensina que não devemos tentar Deus: "não porás à prova o Senhor teu Deus". E por último, que somente a Deus se deve adorar, "adorarás o Senhor teu Deus, e somente a Ele prestarás culto".

Podemos achar que isso seja difícil, mas Paulo, ao escrever para a comunidade de Coríntio, disse, "deixa-vos reconciliar com Deus". Deus vem ao nosso encontro. E ainda acrescentou, a "não recebermos em vão a graça de Deus". E concluiu, "É agora o tempo favorável, é agora o dia da salvação".

Ao voltarmos para Deus nesse período, ao fazermos os exercícios propostos nessa quaresma, posso dizer com o profeta Joel, "o Senhor encheu-se de zelo por sua terra e perdoou ao seu povo". Peçamos como o salmista, "Misericórdia, ó Senhor, pois pecamos".

Para finalizar, lembro que hoje iniciamos a Campanha da Fraternidade de 2021. Vamos rezar pela unidade dos cristãos. Tome cuidado com aqueles e aquelas que querem nos ver, ainda, divididos, essas pessoas são "diabólicas" (do grego, significa, "aquele que divide). A CF-2021 nos convida a não darmos ouvido às pessoas que falam contra toda forma de unidade entre os cristãos e entre as pessoas de boa vontade. Não importa se sejam bispos, padres, diáconos, leigos. Jesus fez a oração da unidade. E, estar unido, é um ato de quem ora, jejua e pratica a caridade.

Rezemos juntos.



terça-feira, 16 de fevereiro de 2021

Prestai atenção e tomai cuidado com o fermento dos fariseus


Temos uma passagem do evangelho de uma profundidade tal, que nem os discípulos mais próximos de Jesus entenderam.

A cena nos remete a algo que é fundamental para a vida humana, comida. E nesse caso, o pão. Poderia discorrer sobre o pão. Aí, falar de sua função para matar a fome. Falar de Jesus como o pão que alimenta a fé. Poderia, até, lembrar que na oração do Pai Nosso, nós dizemos, "o pão nosso de cada dia. nos dia hoje".

Mas, quero destacar algo bem pequeno, mas que Jesus deu um destaque, o fermento. Lembremos que o fermento, para quem trabalha com massa, seja pão, bolo.

Jesus lembra aos seus discípulos que eles devem tomar cuidado com o fermento dos fariseus, e de Herodes. A palavra de Deus deve fermentar em nós. E esse fermento que faz com que essa mensagem de Jesus cresça em nós, não é o mesmo da estrutura política e religiosa de seu tempo.

Jesus nos alerta para tomarmos cuidado. O fermento religioso é aquele que discrimina, que é racista,  homofóbico, misógino. Aqueles que colocam a lei a doutrina antes de pensarem na misericórdia de Deus para com seus filhos e filhas.

O mal fermento político, são as pessoas que praticam a corrupção, que defendem que "bandido bom é bandido morto", que apoiam a liberação de armas para a população civil, que ignoram que existem pandemias, e que essas são vencidas com ações de saúde sério. 

Jesus instrui a seus discípulos que seus seguidores não podem apoiar necropolíticas, nem aceitar uma religião que discrimina.

Hoje, somos chamados pensar e refletir sobre que fermento estamos usando para "alimentar" nossa fé. O fermento da discriminação, ou o fermento do acolhimento. Deixemos fermentar em nós as Bem Aventuranças e a caridade.

 Evangelho de Jesus Cristo segundo São Marcos 8,14-21

Naquele tempo: 14Os discípulos tinham se esquecido de levar pães. Tinham consigo na barca apenas um pão. 15Então Jesus os advertiu: 'Prestai atenção e tomai cuidado com o fermento dos fariseus e com o fermento de Herodes.' 16Os discípulos diziam entre si: 'É porque não temos pão.' 17Mas Jesus percebeu e perguntou-lhes: 'Por que discutis sobre a falta de pão? Ainda não entendeis e nem compreendeis? Vós tendes o coração endurecido? 18Tendo olhos, vós não vedes, e tendo ouvidos, não ouvis? Não vos lembrais 19de quando reparti cinco pães para cinco mil pessoas? Quantos cestos vós recolhestes cheios de pedaços?' Eles responderam: 'Doze.' 20Jesus perguntou: E quando reparti sete pães com quatro mil pessoas, quantos cestos vós recolhestes cheios de pedaços? Eles responderam: 'Sete.' 21Jesus disse: 'E vós ainda não compreendeis?'

Palavra da Salvação.

domingo, 14 de fevereiro de 2021

Eu quero: fica curado!


Olá. Paz e Bem.

Hoje estamos no 6º Domingo do Tempo Comum, o último domingo do tempo comum. A partir de 4ª feira, de Cinzas, iniciamos a Quaresma, período de oração, jejum e caridade. Sobres esses temas falaremos em outro momento.

Neste domingo, contemplamos duas cenas distintas. Na primeira leitura, Deus instrui a família sacerdotal de Aarão como deve proceder diante de uma pessoa que está infectada pela hanseníase. No tempo de Moisés, a exclusão do grupo, do acampamento era a única forma de vida de uma pessoa com hanseníase poderia viver. Além disso, as pessoas não podiam se aproximar do doente. Comida e água eram deixados à distância, e o doente, então, pegava depois. Além disso, algumas características físicas demonstravam quem estava doente: vestes rasgadas, cabelos em desordem, barba coberta, e deveriam gritar: "impuro, impuro"!

A leitura do evangelho nos mostra o quanto Jesus apresenta um Deus misericordioso, que quer resgatar todos os seus filhos e filhas. Como ele devolve a vida para os excluídos, perseguidos, rejeitados. 

Observamos que, pela primeira leitura, que os leprosos não podiam se aproximar das pessoas. Na cena do evangelho, aquele doente, já despojado de sua dignidade, se aproxima de Jesus. Ajoelha-se. E pede: "se queres, tens o poder de curar-me".

O evangelista, então, no mostra que sentimento Jesus teve em relação aquela pessoa: "compaixão". Isto é, sofreu junto com aquele doente. Sentiu a mesma dor. Colocou-se no lugar do leproso. Viu-se também excluído. Por isso, teve "compaixão".

Em seguida, Jesus transgride a lei, toca no doente. Isso não poderia ser feito, pois todo aquele ou aquela que tocasse num leproso ficaria impuro também. E Jesus, que morreu na cruz pelos nossos pecados, assumindo as nossas dores, assumiu a dor daquele leproso.

Ele estendeu a mão, e disse, "Eu quero, fica curado"! E neste instante, o homem ficou curado de sua doença excludente. Então, Jesus ordena que ele vá cumprir o que dizia a lei de Moisés para o sinal de que ficara curado da lepra. Era preciso se mostrar ao sacerdote, e ele atestaria a cura. Além disso, pediu que o doente não divulgasse como fora curado.

Porém, o leproso, no caminho, começa a divulgar o que lhe havia acontecido, e como ele tinha ficado curado. E isso, teve uma consequência na vida de Jesus. Segundo Marcos, a partir desse momento, Jesus não podia mais entrar nas cidades. E ficava fora. Em lugares desertos. Aqui está a chave de leitura de hoje, Jesus trocou de lugar com o leproso. Ficar fora da cidade, sem poder ter a convivência com a sociedade, era um castigo dos leprosos. Ficar em lugares desertos, sem vida. 

Mas, mesmo assim, as pessoas vinham ao seu encontro. Jesus é vida. Jesus é sinal de vida. Jesus restitui a vida. Jesus reinseri os excluídos na convivência social, e com isso, é obrigado a ir para a periferia, para o deserto, para lugares afastados. 

A meditação nos leva a pensarmos sobre como estamos trabalhando para recolocar as pessoas na vida, na convivência social. Como estamos tratando e cuidado dos que sofrem racismo, misoginia, perseguição por serem homossexuais, por professarem uma fé diferente de nós.

E poderemos, então, fazer o que Paulo nos pede na segunda leitura, sermos imitadores de Jesus. Amém.


Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos 1,40-45

Naquele tempo: 40Um leproso chegou perto de Jesus, e de joelhos pediu: 'Se queres tens o poder de curar-me'. 41Jesus, cheio de compaixão, estendeu a mão, tocou nele, e disse: 'Eu quero: fica curado!' 42No mesmo instante a lepra desapareceu e ele ficou curado. 43Então Jesus o mandou logo embora, 44falando com firmeza: 'Não contes nada disso a ninguém! Vai, mostra-te ao sacerdote e oferece, pela tua purificação, o que Moisés ordenou, como prova para eles!' 45Ele foi e começou a contar e a divulgar muito o fato. Por isso Jesus não podia mais entrar publicamente numa cidade: ficava fora, em lugares desertos. E de toda parte vinham procurá-lo.

Palavra da Salvação.

sábado, 13 de fevereiro de 2021

CONVITE!


Olá. Paz e Bem!

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quinta-feira, 11 de fevereiro de 2021

"Os cachorrinhos comem as migalhas que as crianças deixam cair"


Olá.

Hoje fazemos memória a Nossa Senhora de Lourdes. Celebramos o dia de oração pelos enfermos. 

Enfermo é todo aquele/aquela que está privado de sua saúde, seja ela física, espiritual ou psíquica. 

O evangelho de hoje é bem significativo. Jesus está numa região chamada de pagã, ou seja, ele está em duas cidades não judaicas. Não viviam a fé judaica. Ao que nos parece, ele foi a essa região para "descansar", tanto que o evangelista disse que ele entrara numa casa e "não queria que ninguém soubesse onde ele estava". O evangelho nos indica que até Jesus, em sua humanidade, precisava de um momento de se distanciar para poder refletir sobre sua prática pastoral, sua missão diante da humanidade.

Entretanto, onde Jesus chega, logo é reconhecido e as pessoas vão ao seu encontro. Até os pagãos querem um pouco dessa humanidade divina de Jesus. 

Uma mulher tinha uma filha doente. Aqui representada pela filha com um espírito impuro. Toda doença é um espírito impuro, pois tira de nós todo equilíbrio, tira a pureza dos corpos. As atitudes dessa mulher nos chama atenção: Ela vai até Jesus e se ajoelha. Toma uma atitude de humildade diante do homem-Deus, aquele que se compadece dos doentes.

Diante de Jesus, ela suplica que ele cure a sua filha. Jesus, porém, diz que é necessário primeiro atender os filhos, eles devem ser o primeiros a serem alimentados. Lembremos que a evangelização dos "gentios" seria apenas após a sua ressurreição. A Paulo foi esse apóstolo. 

Mas a mulher responde com uma palavra de fé profunda. "Os cachorrinhos, debaixo da mesa, comem as migalhas que as crianças deixam cair". Que palavra. Não precisamos de muito. Basta algumas migalhas para que possamos saciar a nossa fome. A fome de fé, a fome de Deus, a fome de saúde. Basta um pouco para Deus possa agir. Basta acreditar. Ao declarar a sua fé plena em Jesus, o demônio deixou a filha dela. Não precisou de muito. 

Isso me lembra aquela música que diz, "como eu não sei rezar, só queria mostrar meu olhar". Não precisamos de grandes elaborações de nossas práticas religiosas. Basta um grão de mostarda, basta uma migalha de pão. Basta acreditar que Jesus pode realizar a mudança em nossas vidas, e que ele age em nós, pelo Espírito Santo, para que possamos transformar a sociedade. Para que possamos criar uma nova humanidade. Uma nova relação social. Para que possamos conviver com aqueles e aquelas que são diferente. Que rezam diferente. Quem tem outra fé distinta de nós.

Ao meditar esse texto, lembramos de outros que, pela fé, alcançaram o Reino de Deus: o condenado na cruz com pediu que Jesus lembrasse dele em seu Reino; a mulher que acreditava que bastaria tocar na barra de sua túnica para ficar curada; o cego que, contra tudo e contra todos, grita, e pede a Jesus que tenha misericórdia dele e o cure. E muitos outros casos. Temos ainda, Natanael; Nicodemus, a Samaritana. Todos curados em suas dúvidas. 

Hoje, ao fazermos memória a Nossa Senhora de Lourdes, colocamos em suas mãos todas as nossas enfermidades. Ela, como mãe, sofre as nossas dores. Mas, luta, ao nosso lado, pela saúde. Nossa Senhora é modelo para nós de mãe que não se cala diante do sofrimento do nosso povo pobre, que necessita de atendimento médico. Ao fazermos memória de Maria, mãe de Jesus, sintamo-nos motivados a estarmos junto aos pobres pela luta pelos direitos de saúde para todas e para todos. Amém.

Acréscimo: quanto as migalhas, a título de curiosidade. Essa migalha de pão não é a que conhecemos de nossos pães hoje. As pessoas comiam usando o pão. Não havia talhares. Pegava a comida com o pão. E se comia o pão junto. Chegava um determinado momento em que não dava mais para usar aquele pedaço de pão. Então, se jogava fora. E esses pedaços eram chamados de migalhas. Era isso que os pobres, e os animais comiam.

Evangelho de Jesus Cristo segundo São Marcos 7,24-30

Naquele tempo: 24Jesus saiu dali e foi para a região de Tiro e Sidônia. Entrou numa casa e não queria que ninguém soubesse onde ele estava. Mas não conseguiu ficar escondido. 25Uma mulher, que tinha uma filha com um espírito impuro, ouviu falar de Jesus. Foi até ele e caiu a seus pés. 26A mulher era pagã, nascida na Fenícia da Síria. Ela suplicou a Jesus que expulsasse de sua filha o demônio. 27Jesus disse: 'Deixa primeiro que os filhos fiquem saciados, porque não está certo tirar o pão dos filhos e jogá-lo aos cachorrinhos.' 28A mulher respondeu: 'É verdade, Senhor; mas também os cachorrinhos, debaixo da mesa, comem as migalhas que as crianças deixam cair.' 29Então Jesus disse: 'Por causa do que acabas de dizer, podes voltar para casa. O demônio já saiu de tua filha.' 30Ela voltou para casa e encontrou sua filha deitada na cama, pois o demônio já havia saído dela.

Palavra da Salvação.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2021

Deus não é excludente.


Jesus denuncia uma religião de ações vazias. 

Devemos tomar cuidado com as doutrinas, e supostas leis. Essas coisas, nos escravizam. Nos tornam pessoas menos caridosas.

Jesus nos alerta que o que nos importa é viver a lei de Deus. Saber identificar e ir ao encontro das necessidades do outro. Aliviar as dores do próximo. Ajudar a curar as feridas, sejam elas físicas ou sociais. 

Uma tradição que discrimina. não é de Deus. Deus não é excludente.

Eis o texto de hoje.

Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos 7,1-13

Naquele tempo: 1Os fariseus e alguns mestres da Lei vieram de Jerusalém e se reuniram em torno de Jesus. 2Eles viam que alguns dos seus discípulos comiam o pão com as mãos impuras, isto é, sem as terem lavado. 3Com efeito, os fariseus e todos os judeus só comem depois de lavar bem as mãos, seguindo a tradição recebida dos antigos. 4Ao voltar da praça, eles não comem sem tomar banho. E seguem muitos outros costumes que receberam por tradição: a maneira certa de lavar copos, jarras e vasilhas de cobre. 5Os fariseus e os mestres da Lei perguntaram então a Jesus: 'Por que os teus discípulos não seguem a tradição dos antigos, mas comem o pão sem lavar as mãos?' 6Jesus respondeu: 'Bem profetizou Isaías a vosso respeito, hipócritas, como está escrito: 'Este povo me honra com os lábios, mas seu coração está longe de mim. 7De nada adianta o culto que me prestam, pois as doutrinas que ensinam são preceitos humanos'. 8Vós abandonais o mandamento de Deus para seguir a tradição dos homens.' 9E dizia-lhes: 'Vós sabeis muito bem como anular o mandamento de Deus, a fim de guardar as vossas tradições. 10Com efeito, Moisés ordenou: 'Honra teu pai e tua mãe'. E ainda: 'Quem amaldiçoa o pai ou a mãe, deve morrer'. 11Mas vós ensinais que é lícito alguém dizer a seu pai e à sua mãe: 'O sustento que vós poderíeis receber de mim é Corban, isto é, Consagrado a Deus'. 12E essa pessoa fica dispensada de ajudar seu pai ou sua mãe. 13Assim vós esvaziais a Palavra de Deus com a tradição que vós transmitis. E vós fazeis muitas outras coisas como estas.'

Palavra da Salvação.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2021

Amarraram a barca


Uma das formas de oração proposta por Inácio de Loyola é a Contemplação. Aqui consiste em ver a cena com os olhos da imaginação. Ver o local, ver as pessoas, o que dizem, como se vestem. Ver Jesus diante delas, o que ela fala, qual sua expressão facial. 

Jesus está no mar da Galileia. Chegaram em alguma lugar, nesse caso, em Genesaré. 

Jesus é reconhecido pelas pessoas. Em seguida, levam até ele todos os doentes, até mesmo aqueles impossibilitados de se locomoverem. 

Jesus percorria a região. E levavam a eles essas pessoas. Veja essa pessoas. Como são? Que tipo de doenças elas tem? O que elas falam?

Veja as pessoas tocando na barra da roupa de Jesus. 

O que curava essas pessoas era a fé que tinham. Além, é claro, da confiança que depositavam em Jesus.

E nós, como anda nossa confiança naquilo que Jesus pode fazer em nossas vidas? Estamos agindo para que as pessoas doentes possam ficar curados? Estamos trabalhando para que todas e todos tenham saúde? Para que possam ser atendidas de forma correta e satisfatória?


Evangelho de Jesus Cristo segundo São Marcos 6,53-56

Naquele tempo: 53Tendo Jesus e seus discípulos acabado de atravessar o mar da Galiléia, chegaram a Genesaré e amarraram a barca. 54Logo que desceram da barca, as pessoas imediatamente reconheceram Jesus. 55Percorrendo toda aquela região, levavam os doentes deitados em suas camas para o lugar onde ouviam falar que Jesus estava. 56E, nos povoados, cidades e campos onde chegavam, colocavam os doentes nas praças e pediam-lhe para tocar, ao menos, a barra de sua veste. E todos quantos o tocavam ficavam curados.

Palavra da Salvação.

domingo, 7 de fevereiro de 2021

Vamos a outros lugares

 


Olá. Paz e Bem!

Estamos no 5º Domingo do Tempo Comum. Estamos caminhando com Jesus. Conhecendo Jesus.

No evangelho de hoje, Jesus, ao sair da sinagoga, se dirige à casa de Simão e André. Junto estão Tiago e João. Lembremos que esses foram os primeiros a serem chamados para acompanharem Jesus, e se tornarem pescadores de homens.

Sair da sinagoga significa que Ele cumprira a obrigação religiosa de sua cultura. Mas, a prática pastoral de Jesus não se limita ir apenas à sinagoga (igreja). Ao chegar à casa de Simão, percebe que a sogra deste estava acamada, com febre, e com isso, não podia se colocar à serviço. 

Jesus se aproximou dela. Segurou a sua mão. Ajudou-a a levantar-se, e a “febre desapareceu”. Livre da doença, ela se colocou a servir. As curas de Jesus não são para nós mesmos. Se somos curados, o somos para nos colocarmos à serviço, ir ao encontro dos que necessitam de nós. 

Após esse episódio, o evangelista nos remete a uma outra cena. Ele diz que “depois do pôr-do-sol, levaram a Jesus todos os doentes e os possuídos pelo demônio”. E que a “cidade inteira se reuniu na frente da casa”. Todos queriam ver e ouvir Jesus. 

Jesus, então, em sua solicitude pastoral, cura os doentes, expulsa os demônios e os manda calar. Tente fazer o exercício de visualizar essa cena.

Em seguida, o evangelista diz que “de madrugada, Jesus foi rezar num lugar deserto”. A toda ação pastoral corresponde um momento de oração. É preciso entender o que Deus faz por nosso intermédio, e onde precisamos estar presentes para anunciar o Reino de Deus.

Jesus não poderia ficar preso onde estava. É preciso anunciar a palavra de Deus em muitos lugares. E o missionário não pode fincar pés e ficar preso a um lugar apenas, pois ele está sempre à caminho; e a caminho de outros lugares.

Na oração de Jesus, Deus lhe aponta o caminho que deve ser seguido. Ele deve ir “às aldeias da redondeza”, pois é preciso pregar também ali”. E Jesus partiu, pregava nas sinagogas e expulsava demônios”.

Na primeira leitura, Jó nos mostra como devemos passar pelas dificuldades que nos apresentam no dia-a-dia. Devemos ver Deus agindo nessas horas também. Não é conformar-se com as dificuldades. Mas, perceber que Deus está presente em todos os momentos.

Na segunda leitura, Paulo nos diz que pregar o evangelho é “uma imposição”. Ou seja, é uma missão da qual ele não pode abrir mão, pois foi um encargo a ele confiado. E ele diz como deve ser o jeito de agir de todas e todos que assumem a missão de anunciar o evangelho. Devem ser fazer igual ao grupo para o qual vai se pregar. É preciso entender como as pessoas vivem. Assim, ele se fez “livre em relação a todos”. E por isso, pode se tornar “escravo de todos”. E acrescentou. “com o fraco, me fiz fraco, para ganhar o fraco. “Me fiz tudo, para salvar alguns”. E concluiu dizendo que “por causa do evangelho eu faço tudo, para ter parte nele”.

As leituras de hoje alimentam nossa ação missionária. É hora de pensarmos nossas práticas pastorais. Não podemos nos esconder em casa, tendo tantas possibilidades virtuais para isso. Ouvi de um missionário o seguinte: “Paulo evangelizava pelas cartas. Já parou para pensar nisso”? Ele, após fundar algumas comunidades, fazia seu pastoreio pelas cartas. E nós, o que fazemos hoje? Ficamos dentro das Igreja esperando o povo aparecer. E se não aparece? Lamentamos! É hora de lançarmos nossas “cartas” pelas redes sociais. Buscando aqueles e aquelas que lá estão. E lembremos, “nem só de pão vive o homem, mas de toda palavra da boca de Deus”, disse Jesus ao tentador. Enquanto ficamos lamentando de não poder ir à Igreja, o “inimigo da natureza humana” está trabalhando, fazendo o mal. É hora de acordar. E mesmo na dificuldade, buscar criatividade para anunciar que o Reino de Deus está próximo. Amém.


sábado, 6 de fevereiro de 2021

Ovelhas sem pastor


Olá.

Temos diante de nós uma narrativa bem interessante de meditarmos. Os discípulos voltaram da missão dada por Jesus. Começam a partilhar tudo o que aconteceu: o que ouviram, que resposta deram às aflições do povo, que tipos de curas realizaram. Se foram bem recebidos ou não, e quais lugares não quiseram dar ouvido a proclamação de que o Reino de Deus está próximo.

Jesus, ao perceber que precisavam refazer-se da missão, e que era preciso que eles, então, se colocassem diante de Deus em oração, os leva a um lugar à parte. Ou, pelo menos, tenta. 

A missão, o envio, não é nosso. É Deus quem nos envia. E para não fazermos da missão um projeto pessoal, mas dar vazão ao projeto de Deus, é preciso retirar-se. É preciso avaliar diante de Deus o que foi feito, ou o que se deixou de fazer. Parar, aqui, não significa largar a missão. Mas, parar é saber que tudo depende de Deus quando o assunto é anunciar o seu Reino.

Jesus leva seus discípulos para um lugar a parte. Ou, pelo menos, tenta. Entretanto, o povo está sedento de ouvir a palavra de Deus. Mas, poderíamos perguntar, "eles não iam à sinagoga todos os sábados"? "Não frequentavam o templo"? "E nesses lugares, não se pregava a palavra de Deus"?

Sim. Mas aqui nos fica claro que o que eles encontravam nesses lugares eram palavras vazias. Sem sentido. Desconectadas da realidade da vida. Uma religião de manutenção, e não libertadora. Um religião de cumprir preceitos e leis. Uma religião nada acolhedora. 

Jesus apresentou um Deus diferente. Um Deus que os "chefes religiosos" esconderam do povo, principalmente, do povo mais simples, pobre, excluído. Eles resolveram dizer quem poderia ou não frequentar a sinagoga e o templo. Classificaram as pessoas de puras e impuras. Afastaram as pessoas de Deus. Ou afastaram Deus das pessoas.

Jesus tem um dilema: ou ele cuida dos discípulos que voltaram da missão, ou dá atenção ao povo sofrido. Jesus insistiu no retiro dos discípulos. Entretanto, aquelas pessoas eram como "ovelhas sem pastor". Quem cuidaria delas? As lideranças religiosas já não atendiam as suas necessidades, fossem elas materiais ou espirituais. A palavra daqueles chefes já não tocava o coração do rebanho. Era uma palavra vazia de sentido e significado. 

Jesus acolhe aquela multidão. Ele não pode deixar suas ovelhas perdidas, esquecidas. Então, ele toma uma difícil decisão, "começou a ensinar-lhes muitas coisas". Creio que dentre essas coisas, é que após a missão, dever-se-ia parar para rezar, avaliar, refazer o projeto de anunciar que o Reino de Deus está próximo. 

Jesus nos chama a uma revisão de vida. O que estamos fazendo para nos preparar para a missão? Quantas vezes, paramos, rezamos, colocamo-nos diante de Deus para vermos se o que estamos fazendo está em acordo com o que ele nos pede? Quantas vezes, mudamos de rumo? Quantas vezes, acolhemos os que sofrem? Quantas vezes, deixamos os preceitos, as leis, os preconceitos de lado para afirmar, "você é uma filha, um filho de Deus", e o Reino de Deus está próximo?


Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos 6,30-34

Naquele tempo: 30Os apóstolos reuniram-se com Jesus e contaram tudo o que haviam feito e ensinado. 31Ele lhes disse: 'Vinde sozinhos para um lugar deserto, e descansai um pouco'. Havia, de fato, tanta gente chegando e saindo que não tinham tempo nem para comer. 32Então foram sozinhos, de barco, para um lugar deserto e afastado. 33Muitos os viram partir e reconheceram que eram eles. Saindo de todas as cidades, correram a pé, e chegaram lá antes deles. 34Ao desembarcar, Jesus viu uma numerosa multidão e teve compaixão, porque eram como ovelhas sem pastor. Começou, pois, a ensinar-lhes muitas coisas.

Palavra da Salvação.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2021

Posso fazer tudo o que quero. Mas nem tudo me convém (I Cor 6,12)


"Posso fazer tudo o que quero. Mas nem tudo me convém" (I Cor 6,12). 

Na Bíblia encontramos várias passagens em que os autores bíblicos falam qual a função da palavra de Deus. Paulo, principalmente, nos alerta para como a palavra de Deus deve orientar nossa vida.

Quando ele escreveu a Timóteo, ele disse: "Toda Escritura é inspirada por Deus e é útil para ensinar, para refutar, para corrigir, para educar na justiça, 17 a fim de que o homem de Deus seja perfeito, preparado para toda boa obra" (II Tm 3,16-17). Ao lermos a escritura, devemos ter isso em mente. Nada do que os autores bíblicos escreveram foi por acaso. Algum proveito tiramos da leitura. 

Na carta aos Hebreus, lemos: "A palavra de Deus é viva, eficaz e mais penetrante do que qualquer espada de dois gumes; ela penetra até o ponto onde a alma e o espírito se encontram, e até onde as juntas e medulas se tocam; ela sonda os sentimentos e pensamentos mais íntimos. 13 Não existe criatura que possa esconder-se de Deus; tudo fica nu e descoberto aos olhos dele; e a ele devemos prestar contas" (Hb 4,12-13). A palavra deve causar alguma coisa em nós. Isaías afirmou que: "Da mesma forma como a chuva e a neve, que caem do céu e para lá não voltam sem antes molhar a terra, tornando-a fecunda e fazendo-a germinar, a fim de produzir semente para o semeador e alimento para quem precisa comer, 11 assim acontece com a minha palavra que sai de minha boca: ela não volta para mim sem efeito, sem ter realizado o que eu quero e sem ter cumprido com sucesso a missão para a qual eu a mandei" (Is 55,10-11).

O evangelho de hoje ilustra bem isso. Lembremos que no evangelho de Marcos estamos a procura de quem é Jesus. É isso que o evangelista nos quer mostrar.

Primeiro, ele mostra Herodes querendo conhecer Jesus. Ele fica intrigado, pois a fala de Jesus é semelhante a de João Batista, a quem ele mandará matar a pedido da sua mulher Herodíades.

A história nos é conhecida. Mas que proveito podemos tirar disso? Devemos tomar cuidado com as nossas promessas. Não devemos nos encantar com as criaturas. Elas podem nos levar a cometer erros. Existe uma jeito de ser de Deus, e a humanidade é chamada a viver isso.

Além disso, somos continuadores da missão de Jesus. Aquilo que falamos, o que fazemos deve ser aquilo Deus no pede. Viver o evangelho é ser um outro Cristo. Evangelizar não é falar do evangelho, é viver o evangelho com todas as consequências.

Deixe a palavra de Deus agir em sua vida. Viva, por mais que possas ser perseguido, mal interpretado, perseguido.


quinta-feira, 4 de fevereiro de 2021

"Os doze partiram e pregaram que todos se convertessem"


Missão. Essa é a palavra de hoje. 

Para Marcos, Jesus envia os 12. De dois em dois. observemos esse número. Para a lei judaica, basta uma testemunha. Assim, um era testemunha do outro. E nesse caso, os dois davam testemunho de Jesus. E esse testemunho era válido diante da lei.

Ele dá as recomendações para aqueles que vão assumir a missão evangelizadora. Não deveriam levar pão, sacola, dinheiro. Não levar pão, é confiar na providência divina; além disso, deveriam lembrar que "não só de pão vive o homem, mas de toda Palavra de Deus". A sacola, para não acumular nada; o missionário não deve acumular. Dinheiro, não colocar a esperança nos bens materiais.

Em seguida, "mandou que andassem de sandálias", e que "não levassem duas túnicas". A sandália simbolizava a simplicidade do missionário, não precisavam de mais nada para proteger os pés, pois Deus é nossa proteção. Quanto a túnica, ele servia para proteger do frio da noite. E os pobres só tinham uma. 

Em seguida, diz que quando entrassem numa casa, deveriam ficar ali até a partida. Jesus conhecia o coração humano. Haveria pessoas que iriam ouvir a mensagem, e pessoas que não iriam aceitar o que eles tinham a dizer. Então, os discípulos missionários não deveriam entrar em conflito com essas pessoas. Onde houvesse que não quisesse receber a mensagem, deveriam deixar aquele lugar, "sacudi a poeira dos pés" como "testemunho contra eles".

Depois de receberem as instruções, eles partiram. Pregaram. Expulsavam demônio, curavam doentes. Ungiam os doentes.

O demônio significa tudo aquilo que é contra a palavra de Deus: racismo, discriminação, homofobia, misoginia, destruição da natureza, morte de crianças-adolescentes-jovens. 

Doentes são todos aqueles que se infectam pelas obras do mau espírito: "fornicação, impureza, libertinagem, 20 idolatria, feitiçaria, ódio, discórdia, ciúme, ira, rivalidade, divisão, sectarismo, 21* inveja, bebedeira, orgias e outras coisas semelhantes" (Gal 5,19-21). Paulo acrescenta que essas pessoas não herdarão o Reino de Deus. São doentes. Precisam ser curadas.

Deixei por último o cajado. Esse é o símbolo do pastor. Aquele/aquela que conduz. Que indica o caminho. Que resgata para junto do rebanho. Que dá sustentação ao pastor. Então, Jesus manda que levem um cajado apenas. Isso basta. 

A ação missionária deve ser simples. Sem muitas complicações. Sem acúmulo. 

Hoje, somos chamados a rever do que precisamos nos desfazer para poder anunciar o Reino de Deus.

 

Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos 6,7-13

Naquele tempo: 7Jesus chamou os doze, e começou a enviá-los dois a dois, dando-lhes poder sobre os espíritos impuros. 8Recomendou-lhes que não levassem nada para o caminho, a não ser um cajado; nem pão, nem sacola, nem dinheiro na cintura. 9Mandou que andassem de sandálias e que não levassem duas túnicas. 10E Jesus disse ainda: 'Quando entrardes numa casa, ficai ali até vossa partida. 11Se em algum lugar não vos receberem, nem quiserem vos escutar, quando sairdes, sacudi a poeira dos pés, como testemunho contra eles!' 12Então os doze partiram e pregaram que todos se convertessem. 13Expulsavam muitos demônios e curavam numerosos doentes, ungindo-os com óleo.

Palavra da Salvação.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2021

'Um profeta só não é estimado em sua pátria, entre seus parentes e familiares'


A contemplação da cena de hoje é direta. 'Um profeta só não é estimado em sua pátria, entre seus parentes e familiares'

Jesus, depois de muito tempo fora de casa, retornou ao lugar onde havia sido criado. Onde ele cresceu e "sabedoria, estatura e graça". Sabedoria, é saber ver os acontecimentos da vida da perspectiva divina. E ver os fatos da vida e interpretar o que é de Deus, e o que vem do maligno. Graça é estar ungido por Deus. É receber a missão e ir à frente. É contar com Deus sempre, e saber que Deus age na história. Estatura, bem, essa não precisa de muita explicação. Mas, podemos imaginar Jesus em todas as fases da vida humana: infantil, adolescência, adulto. Isso mesmo. Jesus viveu todos os conflitos que qualquer ser humano passa. 

Jesus, então, foi a "Nazaré, sua terra". Cumprindo seu dever religioso, foi à Sinagoga e começou a ensinar. Lembremos que era costume passar ao convidado a leitura do livro e dar a sua interpretação.

Essa cena é interessante. Ao verem Jesus, lembraram-se quem ele era: o carpinteiro, filho de Maria. As pessoas conheciam os parentes de Jesus. Jesus eram um igual. Não estava acima deles. Ele era um igual. E isso causava estranheza. Como pode um igual a nós ter essa sabedoria toda? Como alguém igual a nós pode falar com tanta propriedade? Tinham o coração fechado para as coisas de Deus que Jesus anunciava.

A falta de fé dos seus conterrâneos fez com que ele não pudesse operar muitos milagres naquela comunidade.

Quantas vezes, agimos assim em nossas comunidades paroquiais? Não aceitamos que outras pessoas possam ser enviadas por Deus. Muitas de nossas paróquias rejeitam seus filhos e filhas por que assumiram o chamado de Deus e passaram a ser profetas da vontade de Deus.

Fazer a vontade de Deus vai de encontro a tudo aquilo que seja a nossa própria vontade. Deus suscita no meio de nós pessoas de nossa convivência para que, conhecendo a comunidade, possam anunciar a boa nova, e denunciar o que não é da vontade de Deus. E aí, rejeitamos esses profetas.

Amém.

Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos 6,1-6

1Jesus foi a Nazaré, sua terra, e seus discípulos o acompanharam. 2Quando chegou o sábado, começou a ensinar na sinagoga. Muitos que o escutavam ficavam admirados e diziam: 'De onde recebeu ele tudo isto? Como conseguiu tanta sabedoria? E esses grandes milagres que são realizados por suas mãos? 3Este homem não é o carpinteiro, filho de Maria e irmão de Tiago, de José, de Judas e de Simão? Suas irmãs não moram aqui conosco?' E ficaram escandalizados por causa dele. 4Jesus lhes dizia: 'Um profeta só não é estimado em sua pátria, entre seus parentes e familiares'. 5E ali não pôde fazer milagre algum. Apenas curou alguns doentes, impondo-lhes as mãos. 6E admirou-se com a falta de fé deles. Jesus percorria os povoados das redondezas, ensinando.

Palavra da Salvação.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2021

Apresentação do Senhor - Festa


Celebramos a Festa da Apresentação do Senhor. Mais uma vez, esclareço que o tempo litúrgico, das celebrações, não está diretamente ligado ao tempo civil, cronológico. Mesmo depois de passado o tempo do Natal, fazemos memória da Apresentação do Senhor.

O que podemos tirar de proveito disso para nossa vida?

Primeiro, Jesus não extraterrestre. Ele passa por todas as etapas religiosas do seu povo. Maria e José fazem questão de o inserir na realidade humana. Afinal de contas, Jesus é verdadeiramente homem (e tb verdadeiramente Deus). Para que pudesse ter autoridade e credibilidade em suas palavras, era preciso que ele tivesse vivido toda a tradição religiosa de seu povo. A apresentação precedia a circuncisão.

Duas personagens são importantes nessa história, Simeão e Ana.

 Simeão faz a profecia de qual seria o destino daquela criança. É claro que o evangelista tem que dar esse mote. Mas isso não importa. Simeão diz que diante daquela criança muitos pensamentos serão revelados, seja para o bem, seja para o mal. Além disso, todos aqueles que ouvirem e acatarem sua palavra, serão reerguidos; e os que rejeitarem, sofrerão a queda espiritual e social.

Além disso, ele prevê que a mãe da criança passará por sofrimentos, uma espada traspassará o seu coração. Isso não desanima Maria. Ela sabia o que a esperava.

Ana é uma figura interessante. Enquanto a palavra de Simeão é para a família de Jesus, Ana representa todos os missionários e missionárias que anunciam a presença de Deus no meio de nós. Ana louva a Deus, ouve as palavras de Simeão, e sai para anunciar.

Na festa da Apresentação do Senhor, pensemos como estamos vivendo a nossa fé batismal. Estou sendo missionária ou missionário da presença de Deus no mundo através de Jesus?

Amém. 

Evangelho de Jesus Cristo + segundo Lucas  (Lc 2,22-40)

22Quando se completaram os dias para a purificação da mãe e do filho, conforme a lei de Moisés, Maria e José levaram Jesus a Jerusalém, a fim de apresentá-lo ao Senhor. 23Conforme está escrito na lei do Senhor: “Todo primogênito do sexo masculino deve ser consagrado ao Senhor”.

24Foram também oferecer o sacrifício — um par de rolas ou dois pombinhos — como está ordenado na Lei do Senhor. 25Em Jerusalém, havia um homem chamado Simeão, o qual era justo e piedoso, e esperava a consolação do povo de Israel. O Espírito Santo estava com ele 26e lhe havia anunciado que não morreria antes de ver o Messias que vem do Senhor.

27Movido pelo Espírito, Simeão veio ao Templo. Quando os pais trouxeram o menino Jesus para cumprir o que a Lei ordenava, 28Simeão tomou o menino nos braços e bendisse a Deus: 29“Agora, Senhor, conforme a tua promessa, podes deixar teu servo partir em paz; 30porque meus olhos viram a tua salvação, 31que preparaste diante de todos os povos: 32luz para iluminar as nações e glória do teu povo Israel”.

33O pai e a mãe de Jesus estavam admirados com o que diziam a respeito dele. 34Simeão os abençoou e disse a Maria, a mãe de Jesus: “Este menino vai ser causa tanto de queda como de reerguimento para muitos em Israel. Ele será um sinal de contradição. 35Assim serão revelados os pensamentos de muitos corações. Quanto a ti, uma espada te traspassará a alma”.

36Havia também uma profetisa, chamada Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser. Era de idade muito avançada; quando jovem, tinha sido casada e vivera sete anos com o marido. 37Depois ficara viúva, e agora já estava com oitenta e quatro anos. Não saía do Templo, dia e noite servindo a Deus com jejuns e orações. 38Ana chegou nesse momento e pôs-se a louvar a Deus e a falar do menino a todos os que esperavam a libertação de Jerusalém.

39Depois de cumprirem tudo, conforme a Lei do Senhor, voltaram à Galileia, para Nazaré, sua cidade. 40O menino crescia e tornava-se forte, cheio de sabedoria; e a graça de Deus estava com ele.

Palavra da Salvação.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2021

O homem começou a pregar


 Mais uma vez temos um texto onde Jesus se confronta com uma pessoa possuída pelo espírito do mau. Algumas coisas interessantes para observarmos. Um homem possuído pelo espírito mau estava na sinagoga, local de culto, poderíamos dizer, na igreja. O de hoje, está errante pelas montanhas e pelo lugar onde estão os mortos. Esse espírito mau fazia com o homem se flagelasse. Causasse mal a si mesmo. 

Algumas imagens do texto. Jesus mudou de margem. Era preciso percorrer todos os lugares. A barca, símbolo da Igreja. Jesus saiu da barca. Às vezes, é preciso se afastar da segurança das Igrejas para ir ao encontro dos necessitados. Sobre esse assunto (de sair da igreja), o papa Francisco disse, "prefiro uma Igreja acidentada, ferida e enlameada por ter saído pelas estradas, a uma Igreja enferma pelo fechamento e a comodidade de se agarrar às próprias seguranças" (EG 49).

Jesus sai da segurança da barca. Vai ao encontro dos que necessitam dele. Encontra aquele homem agoniada por tantos tormentos. Lembremos que a palestina estava sob o jugo do império romano. E para os hebreus daquele tempo, eles consideravam os romanos como porcos. Tinham uma religião pagã politeísta. Agrediam as mulheres judias. Matavam os homens. Oprimiam o povo com altos impostos. 

Jesus representava a libertação de toda essa opressão política. De todo esse domínio. O espírito mau reconhece o poder de Jesus. Ele sabe que Jesus pode libertar o povo da opressão, por isso tem que se desfazer da missão pastoral Dele revelando quem ele é. Mas, se essa revelação vem do espírito mau, com certeza, desqualificaria a palavra de Jesus. O espírito mau tinha que anular Jesus.

Mas Jesus é senhor da vida, do tempo. Então, o espírito mau pede para ser lançado aos porcos que pastavam na região. Jesus, então concede. E o homem e libertado do mau. 

Hoje, somos convidados a nos libertar de todo espírito mau que podemos ter. E como identificar as ações do espírito mau? Paulo, na carta aos Gálatas (5,19-21): "fornicação, impureza, libertinagem, 20 idolatria, feitiçaria, ódio, discórdia, ciúme, ira, rivalidade, divisão, sectarismo, 21 inveja, bebedeira, orgias e outras coisas semelhantes". Contra tudo isso, se nos deixarmos tocar pela de Jesus, seremos libertos. Um espírito novo nos dá "amor, alegria, paz, paciência, bondade, benevolência, fé, 23 mansidão e domínio de si" (Gal 5,22-23).

Deixemos de lado o homem mau que possa existir em nós. Vamos libertar de toda forma de preconceito, de racismo, de homofobia, de misoginia. De todas as formas de violência contra crianças, adolescente e jovens. De toda destruição da natureza.

Deus nos abençoe.


Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos 5,1-20

Naquele tempo: 1Jesus e seus discípulos chegaram à outra margem do mar, na região dos gerasenos. 2Logo que saiu da barca, um homem possuído por um espírito impuro, saindo de um cemitério, foi ao seu encontro. 3Esse homem morava no meio dos túmulos e ninguém conseguia amarrá-lo, nem mesmo com correntes. 4Muitas vezes tinha sido amarrado com algemas e correntes, mas ele arrebentava as correntes e quebrava as algemas. E ninguém era capaz de dominá-lo. 5Dia e noite ele vagava entre os túmulos e pelos montes, gritando e ferindo-se com pedras. 6Vendo Jesus de longe, o endemoninhado correu, caiu de joelhos diante dele 7e gritou bem alto: 'Que tens a ver comigo, Jesus, Filho do Deus altíssimo? Eu te conjuro por Deus, não me atormentes!' 8Com efeito, Jesus lhe dizia: 'Espírito impuro, sai desse homem!' 9Então Jesus perguntou: 'Qual é o teu nome?' O homem respondeu: 'Meu nome é 'Legião', porque somos muitos.' 10E pedia com insistência para que Jesus não o expulsasse da região. 11Havia aí perto uma grande manada de porcos, pastando na montanha. 12O espírito impuro suplicou, então: 'Manda-nos para os porcos, para que entremos neles.' 13Jesus permitiu. Os espíritos impuros saíram do homem e entraram nos porcos. E toda a manada - mais ou menos uns dois mil porcos - atirou-se monte abaixo para dentro do mar, onde se afogou. 14Os homens que guardavam os porcos saíram correndo e espalharam a notícia na cidade e nos campos. E as pessoas foram ver o que havia acontecido. 15Elas foram até Jesus e viram o endemoninhado sentado, vestido e no seu perfeito juízo, aquele mesmo que antes estava possuído pela Legião. E ficaram com medo. 16Os que tinham presenciado o fato explicaram-lhes o que havia acontecido com o endemoninhado e com os porcos. 17Então começaram a pedir que Jesus fosse embora da região deles. 18Enquanto Jesus entrava de novo na barca, o homem que tinha sido endemoninhado pediu-lhe que o deixasse ficar com ele. 19Jesus, porém, não permitiu. Entretanto, lhe disse: 'Vai para casa, para junto dos teus e anuncia-lhes tudo o que o Senhor, em sua misericórdia, fez por ti.' 20Então o homem foi embora e começou a pregar na Decápole tudo o que Jesus tinha feito por ele. E todos ficavam admirados.

Palavra da Salvação.