Estamos iniciando a Quaresma, período propício para intensificar as três práticas que vamos desenvolver durante todo o período litúrgico de 2021: oração, jejum e caridade.
O evangelho de hoje é uma leitura clássica do início da Quaresma. Jesus fala como devemos praticar a oração, o jejum e a caridade. Não de espalhafatar, colocar nas redes sociais. É hora de pensarmos que o que nos motiva a nossa fé é uma mudança interna. Uma conversão de pensamento. Um jeito novo de nos relacionarmos com o outro.
Jesus diz, "ficai atentos para não praticar a vossa justiça na frente dos homens, só para serdes vistos por eles". Jesus jamais agiu ou falou para agradar as pessoas. Sua prática não era para acalmar a sua consciência. O que motivava Jesus era a vida das pessoas. A sua reincersão no caminho do Reino de Deus.
Nossa oração não deve ser espalhafatosa. Aquela que se fala muito, e se ouvi pouco. Não deve ser uma oração que grita, que canta o tempo todo. Jesus nos convida a uma oração de recolhimento. Uma oração que no ajuda a olhar para dentro de nós. Uma oração que confronta a Palavra de Deus com a minha prática pastoral.
A esmola, ou a caridade, deve ser feita sem muito alarde. Em silêncio. A oração silenciosa nos impulsiona a caridade (ou esmola). A oração, feita em profundidade e silêncio, nos move a no colocarmos no lugar do outro e sentir as suas dores. Dar esmola é amenizar o sofrimento do próximo. Um dos atos de caridade que vivemos em nossos tempos e estarmos ao lado daqueles e daquelas que lutam por moradia, por trabalho, por saúde, por vacina, por pesquisa. Alimentar os famintos é um ato de caridade, mas questionar porque da fome, é um ato de solidariedade. Apoiar políticas públicas que promovam a cidadania dos mais pobres, é um ato divino.
O Jejum. Quem ora, necessita purificar o corpo, o espírito para o impulsionar à caridade. Lembremos que Jesus jejuou. Não um jejum de penitência, mas um jejum de libertar o corpo e a alma das imperfeições humanas para assumir a missão que o Pai lhe confiou. Ao jejuarmos, nos colocamos inteiramente nas mãos de Deus. Nossas vontades, nossos quereres, nossas palavras, nossos gestos. Quando jejuamos dependemos exclusivamente de Deus. No jejum aprendemos que "não só de pão vive o ser humana de toda palavra da boca de Deus". O jejum nos ensina que não devemos tentar Deus: "não porás à prova o Senhor teu Deus". E por último, que somente a Deus se deve adorar, "adorarás o Senhor teu Deus, e somente a Ele prestarás culto".
Podemos achar que isso seja difícil, mas Paulo, ao escrever para a comunidade de Coríntio, disse, "deixa-vos reconciliar com Deus". Deus vem ao nosso encontro. E ainda acrescentou, a "não recebermos em vão a graça de Deus". E concluiu, "É agora o tempo favorável, é agora o dia da salvação".
Ao voltarmos para Deus nesse período, ao fazermos os exercícios propostos nessa quaresma, posso dizer com o profeta Joel, "o Senhor encheu-se de zelo por sua terra e perdoou ao seu povo". Peçamos como o salmista, "Misericórdia, ó Senhor, pois pecamos".
Para finalizar, lembro que hoje iniciamos a Campanha da Fraternidade de 2021. Vamos rezar pela unidade dos cristãos. Tome cuidado com aqueles e aquelas que querem nos ver, ainda, divididos, essas pessoas são "diabólicas" (do grego, significa, "aquele que divide). A CF-2021 nos convida a não darmos ouvido às pessoas que falam contra toda forma de unidade entre os cristãos e entre as pessoas de boa vontade. Não importa se sejam bispos, padres, diáconos, leigos. Jesus fez a oração da unidade. E, estar unido, é um ato de quem ora, jejua e pratica a caridade.
Rezemos juntos.
Fraternidade sim e sempre nas nossas vidas e de outrem SEMPRE! Assim é e assim será!
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