terça-feira, 5 de junho de 2018

Jó procede sempre segundo a justiça

Do Livro de Jó 31,1-8.13-23.35-37

Disse Jó: 1Eu fiz um pacto com meus olhos de não olhar para uma virgem. 2Que recompensa me reserva Deus lá do alto, que herança tem para mim o Todo-Poderoso lá dos céus?3Acaso a desgraça não é destinada aos criminosos e o infortúnio aos malfeitores? 4Será que ele não vê os meus caminhos, não conta todos os meus passos? 5Se caminhei com a mentira, se acertei passo com a falsidade,6que Deus me pese numa balança exata e reconhecerá a minha integridade. 7Se os meus passos se desviaram do caminho, e o meu coração seguiu as atrações dos olhos, e se apegou alguma mancha às minhas mãos, 8que outro coma o que eu semeei, e que arranquem as minhas plantações! 13Se violei o direito do escravo ou da escrava, quando reclamavam comigo,14que farei quando Deus se levantar, que vou responder-lhe quando me interrogar?15Aquele que me criou no ventre, não os fez também a eles? Quem nos formou a nós não é um só?16Se fui insensível às necessidades dos pobres, se deixei a viúva consumir-se em pranto,17se comi minha fatia de pão sozinho, sem reparti-lo com o órfão; 18– eu, a quem, desde minha infância, Deus criou como um pai, e desde o seio de minha mãe me guiou –; 19se vi um mendigo sem roupas, um pobre sem cobertor, 20e não me agradeceram os seus ombros aquecidos com a lã de minhas ovelhas;21se levantei a mão contra o órfão, vendo-me apoiado no Tribunal, 22que meu ombro se desloque, e que meu braço se quebre no cotovelo! 23Porque o castigo de Deus era o meu terror, e eu não posso subsistir diante da sua majestade. 35Quem dera houvesse alguém que me ouvisse! Esta é a minha palavra: que me responda o Todo-Poderoso! A acusação redigida por meu adversário,36eu a poria sobre os meus ombros, eu a pregaria como um diadema;37eu lhe daria conta de meus passos e dele me aproximaria, como um príncipe".

domingo, 3 de junho de 2018

Só em Deus está a sabedoria

Do Livro de Jó 28,1-28

Disse Jó:

1"A prata tem suas minas, o ouro, um lugar onde é depurado.

2O ferro é extraído da terra, o bronze é extraído de uma pedra fundida.

3Foi posto um limite às trevas, e sonda-se até aos extremos a gruta escura e tenebrosa.

4Estrangeiros perfuram as grutas em lugares não frequentados; eles oscilam suspensos, longe dos homens.

5A terra, que produz o pão, por baixo é devorada pelo fogo 6Suas pedras são jazidas de safiras, seus torrões contêm pepitas de ouro.

7Tais caminhos não são conhecidos do abutre, nem os viu o olho do falcão; p.p08as feras arrogantes não os percorreram, nem o leão os atravessa.

9O homem estende a mão sobre as pedreiras, derruba as montanhas pela base; 10fura galerias nas rochas, com olhar atento a tudo o que é precioso; 11explora as nascentes dos rios, e traz à luz o que está oculto 12Mas a sabedoria, de onde provém? Em que lugar está a inteligência?

13O homem não sabe o seu preço, nem ela se encontra na terra dos mortais.

14Diz o abismo: "Ela não está em mim; responde o mar: "Não está comigo".

15Não se compra com o ouro mais fino, nem se troca a peso de prata 16não se paga com ouro de Ofir, nem com ônix precioso ou safira 17Não a igualam nem o ouro, nem o vidro, não se paga com vasos de ouro fino; 18não conta o coral nem o cristal, melhor seria pescar a sabedoria do que pérolas!

19Não se iguala ao topázio da Etiópia nem se compra com o ouro mais puro. 20De onde vem, pois, a sabedoria? Onde está a sede da inteligência?

21Está oculta aos olhos dos mortais e até às aves do céu ela se esconde. 22A perdição e a morte confessam: "O barulho de sua fama chegou até nós".

23Só Deus conhece o caminho para ela, só ele sabe o seu lugar, 24pois ele contempla os limites do mundo e vê quanto há debaixo do céu.

25Quando indicou ao vento o seu peso e regulou a medida das águas 26quando impôs uma lei à chuva e uma rota para o relâmpago e o trovão, 27ele a viu e avaliou, ele a penetrou e examinou.

28E disse ao homem: "O temor do Senhor, eis a sabedoria; fugir do mal, eis a inteligência".