domingo, 22 de novembro de 2020

Que rei é esse?


Que rei é esse?

Que rei é esse que nasceu num estábulo?

Que rei é esse que recebeu a visita de pastores?

Que rei é esse?

Que rei é esse que se fez igual aos súditos?

Que rei é esse que acolheu os pecadores?

Que rei é esse que curou leprosos?

Que rei é esse que conversa com pessoas rejeitadas?

Que rei é esse?

Que rei é esse que se ajoelha diante dos seus súditos e lhes lava os pés?

Que rei é esse que diz que o mais importante é aquele que serve?

Que rei é esse que se assemelha aos famintos, aos sedentos, aos nus, os doente, aos encarcerados, e aos refugiado?

Que rei é esse que dá a vida pelos seus súditos?

Que rei é esse?

Que rei é esse que se dá em comida e bebida?

Que rei é esse que se deixa ser preso como um ladrão?

Que rei é esse que acata um julgamento injusto?

Que rei é esse que se deixou ser açoitado?

Que rei é esse que foi pregado numa cruz?

Que rei é esse que morre numa cruz?

Que rei é esse que desce à mansão dos mortos?

Que Rei é esse que Ressuscita?

Que rei é esse?

Jesus, o Filho do Pai.

sábado, 21 de novembro de 2020

Todo aquele que faz a vontade do meu Pai, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe


Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 12,46-50

46Enquanto Jesus estava falando às multidões, sua mãe e seus irmãos ficaram do lado de fora, procurando falar com ele. 47Alguém disse a Jesus: 'Olha! Tua mãe e teus irmãos estão aí fora, e querem falar contigo.' 48Jesus perguntou àquele que tinha falado: 'Quem é minha mãe, e quem são meus irmãos?' 49E, estendendo a mão para os discípulos, Jesus disse: 'Eis minha mãe e meus irmãos. 50Pois todo aquele que faz a vontade do meu Pai, que está nos céus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe.'

Palavra da Salvação.

Reflexão

Na catequese de hoje aprendemos a ter foco na hora de fazer a vontade de Deus. Jesus estava falando às multidões. Pregava sobre o Reino de Deus, e como devemos nos relacionar uns com os outros. E como deve ser a nova humanidade. 

Nesse instante, chega sua mãe. A nossa lógica sentimental nos faria parar o que estivéssemos fazendo para dar atenção à mãe. Entretanto, Jesus nos ensina que a prioridade é o Reino de Deus. Ele não despreza sua mãe, seus irmãos. Apensa dá um novo significado a sua família. "Todo aquele que faz a vontade do meu Pai, esse é meu irmão, minha irmã, minha mãe". 

sexta-feira, 20 de novembro de 2020

Jesus entrou no Templo e começou a expulsar os vendedores


Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas 19,45-48

45Jesus entrou no Templo e começou a expulsar os vendedores. 46E disse: 'Está escrito: 'Minha casa será casa de oração'. No entanto, vós fizestes dela um antro de ladrões.' 47Jesus ensinava todos os dias no Templo. Os sumos sacerdotes, os mestres da Lei e os notáveis do povo procuravam modo de matá-lo. 48Mas não sabiam o que fazer, porque o povo todo ficava fascinado quando ouvia Jesus falar.

Palavra da Salvação.

Reflexão.

Tomar consciência do templo. 

O templo no tempo de Jesus era o centro da vida religiosa do povo. Hoje, valorizamos nossos templos. Muitas e muitos valorizam o templo.

Entretanto, a leitura espiritual que o evangelho nos indica, vai além do templo de pedras, ornado com pinturas. O evangelho de hoje nos remete a nós, como templos do Espírito Santo.

No evangelho de João, Jesus disse: "Se alguém me ama, guarda a minha palavra, e meu Pai o amará. Eu e meu Pai viremos e faremos nele a nossa morada" (Jo 14,23). Quando amamos e vivemos a Palavra de Jesus, nos tornamos morada da Trindade, ou seja, passamos a ser templos vivos. E se somos templos de Deus, devemos agir com santidade diante dos homens em mulheres do nosso tempo. Devemos ser missionários da nova humanidade. Da Civilização do Amor.

Ao se dirigir à comunidade da cidade de Corinto, Paulo afirmou: "18 Fujam da imoralidade. Qualquer outro pecado que o homem comete, é exterior ao seu corpo; mas quem se entrega à imoralidade peca contra o seu próprio corpo. 19 Ou vocês não sabem que o seu corpo é templo do Espírito Santo, que está em vocês e lhes foi dado por Deus? Vocês já não pertencem a si mesmos. 20 Alguém pagou alto preço pelo resgate de vocês. Portanto, glorifiquem a Deus no corpo de vocês. (I Cor 6,18-19). Aquele templo de pedra deve refletir o templo do nosso corpo, de nossa vida. 

Se somos templo de Deus, do Espírito Santo, da Trindade, devemos agir conforme a vontade de Deus expressa pela palavra de Jesus. E ressignificada pelos apóstolos e pelos santos da Igreja. 

Na carta ao Gálatas, Paulo nos exorta a vivermos conforme os frutos do Espírito: "22 amor, alegria, paz, paciência, bondade, benevolência, fé, 23 mansidão e domínio de si" (Gal 5,22-23). E acrescenta, "Se vivemos pelo Espírito, caminhemos também sob o impulso do Espírito" (Gal 5,24). 

E como templos de Deus, devemos ser contar todo racismo, toda violência, toda misoginia, toda homofobia. Não podemos aceitar, defender quem pratica a necro-política, nem quem destrói o meio ambiente, a final, "tudo está interligado" nessa "casa comum". 

No dia de memória da Consciência Negra, Deus nos faz um alerta sobre a escravidão e sobre as várias formas de discriminação. Na Torá, ele lembra ao povo de que eles passaram pela experiência da escravidão no Egito, portanto, devem ter misericórdia dos escravos. No livro do Deuteronômio, Deus faz o povo lembrar que foi escravo no Egito: Dt 5,15; 15,15; 24,18.

Na carta a Filemon, Paulo exorta o destinatário a tratar com o amor o escravo Onésimo. É uma carta de um capítulo. Serve para mostra como devemos tratar aqueles que nos servem.

Encerro lembrando Santa Bakita. Negra. Escrava. Maltratada pelos seus patrões cristãos. Mas, desde sua conversão e seu batismo, colocou todo seu sofrimento nas mãos de Cristo.


quinta-feira, 19 de novembro de 2020

Porque tu não reconheceste o tempo em que foste visitada

 


Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas 19,41-44

41Quando Jesus se aproximou de Jerusalém e viu a cidade, começou a chorar. E disse: 42'Se tu também compreendesses hoje o que te pode trazer a paz! Agora, porém, isso está escondido aos teus olhos! 43Dias virão em que os inimigos farão trincheiras contra ti e te cercarão de todos os lados. 44Eles esmagarão a ti e a teus filhos. E não deixarão em ti pedra sobre pedra. Porque tu não reconheceste o tempo em que foste visitada.'

Palavra da Salvação.

Reflexão.

O evangelho de Lucas é construído dentro da seguinte lógica, Jesus está a caminho de Jerusalém para sofrer a sua paixão. Diferente de Mateus que faz Jesus ir e voltar várias vezes a Jerusalém. 

Então, ao aproximar-se, Jesus faz uma profecia. A cidade santa será sitiada pelos inimigos. Será devastada. Destruída. Esmagada. E isso, porque os habitantes de Jerusalém não reconheceram aquele que lhes poderia pacificar, dá-lhes a paz. Romper com toda forma de injustiça e discriminação. 

Jesus não se revela de forma extraordinária, espetaculosa. Ele vai se dando a conhecer aos poucos, através de sua palavra e de suas ações. Ações de acolhimento, de perdão, de misericórdia.

A catequese de hoje, nos mostra como devemos reconhecer Jesus como aquele que caminha ao nosso lado para nos mostrar como devemos ser diante das pessoas. Fazemos tantas adorações ao Santíssimo, mas, muitas pessoas, se sentem vazias, sem esperança, sem fé. O que lhes falta? Participamos de tantas missas, comungamos, e ainda há pessoas que se sentem precisando ser compreendidas. O que lhes falta? Tantas e tantos rezam o terço, a liturgia das horas, mas não se empolgam. O que lhes falta? Frequentamos grupos de oração, manifestamos dons do Espírito Santo, mas não mudamos de vida. O que falta a essas pessoas?

Procuramos Deus para resolver nossos problemas e voltamos as costas para aqueles que estão ao nosso lado. Em nosso tempo, buscamos um deus meu, e esquecemos de que ele é Pai Nosso, e que, por consequência, somos irmãos. E como tal, devemos nos preocupar com o bem estar de todas e de todos. 

Jesus está no meio de nós. Ele se faz presente naqueles que sofrem em nossos dias. Que sofrem racismo, misoginia, homofobia. Sofre na natureza que é destruída.

Jesus é a paz. Mas não a paz que seja ausência de conflitos e de guerras apenas; mas a paz acolhe todas e todos, apesar de nossas diferenças. 

Reconheçamos que o Senhor está no meio de nós, e que todos somos filhas e filhos do mesmo pai, e por isso dizemos Pai Nosso.

quarta-feira, 18 de novembro de 2020

Jesus caminhava à frente dos discípulos


Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas 19,11-28

11Jesus acrescentou uma parábola, porque estava perto de Jerusalém e eles pensavam que o Reino de Deus ia chegar logo. 12Então Jesus disse: 'Um homem nobre partiu para um país distante, a fim de ser coroado rei e depois voltar. 13Chamou então dez dos seus empregados, entregou cem moedas de prata a cada um, e disse: 'Procurai negociar até que eu volte'. 14Seus concidadãos, porém, o odiavam, e enviaram uma embaixada atrás dele, dizendo: 'Nós não queremos que esse homem reine sobre nós'. 15Mas o homem foi coroado rei e voltou. Mandou chamar os empregados, aos quais havia dado o dinheiro, a fim de saber quanto cada um havia lucrado. 16O primeiro chegou e disse: 'Senhor, as cem moedas renderam dez vezes mais.' 17O homem disse: 'Muito bem, servo bom. Como foste fiel em coisas pequenas, recebe o governo de dez cidades'. 18O segundo chegou e disse: 'Senhor, as cem moedas renderam cinco vezes mais'. 19O homem disse também a este: 'Recebe tu também o governo de cinco cidades'. 20Chegou o outro empregado e disse: 'Senhor, aqui estão as tuas cem moedas que guardei num lenço, 21pois eu tinha medo de ti, porque és um homem severo. Recebes o que não deste e colhes o que não semeaste'. 22O homem disse: 'Servo mau, eu te julgo pela tua própria boca. Tu sabias que eu sou um homem severo, que recebo o que não dei e colho o que não semeei. 23Então, porque tu não depositaste meu dinheiro no banco? Ao chegar, eu o retiraria com juros'. 24Depois disse aos que estavam aí presentes: 'Tirai dele as cem moedas e dai-as àquele que tem mil'. 25Os presentes disseram: 'Senhor, esse já tem mil moedas!' 26Ele respondeu: 'Eu vos digo: a todo aquele que já possui, será dado mais ainda; mas àquele que nada tem, será tirado até mesmo o que tem. 27E quanto a esses inimigos, que não queriam que eu reinasse sobre eles, trazei-os aqui e matai-os na minha frente'.' 28Jesus caminhava à frente dos discípulos, subindo para Jerusalém.

Palavra da Salvação.

Reflexão

A leitura desse texto nos assusta. É o estilo de Lucas. 

Há um homem nobre. Inicialmente, temos a imagem de que a nobreza seja bondosa. Nem sempre. Chamou dez dos seus empregados. Provavelmente, aqueles que o serviam mais diretamente, os mais próximos. Aquele que participavam da vida mais íntima desse senhor. A cada um deles, deu cem moedas de prata. Para lembrar, uma moeda de prata era a diária de serviço. Valia muito. Numa conta rápida, são dez empregados, cada um recebeu cem moedas, significa que aquele nobre colocou, no total, mil moeda de prata, ou seja, mais de um ano de serviço. 

Pois bem, após sua coroação, ele retorna para pedir contas do seu dinheiro. E chama cada um deles. O evangelista indica três casos. Dois homens fizeram o dinheiro do patrão render mais. O primeiro, fez as cem moedas renderem 10 vezes mais. Ou seja, devolveu ao seu senhor mil moedas. O segundo, fez render cinco vezes, devolveu quinhentas moedas. Mas o último, por preguiça ou por medo, não fez render nada.

Jesus causa espanto ao mandar tirar daquele que nada rendeu, e dar para o que havia feito o dinheiro render mais. Isso nos parece um flagrante caso de discriminação, de injustiça. Aos olhos da lógica capitalista-religiosa nos assustamos.

Mas, uma leitura mais atenta e profunda, nos remete a dois outros textos. O primeiro, o dos talentos, e o segundo das damas de companhia do casamento imprevidentes que não levaram óleo reserva para esperar o noivo.

Deus nos pede que façamos render aquilo que ele deu a cada um de nós. Cada um tem um dom para servir à comunidade. São Paulo, na primeira carta aos Coríntios, capítulo 12, disse que Deus deu a cada um na comunidade um dom para servir. E não há hierarquia nos dons. E a comunidade é formada por todos. Esses dons devem ser colocados a serviço. Devemos fazer que eles rendam. Não podemos esconde-los dentro do lenço, nem enterrar. 

A palavra é clara. Cada um coloque à serviço o dom recebido de Deus. E os dons não estão ligados a situação dentro da Igreja. Bispos, Padres, Diáconos, Leigos, não importa sua situação. Todos e todas recebemos dons. E esses são diversos. 

4 Existem dons diferentes, mas o Espírito é o mesmo; 5 diferentes serviços, mas o Senhor é o mesmo; 6 diferentes modos de agir, mas é o mesmo Deus que realiza tudo em todos.

Eis o texto: "7 Cada um recebe o dom de manifestar o Espírito para a utilidade de todos. 8 A um, o Espírito dá a palavra de sabedoria; a outro, a palavra de ciência segundo o mesmo Espírito; 9 a outro, o mesmo Espírito dá a fé; a outro ainda, o único e mesmo Espírito concede o dom das curas; 10 a outro, o poder de fazer milagres; a outro, a profecia; a outro, o discernimento dos espíritos; a outro, o dom de falar em línguas; a outro ainda, o dom de as interpretar. 11 Mas é o único e mesmo Espírito quem realiza tudo isso, distribuindo os seus dons a cada um, conforme ele quer". 

Aprendamos a valorizar cada um dos dons recebidos na comunidade. Aprendamos a valorizar os dons dos irmãos e irmãs. Nenhum dom é melhor do que o outro. Todos são importantes. 

Aproveitemos o dia de hoje para refletir sobre sobre nossos dons, e como os estamos colocando à disposição da humanidade. 

terça-feira, 17 de novembro de 2020

Hoje a salvação entrou nesta casa


Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas 19,1-10

1Jesus tinha entrado em Jericó e estava atravessando a cidade. 2Havia ali um homem chamado Zaqueu, que era chefe dos cobradores de impostos e muito rico. 3Zaqueu procurava ver quem era Jesus, mas não conseguia, por causa da multidão, pois era muito baixo. 4Então ele correu à frente e subiu numa figueira para ver Jesus, que devia passar por ali. 5Quando Jesus chegou ao lugar, olhou para cima e disse: 'Zaqueu, desce depressa! Hoje eu devo ficar na tua casa.' 6Ele desceu depressa, e recebeu Jesus com alegria. 7Ao ver isso, todos começaram a murmurar, dizendo: 'Ele foi hospedar-se na casa de um pecador!' 8Zaqueu ficou de pé, e disse ao Senhor: 'Senhor, eu dou a metade dos meus bens aos pobres, e se defraudei alguém, vou devolver quatro vezes mais.' 9Jesus lhe disse: 'Hoje a salvação entrou nesta casa, porque também este homem é um filho de Abraão. 10Com efeito, o Filho do Homem veio procurar e salvar o que estava perdido.'

Palavra da Salvação.

Reflexão.

Jesus entra em Jericó. Nessa cidade morava um dos chefes dos cobradores de impostos, Zaqueu. Por ter a atividade de cobrador de impostos era considerado um homem pecador, apartado de Deus e da convivência social. Proibido de frequentar a sinagoga, ou de ir ao templo.

Entretanto, ele queria ver Jesus. Ouvira falar dele. Queria apenas ver quem era esse homem cuja fama se espalhara pela palestina. O que teria ele de diferente? Suas roupas? O séquito que o seguia? Como se portava? O que ele queria ver? O que buscava?

Zaqueu tinha uma coisa que o impedia de ver Jesus. Fazendo uma leitura além do texto, essa "baixa estatura" significa muitas coisas: seu tamanho físico, seu tamanho social, seu tamanho espiritual. Zaqueu era um homem pequeno. Hoje, poderíamos dizer que era um homem de atitudes baixas, que só pensava nas coisas terrenas, mundanas. Que desprezava as coisas do alto, de Deus. Não deveria ser um homem caridoso. Deveria explorar mulheres, crianças, pobres. 

Jesus enxerga além das aparências. Ele vê aquilo que nós não vemos. Como diríamos hoje, Jesus via em Zaqueu um potencial de mudança. Era um verdadeiro líder. Ao olhar para Zaqueu, Jesus não se importou com o que diziam dele. Jesus viu a possibilidade de mudança que havia dentro daquela pessoa. Se Zaqueu não procurava uma nova forma de viver, porque se sujeitaria em passar um vexame público de subir numa árvore para ver Jesus?

Jesus parou e olhou para aquele homem em cima da árvore. Com roupas suntuosas. Anéis de ouro e prata. Quanta humilhação. Bem que Zaqueu poderia mandar que seus empregados afastassem a multidão para que ele pudesse ver Jesus. Mas, não. Preferiu a árvore. Queria ver de cima. Quem olha de cima domina o ambiente. Num primeiro momento, subir na árvore era o mesmo que dizer, eu tenho o controle sobre você.

Jesus não nos quer controlando nada. O controle de todas as coisas criadas está nas mãos de Deus. Deus é quem controla. Por isso, "desce"! Desce da sua prepotência, desce da sua arrogância, desse do seu preconceito, desce do seu racismo, da sua homofobia, da sua misoginia. Desce! É preciso descer de nossos pedestais pessoais para encontrar com Jesus, com Deus. Para entrar no Reino. Da mesma forma que Jesus desceu dos céus, despojou-se de sua condição divina para se fazer igual a nós, é preciso nos despojarmos de tudo para nos fazermos tal como Deus, a sua imagem e semelhança. Deus age com misericórdia. Nós devemos o mesmo.

Então, é preciso que eu fique em tua casa. Vejam que Zaqueu não titubeou. Desceu rapidamente. Não questionou sobre sua vida de pecador. Acolheu Jesus. Não precisou de muitas palavras. Bastou ouvir, "hoje eu devo ficar em tua casa", colocou-se a caminho. Já imaginou quanta alegria naquele coração? Ele não perguntou nada. Apenas, Acolheu!. 

Por outro lado, os santos, aqueles que se diziam religiosos, os que frequentavam a sinagoga semanalmente, que estudavam a torá, questionaram. Os "puros", os "santos" começaram a perguntar se ele iria para a casa de um pecador. A reposta de Jesus, no fim do evangelho, o Filho do Homem veio salvar o que estava perdido.

Jesus não disse nada a Zaqueu. Não pediu nada. Mas, diante desse encontro, Zaqueu comprometeu a sua vida com os pobres. Tudo o que havia roubado, ele colocou a disposição. Doou. Ficou com o necessário para a sua vida. Podemos supor, que não roubaria mais. Que cobraria apenas o que fosse necessário. Não praticaria mais a corrupção. A corrupção que mata a vida das pessoas. Quantos não perderam a vida porque não tinham como pagar os impostos?

Se fôssemos seguir a lógica do "bandido bom é bandido morto", com certeza mandaríamos matar Zaqueu. Ele defraudou muitas pessoas. Cometeu corrupção. Mas, a lógica de Jesus é outra, bandido bom é bandido convertido.

A salvação é para todas e todos.

Nós que vamos ao templo, que rezamos o terço, que frequentamos os grupos de oração, que rezamos a Liturgia das Horas, de administramos os sacramentos da Igreja. Que pregamos a palavra de Deus. Que coordenamos grupos de Círculo Bíblico. Que preparamos cestas básicas para os pobres, que somos da Legião de Maria e do Apostolado da Oração. Que nos dizemos da RCC. Como estamos vivendo?

O evangelho nos hoje nos provoca a pensarmos sobre nossa vida religiosa, nossas ações, nossas palavras.

Deus nos abençoe.

sexta-feira, 13 de novembro de 2020

Senhor, onde acontecerá isso? - Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas 17,26-37


Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas 17,26-37

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 26Como aconteceu nos dias de Noé, assim também acontecerá nos dias do Filho do Homem. 27Eles comiam, bebiam, casavam-se e se davam em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca. Então chegou o dilúvio e fez morrer todos eles. 28Acontecerá como nos dias de Ló: comiam e bebiam, compravam e vendiam, plantavam e construíam. 29Mas no dia em que Ló saiu de Sodoma, Deus fez chover fogo e enxofre do céu e fez morrer todos. 30O mesmo acontecerá no dia em que o Filho do Homem for revelado. 31Nesse dia, quem estiver no terraço, não desça para apanhar os bens que estão em sua casa. E quem estiver nos campos não volte para trás. 32Lembrai-vos da mulher de Ló. 33Quem procura ganhar a sua vida, vai perdê-la; e quem a perde, vai conservá-la. 34Eu vos digo: nessa noite, dois estarão numa cama; um será tomado e o outro será deixado. 35Duas mulheres estarão moendo juntas; uma será tomada e a outra será deixada. 36Dois homens estarão no campo; um será levado e o outro será deixado.' 37Os discípulos perguntaram: 'Senhor, onde acontecerá isso?' Jesus respondeu: 'Onde estiver o cadáver, aí se reunirão os abutres.'

Palavra da Salvação.

Reflexão.

Mais uma catequese de Jesus. Palavra forte e pesada. Ele nos convoca a sairmos daquela vidinha medíocre que gostamos de ter. Lembro do samba que dizia, "todo dia ela faz tudo sempre igual...". Jesus coloca dois exemplos de pessoas que fizeram a diferença na vida de seu povo, e na vida de suas famílias. Noé e Ló. 

Enquanto as pessoas viviam a sua vida corriqueira, não observavam o que estava acontecendo. Não percebiam o quanto haviam se afastado de Deus. De sua palavra. 

Hoje somos chamados a olharmos para o nosso jeito de viver. "Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante, do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo". O tradicionalismo leva à morte. Viver de práticas religiosas passadas, que foram importantes em outros tempos, não encaixa nas necessidades de hoje. Não basta dizer "Senhor, Senhor", é preciso praticar a justiça. 

Um texto do evangelho ilustra o que estamos meditando hoje. Mateus 7,21-23: "Nem todo aquele que me diz ‘Senhor, Senhor’, entrará no Reino do Céu. Só entrará aquele que põe em prática a vontade do meu Pai, que está no céu. Naquele dia muitos me dirão: ‘Senhor, Senhor, não foi em teu nome que profetizamos? Não foi em teu nome que expulsamos demônios? E não foi em teu nome que fizemos tantos milagres?’ Então, eu vou declarar a eles: Jamais conheci vocês. Afastem-se de mim, malfeitores"

Não basta declarar Jesus como Senhor, é preciso dar mostras disso. E o próprio Mateus nos dá a resposta. "‘Venham vocês, que são abençoados por meu Pai. Recebam como herança o Reino que meu Pai lhes preparou desde a criação do mundo. 35 Pois eu estava com fome, e vocês me deram de comer; eu estava com sede, e me deram de beber; eu era estrangeiro, e me receberam em sua casa; 36 eu estava sem roupa, e me vestiram; eu estava doente, e cuidaram de mim; eu estava na prisão, e vocês foram me visitar’. 37 Então os justos lhe perguntarão: ‘Senhor, quando foi que te vimos com fome e te demos de comer, com sede e te demos de beber? 38 Quando foi que te vimos como estrangeiro e te recebemos em casa, e sem roupa e te vestimos? 39 Quando foi que te vimos doente ou preso, e fomos te visitar?’ 40 Então o Rei lhes responderá: ‘Eu garanto a vocês: todas as vezes que vocês fizeram isso a um dos menores de meus irmãos, foi a mim que o fizeram" (Mt 25,34-40)".

A catequese de Jesus nos chama a uma mudança de vida. Amém.

quarta-feira, 11 de novembro de 2020

O Reino de Deus não vem ostensivamente


Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas 17,20-25

Naquele tempo:20Os fariseus perguntaram a Jesus sobre o momento em que chegaria o Reino de Deus. Jesus respondeu: 'O Reino de Deus não vem ostensivamente. 21Nem se poderá dizer: 'Está aqui' ou 'Está ali', porque o Reino de Deus está entre vós.' 22E Jesus disse aos discípulos: 'Dias virão em que desejareis ver um só dia do Filho do Homem e não podereis ver. 23As pessoas vos dirão: 'Ele está ali' ou 'Ele está aqui'. Não deveis ir, nem correr atrás. 24Pois, como o relâmpago brilha de um lado até ao outro do céu, assim também será o Filho do Homem, no seu dia. 25Antes, porém, ele deverá sofrer muito e ser rejeitado por esta geração.

Palavra da Salvação.

Reflexão.

Os judeus esperavam um Reino de Deus à semelhança dos reinos da terra. Estes, tem um rei que oprime, que é tirânico. Que dispõe da vida das pessoas.

Jesus mostra que o Reino de Deus não é da mesma forma que os reinos do mundo. O Reino de Deus já está no meio de nós. O Reino de Deus acontece quando há gestos de solidariedade, de fraternidade, de misericórdia, de acolhimento. O Reino de Deus acontece no meio de nós quando alimentamos os famintos, e damos de beber aos sedentos; quando vestimos os nus; quando visitamos e consolamos as dores dos que estão doentes ou encarcerados. Isso é ter o Reino de Deus no meio de nós.

O Reino de Deus é crer em Jesus, Filho do Deus vivo. O Reino de Deus é estar ao lado dos pobres e ser solidário com a luta pelos seus direitos.

O Reino de Deus já está no meio de nós. Basta ter olhos para ver, e ouvidos para escutar, Amém.

Não houve quem voltasse para dar glória a Deus, a não ser este estrangeiro?

 


Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas 17,11-19

11Aconteceu que, caminhando para Jerusalém, Jesus passava entre a Samaria e a Galiléia. 12Quando estava para entrar num povoado, dez leprosos vieram ao seu encontro. Pararam à distância, 13e gritaram: 'Jesus, Mestre, tem compaixão de nós!' 14Ao vê-los, Jesus disse: 'Ide apresentar-vos aos sacerdotes.' Enquanto caminhavam, aconteceu que ficaram curados. 15Um deles, ao perceber que estava curado, voltou glorificando a Deus em alta voz; 16atirou-se aos pés de Jesus, com o rosto por terra, e lhe agradeceu. E este era um samaritano. 17Então Jesus lhe perguntou: 'Não foram dez os curados? E os outro nove, onde estão? 18Não houve quem voltasse para dar glória a Deus,  a não ser este estrangeiro?' 19E disse-lhe: 'Levanta-te e vai! Tua fé te salvou.'

Palavra da Salvação.

Reflexão.

A história de uma vida. Ou melhor, de 10 vidas. Uma mudança de vida. Um encontro com Deus.

Dez leprosos. Todos iguais pela doença. Pela grave doença da lepra. Impedidos da convivência social. Ao verem Jesus, se aproximaram à distância permitida, por isso, gritaram, "Jesus, Mestre, tem compaixão de nós"

Jesus manda que eles se apresentem ao sacerdote, essa era a lei, a regra, o sacerdote deveria atestar a cura para que o leproso pudesse voltar à convivência. Eles vão. E a cura se dá no caminho, na confiança.

Dos dez, um era samaritano. Considerado indigno pelos judeus. Mas a lepra, o fez igual a qualquer judeu. Afastado pela doutrina, igualado pela doença. Afastado pelo preconceito, igualado pela exclusão. Somente esse veio agradecer. O samaritano fez, verdadeiramente, o encontro com Deus. Somente esse estrangeiro reconheceu a ação de Deus na vida dele.

Paremos e pensemos. Temos tantas atividades na Igreja, vamos à missa, rezamos o terço, frequentamos grupos de oração e de círculos bíblicos. Mas, reconhecemos que Deus age no estrangeiro? Naqueles e naquelas que não estão na nossa religião? Que fizeram uma opção sexual diferente? 

Queres ser salvo? Levanta-te e vai ao encontro do irmão e da irmã. Amém.

terça-feira, 10 de novembro de 2020

'Somos servos inúteis; fizemos o que devíamos fazer'

 


Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas 17,7-10

Disse Jesus: 7Se algum de vós tem um empregado que trabalha a terra ou cuida dos animais, por acaso vai dizer-lhe, quando ele volta do campo: 'Vem depressa para a mesa?' 8Pelo contrário, não vai dizer ao empregado: 'Prepara-me o jantar, cinge-te e serve-me, enquanto eu como e bebo; depois disso tu poderás comer e beber?' 9Será que vai agradecer ao empregado, porque fez o que lhe havia mandado? 10Assim também vós: quando tiverdes feito tudo o que vos mandaram, dizei: 'Somos servos inúteis; fizemos o que devíamos fazer'.'

Palavra da Salvação.

Reflexão.

"Fizemos o que deveríamos fazer". Não precisamos receber "obrigado" porque fizemos o que deveríamos fazer isso.

Vejamos, alimentar os famintos, dar de beber aos sedentos, vestir os nus, visitar os doentes e encarcerados, tratar bem os refugiados, isso é fazer o que se deve fazer. 

Viver as bem aventuranças, ser promotores da paz, defender os fracos, os perseguidos, os excluídos, os violentados. é fazer o que se deve fazer.

Ser contrário aos políticos que destroem a natureza, que propõem uma política de extermínio dos pobres, pretos, favelados, homossexuais, é fazer o que se deve fazer.

Quando apoiamos políticas públicas que geram vida é fazer o que devemos fazer.

Fazer o que se dever fazer é fazer tudo o que é necessário para todas e todos "tenham vida, e a tenham em abundância". Amém.

segunda-feira, 9 de novembro de 2020

"O zelo por tua casa me consumirá"


Evangelho de Jesus Cristo segundo João 2,13-22

13Estava próxima a Páscoa dos judeus e Jesus subiu a Jerusalém. 14No Templo, encontrou os vendedores de bois, ovelhas e pombas e os cambistas que estavam aí sentados. 15Fez então um chicote de cordas e expulsou todos do Templo, junto com as ovelhas e os bois; espalhou as moedas e derrubou as mesas dos cambistas. 16E disse aos que vendiam pombas: "Tirai isto daqui! Não façais da casa de meu Pai uma casa de comércio!" 17Seus discípulos lembraram-se, mais tarde, que a Escritura diz: "O zelo por tua casa me consumirá". 18Então os judeus perguntaram a Jesus: "Que sinal nos mostras para agir assim?" 19Ele respondeu: "Destruí, este Templo, e em três dias o levantarei". 20Os judeus disseram: "Quarenta e seis anos foram precisos para a construção deste santuário e tu o levantarás em três dias?" 21Mas Jesus estava falando do Templo do seu corpo. 22Quando Jesus ressuscitou, os discípulos lembraram-se do que ele tinha dito e acreditaram na Escritura e na palavra dele.

Palavra da Salvação.

Reflexão.

Celebramos a Festa da Dedicação da Basílica de Latrão, a Catedral dos cristão de Roma.

Qual a importância dessa festa para a Igreja? Os primeiros cristãos, como nós, entendiam que todos os batizados são templo do Espírito Santo. Então, cada um de nós, em particular, somos uma "igreja" de Deus no meio da humanidade. Somos portadores de esperança, de fé, de caridade, de misericórdia, de amor, de caridade. Cada um de nós, portanto, onde estivermos, somos o sinal visível de uma Igreja que vai ao encontro dos perseguidos, dos excluídos, dos que sofrem violência física ou moral, dos que não tem terra para plantar, nem salário digno para sobreviver. 

Ao propor uma Festa para a dedicação da Basílica de Latrão, a Igreja nos chama a olharmos para um local físico de culto, mas não exclusivo. Um lugar onde se pode congregar vários cristãos que professam a mesma fé, mas não único. Deus se faz presente nas Igrejas pois para ali acorrem todas e todos que são templos vivos do Espírito Santo, os batizados. 

Pois bem, se somos templos vivos do Espírito Santos, não podemos nos deixar corromper pela corrupção, pela idolatria do dinheiro. Por fazer comércio com as coisas de Deus. O templo é lugar de oração. De comunhão. De encontro. De partilha. 

A Festa de hoje nos pede que nos coloquemos sempre em estado de missão misericordiosa. Lembremos, estamos em época de eleições em nossas cidades. Não deixemos enganar por pessoas que fazem um discurso conservador, mas roubam o dinheiro público, não equipam os hospitais para que todos e todas possas tem vida. Que não valorizam a educação, equipando escolas e remunerando bem os profissionais da educação. Que poluem a natureza, e depois gastam milhões de dinheiro para nos enganar que estão realizando obras de conservação. Fique atento. Voto tem consequência, seja ela material ou espiritual, pois, "todas as vezes que fizestes isso a um dos meus meros irmãos, foi a mim que o fizestes". Amém.

domingo, 8 de novembro de 2020

Vigiai, pois não sabeis qual será o dia, nem a hora!


Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 25,1-13

Disse Jesus, a seus discípulos, esta parábola: 1'O Reino dos Céus é como a história das dez jovens que pegaram suas lâmpadas de óleo e saíram ao encontro do noivo. 2Cinco delas eram imprevidentes, e as outras cinco eram previdentes. 3As imprevidentes pegaram as suas lâmpadas, mas não levaram óleo consigo. 4As previdentes, porém, levaram vasilhas com óleo junto com as lâmpadas. 5O noivo estava demorando e todas elas acabaram cochilando e dormindo. 6No meio da noite, ouviu-se um grito: `O noivo está chegando. Ide ao seu encontro!' 7Então as dez jovens se levantaram e prepararam as lâmpadas. 8As imprevidentes disseram às previdentes: `Dai-nos um pouco de óleo, porque nossas lâmpadas estão se apagando.' 9As previdentes responderam: `De modo nenhum, porque o óleo pode ser insuficiente para nós e para vós. É melhor irdes comprar aos vendedores'. 10Enquanto elas foram  comprar óleo, o noivo chegou, e as que estavam preparadas entraram com ele para a festa de  casamento. E a porta se fechou. 11Por fim, chegaram também as outras jovens e disseram: `Senhor! Senhor! Abre-nos a porta!' 12Ele, porém, respondeu: `Em verdade eu vos digo: Não vos conheço!' 13Portanto, ficai vigiando, pois não sabeis qual será o dia, nem a hora.

Palavra da Salvação.

Reflexão

"Prudência e canja de galinha não faz mal a ninguém", dize o ditado. Assim abro minha reflexão de hoje. Estamos diante de dois textos que tratam desses assuntos. 

A primeira leitura da hoje, tirada do livro da Sabedoria, no convida a buscar a verdadeira sabedoria que vem de Deus. Lembro que o livro da Sabedoria é o último livro a ser escrito do primeiro testamento. Provavelmente, foi escrito entre 51 e 50 antes de Cristo. O eu autor quer dar uma resposta aos judeus que estão em Alexandria, e sofrem influência grega, tanto de sua filosofia, quanto de sua religião. E aí, o autor bíblico precisa animar o povo.

O evangelho de hoje nos mostra como os cristãos devem viver prudentemente a sua fé. Como devem ser diferentes na sociedade. Como são portadores de uma nova humanidade.

Jesus continua sua catequese a seus discípulos. Esse capítulo 25 de Mateus é interessante de ser observado. Ele se inicia com a parábola de hoje. No próximo domingo, Jesus falará de como devemos cuidar da fé que recebemos. E o fim desse capítulo trata de quem herdará o Reino dos Céus.

Jesus sempre usa imagens corriqueiras, do dia-a-dia do seu povo. O Reino dos Céus não pode ser entendido fora de nossa realidade. 

Temos dez damas de companhia da noiva. O casamento se dava à noite. Era preciso iluminar o caminho da casa da noiva até a casa do noivo. E para isso, as "aias", ou damas de companhia iluminavam o caminho.

Na história de hoje, Jesus fala de 10 aias, cinco previdentes (prevenidas), e cinco imprevidentes. Não se sabia a hora que o noivo chegaria, portanto era preciso ter óleo sobrando para alimentar a lamparina. 

As virgens são a imagem das comunidades religiosas, dos crentes. O noivo, o próprio Jesus. O óleo a prática de justiça.

O autor quer que pensemos em como anda nossa prática religiosa da justiça. Mateus nos faz um alerta de como as comunidade religiosas devem viver a fé em Jesus. Não basta crer, é preciso dar sinais de que houve uma mudança de vida. É preciso manter a lâmpada sempre acesa, estar alerta, como dizer os escoteiros, "sempre alerta"! As lâmpadas podem até ser individuais, mas o cortejo se dá em comunidade, juntos. Uma lâmpada ajuda a iluminar o caminho dos outros. É preciso manter a prática da justiça sempre acesa. Não basta apenas as práticas exteriores da fé. É preciso agir com justiças diante das situações morte que se apresentam. 

Por último, lembremos da comunidade de Tessalônica, segunda leitura. A cartas aos Tessalonicenses é o primeiro escrito cristão e do segundo testamento. Essa cidade era um importo polo comercial e cultural. A cultura grega era forte. Muitos pregadores existam naquela cidade, tanto filósofos quanto religiosos. Paulo era mais um naquela cidade. Entretanto, ele conseguira formar uma pequena comunidade que, mesmo sem a sua presença, seguiam firmes na fé recebida. Entretanto, havia uma pequena questão, essa se relacionava com a vinda de Jesus. O que acontecia com aqueles que morriam? Paulo anima aquela comunidade a viver na esperança da fé, e de que todos se reuniriam no reino de Deus.

Hoje, somos convidados a meditar sobre como buscamos Deus em nossas vidas (1ª leitura). Como anda minha prática religiosa e como tenho iluminado a vida do meu irmã, da minha irmã (evangelho). E como damos razões da nossa esperança na ressurreição dos mortos para nossas irmãs e irmãos. Amém.

sexta-feira, 6 de novembro de 2020

Os filhos deste mundo são mais espertos em seus negócios


Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas 16,1-8

Naquele tempo, 1Jesus disse aos discípulos: “Um homem rico tinha um administrador que foi acusado de esbanjar os seus bens. 2Ele o chamou e lhe disse: ‘Que é isto que ouço a teu respeito? Presta contas da tua administração, pois já não podes mais administrar meus bens’. 3O administrador então começou a refletir: ‘O senhor vai me tirar a administração. Que vou fazer? Para cavar, não tenho forças; de mendigar, tenho vergonha. 4Ah! Já sei o que fazer, para que alguém me receba em sua casa quando eu for afastado da administração’.

5Então ele chamou cada um dos que estavam devendo ao seu patrão. E perguntou ao primeiro: ‘Quanto deves ao meu patrão?’ 6Ele respondeu: ‘Cem barris de óleo!” O administrador disse: ‘Pega a tua conta, senta-te, depressa, e escreve cinquenta!’ 7Depois ele perguntou a outro: ‘E tu, quanto deves?’ Ele respondeu: ‘Cem medidas de trigo’. O administrador disse: ‘Pega tua conta e escreve oitenta’. 8E o senhor elogiou o administrador desonesto, porque ele agiu com esperteza. Com efeito, os filhos deste mundo são mais espertos em seus negócios do que os filhos da luz”.

Palavra da Salvação.

Reflexão.

Segue Jesus na sua catequese. Essa passagem sempre assusta aos que creem em Jesus e proclamam sua palavra, seu evangelho. 

A frase, "E o senhor elogiou o administrador desonesto", nos parece soar estranha. Devemos ter um olhar mais aprofundado. Da mesma forma que existe um jeito de agir diante da moeda que trazia a figura de Cesar, há uma mudança de ação e de valores daquele que assume a opção pelo reino de Deus.

A leitura de hoje nos chama a pensarmos como agimos. Ou somos desonestos com as coisas de Deus e com as coisas dos seres humanos e da natureza, ou agimos de forma correta. 

Lucas nos mostra como devemos viver. Como deve ser as relações dentro da comunidade dos seguidores de Jesus. Lesar a fé, lesar os pobres, discriminar, ser racistas, não são atitudes de quem segue Jesus. Amar a Deus sobre todas as coisas, e ao próximo como a si mesmo, essa deve ser a meta dos que assumiram a opção por Jesus e por seu evangelho.

quinta-feira, 5 de novembro de 2020

Haverá alegria entre os anjos de Deus por um só pecador que se converte


Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas 15,1-10

1Os publicanos e pecadores aproximavam-se de Jesus para o escutar. 2Os fariseus, porém, e os mestres da Lei criticavam Jesus. 'Este homem acolhe os pecadores e faz refeição com eles.' 3Então Jesus contou-lhes esta parábola: 4'Se um de vós tem cem ovelhas e perde uma, não deixa as noventa e nove no deserto, e vai atrás daquela que se perdeu, até encontrá-la? 5Quando a encontra, coloca-a nos ombros com alegria, 6e, chegando a casa, reúne os amigos e vizinhos, e diz: 'Alegrai-vos comigo! Encontrei a minha ovelha que estava perdida!' 7Eu vos digo: Assim haverá no céu mais alegria por um só pecador que se converte, do que por noventa e nove justos que não precisam de conversão. 8E se uma mulher tem dez moedas de prata e perde uma, não acende uma lâmpada, varre a casa e a procura cuidadosamente, até encontrá-la? 9Quando a encontra, reúne as amigas e vizinhas, e diz: 'Alegrai-vos comigo! Encontrei a moeda que tinha perdido!' 10Por isso, eu vos digo, haverá alegria entre os anjos de Deus por um só pecador que se converte.'

Palavra da Salvação.

Reflexão.

Catequese da salvação. Da conversão. Do retorno, e da alegria de Deus por uma filha ou filho que volta para junto Dele.

Apesar de Jesus sempre está acompanhado por uma multidão de pessoas, ele sempre olhava para a individualidade de alguém. Então, conhecendo a fraqueza humana, ele acolhia pecadores. E mais do que isso, fazia refeição com eles, ou seja, participava da sua intimidade. Queria saber e conhecer sobre o porque daquela vida afastada de Deus.

A pedagogia de Jesus é interessante. Ter uma ovelha era investir dinheiro naquele animal. E ninguém gosta de perder dinheiro, ou perder aquilo que lhe possa gerar recursos financeiros. Jesus tocou no bolso deles. Encontrar a ovelha perdida era motivo de alegria, e de festa.

O exemplo da moeda fala do mesmo valor dado às coisas. Imagina, a mulher tinha 10 moedas de prata. Era muito dinheiro. Perder uma moeda, era perder muito dinheiro. 

Se nós nos alegramos com as coisas de valor desse mundo, quanto mais Deus não se alegra com a nossa conversão para  justiça. Amém.

quarta-feira, 4 de novembro de 2020

Qualquer um de vós, se não renunciar a tudo o que tem, não pode ser meu discípulo!


Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas 14,25-33

25Grandes multidões acompanhavam Jesus. Voltando-se, ele lhes disse: 26'Se alguém vem a mim, mas não se desapega de seu pai e sua mãe, sua mulher e seus filhos, seus irmãos e suas irmãs e até da sua própria vida, não pode ser meu discípulo. 27Quem não carrega sua cruz e não caminha atrás de mim, não pode ser meu discípulo. 28Com efeito: qual de vós, querendo construir uma torre, não se senta primeiro e calcula os gastos, para ver se tem o suficiente para terminar? Caso contrário, 29ele vai lançar o alicerce e não será capaz de acabar. E todos os que virem isso começarão a caçoar, dizendo: 30'Este homem começou a construir e não foi capaz de acabar!' 31Ou ainda: Qual o rei que ao sair para guerrear com outro, não se senta primeiro e examina bem se com dez mil homens poderá enfrentar o outro que marcha contra ele com vinte mil? 32Se ele vê que não pode, enquanto o outro rei ainda está longe, envia mensageiros para negociar as condições de paz. 33Do mesmo modo, portanto, qualquer um de vós, se não renunciar a tudo o que tem, não pode ser meu discípulo!'

Palavra da Salvação.

Reflexão.

Catequese simples, mas, profunda. Assumir o seguimento de Jesus. Não basta falar que aceita Jesus. Não basta dizer que acredita em Jesus. Não basta ir à missa, rezar o terço, frequentar o grupo de oração. Não basta fazer primeira comunhão, receber a crisma, confessar, ser ordenado, ou receber qualquer um dos outros sacramentos. É preciso dar provas de que se assumiu de verdade a opção por Jesus. A renúncia é para todas e todos. Jesus é bem claro, "qualquer um de vós, se não renunciar a tudo o que tem, não pode ser meu discípulo"! 

Jesus concretizou essa ideia nas três histórias com as quais ele fez a catequese de hoje. A opção por Jesus é radical. Não pode ser de meia-boca. Tem que se dar mostras concretas de que fizemos a opção por Jesus e por sua proposta. 

Renunciar às vontades. Renunciar aos próprios pensamentos. Cada um de nós sabemos o que temos que renunciar em nome de Jesus. As renúncias são pessoais. Cada um vive a sua renúncia e não a impõe aos outros.

A catequese de hoje nos ensina o que é essencial para a nossa fé. Amém.

terça-feira, 3 de novembro de 2020

Nenhum daqueles que foram convidados provará do meu banquete


Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas 14,15-24

15Um homem que estava à mesa, disse a Jesus: 'Feliz aquele que come o pão no Reino de Deus!' 16Jesus respondeu: 'Um homem deu um grande banquete e convidou muitas pessoas. 17Na hora do banquete, mandou seu empregado dizer aos convidados: 'Vinde, pois tudo está pronto'. 18Mas todos, um a um, começaram a dar desculpas. O primeiro disse: 'Comprei um campo, e preciso ir vê-lo. Peço-te que aceites minhas desculpas'. 19Um outro disse: 'Comprei cinco juntas de bois, e vou experimentá-las. Peço-te que aceites minhas desculpas'. 20Um terceiro disse: 'Acabo de me casar e, por isso, não posso ir'. 21O empregado voltou e contou tudo ao patrão. Então o dono da casa ficou muito zangado e disse ao empregado: 'Sai depressa pelas praças e ruas da cidade. Traze para cá os pobres, os aleijados, os cegos e os coxos'. 22O empregado disse: 'Senhor, o que tu mandaste fazer foi feito, e ainda há lugar'. 23O patrão disse ao empregado: 'Sai pelas estradas e atalhos, e obriga as pessoas a virem aqui, para que minha casa fique cheia. 24Pois eu vos digo: nenhum daqueles que foram convidados provará do meu banquete.'

Palavra da Salvação.

Reflexão.

Quem come "o pão no Reino de Deus"? 

Lucas escreve para as comunidades não judaicas. Eram os chamados pagãos. Então, Jesus mostra que o Reino de Deus é uma grande festa. Onde o dono da festa prepara tudo e mandar chamar os convidados. Entretanto, cada um dos primeiros convidados rejeitam o convite. Cada um tem sua desculpa. Algumas, até poderíamos dizer, são aceitáveis. Uns precisam cuidar de seus negócios, de onde tiram seu sustento. Outros, casaram-se, e devem cuidar, primeiramente de sua casa, de sua família. Desculpas compreensivas.

Entretanto, a festa está pronta. As mesas arrumadas. O salão da festa não pode ficar vazio. Então, o "dono da festa" ordena que sejam chamadas as pessoas que não estavam sendo vislumbradas para fazer parte da festa: pobres, aleijados, cegos, coxos. 

Lucas anima a cada uma das pessoas que ouviam a mensagem do evangelho. As palavras de Jesus que havia sido dirigida aos judeus, agora é direcionada aos povos além Jerusalém. Aos outros que não eram os primeiros convidados. Mas, a rejeição do convite, o dono da festa estende o convite.

Em nossos dias, os convidados são aqueles que foram batizados, que receberam os sacramentos, que frequentam a Igreja. Entretanto, muitas vezes, nossas práticas não condizem com a nossa condição de crentes. Nossas palavras discriminam, excluem, agridem. E aí, nos privamos de participar da festa do reino, de comer o pão do Reino de Deus. 

A catequese de Jesus no dia de hoje, nos chama a uma reflexão e a uma mudança de vida. "Buscai primeiro o Reino de Deus e a sua justiça". 

segunda-feira, 2 de novembro de 2020

"Na casa do meu Pai há muitas moradas"


Evangelho de Jesus Cristo segundo João (Jo 14,1-6)

Jesus disse a seus discípulos: 1 “Não se perturbe o vosso coração. Tendes fé em Deus, tende fé em mim também. 2 Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se assim não fosse, eu vos teria dito. Vou preparar um lugar para vós, 3 e quando eu tiver ido preparar-vos um lugar, voltarei e vos levarei comigo, a fim de que onde eu estiver estejais também vós. 4 E para onde eu vou, vós conheceis o caminho.” 5 Tomé disse a Jesus: “Senhor, nós não sabemos para onde vais. Como podemos conhecer o caminho?” 6 Jesus respondeu: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém vai ao Pai senão por mim”. 

Palavra da Salvação.

Celebramos os Fiéis Defuntos. "A Igreja convida-nos a entrar em comunhão com o Deus da vida e rezar pelos nossos falecidos. Este dia nos lembra que nossa existência terrena é passageira, mas nem por isso deve ser desvalorizada e não podemos perder a fé na ressurreição". 

Nós cremos em três representações da Igreja que caminham em comunhão entre si: "Igreja Militante, Igreja Padecente, Igreja Triunfante". Na Igreja Triunfante estão todos aqueles e aquelas, santas e santos, que passando por essa vida, e, purificados de seus pecados, e tendo, alguns e algumas, passados pelo purgatório (Igreja Padecente), se encontram no Reino dos Céus. 

Na Igreja Padecente, que também chamamos de Purgatório, estão os que morreram na graça e na amizade de Deus, mas não estão completamente purificados, embora tenham garantida sua salvação eterna, passam, após a sua morte, por uma purificação, a fim de obter a santidade necessária para entrar na alegria do Céu (Igreja Triunfante),

A Igreja Militante é a que vivemos. É a Igreja que ainda caminha aqui nesse mundo. É a Igreja que proclama a Palavra de Deus, que celebra os Sacramentos, que age com misericórdia, que vive as bem aventuranças. Poderíamos dizer, é a nossa Igreja visível, cujo Papa é o sinal da unidade cristã.

A Igreja desde sempre nos ensina que devemos orar pelos mortos, ou, a "comunhão dos santos". E para isso, usa como fundamentação bíblica a passagem do 1º Livro dos Macabeus 12, 38-45: “É, pois, santo e salutar pensamento orar pelos mortos, para que sejam livres dos seus pecados”.

"Este é o motivo de nossas orações pelos falecidos. Cremos que estão vivos. Cremos que a fé em Cristo os salvou. Não esquecemos, porém, que muitas fragilidades humanas talvez impeçam a sua imediata acolhida na visão beatífica. E por eles oferecemos preces e sacrifícios, especialmente no Dia de Finados, para que, quanto antes, lhes resplandeça a luz da bem-aventurança". (Dom Antônio Afonso de Miranda, SDN. Bispo Emérito de Taubaté/SP. in https://formacao.cancaonova.com/igreja/doutrina/por-que-rezamos-pelos-mortos/).

Outros textos bíblicos atestam a relação que devemos ter com os falecidos, ou com o destino daqueles que morrem na esperança da ressurreição. O próprio evangelho de hoje nos revela isso. Jesus anima os corações daqueles e daquelas que perdiam seus amigos e parentes. Ele afirma que na "casa do Pai há muitas moradas". E que cada um de nós teremos um espaço nessa morada. E que ele é quem vai preparar esse lugar, e quando tiver pronto, virá nos buscar. Isso é tão lindo quanto a palavra de são João de ontem, quando nos disse que ganhamos um "grande presente de Deus", lembra-se?

São Paulo em vários textos tratou do assunto da morte atrelado a ressurreição de Jesus. A morte não é o fim da vida, mas o início de um novo momento na vida. 

Assim, hoje fazemos memória pelos nossos irmãos e irmãs que já não estão no meio de nós, mas que necessitam de nossos pedidos e orações para que possam chegar ao Reino de Deus, entrar na Igreja Triunfante, após passar pela Igreja Padecente. 

Oremos: "Ó Deus, escutai com bondade as nossas preces e aumentai a nossa fé em Cristo ressuscitado, pra que seja mais viva a nossa esperança na ressurreição dos vossos filhos e filhas. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo". Amém.

domingo, 1 de novembro de 2020

"Bem-aventurados os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o Reino dos Céus"


Solenidade de todos os Santos e Santas.

"Quem são esses vestidos com roupas brancas? De onde vieram?" 14Eu respondi: "Tu é que sabes, meu senhor". E então ele me disse: "Esses são os que vieram da grande tribulação. Lavaram e alvejaram as suas roupas no sangue do Cordeiro". (Ap 7, 3-14).

"Se o mundo não nos conhece, é porque não conheceu o Pai".(I Jo 3,1).

"Bem-aventurados os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o Reino dos Céus. 11Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem, e mentindo, disserem todo tipo de mal contra vós, por causa de mim. 12aAlegrai-vos e exultai, porque será grande a vossa recompensa nos céus".(Mt 5,10-12a).

Hoje celebramos  Solenidade de Todos os Santos. Um dia antes da celebração dos Fiéis Defuntos. 

A primeira leitura narra a visão de São João Evangelista no livro do Apocalipse. A visão mostra aqueles que são recebidos no Reino de Deus. E são os que foram purificados pelo sangue do cordeiro através do martírio, do testemunho, com a própria vida. Santo, santa é todo aquele que não se afasta da fé em Jesus. É toda e todo que vive o evangelho, como veremos no evangelho.

Na segunda leitura, ainda o próprio João nos faz uma revelação, ganhamos um grande presente de amor do Pai, sermos chamados Filhos de Deus. Gosto sempre de lembrar que é um Grande Presente. Não é uma lembrancinha não. É um presente, e grande. 

Ao mesmo tempo, ele nos adverte que se não somos reconhecidos/reconhecidas é porque outras pessoas não aceitaram o presente nem se percebem filhos do mesmo Pai.

No evangelho, temos a leitura das Bem Aventuranças. E ela encerra falando dos que são perseguidos, injuriados, caluniados por causa de Jesus e de sua palavra. O que precede essas palavras é a indicação do caminho de quem quer construir um mundo novo. Uma nova sociedade.

A santidade não é ausência de conflitos. O santo, a santa busca viver as bem aventuranças em suas ações e palavras. Em seus gestos. 

A santidade é viável para todos nós. Basta defendermos a vida e a justiça. E justiça não é matar o outro, não é eliminar o pobre, o negro, o homossexual. Não é destruir a natureza.

A santidade acolhe todas e todos, pois todos somos "filhos do Pai", e isso nos foi dado como um grande presente de Deus. Amém.