"O amor consiste mais em obras do que em palavras"
Primeira Carta de São João 4,7-16
7 Caríssimos, amemo-nos uns aos outros, porque o amor vem de Deus e todo aquele que ama nasceu de Deus e conhece Deus. 8 Quem não ama, não chegou a conhecer Deus, pois Deus é amor. 9 Foi assim que o amor de Deus se manifestou entre nós: Deus enviou o seu Filho único ao mundo, para que tenhamos vida por meio dele. 10 Nisto consiste o amor: não fomos nós que amamos a Deus, mas foi ele que nos amou e enviou o seu Filho como vítima de reparação pelos nossos pecados. 11 Caríssimos, se Deus nos amou assim, nós também devemos amar-nos uns aos outros. 12 Ninguém jamais viu a Deus. Se nos amamos uns aos outros, Deus permanece conosco e seu amor é plenamente realizado entre nós. 13 A prova de que permanecemos com ele, e ele conosco, é que ele nos deu o seu Espírito. 14 E nós vimos, e damos testemunho, que o Pai enviou o seu Filho como Salvador do mundo. 15 Todo aquele que proclama que Jesus é o Filho de Deus, Deus permanece com ele, e ele com Deus. 16 E nós conhecemos o amor que Deus tem para conosco, e acreditamos nele. Deus é amor: quem permanece no amor, permanece com Deus, e Deus permanece com ele.
Palavra do Senhor.
Reflexão.
Hoje celebramos a memória de Santa Marta, irmã de Lázaro. Nos evangelhos, Marta aparece duas vezes. A primeira, quando Jesus chega em Betânia e é acolhido na casa dos três irmãos, Lázaro, Marta e Maria. Nesse episódio, Marta acolhe Jesus (poderia ser a mais velha dos três). Aqui, Maria fica ouvindo as palavras de Jesus, enquanto Marta está nos afazeres domésticos. Então, Marta reclama com Jesus. No segundo episódio, quando da morte do irmão Lázaro, ela diz a Jesus que se Ele estivesse lá, seu irmão não teria morrido. Depois de um breve diálogo, ela reconhece Jesus como o caminho para a vida eterna.
Entretanto, não esquecendo a comemoração de hoje, resolvi tomar a Primeira Carta de São João para a nossa reflexão. Pois, a vida daquela família de Betânia se resumia no amor. Na experiência amorosa de Deus na pessoa de Jesus. E isso se transfigura no acolhimento que Jesus sentia no meio daquela família. Alguns teólogos dizem que sempre que Jesus ia a Betânia, ele se hospedava na casa de Marta. Tinha tanta afeição por aquela família, que chorou diante do túmulo de Lázaro. É a única cena na Sagrada Escritura em que vemos Jesus chorando. Isso demonstra profundo amor. Por isso, escolhi falar sobre a carta de São João.
Nesta carta, João afirma, "Deus é amor". Essa expressão é muito significativa. A teologia afirma que João evangelista teria sido o mais novo dos discípulos. Não falo em idades, pois isso seria impreciso. João é um dos primeiros a conviver com Jesus. Em todos os momentos marcantes da vida de Jesus, João estava presente. Jesus sempre levava consigo Pedro, Tiago, João. Quando da prisão de Jesus, o evangelho narra que João era conhecido da criada de Pilatos, e que, por conta disso, conseguiu que Pedro entrasse no pátio. Aos pés da cruz estava João, junto de Maria. Na Ressurreição de Jesus, ao ouvir de Maria Madalena que Jesus não estava no túmulo, foi o primeiro a correr, e chegar primeiro. Isso tudo demonstra um amor incondicional por Jesus.
A experiência amorosa que João fez de Jesus, foi uma experiência pessoal, mas não individualista ou intimista. O amor experimentado em si transforma-se em gestos, em obras, em palavras.
O trecho apresentado a nós hoje, diz, "amemo-nos uns aos outros, porque o amor vem de Deus e todo aquele que ama nasceu de Deus e conhece Deus". É preciso que nos amemos. Amemo-nos uns aos outros. E o amor não faz distinção de pessoas. O amor não discrimina. O amor não se regozija com a violência. O amor se entristece com a morte de quem quer que seja.
Amar é a melhor forma de se concretizar a presença de Deus no meio de nós. No meio do mundo. Segundo São João, somos missionários e missionárias do amor de Deus. E isso basta.
Mas esse é um amor exigente. Esse amor foge dos padrões de amor do mundo. O amor de Deus exige de nós amar o que nos é diferente. O amor de Deus exige amar os que nos perseguem. O amor de Deus exige de nós amarmos os que nos odeiam. O amor de Deus exige perdoar 70 vezes 7.
Quem ama a Deus, alimenta os famintos, dá de beber ao sedentos, veste os nus, visita os doentes, é solidário com os presos injustamente. Apoia as famílias dos detentos. Chora com aqueles que perdem seus familiares e amigos. É solidário com os que sofrem racismo. Condoe-se com as dores das mulheres violentadas sexualmente, ou que sofrem violências físicas de seus companheiros o outras pessoas. É contra a destruição do meio ambiente.
A liturgia de hoje nos convida a revermos o nosso amor, tanto por Jesus, quanto pelas pessoas. A quem amamos? Como amamos?
Devemos amar uns aos outros e seguir portanto no amor de Deus.
ResponderExcluirNossas ações mostram nosso amor pelo próximo! Sejam por nossos atos, compreensão, companheirismo e auxílio a quem precisa.
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